segunda-feira, 19 de novembro de 2012

SÍNDROME DO SOFÁ


         Esta semana vi uma cena que me chamou a atenção. Uma mãe carregava duas sacolas cheias na mão direita, mais duas ou três na mão esquerda e ainda, nas costas, carregava a mochila escolar do filho, um menino quase do tamanho dela, que  brincava sem compromisso algum.

      Essa atitude não é exclusividade dessa mãe. Basta  pararmos alguns minutos em frente a uma escola, no horário da saída, e assistiremos muitos pais, mães ou mesmo avós praticamente arrancarem a mochila escolar da mão da criança e pendurar em suas costas.

           Esse comportamento não se resume ao material escolar. Dentro do ambiente familiar ele ganha contornos ainda mais graves. Muitas mães passam o dia recolhendo os objetos que os filhos vão espalhando pela casa: brinquedos, roupas, calçados, lápis, cadernos, etc. Outras chegam ao absurdo de fazerem as tarefas escolares para eles e ainda têm aquelas que utilizam do famoso "aviãozinho", servindo comida na boquinha de filhos de nove ou dez anos de idade para que comam alguma coisa.

Ao serem indagados justificam dizendo que consideram esse gesto como uma demonstração de amor, de carinho e de atenção e eles têm razão. Para os pais isso é um gesto de cuidado, mas será que as crianças também conseguem assimilar essa atitude como uma demonstração de carinho? Infelizmente, quase nunca isso acontece. Normalmente, os pequenos interiorizam essa ação como uma obrigação dos pais e passam a relacionar-se com eles com extrema frieza.

Ao fazermos para os filhos tudo aquilo que eles possuem condições de fazer colaboramos para a formação de filhos folgados e irresponsáveis. Além disso, vamos perdendo as nossas reais funções e responsabilidades de pais, para assumirmos o papel de serviçais, de empregados domésticos dos filhos. 

          Com isso, muitas crianças e jovens desenvolvem o que chamamos da síndrome do sofá: chegam da escola, nem sequer tiram o material escolar do carro, jogam o tênis no meio da casa, ligam a tevê ou isolam-se no celular, espicham-se no sofá, onde controla a mãe da mesma forma com que controla os canais que assistem: - “Mãe, pega um copo de água; mãe, traz um biscoito; mãe, faz um suco; mãe, pega o copo que já está vazio; mãe, traz um café; mãe, prepara um pão”. Ao final do dia continuam ditando ordens, enquanto a mãe está arrebentada.

      Aos fazemos aos filhos tudo aquilo que eles mesmos possuem condições de fazer menosprezamos suas potencialidades e capacidades, como consequência futura, podemos nos deparar com adultos irresponsáveis e folgados. 

        Ao estimularmos que os filhos assumam responsabilidades, de acordo com sua faixa etária e suas capacidades, contribuímos para o desenvolvimento de sua autonomia, preparando-os para tornarem-se adultos competentes e responsáveis, caso contrário, estamos apenas roubando-lhes a oportunidade do aprendizado e do crescimento e isso não é uma demonstração de amor. 

           
                       Texto de Celso Garrefa
                       Sertãozinho SP

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

NOSSO COMPORTAMENTO: UM MODELO A SER SEGUIDO?


         
Certa vez, enquanto atendia uma família cuja filha adolescente havia ingerido medicamentos na tentativa de praticar suicídio, logo percebi que ela e sua mãe vivenciavam intensos conflitos.

No atendimento sentaram-se mãe e filha a minha frente, uma ao lado da outra. Durante o contato pedi que a mãe me relatasse ...

                                                                                           

 Obs.: 
Em razão de regras contratuais este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar", de Celso Luís Garrefa, com lançamento previsto para 03/02/24.


Postado há 9th November 2012 por Celso Luís Garrefa

terça-feira, 6 de novembro de 2012

TOMA FILHO, ESSE REMÉDIO É DOCINHO


         
       
          Certo dia, enquanto visitávamos um casal de amigos, pais de uma criança de quatro anos de idade, a mãe lembrou que era hora de medicar o filho em razão de uma forte inflamação de garganta. A criança, como é natural, ao vê-la apanhar o remédio tentou esquivar-se. A mãe, então, para convencer o filho utilizou, como argumento...


Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar", de Celso Luís Garrefa, com lançamento previsto para 03/02/24. 

domingo, 4 de novembro de 2012

SIM, SE POSSÍVEL; NÃO, SE NECESSÁRIO


     
       Um dos maiores desafios enfrentado pelos pais, na educação dos filhos, é a coragem para dizer-lhes um “não”, como resposta, dentro de casa.

Isso acontece por razões variadas. Há aqueles que, equivocadamente, acreditam que devem ser sempre “bonzinhos”, e assim serão respeitados e valorizados, com isso, criam no ambiente familiar a trágica regra do proibido proibir; outros não possuem personalidade suficiente para resistir às pressões dos pequenos e cedem facilmente no primeiro grito ou birras das crianças. Há aqueles que conviveram com regras muito duras, passaram por grandes dificuldades e lutam para reverter isso em relação aos filhos, tornando-se extremamente permissivos. Também existem os passivos, que não querem trabalho e fazem o máximo para evitar conflitos. Lutam para não contrariá-los e assim, conseguem o que buscam: a paz momentânea.

Nossos filhos são nossa responsabilidade e é no ambiente familiar que eles precisam aprender a conviver também com os “nãos”. Poupá-los de toda e qualquer frustração não os protegem dos desafios da vida, pelo contrário, fragilizam.

Ao pouparmos os filhos dos "nãos" apresentamos a eles um mundo irreal, um mundo de fantasias, em que todos os seus desejos são  atendidos e ninguém pode contrariá-los, com isso, eles assimilam a ideia da onipotência, acreditando que tudo podem, entretanto o mundo real não é assim. Os desafios no decorrer da existência são muitos e a sociedade não terá o menor pudor em dizer-lhes um "não".

Quando desacostumados aos “nãos" é possível que se percam, se descontrolem ou se compliquem no primeiro revês da vida real. Não raro, assistimos através da mídia, notícias de jovens atentarem contra a própria vida ou mesmo contra a vida de outros pelo simples fato de não estarem preparados para suportar uma frustração. 

Acostumados a somente ganhar, a tudo ter, a tudo poder e tudo fazer, convivendo com a permissividade excessiva e sem que nada em troca lhes sejam cobrados, os filhos assimilam a ideia de que seus desejos são direitos e portanto, devem ser atendidos prontamente. Não aceitam um "não" como resposta e as exigências crescem como uma bola de neve, até atingir limites inimagináveis. Quando o "não" chega tarde demais, não é compreendido e gera revolta.

    Consideremos, ainda, que, quem não aprende o que é um "não" dentro de casa poderá encontrar dificuldades para se posicionar diante das pressões exercidas pelos grupos fora do ambiente familiar. Como ele não aprendeu o que é um "não", poderá enfrentar problemas para se posicionar, para fazer boas escolhas e para recusar o que não lhe serve, tornando-se alvo de fácil manipulação para a malandragem ou grupos mal intencionados.

Uma boa educação exige atitude e posicionamento. Não é assertivo dizer sim, como responta, quando o desejo e vontade era dizer um "não". O "sim" pode e deve prevalecer sempre que for possível, entretanto, o “não” precisa acontecer com firmeza e coragem, sempre que  necessário. No futuro os filhos agradecerão.

               Texto de Celso Garrefa
               Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...