Uma das principais preocupações dos pais em relação aos
seus filhos é o medo deles se envolverem com o uso das drogas, mesmo assim, parece
existir certo tabu em falar com eles sobre o assunto. Muitos não sabem como
fazê-lo e outros são tão ausentes na educação dos filhos que os deixam a mercê da
própria sorte.
A desinformação sobre as drogas é um dos fatores que
levam os pais a adiarem a conversa. Alienados sobre o tema ficam à espera de
algum sinal de consumo para tomarem providências, porém, quando surge algum
indício de uso já é tarde demais. Em
média, a família demora de dois a três anos para descobrir o uso, ou seja,
quando ficam sabendo, o filho já está mergulhado na dependência.
A negação é, sem dúvida, um dos
maiores motivos do adiamento da conversa. Muitos pais enxerga
as drogas como algo muito distante, que acontece na casa do vizinho, com filhos
abandonados, negligenciados. Estes pais precisam
acordar. O problema está batendo à nossa porta e qualquer um de nós está sujeito a enfrentá-lo. Negar isso não nos garante proteção, pelo contrário,
coloca-nos em situação de vulnerabilidade, pois ao negar o problema,
silenciamos e deixamos de agir.
Quanto maior a qualidade da
conversa, melhores os resultados. Orientar sobre os perigos das drogas de forma
adequada exige a busca de informações de qualidade sobre o assunto, caso
contrário, acabamos falando bobagens e não somos levados a sério. Exige capacidade de argumentação e preparo para lidar com os questionamentos e pontos de vista
diferentes do nosso. Exige segurança naquilo que desejamos transmitir e
posicionamento claro mediante o assunto a ser tratado.
Ao abordar sobre o tema devemos nos preocupar em fazer uso da verdade sobre as drogas , sem medo. É inegável que elas também proporcionam prazer e
eles devem tomar conhecimento desta realidade através dos pais, pois assim é possível
também mostrar que esse "benefício" é passageiro, resultando depois, em grandes prejuízos e
perdas. Se nos negarmos a falar sobre esta particularidade das drogas, sua rede
de amizade o fará, com uma diferença, somente mostrarão, de forma fantasiada, os prazeres e benefícios, omitindo as consequências
e danos provocados pelo uso.
Nossa abordagem deve ser clara, sem
fantasias e sem simplismos, evitando dramatizações e exageros desnecessários.
Devemos evitar comparações com tempos passados, trazendo a conversa para os
nossos dias e a realidade em que vivem nossos jovens.
Conversar com os filhos sobre o assunto não significa
fazer um sermão onde nós falamos, falamos e falamos, enquanto eles somente
ouvem ou fingem ouvir. A boa conversa consiste também em sabermos ouvi-los,
conhecer nossos filhos e suas opiniões, levando-os a uma reflexão sobre o
assunto abordado.
Não podemos permitir que os filhos cresçam sem nossa
orientação. O Programa Amor-Exigente também trabalha na prevenção, levando
informações de qualidade para a família que deseja ver seus filhos longe do
pesadelo das drogas. Procurem por um grupo em sua cidade e capacitem-se.
Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP