quinta-feira, 26 de junho de 2014

26 DE JUNHO - DIA INTERNACIONAL DE COMBATE ÀS DROGAS


           
          O Dia Internacional de Combate às Drogas foi estabelecido pela ONU em 1987 com o objetivo de estimular o debate sobre o assunto, planejar ações de enfrentamento ao uso, abuso e tráfico de drogas ilícitas e criar ações de cooperação para uma sociedade livre da dependência química.

          Ao longo destes 27 anos, não há muito que comemorar. As estatísticas mostram um consumo crescente, com iniciação cada vez mais cedo. O tráfico está cada vez mais ousado e a cada dia surgem novos tipos de drogas.

          O combate às drogas é papel de todos e só conseguiremos avanços significativos quando todos assumirem as suas responsabilidades, a começar por cada um de nós. Precisamos descruzar os braços, parar de enxergar esse pesadelo como algo distante de nós e que só acontece na casa do vizinho. Ninguém está imune a esse problema crescente e menosprezar os seus perigos não nos traz proteção alguma, pelo contrário, coloca-nos em situação de vulnerabilidade. Negar um perigo não é suficiente para fazê-lo deixar de existir, mas é o bastante para nos levar a acomodação.

          Os pais possuem dentro da família o papel de norteadores das condutas dos filhos e não podem se omitir de suas responsabilidades. Devem trabalhar incisivamente na construção de uma educação preventiva, visando chegar primeiro que às drogas. Precisam, desde o mais cedo possível, conversar e orientar suas crianças, com posicionamento claro e firme, sem esquecer que para influenciar é fundamental serem exemplos e possuir o mínimo de conhecimento possível para uma argumentação segura e convincente. 

          As instituições de ensino também devem assumir o seu papel de formadores de cidadãos e para tanto, precisam se preparar para lidar com uma visível realidade: a cada dia aumenta o número de alunos que chegam à sala de aula sob o efeito de substâncias entorpecentes. Pensar em excluí-los é a forma mais simples de tentar resolver o problema – da escola - mas não é esse o caminho. A escola, consciente de suas responsabilidades, deve implantar, já nos primeiros anos de ensino, formas de orientação e prevenção às drogas e valorização da vida. Deve ainda criar mecanismos de enfrentamento dos problemas instalados, com a capacitação de seus profissionais e formação de parcerias com os pais e a comunidade.

          As igrejas, em geral, podem aproveitar a grande influência que exercem junto aos seus fiéis e trazer o tema à discussão, aproveitando os grupos de jovens para orientá-los e prepará-los para que façam boas escolhas. Sabemos também que as religiões (todas) possuem grande poder de recuperação de dependentes químicos e podem intensificar esse trabalho, criando grupos específicos para essa finalidade.

          Os poderes públicos federal, estaduais e municipais, cada qual em seu âmbito de atuação, precisam acordar para o problema. Pouco se vê de investimentos em programas de prevenção às drogas e conta-se aos dedos os municípios que dispõem de algum trabalho de recuperação de dependentes químicos. Os custos dos trabalhos de prevenção são mínimos e o retorno é altamente favorável. Depois de instalada, a dependência química consome muitos recursos públicos (de saúde, de segurança, de previdência, etc.)

Não podemos esquecer que a dependência química é doença e precisa de tratamento, em muitos casos até com a necessidade de internações em Comunidades Terapêuticas ou Clínicas para recuperação, mas precisamos também vislumbrar outras formas de tratamento com abordagens, assistências e acompanhamentos diferenciados e em todos os casos é fundamental que ocorra o envolvimento e a assistência familiar. Nos casos de internação, assim que o recuperando retornar ao convívio social, precisa continuar assistido para manter-se na sobriedade.

Os nossos representantes políticos, eleitos para nos representar, precisam conhecer de perto a realidade das drogas e criarem leis que dificultem o uso e puna aqueles que praticam o tráfico e não perder tempo com essa bobagem de liberação e facilitação do uso. É ingenuidade pensar em redução do consumo das drogas, facilitando o acesso a elas.

Precisamos ainda, que a segurança pública exerça seu papel de combate ao tráfico, identificando os maus policiais e capacitando os bons para abordagens diferenciadas em relação ao traficante e ao usuário.

Por fim, quando cada um de nós descruzarmos os braços, cada instituição fizer a sua parte, não se omitindo às suas responsabilidades, juntando e somando esforços, unidos em uma grande rede de discussão permanente, é que possibilitaremos a busca de caminhos e ações possíveis no enfrentamento desse grande problema social e assim começaremos a vislumbrar uma luz no enfrentamento desse terrível problema social que atinge a todos, sem distinção.


                    Texto de Celso Garrefa

                    Amor-Exigente de Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...