domingo, 25 de junho de 2017

DIA INTERNACIONAL DE COMBATE ÀS DROGAS - ESTAMOS PERDENDO ESSA GUERRA

Criado pela ONU em 1987, o Dia Internacional de Combate às Drogas completou mais de trinta anos e ao longo deste tempo não vemos motivos para comemorarmos. As estatísticas apresentam número crescente de usuários, com iniciação cada vez mais cedo. O tráfico está cada vez mais ousado e nossas cidades possuem pontos de venda em cada esquina. O que está dando errado?

Acredito que só vamos conseguir resultados significativos e redução do consumo das drogas quando atuarmos nos dois eixos. Um deles é o combate ao tráfico, que envolve o papel da polícia, da inteligência, dos legisladores.  O outro é tirarmos o foco das drogas, que é uma substância inanimada e investirmos no sujeito.

O segundo eixo merece extrema importância, pois, não é a droga que vai até o sujeito, mas o sujeito que vai até ela e como todo comércio, existe a lei da procura, onde o tráfico se sustenta. Infelizmente, quase nada vemos nesse sentido. Estamos em plena semana internacional de combate às drogas e o que você viu de campanha nestes dias?

As drogas ilícitas e outras lícitas consumidas abusivamente, como o álcool, são um dos maiores desafios que assolam a humanidade e parece-nos que estamos todos cochilando quando o assunto é esse. Vemos campanhas maravilhosas e necessárias, como o outubro rosa ou a campanha de preservação do meio ambiente. Nas escolas, a campanha sobre dengue é fantástica.  Mas quando o assunto é drogas, pouco se vê.

Estamos perdendo essa guerra porque menosprezamos o inimigo. As drogas é um perigo iminente e todas as nossas crianças correm riscos. Os pais têm medo de falar com seus filhos sobre o assunto, poder público é ineficiente no tratamento aos dependentes do álcool e outras drogas e não se interessa pela prevenção. Não disponibilizam recursos para trabalhos preventivos, cujo custo é barato, enquanto isso os problemas instalados sugam, sem piedade, recursos públicos na área da saúde, segurança, previdência e social. Faltam espaços públicos onde os jovens possam se identificar com outros prazeres, que não sejam os ilusórios das drogas.

Muitas de nossas escolas estão omissas em relação ao assunto. É preciso trazer o tema ao debate em sala de aula. Orientar nossas crianças e jovens, trazendo informações de qualidade. Não adianta ensinar um aluno sobre o que aconteceu na época do império se não discutirmos com eles sobre os perigos atuais. Não adianta formarmos doutores, sem formarmos cidadãos.

O combate às drogas somente colherão resultados positivos quando pensarmos em estratégias de curto, médio e longo prazo. Quando intensificarmos o foco no sujeito, que é o agente da ação e quando a cegueira familiar, social e pública retirar o véu do preconceito, da acomodação e do medo, e acordar para essa triste realidade, que cada vez mais destroem nossas crianças e jovens e consequentemente, toda a família.

Precisamos parar de enxergar esse problema como algo distante. Ele bate a nossa porta e todos nós, direta ou indiretamente, sofremos as consequências do consumo abusivo das drogas. Precisamos nos mover, caso contrário, mais trinta anos se passarão, sem enxergamos resultados positivos.

           


Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente 
de Sertãozinho SP

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