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O desenvolvimento
da dependência do álcool ou de outras drogas é um processo que se instala ao
longo do tempo. A pessoa, por curiosidade, influência do grupo ou por razões diversificadas tem o seu primeiro contato com essas substâncias através da
experimentação. A busca contínua pela sensação do prazer faz com que ele volte
a consumi-las, e assim, passa da experimentação ao uso esporádico e
ocasional.
Nessa
fase, nosso cérebro reconhece o prazer, mas não as consequências e começa a trabalhar como nosso inimigo, nos enganando. Iludimos, achamos que possuímos o comando e paramos no momento em que bem desejarmos, sem dificuldades.
No
entanto, haverá um momento em que atravessamos a fase do uso ocasional ou esporádico
e desenvolvemos a dependência. Não é possível identificarmos a linha que separa
essas etapas e, mesmo dominado pelo vício, nosso cérebro, mas uma vez, trabalha
como nosso inimigo e continua nos enganando, transmitido a mensagem de que
ainda possuímos o controle.
Grande
engano. Fomos vítimas de nossas escolhas, traídos pelo nosso cérebro e estamos presos
nas armadilhas do alcoolismo ou da dependência química. Como fazer, se toda a
nossa vida é comandada pelo nosso cérebro?
Já
com a dependência instalada nosso cérebro não dá trégua e
continua nos enganando e assim, seguimos negando o problema, não aceitando
nossas dificuldades, diminuindo o tamanho do desafio, sem perceber que estamos em queda livre. Como saímos dessa enrascada?
Só
há um caminho. Colocarmos nosso cérebro em guerra com ele mesmo. Mesmo com a dependência instalada, ainda resta um espaço reservado nele que podemos chamá-lo de consciência,
no entanto, numa dependência ela é minoria absoluta e terá que lutar contra um
gigante que nos domina.
Primeiro,
precisamos despertar o último resquício de consciência e colocá-la em ação. Como
ela está em terrível desvantagem, necessitamos fortalecê-la, caso contrário é derrota
certa. Para fortalecê-la vamos precisar de toda a ajuda possível. Quanto mais
fortalecermos a nossa consciência, maiores as possibilidades de vitória. Para fortalecê-la vamos precisar
dos grupos de apoio e de orientação, de muita espiritualidade e de tratamento.
Não
existem outros caminhos. Ou fortalecemos a fragilizada consciência para lutar
contra um poderoso que insiste nos ludibriar ou cada vez mais nos enganamos, afundamos,
adoecemos e sofremos. Vamos à luta, enquanto ainda é tempo, pois sábio é aquele
que dá valor ao que tem antes de perder.
Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP