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domingo, 25 de agosto de 2024

VIVER COM PRESSA NOS IMPEDE DE VIVER

Vivemos uma época onde tudo acontece de forma acelerada. Os dias passam voando, o ano mal começou e daqui a pouco já estamos assistindo as propagandas do Natal. Os filhos crescem com uma velocidade absurda e o tempo passa rápido demais. Os encantos tecnológicos, com seus atrativos, prendem-nos diante da tela da televisão ou das redes sociais nos celulares, criando em nós a sensação de que o tempo está encurtando.   

Dormimos tarde, acordamos em cima do horário, comemos alguma coisa com rapidez e voamos para o trabalho. Na pressa facilmente nos irritamos com um carro mais lento à nossa frente, ultrapassamos de forma perigosa, e expomo-nos a situações de risco. Desorganizamos nosso tempo e com isso, não estamos com tempo para mais nada.  

Comunicamo-nos através de mensagens e para não perder tempo, aceleramos a conversa no modo 1,5 ou 2 vezes mais velocidade e daqui a pouco a conversa olho no olho pode soar estranha e desinteressante.  

Com pressa não observamos os detalhes, não acompanhamos o crescimento dos filhos, não valorizamos os contatos, não acalmamos o coração, não silenciamos, nem paramos, e como consequência, vivemos estressados e irritados, reclamando da falta de tempo. 

Desacelerar é preciso. Rever a maneira como fazemos uso do nosso tempo, descartar a perda de tempo por inutilidades e reorganizá-lo visando tirar dele o máximo proveito. Não adiante desejar que os dias tenham mais horas. Somos nós que devemos nos ajustar a quantidade de horas disponíveis em um dia. 

Enfim, estamos vivendo com tanta pressa, que estamos deixando de viver. Vale, neste momento, lembrar daquela música composta por Almir Sater e Renato Teixeira: 

Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais 

     

Celso Garrefa

domingo, 9 de julho de 2023

POR QUE COMIGO?

Manter um sorriso no rosto, mesmo diante de um grande problema, não é uma atitude fácil de adotarmos, mas, ainda assim, devemos lutar bravamente para consegui-lo, não com o objetivo de mantermos as aparências, ou fingir que tudo está bem, mas como uma força impulsionadora capaz de nos fortalecer no enfrentamento do desafio.

Por vezes, diante dos percalços da vida, inconscientemente, queremos mostrar o quanto estamos sofrendo e externalizamos esse momento através do autoabandono, do isolamento, da tristeza profunda estampada no rosto. Isso significa potencializar um desafio que já é grande.

Manter a cabeça erguida, colocar um sorriso no rosto e abandonar o casulo no qual nos fechamos são os primeiros passos na direção de uma atitude interior positiva que nos permite enxergar o nosso desafio na medida certa, sem minimizá-lo, mas também sem o maximizar.

Rejeitar o muro das lamentações, parar de resmungar, abandonar o papel de coitadinho e buscar ajuda nos permitem um novo olhar sobre o desafio enfrentado, e assim, podemos parar de questionar: “por que comigo?”, “por que na minha casa?”, e compreender que muitas coisas que acontecem conosco possui um propósito que talvez ainda não sabemos, portanto, mudemos o questionamento: “para que isto aconteceu comigo?” “para que isto aconteceu na minha casa?"

As maiores pessoas que conheço e admiro nesta vida são pessoas que tiveram de vencer grandes desafios, e como tenho dito e repetido: sofrimento não é remédio que soluciona problemas, portanto, coloquemos um sorriso no rosto, abandonemos o sofrimento profundo e vamos à luta. 




Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 18 de junho de 2023

QUAL É A QUALIDADE DOS SEUS PENSAMENTOS?


Começo este texto fazendo a você uma pergunta: Qual é a qualidade dos seus pensamentos? 

Nós, seres humanos, somos sujeitos pensantes e são os nossos pensamentos que geram os nossos sentimentos e, consequentemente, os nossos comportamentos, assim sendo, um processo de mudança comportamental não começa no comportamento em si, mas nos pensamentos.

Somos bombardeados diariamente por uma avalanche de pensamentos, muitos deles positivos, muitos deles negativos e diante destes pontos extremos irá sobressair aquele que mais alimentamos.

Dizem que o pensamento é uma semente que se materializa. Daí a importância de avaliarmos a qualidade dos nossos pensamentos, valorizando a positividade e reduzindo a negatividade. Pensar que nada vai dar certo, que não é possível, que não somos capazes, que tudo está perdido é plantar a semente do insucesso. Por outro lado, acreditar que podemos evoluir, melhorar, crescer e aprender significa regar a semente de possibilidades extraordinárias.

Nem sempre dominamos nossos pensamentos e quando eles insistem em nos incomodar, necessitamos de alternativas para freá-los. Para tanto, não podemos dar espaço para a ociosidade, ao mesmo tempo, fortalecer nossa espiritualidade e buscar ajuda.

Encontrar o equilíbrio em relação ao que pensamos é fundamental para equilibrarmos também a nossa vida. Por vezes pensamos de menos e agimos no impulso, sem refletir, sem pesar as consequências, sem pensar no depois. Agindo na irreflexão cometemos muitas bobagens. Por outro lado, pensar demais e agir de menos paralisa quaisquer possibilidades de mudanças positivas.

Para lidar com isso podemos contar com o apoio do Amor-Exigente, um programa comportamental capaz de nos ajudar a melhorar a qualidade dos nossos pensamentos, consequentemente, equilibrar nossos sentimentos e a partir disso, construir as nossas mudanças comportamentais, tão necessárias para modificar os rumos daquilo que nos incomoda e adoece. Pense nisso.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP


domingo, 23 de outubro de 2022

TENHA CALMA, O DESESPERO É UM GRANDE ENGANO


Muitas vezes nos vemos diante de uma situação tão complicada, que não enxergamos uma saída e entramos em desespero. A descoberta de que um filho está fazendo uso abusivo de drogas é um exemplo de drama que leva muitos pais a experimentarem essa terrível sensação.

Em estado de desespero os familiares sofrem um impacto paralisante, que os impedem de adotar qualquer tipo de ação, ou pior, pode leva-los agir no impulso do momento e adotar atitudes impensadas que, ao invés de produzir resultados positivos, agravam ainda mais uma situação que já é grave.

O pânico impede os familiares de enxergar o problema na medida certa. É comum super dimensionarem a situação, e com isso, não conseguem vislumbrar uma saída ou uma solução.  Os pensamentos não possuem uma lógica e são dominados pelo negativismo.

Nos raros momentos em que pensam em alguma medida, buscam o imediatismo, porém, nem sempre se resolve um problema instalado a longo tempo em um estalar de dedos e a frustração aumenta ainda mais o estado de desespero.

O primeiro passo é tentar manter a calma diante de um grande desafio. A calma nos permite lidarmos com um problema de alta complexidade com discernimento, controle e sabedoria. Ela nos permite agir ao invés de apenas reagir, conscientes de que manter a calma diante do caos não significa aceitar comportamentos que desaprovamos, mas lidar com eles com posicionamentos firmes e ações controladas e equilibradas.

Duas atitudes são fundamentais para mantermos a calma: fortalecer nossa espiritualidade e buscar ajuda, com a certeza de que são nos momentos mais difíceis que sentimos com maior intensidade a presença de Deus em nossa vida.

Por fim, o desespero é um grande engano, portanto, acalme-se, como sugere a canção de Leandro Borges: "Se eu pudesse conversar com sua alma, eu diria, fique calma, isso logo vai passar". 


Celso Garrefa

Pedagogo Social 

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 24 de outubro de 2021

PROMOVER A ESPIRITUALIDADE (10° Princ. Ético do Amor-Exigente)

A espiritualidade exerce um papel fundamental no contexto familiar e por isso devemos sempre promovê-la entre os nossos, plantando na base de formação dos nossos filhos, a essência do Ser Superior.

Não é responsável esperar que os filhos cresçam e façam suas próprias escolhas. Cabe a nós, como seus responsáveis, introduzi-los nos ensinamentos religiosos que acreditamos e que nos identificamos.

Para tanto,  a nossa espiritualidade não deve ser vivida apenas no momento em que estamos no espaço religioso, mas uma tarefa de todos os dias. Vale pouco frequentar assiduamente a nossa igreja ou templo, mas fora dele sermos estúpidos ou arrogantes. Nada vale falar em espiritualidade, viver com a bíblia nas mãos, mas não ser capaz de respeitar aqueles que convivem conosco, ou o nosso próximo.

Não é nada produtivo frequentar a religião de nossa identificação, mas dentro de casa não adotarmos os princípios religiosos aprendidos. Espiritualidade é a prática do que aprendemos, é viver em função do bem, do respeito, da cordialidade. É ser gentil, colocar-se a disposição, saber perdoar, aprender o valor da palavra amar.  

Futuramente os filhos crescem, fazem suas próprias escolhas, mas uma base espiritual sólida pode fazer toda a diferença na sua formação como pessoa.  O que plantamos na infância pode valer por toda uma vida. Se a essência do Ser Superior foi plantada, mesmo que em algum momento alguns dos nossos desviem do caminho, essa base espiritual será determinante na retomada dos rumos.

Alguns podem até não seguir a religião que transmitimos ou optar por outra que ele melhor se identifique, trazendo para dentro de casa uma diversidade religiosa. Em relação a isso, podemos continuar promovendo a espiritualidade no lar, convivendo com as diferenças, respeitando a crença de cada um, conscientes de que respeitar a crença do outro é um dos maiores exemplos de espiritualidade elevada.


Celso Garrefa

Sertãozinho SP

sábado, 12 de maio de 2018

DIA DAS MÃES: APENAS UM POUCO DE PAZ

(Foto extraída da internet)
Ser mãe é colocar-se em segundo plano, é perdoar quantas vezes for preciso, aconselhar sem perder a fé. Mães não desistem, viram feras, enfrentam batalhões e de todos os amores, talvez não exista superior ao seu. O que desejam em troca? Nada. Quem sabe apenas um pouco de paz.

Nem sempre encontram. Nesta semana, as vésperas do dia das mães, atendi a Dona Maria, cujo olhar perdido buscava no vazio entender os motivos pelo qual a filha colocou veneno no alimento e lhe serviu. E o que dizer da Dona Joana, com marcas roxas provocadas pela fúria do filho adolescente, ou da Dona Cida, que acabara de comprar uma tevê nova com prestações a perder de vista e viu o filho dependente trocá-la por algumas pedras de crack antes da primeira mensalidade.

Como esquecer a Dona Sebastiana, morando sozinha com o filho dependente químico em uma pequena casa, composta apenas de paredes e teto. Todos os móveis, a porta do quarto e até o vaso sanitário trocados por drogas. Ou da Dona Ana que passa noites em claro a espera do filho e no dia seguinte às seis da manhã já está de pé para trabalhar. E o desespero da Dona Marta que já internou o filho alcoólatra por quinze vezes e ele sempre volta ao uso. E a tristeza da Dona Cleide por saber que a filha vive sem rumo pelas ruas da cidade, se prostituindo em troca de algumas carreirinhas.

Os nomes citados são fictícios, mas as histórias são reais. Apenas uma gota dos tantos e tantos dramas da vida real. Filhos que transformam a vida da mãe em um verdadeiro inferno. Filhos que na rua tratam todos muito bem, mas dentro de casa parecem monstros.


Neste dia das mães, essas guerreiras não querem presentes, nem abraços falsos. Não querem pedidos de desculpas que daqui a um, dois dias serão esquecidos, nem promessas de mudanças que nunca são colocadas em prática. O presente que desejam não custa dinheiro, nem se compra em lojas. O que essas e tantas outras Marias, Joanas, Cidas, Sebastianas, Anas, Martas, desejam é tão somente um pouco de paz. A cada uma meu caloroso abraço. Que Deus as iluminem.


Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP


domingo, 8 de outubro de 2017

DEPENDÊNCIA QUÍMICA NÃO SE TESTA

         
    A dependência química e o alcoolismo são reconhecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença de característica progressiva e incurável, no entanto, plenamente controlável. 
Um dos pontos fundamentais para o controle dessa doença é reconhecer o seu poder. Um deslize pode ser o bastante para acabar com um processo de recuperação de anos, por isso, em se tratando de dependência, não há espaço para testes.

            Isso vale tanto para o dependente em recuperação como também para seus familiares. Toda vez que o sóbrio cita ser um dependente em recuperação costuma assustar a família, mas é pensando assim que ele reconhece o poder da doença, não se colocando em situações de risco,

Ao afirmarem que estão curados, enganam-se e ao mesmo tempo satisfazem aos anseios da família, pois essa é a resposta que ela deseja ouvir, porém é exatamente aí que reside o perigo.  Quando acreditam que já estão bons, muitos iniciam um processo de testes. Como se sentem curados, alguns acreditam que podem frequentar os mesmos locais de antes, outros acham que podem beber só um pouquinho, abandonar os grupos e afastar-se da sua religião. 

Em relação à família, também precisam entender e aceitar essa realidade. Não se testa dependente. Já vi muitos familiares oferecerem bebida ao alcoólatra argumentando que uma só não dá nada. Outros deixam dinheiro à vista para testar se o recuperando está bom mesmo, e há aqueles que acreditam que, por fazer tanto tempo em sobriedade, só um pouquinho não fará mal. Muitos desconhecem a relação perigosa do álcool e algumas drogas e sugerem trocas. Sugestão danosa. 

A família também precisa parar de insistir para o recuperando fazer algo que ele não deseja fazer. Se acontecer uma festa familiar e ele não deseja participar, devido ao volume de bebidas que rodeiam esses eventos, precisamos respeitar seu momento. Não somos nós que sabemos o quanto ele está preparado para isso, mas ele próprio.

Em festas, amigos verdadeiros são raridades. Contam-se aos dedos aqueles que compreenderão sua luta, enquanto que o grande volume irá tentar manter o seu copo cheio ou lidar com ironia, por exemplo, quando ele pede um suco em substituição ao álcool.

Também é preciso cuidado com sugestões e receitas de pessoas que adoram apresentar soluções para tudo, mas nada conhecem sobre o assunto. Mais do que se testar ou testar o dependente, a receita para a manutenção da sobriedade é a busca por informações, é o contato permanente com os grupos de apoio e o alicerce espiritual. Alcoolismo e dependência química têm controle e esse controle não possui data de validade, portanto, só por hoje não vamos realizar teste algum.
           


Texto de Celso Garrefa

 Sertãozinho SP

domingo, 2 de julho de 2017

DEPENDÊNCIA: ENGANADOS PELO NOSSO CÉREBRO

Foto da Internet (Pinterest)
O desenvolvimento da dependência do álcool ou de outras drogas é um processo que se instala ao longo do tempo. A pessoa, por curiosidade, influência do grupo ou por razões diversificadas  tem o seu primeiro contato com essas substâncias através da experimentação. A busca contínua pela sensação do prazer faz com que ele volte a consumi-las, e assim, passa da experimentação ao uso esporádico e ocasional.

Nessa fase, nosso cérebro reconhece o prazer, mas não as consequências e começa a trabalhar como nosso inimigo, nos enganando. Iludimos, achamos que possuímos o comando e paramos no momento em que bem desejarmos, sem dificuldades.

No entanto, haverá um momento em que atravessamos a fase do uso ocasional ou esporádico e desenvolvemos a dependência. Não é possível identificarmos a linha que separa essas etapas e, mesmo dominado pelo vício, nosso cérebro, mas uma vez, trabalha como nosso inimigo e continua nos enganando, transmitido a mensagem de que ainda possuímos o controle.

Grande engano. Fomos vítimas de nossas escolhas, traídos pelo nosso cérebro e estamos presos nas armadilhas do alcoolismo ou da dependência química. Como fazer, se toda a nossa vida é comandada pelo nosso cérebro? 

Já com a dependência instalada nosso cérebro não dá trégua e continua nos enganando e assim, seguimos negando o problema, não aceitando nossas dificuldades, diminuindo o tamanho do desafio, sem perceber que estamos em queda livre. Como saímos dessa enrascada?  

Só há um caminho. Colocarmos nosso cérebro em guerra com ele mesmo. Mesmo com a dependência instalada, ainda resta um espaço reservado nele que podemos chamá-lo de consciência, no entanto, numa dependência ela é minoria absoluta e terá que lutar contra um gigante que nos domina.

Primeiro, precisamos despertar o último resquício de consciência e colocá-la em ação. Como ela está em terrível desvantagem, necessitamos fortalecê-la, caso contrário é derrota certa. Para fortalecê-la vamos precisar de toda a ajuda possível. Quanto mais fortalecermos a nossa consciência, maiores as possibilidades de vitória. Para fortalecê-la vamos precisar dos grupos de apoio e de orientação, de muita espiritualidade e de tratamento.

Não existem outros caminhos. Ou fortalecemos a fragilizada consciência para lutar contra um poderoso que insiste nos ludibriar ou cada vez mais nos enganamos, afundamos, adoecemos e sofremos. Vamos à luta, enquanto ainda é tempo, pois sábio é aquele que dá valor ao que tem antes de perder. 


Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP

sábado, 8 de abril de 2017

PREVENÇÃO: FAMÍLIA, ESCOLA E IGREJA

          “Eduquem os meninos e não será preciso castigar os homens”. Essa frase citada por Pitágoras, há aproximadamente 500 anos antes de Cristo, continua tão atual e verdadeira que parece dita ontem. Naquela época, Pitágoras já tinha razão. Se não investirmos, hoje, em nossas crianças, como podemos esperar que no futuro se tornem pessoas de bem?

 Não dá para falarmos em formação e educação dos pequeninos, sem abordarmos sobre três instituições que são os pilares nessa construção: a família, a escola e a igreja.

Dentre elas, a família é a primeira referência na vida das crianças. Os pais devem assumir suas responsabilidades enquanto pais, agindo ativamente na educação dos filhos, sem transferir responsabilidades. Infelizmente, o mundo moderno tem prejudicado os contatos familiares. Como já citei em outros textos, estamos assistindo, em nossos dias, uma formação familiar trágica, que chamamos de família de desconhecidos, isto é, pessoas que vivem na mesma casa e nada mais. Cada um em seu canto, assistindo a sua tevê, usando seu celular ou absorvidos pelas redes sociais. Não sobra tempo para as interações familiares.

Outras famílias são tão ausentes ou permissivas que transformam seus filhos em crianças órfãs de pais vivos, ou seja, não assumem as responsabilidades que são suas e deixam os pequenos a mercê de si mesmos. Não tomam atitude alguma diante dos comportamentos inadequados dos filhos, são permissivos, facilitadores e tentam compensar a sua passividade com presentes e brinquedos.

            O outro pilar e, não menos importante, são nossas unidades escolares. É óbvio que educar é missão dos pais, mas a escola não deve colocar-se a margem disso, limitando seu papel em ensinar seus alunos, pelo contrário, também é dever da escola atuar ativamente na construção do sujeito, complementando aquilo que é dever da família começar em casa. Sabemos que muitas de nossas crianças chegam nas salas de aula sem noção alguma de regras ou limites e a escola é a segunda chance de inserirmos essas princípios na vida dos pequenos.

            O terceiro pilar são as igrejas, independente de suas denominações. Cabe aos pais introduzir seus filhos nos ensinamentos religiosos e é missão das igrejas cativá-los com a essência do Ser Superior. Tenho contato com várias comunidades terapêuticas e já ouvi muito dependente químico confessar que seu maior problema não eram as drogas, mas a falta de Deus em sua existência. As drogas, uma consequência.

            A ausência ou a falha destas instituições na educação da criança poderá acarretar prejuízos a sua formação. Isso nos sinaliza sobre a importância que cada um delas exerce na construção do sujeito. Sem referências educativas, restam, aos meninos, a rua e sem um norte que os guiem, se tornam adultos e se falharem, não têm perdão: julgamos, condenamos e punimos.



Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente 
de Sertãozinho SP

sábado, 13 de agosto de 2016

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

Em um dos nossos textos sobre a problemática das drogas citamos que a dependência química não tem cura, apenas controle, e um dos comentários que recebemos discordou dessa colocação, argumentando que existe sim cura através da espiritualidade. De acordo com o comentário postado, Deus possui o poder de curá-la.
Não tenho dúvidas sobre o poder de Deus. A espiritualidade é o alicerce na manutenção da sobriedade, mas ainda assim, continuo acreditando que Deus não cura a dependência química, mas somente a controla. Também creio que Ele possui o poder de curá-la, mas não o faz com o propósito de nos mantermos conectados a Ele.
Todo aquele que se sentir curado pela força do Poder Superior e se afastar Dele caminha a passos largos rumo a recaída e ao retrocesso. Com isso, acredito que Deus, sabiamente, não proporciona a cura, exatamente para não nos afastarmos da Sua presença.
O terceiro passo dos Alcoólicos e Narcóticos Anônimos nos sugere entregarmos nossa vontade às vontades do Ser Superior.
Mas é preciso cuidado para não cairmos na acomodação. Entregar-nos à vontade Divida não significa nos acomodarmos e achar que tudo está resolvido. É preciso fazer, também, a parte que nos cabe, sendo membros ativos na religião de nossa escolha, participando dos grupos de apoio, aderindo aos tratamentos propostos, corrigindo continuamente os comportamentos inadequados e os defeitos de caráter, na busca contínua para melhorarmos a cada dia.
É importante compreendermos que Deus age segundo o Seu propósito e não o nosso. Deus age de acordo com o Seu tempo e não o nosso. Muitas vezes o propósito divino vai além de nos fazermos parar de consumir as drogas ou o álcool. Ele não cura, Ele controla para não nos afastarmos de Sua presença. Ele precisa de nós e devemos deixar o nosso sim ao Ser Superior, transformando-nos em resgatadores de outras vidas que ainda vivem mergulhadas nas trevas da dependência química ou alcoólica.
Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP

domingo, 17 de maio de 2015

CULPA E PERDÃO

    
Certa vez, convidados pela Fundação Casa, participamos de uma reunião com pais e mães dos internos. Quando falávamos sobre o sentimento de culpa, uma das mães nos relatou que se sentia culpada por seu filho adolescente estar internado naquela instituição. Segundo ela, quando ele era pequeno, ela bebia muito, usava drogas, vivia em casas de prostituição, não cuidava dele, etc.
                                    
      É inegável que os comportamentos desajustados dos pais exercem influências negativas na formação dos filhos. Crianças normalmente aprendem aquilo que vivenciam e os maus exemplos exercem influências negativas, no entanto, não nos cabe julgá-la ou condená-la por suas falhas no passado. Provavelmente ela também teve uma infância prejudicada e apenas reproduziu um ciclo de problemas. Precisamos ajudá-la a quebrar esse ciclo negativo, apresentando-lhe a possibilidade de um futuro diferente, sem permitir que a culpa a engesse no passado.

   Toda vez que nos julgamos culpados por algo, o primeiro passo para descarregarmos esse peso começa no reconhecimento das nossas falhas e, consequentemente, na busca do perdão em todos os níveis. Devemos buscar e aceitar, em primeiro lugar, o perdão Divino. Devemos também pedir perdão para aquele que sentimos havê-lo prejudicado e, finalmente, precisamos do perdão mais difícil, que é nos perdoarmos, com sinceridade. Só assim estaremos libertos para começar as mudanças necessárias.

     Não há como modificarmos aquilo que passou, mas é plenamente possível trabalharmos para um futuro diferente e melhor. O passado deve servir de lição, mas não podemos ficar presos a ele e para isso precisamos nos libertar do sentimento de culpa que nos corrói e paralisa e nos comprometermos com as mudanças necessárias para a construção de uma nova vida.

     Neste novo momento a culpa deve ceder espaço para a responsabilidade e isso exige de nós o compromisso com a busca da transformação e da mudança, pois de nada adianta reconhecermos um erro, buscarmos o perdão e continuarmos apresentando os mesmos comportamentos desajustados, repetindo as mesmas falhas do passado. Isso se chama enganação.

        Assumir o compromisso com as mudanças não é um processo fácil e por isso não devemos fazê-lo sozinhos. Um grupo de apoio e orientação, como o Programa Amor-Exigente, ajuda-nos a enfrentarmos esse desafio sem críticas, sem condenações e com um apoio seletivo e orientado, que somados a uma espiritualidade fortalecida, aproxima-nos de Deus e nos conduz ao caminho da transformação para uma vida nova e plena. 

                       

Texto de Celso Garrefa
                        
Programa Amor-Exigente 
Sertãozinho SP

domingo, 21 de setembro de 2014

CADA VEZ MELHOR


Há alguns anos nossas reuniões de grupo eram realizadas em uma escola centenária localizada no centro da nossa cidade. Ao adentrarmos o portão principal daquela unidade escolar, virando para a direita, visualizávamos um frondoso pé de ipê roxo. Era uma quinta-feira, dia em que realizávamos nossos encontros e, especialmente naquele dia, a árvore estava completamente florida. Cheguei um pouco mais cedo, sentei em um banco no pátio e comecei a observar os comportamentos e os comentários espontâneos de cada um, na medida em que chegavam para a reunião. 

Haviam pessoas que ao observarem a árvore florida, com o chão arroxeado pelas flores do ipê espalhadas em seu entorno, encantavam-se com a beleza produzida pela árvore - Nossa, que coisa mais linda! Outras, porém, diante da mesma cena, conseguiam enxergar apenas a sujeira que a árvore fazia ao despejar suas belas flores pelo chão. 


Colocando-nos diante da cena acima descrita, como reagiríamos? Enxergaríamos a beleza das flores espalhadas pelo chão ou reclamaríamos da sujeira que a árvore produz?  


As famílias, ao procurarem por um grupo de apoio, como os realizados pelo Programa Amor-Exigente, em geral, chegam trazendo um sofrimento profundo, carregadas de dúvidas e incertezas. Fortemente afetadas pelo sentimento de culpa, chegam desesperançadas e adoecidas. É comum, diante do grande desafio que estão enfrentando, não conseguirem enxergar nada além do próprio problema. Não conseguem visualizar uma solução capaz de reestabeleceu a alegria de viver. Por maior que seja o colorido das flores, só conseguem enxergar cores acinzentadas e escuras. 


O primeiro desafio do programa é devolver aos familiares a esperança de que tudo pode mudar e o primeiro passo é ajudá-los a pensar positivo. Quando a família recupera a esperança perdida e enxerga a possibilidade da mudança, ela sai do impacto paralisante gerado pelo problema e começa a agir. Começa a ver seu problema, não apenas como dor e sofrimento, mas também como possibilidades de crescimentos, aprendizados e de engrandecimento da própria vida.  


Pensar positivo e acreditar significa fortalecer e alimentar a nossa fé. Em Mateus 7:7-8 podemos ler: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á”. Portando, quando respondemos que vamos cada vez melhor, sempre que nos perguntam "como vai você", não devemos fazê-lo apenas da boca pra fora, mas sim com entusiasmo e com a fé de que quando acreditamos, o Ser Superior manifesta e passamos a colher os resultados que buscamos. Deixamos de murmurar pela sujeira produzida pela árvore para nos encantar e nos alegrar com a beleza de suas flores.   


Texto de Celso Garrefa

Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...