terça-feira, 21 de agosto de 2018

DEPENDÊNCIA - INTERNAÇÃO: QUANDO? ONDE?

(Imagem da internet)

A ansiedade em solucionar rapidamente o problema leva muitos familiares a buscarem uma internação para o dependente em clínicas ou comunidades terapêuticas, mas será essa a medida mais adequada? E que cuidados devemos tomar antes de optar pela internação?

Clínicas e Comunidades Terapêuticas se alastram pelo país, oferecendo tratamento para dependentes do álcool e de outras drogas e cresce, na mesma proporção, notícias de irregularidades e problemas relacionados a essas instituições. Que cuidados devem ser tomados antes de encaminhá-lo a esses locais?

Inicialmente, devemos compreender que não são todos os casos de dependência que necessitam de internação. Existem outras formas de intervenção que podem ser buscados como, por exemplo, os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), os grupos de apoio, os profissionais especializados em dependência química. A busca por uma internação deve ser tomada após contato com pessoas e profissionais experientes no assunto, e não pelo desespero ou por indicação de leigos.

Após o entendimento de que a internação é de fato necessária, devemos tomar os cuidados para escolher um local adequado, que ofereça boas condições de tratamento. Caso o dependente compartilhe com o mesmo desejo da família, as comunidades terapêuticas são uma boa opção. Nesse caso é importante procurar saber sobre os métodos utilizados no tratamento e também conversar com pessoas que se trataram na instituição com a finalidade de buscar referências. Também é fundamental verificar se ela possui registro na FEBRACT (Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas).

Quando o dependente perde o domínio sobre si mesmo, mas não reconhece que precisa de ajuda, a família poderá optar pela internação involuntária, uma modalidade de tratamento realizado mesmo contra a vontade do adicto. Nesse caso as clínicas são as indicadas, tendo em vista que as comunidades terapêuticas não trabalham com esse perfil. Cuidados também são necessários. Conhecer o local, conversar com quem já se tratou na instituição e prestar atenção aos valores. O dependente deverá ser encaminhado para um tratamento, e não para clínicas que mais parecem hotéis cinco estrelas, onde ele apenas tira férias.

Seja qual for a medida a ser adotada é preciso cautela para não agir no impulso. Nada de sair no meio da noite procurando local para enfiar o dependente. As piores besteiras que fazemos na vida acontecem nos momentos de desespero, portanto é preciso calma, equilíbrio e busca de informações e orientações adequadas, pois uma internação realizada fora do contexto ou em locais inidôneos, além de não produzir resultados satisfatórios, podem acarretar outros danos.

Por fim, não podemos esquecer que a atenção aos familiares faz parte do tratamento. Instituições sérias sabem disso e também trabalham a família, cobrando, inclusive, a participação dela em grupos de apoio e orientação, como os oferecidos pelo Programa Amor-Exigente.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

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