domingo, 6 de outubro de 2013

COOPERAÇÃO E INTERDEPENDÊNCIA

       
          O Programa Amor-Exigente utiliza uma interessante definição de família, quando cita que “Família é um grupo de pessoas que cooperam entre si.” Nessa concepção, a casa pertence a todos e todos devem ser membros cooperadores do bem estar familiar, entretanto, na contramão dessa ideia, cada vez mais os filhos são poupados de assumir quaisquer responsabilidades na casa. Como principezinhos ou reizinhos são servidos o tempo todo sem em nada retribuir. 

       Poupados de assumir quaisquer atividades no lar, deitam-se no sofá, onde determinam ordens que são atendidas prontamente: mãe, traz uma água; mãe, faz um suco; mãe, prepara um lanche; mãe, pega o biscoito; mãe, guarda os meus materiais. No final do dia ela está arrebentada, enquanto eles continuam ditando ordens.

Equivocam-se aqueles que acreditam que servindo sempre os filhos, contribuímos para a  favorecimento da empatia ou que eles reconhecerão nossos esforços. Pelo contrário, sem cooperação, a relação familiar passa a ser caracterizada pela frieza nos relacionamentos. 

            Outro fator que contribui significativamente para o afastamento e isolamento familiar são os recursos tecnológicos. Cada um com seu aparelho, em seu mundo, no seu canto  e assim, o contato e o diálogo estão cada vez mais prejudicados. Os filhos vivem com fones nos ouvidos e os pais ocupados com suas redes sociais só se dirigem a eles para reclamar e dar broncas. 

            O 10º princípio do Programa Amor-Exigente cita que “A essência da família repousa na cooperação e não só na convivência”. Precisamos fazer da nossa casa um lar, onde todos devem se responsabilizar pelo bem estar de todos, cooperando entre si, caso contrário, nossa casa deixa de ser um lar para se transformar num amontoado de pessoas que vivem no mesmo espaço e nada mais.

          Também precisarmos nos atentar que o verdadeiro sentido da cooperação vai além de fazer algo para o outro ou esperar que o outro nos faça algo. A essência da cooperação está em realizarmos atividades juntos, visando o bem de todos. Enquanto a mãe lava as louças, a filha as enxugam, enquanto o pai lava o carro, o filho auxilia no enxágue, entretanto, para que haja aprendizados e fortalecimento dos vínculos afetivos, precisamos aproveitar esses momentos. 

         Caso os filhos percebam que durante a realização das tarefas os pais só reclamam, resmungam, estão mal humorados, despejando broncas, tendem a se afastar. Para conquistá-los é preciso aproveitar esses momentos e fazer as atividades de forma prazerosa, aproveitando para desenvolver um diálogo agradável, trocar contatos, mostrar interesse por eles, conquistá-los. 

Não é enchendo os filhos de presentes, viagens, festas, mesadas fartas e nem os poupando de assumir responsabilidades no grupo familiar que conquistaremos o respeito, a preocupação e o interesse deles. Vínculos afetivos se constroem através de um relacionamento sadio e a cooperação possui um papel fundamental nessa tarefa, possibilitando uma relação de interdependência entre os seus membros, onde o bem estar de todos está diretamente ligado aos esforços de cada um.

                       

Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente de 
Sertãozinho SP

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