Essa negação do problema acontece de forma inconsciente e possui o
objetivo de protegê-los de uma realidade dolorosa, na qual eles não desejam e não sabem como
lidar. Mas não tem jeito, abandonar a negação é necessário e urgente.
Esse não é um momento fácil, tendo em vista que a aceitação dos fatos
aos quais recusam enxergar causa sofrimentos profundos e angustiantes. Para os pais, reconhecer o problema é como receber um choque paralisante, como se nada mais na vida fizesse sentido.
Encarar as verdades, que de maneira inconscientes relutavam para aceitar, é como viver um luto, mas não tem jeito, a família precisa o mais
breve possível despertar do transe provocado pela aceitação da realidade e começar a se mover.
Para tanto, precisam abandonar a ideia de que sozinhos iram solucionar
um problema de alta complexidade e buscar ajuda, não apenas para o filho, mas
também para toda a família, que adoece tanto quanto ou até mais que o próprio
dependente.
Precisam abandonar o sentimento de culpa, parar de justificar os fatos e
enxergá-los na medida certa, sem minimizá-los, nem os maximizar. Tratar da
codependência e trabalhar o desligamento emocional, ou seja, ampliar os seus
recursos para preservar uma mente sã e equilibrada, independente dos
comportamentos insanos do outro.
Encarar a realidade dos fatos é sem dúvidas o primeiro passo para a
busca da solução do problema. Isso é desafiador, mas a família não precisa enfrentar isso
sozinha. Podem contar sempre com a ajuda dos grupos de apoio do Programa
Amor-Exigente para enxergar, com clareza, que um desafio nunca chega sem estar
carregado de oportunidades.
Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP