sábado, 12 de maio de 2018

DIA DAS MÃES: APENAS UM POUCO DE PAZ

(Foto extraída da internet)
Ser mãe é colocar-se em segundo plano, é perdoar quantas vezes for preciso, aconselhar sem perder a fé. Mães não desistem, viram feras, enfrentam batalhões e de todos os amores, talvez não exista superior ao seu. O que desejam em troca? Nada. Quem sabe apenas um pouco de paz.

Nem sempre encontram. Nesta semana, as vésperas do dia das mães, atendi a Dona Maria, cujo olhar perdido buscava no vazio entender os motivos pelo qual a filha colocou veneno no alimento e lhe serviu. E o que dizer da Dona Joana, com marcas roxas provocadas pela fúria do filho adolescente, ou da Dona Cida, que acabara de comprar uma tevê nova com prestações a perder de vista e viu o filho dependente trocá-la por algumas pedras de crack antes da primeira mensalidade.

Como esquecer a Dona Sebastiana, morando sozinha com o filho dependente químico em uma pequena casa, composta apenas de paredes e teto. Todos os móveis, a porta do quarto e até o vaso sanitário trocados por drogas. Ou da Dona Ana que passa noites em claro a espera do filho e no dia seguinte às seis da manhã já está de pé para trabalhar. E o desespero da Dona Marta que já internou o filho alcoólatra por quinze vezes e ele sempre volta ao uso. E a tristeza da Dona Cleide por saber que a filha vive sem rumo pelas ruas da cidade, se prostituindo em troca de algumas carreirinhas.

Os nomes citados são fictícios, mas as histórias são reais. Apenas uma gota dos tantos e tantos dramas da vida real. Filhos que transformam a vida da mãe em um verdadeiro inferno. Filhos que na rua tratam todos muito bem, mas dentro de casa parecem monstros.


Neste dia das mães, essas guerreiras não querem presentes, nem abraços falsos. Não querem pedidos de desculpas que daqui a um, dois dias serão esquecidos, nem promessas de mudanças que nunca são colocadas em prática. O presente que desejam não custa dinheiro, nem se compra em lojas. O que essas e tantas outras Marias, Joanas, Cidas, Sebastianas, Anas, Martas, desejam é tão somente um pouco de paz. A cada uma meu caloroso abraço. Que Deus as iluminem.


Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP


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