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Todo
comportamento inadequado apresentado pelas crianças deve ser corrigido e cabe
aos pais, como responsáveis pelos filhos, nortear suas condutas, exercendo sua
autoridade, sem abuso. Muitas vezes o uso do diálogo é o suficiente, no entanto, existem certas ocasiões em que somente na base da conversa não surte efeito. É hora da
ação.
É nesse momento que muitos adotam os castigos. A palavra
castigo, por vezes, soa pesado. Parece que cometeram um crime e por isso, devem
ser castigados, mas essa atitude é uma forma deles assimilarem que tudo aquilo
que fazem de errado, resulta, como consequência, em uma perda e quando
utilizado de forma adequada, pode ser sim uma ferramenta importante na educação dos
pequenos.
No entanto, essa prática deve possuir um objetivo claro
de educar. O castigo educativo é aquele que levam as crianças à reflexão, a
repensar as suas falhas, a corrigir os seus erros e isso não se consegue com
abuso da autoridade, com castigos físicos ou humilhantes.
Não
há nada mais grotesco e arcaico que o uso da violência na educação das crianças. Esse
tipo de castigo não tem nada a ver com educação. É apenas uma demonstração do
desequilíbrio emocional de quem a pratica e ou a falta de recursos para educar.
A essa carência costumo chamar de analfabetismo educacional, ou seja, pessoas
que só possuem, como recurso educativo, a prática de atos agressivos. Como
justificativa, alegam que também apanharam quando criança.
Por
outro lado, os pequenos devem conhecer a força da autoridade dos pais, sem
necessariamente, precisar agredi-los. Eles devem saber quem está no comando e
que não são eles. Tem hora que não basta mandar tomar banho, é preciso pegá-los
firme pelos braços, falar grosso e levá-los ao banheiro.
Ao
utilizarmos o recurso do castigo, não devemos fazê-lo porque estamos nervosos,
zangados ou estressados. O castigo educativo é aquele que atuamos sem perder o
nosso controle e o fazemos por amor e com objetivo claro de nortear uma conduta.
Ele deve ser criativo, breve, não violento e, de preferência, estar associado à
prática da atitude que desaprovamos. Além disso, as crianças devem saber o porquê
estão recebendo uma punição.
Uma tarde sem tevê, algumas horas sem internet, um
período sem vídeo game, a perda de um passeio, uns minutos sentados para repensar
as atitudes, um pedido de desculpas são mais eficientes que simplesmente
provocar dor.
Cobrar
para que eles limpem aquilo que sujaram ou exigir que guardem o que eles
espalharam são exemplos de atitudes que não causam danos ou prejuízos a sua
formação, e quase sempre é suficiente para perceberem o porquê do castigo e a
refletirem sobre o que fizeram.
O
castigo, quando provoca dor ou é humilhante, gera revolta, mas quando ele é estabelecido
de forma equilibrada e coerente, acompanhado de uma boa conversa sobre o
assunto é um recurso poderoso na construção de uma educação assertiva e
funcional.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
- SP