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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

TOMA QUE O FILHO É TEU

Em se tratando da educação dos filhos, ambos os pais são responsáveis e devem se alinhar para falar a mesma língua, criar parceria e não divisão ou disputa. 

Essa não é uma tarefa fácil, considerando a personalidade e as individualidades de cada um. É comum casais possuírem comportamentos opostos. Enquanto um é mais exigente, o outro é permissivo, enquanto um é firme no posicionamento, o outro é facilitador. Enquanto um tenta estabelecer regras, o outro vive quebrando-as. É preciso buscar um ponto de equilíbrio e para isso é imprescindível que o casal aprenda a dialogar.

Na busca da unidade ambos devem apresentar o seu ponto de vista e também precisam ceder em alguns pontos. É desastroso para a educação dos filhos quando os pais não se entendem. A cada vez que um dos lados toma determinada decisão ou atitude e o outro as quebra fragiliza a autoridade do companheiro e os filhos buscam pelo facilitador. 

Também é importante que os dois se posicionem, sem aquela velha frase de mãe: "Você vai ver hora que seu pai chegar". Ou do pai: "Vê lá com sua mãe". 

Essa tarefa torna-se ainda mais desafiadora quando os pais são separados. É importante que ambos compreendam que quem separam são os pais. Os filhos continuam sendo seus filhos e visando o bem deles, e não havendo razões concretas para um impedimento, é fundamental que facilitem o contato com a outra parte. 

É cruel com os filhos envolvê-los nos desafetos entre os pais. Usá-los como forma de vingança não pune apenas o lado contrário. Pune, com intensidade maior, os próprios filhos. 

E antes que me cobrem, não dá para deixar de citar uma realidade muito presente em muitas famílias, que é o abandono de muitos pais, cuja participação não vai além do ato sexual e desaparece, deixando toda a responsabilidade para a mãe. Quando muito, uma minguada pensão, como se isso bastasse. A esses me recuso chamá-los de pai, ou de mãe, se for ela quem abandona o barco.

Por fim, filhos bonzinhos é gostoso e enche-nos de orgulho em chamarmos de nossos, mas se os filhos são problema, continuam sendo nossos e de nossa responsabilidade. Quando não deu certo precisamos nos unir ainda mais na busca de soluções, sem se omitir e sem adotar o discurso do "toma que o filho é teu". 


Celso Garrefa
Sertãozinho SP








domingo, 21 de novembro de 2021

NÃO PRECISAMOS LEVAR VANTAGEM EM TUDO, CERTO?

(Imagem da internet)
Muitos ainda se lembram de uma propaganda de cigarros dos anos 70, onde um famoso jogador da época citava uma frase que ficou marcada ao longo do tempo. Dizia ele, com um cigarro entre os dedos, respondendo o porquê da escolha da marca: “Gosto de levar vantagem em tudo, certo?”

A propaganda é antiga, mas a ideia de levar vantagem em tudo, do querer se dar bem, de aproveitar de situações para se autopromover continua muito presente nos dias atuais.

Exemplos não nos faltam: desde oferecer dinheiro ao comprador para levar vantagem sobre o concorrente, ou bajular o político em troca de cargos, mentir para conquistar algum benefício, falsificar documentos para atingir algum objetivo, empurrar o lixo para o lado do vizinho, estrondar o som, sem se preocupar com o outro, fazer caridade apenas para se exibir nas redes sociais, aproximar de grupos com objetivo exclusivo de se alavancar politicamente, etc.

O décimo primeiro princípio ético do Programa Amor-Exigente nos faz refletir sobre isso e sobre a nossa atuação nos grupos em que atuamos: “Não usar os grupos em que você está inserido para obter vantagens individuais de qualquer natureza”. Dessa forma, não devemos fazer uso do nosso grupo visando adquirir quaisquer vantagens como, por exemplo, captar clientes para nossa clínica, oferecer serviços, vender produtos, arranjar internos para nossa comunidade terapêutica, etc.

Se não há nada de ético no querer levar vantagem sobre o outro, o que dizer então de pessoas que se aproveitam do sofrimento alheio para tirar proveito, feitos urubus à espreita? Nos grupos de Amor-Exigente não podemos permitir tais atitudes. Aqueles que ainda preservam em si a famosa lei do “levar vantagem em tudo” não está preparado e ainda não possui perfil para voluntário deste programa. Certo?


Celso Garrefa

Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP

domingo, 24 de outubro de 2021

PROMOVER A ESPIRITUALIDADE (10° Princ. Ético do Amor-Exigente)

A espiritualidade exerce um papel fundamental no contexto familiar e por isso devemos sempre promovê-la entre os nossos, plantando na base de formação dos nossos filhos, a essência do Ser Superior.

Não é responsável esperar que os filhos cresçam e façam suas próprias escolhas. Cabe a nós, como seus responsáveis, introduzi-los nos ensinamentos religiosos que acreditamos e que nos identificamos.

Para tanto,  a nossa espiritualidade não deve ser vivida apenas no momento em que estamos no espaço religioso, mas uma tarefa de todos os dias. Vale pouco frequentar assiduamente a nossa igreja ou templo, mas fora dele sermos estúpidos ou arrogantes. Nada vale falar em espiritualidade, viver com a bíblia nas mãos, mas não ser capaz de respeitar aqueles que convivem conosco, ou o nosso próximo.

Não é nada produtivo frequentar a religião de nossa identificação, mas dentro de casa não adotarmos os princípios religiosos aprendidos. Espiritualidade é a prática do que aprendemos, é viver em função do bem, do respeito, da cordialidade. É ser gentil, colocar-se a disposição, saber perdoar, aprender o valor da palavra amar.  

Futuramente os filhos crescem, fazem suas próprias escolhas, mas uma base espiritual sólida pode fazer toda a diferença na sua formação como pessoa.  O que plantamos na infância pode valer por toda uma vida. Se a essência do Ser Superior foi plantada, mesmo que em algum momento alguns dos nossos desviem do caminho, essa base espiritual será determinante na retomada dos rumos.

Alguns podem até não seguir a religião que transmitimos ou optar por outra que ele melhor se identifique, trazendo para dentro de casa uma diversidade religiosa. Em relação a isso, podemos continuar promovendo a espiritualidade no lar, convivendo com as diferenças, respeitando a crença de cada um, conscientes de que respeitar a crença do outro é um dos maiores exemplos de espiritualidade elevada.


Celso Garrefa

Sertãozinho SP

sábado, 2 de maio de 2020

LIVES MOVIDAS A ÁLCOOL - UM DESSERVIÇO À COMUNIDADE

(Imagem da internet)
Neste momento de pandemia, em que a recomendação das autoridades de saúde é de isolamento, as lives se tornaram um meio de interação entre as pessoas. Essa prática foi adotada por vários artistas com o objetivo de arrecadar recursos para apoiar no enfrentamento da doença. Isso é fantástico, no entanto, uma parcela deles tem prestado mais um desserviço que um benefício à comunidade.

É de se lamentar assistir alguns cantores realizarem suas lives regados ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, em estado deplorável de embriaguez. O sucesso que estes artistas alcançaram faz deles influenciadores em potencial, acompanhados de perto inclusive por crianças e adolescentes que curtem imitar seus ídolos.

É óbvio que a prevenção à Covid-19 no momento é a nossa maior preocupação, mas não podemos nos esquecer da desgraça que o consumo abusivo do álcool produz em nossas famílias. Os números são alarmantes. Segundo diversas pesquisas, inclusive da OMS, aproximadamente 11% da população mundial enfrentam problemas relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas.  

Será que esses cantores desconhecem os dramas vivenciados por tantas famílias? Provavelmente nunca enxergaram (ou não querem enxergar) o pavor estampado no rosto de uma criança ao ver o pai alcoolista retornar violento para casa. Ou da esposa, cujo companheiro derrete todo seu mísero salário nos botecos. Ou mesmo do próprio doente do alcoolismo que revira os lixos da cidade para juntar algum material para reciclagem, com o único objetivo de consumir sua cachaça. Ou ainda da mãe alcoolista, cujos filhos vivem em estado de total abandono.

Enquanto isso os senhores banalizam o consumo dessas substâncias durante suas lives. Cuidado, o alcoolismo não é uma escolha, mas uma doença que se desenvolve ao longo do tempo e ela é totalmente democrática, não faz distinção alguma entre ricos ou pobres, anônimos ou famosos.

Consciência, meus queridos. De nada vale tentar combater um mal causando outro ainda mais danoso e perigoso. Se não for para fazer direito, não façam, por favor, para o bem de nossas famílias.

Texto de Celso Garrefa
Assoc. Amor-Exigente de Sertãozinho SP

sábado, 28 de setembro de 2019

PROBLEMAS INCOMPATÍVEIS COM NOSSA PROPOSTA DE VIDA


(Imagem da Internet)
O nono princípio ético do Programa Amor-Exigente cita que devemos partilhar no grupo familiar eventuais problemas incompatíveis com a nossa proposta de vida. Para vivenciarmos este princípio na prática diária, em primeiro lugar, devemos agregar a família, pois não dá para partilharmos nada em uma família cujos membros não se relacionam, onde cada um vive a seu modo, em seu canto.

Outro fator que devemos nos atentar é sobre nossa proposta de vida. Como podemos corrigir problemas se não temos uma proposta? Para isso é importante identificarmos com clareza quais são nossos princípios de vida e quais são os valores que estamos dispostos a solidificar nas relações familiares. Nessa preparação, mais uma vez, faz-se fundamental as partilhas do grupo, visando a construção de uma proposta sadia, equilibrada e coerente.

Com uma proposta de vida bem definida, torna-se fácil identificarmos quaisquer problemas não compatíveis com elas, e assim, podemos agir rapidamente, com serenidade, clareza e posicionamento firme, visando sua correção. Não podemos cair na ilusão de que as coisas mudem sem que nada façamos. Como muito bem cita o Programa Amor-Exigente: nada muda se você não mudar.

Um posicionamento firme é fundamental para estabelecermos os limites aceitáveis na relação familiar - Não, isso eu não aceito. Com isso, eu não concordo. Isso eu não admito. Para tanto, atitudes são necessárias. De nada adianta ter claro uma proposta se nos calamos quando assistimos comportamentos incompatíveis com ela.

O medo de criar conflitos é um desastre para solidificarmos nossa proposta de vida. Não devemos fazer dos conflitos uma guerra, mas não podemos temê-los. Uma família feliz e funcional não é uma família sem conflitos, mas sim aquela que sabe administrá-los.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 25 de agosto de 2019

COOPERAÇÃO - PRINCÍPIO ÉTICO FAMILIAR

(Imagem extraída da internet)
 Para vivenciarmos o oitavo princípio ético do Amor-Exigente devemos responder a três questões: O que eu posso fazer por você? O que você pode fazer por mim? O que podemos fazer juntos?

A primeira questão nos convida a um olhar sobre nós mesmos para identificarmos como podemos nos envolver, colocando-nos a disposição para apoiar, auxiliar e agir visando o bem do outro. Essa atitude é uma demonstração do quanto nos preocupamos com aqueles que convivem conosco, pois sem isso, tornamo-nos pessoas egoístas e autoritárias, que ditam ordens, cobram, mas nada fazem.

Mas precisamos de cuidado para não nos transformarmos em meros serviçais do outro. Existem coisas que não precisamos fazer, pois eles possuem plenas condições de realizar por si mesmos. Quando carregamos o material escolar dos filhos ou passamos o dia recolhendo tudo o que eles espalham pela casa, enquanto eles vivem espichados no sofá, não estamos cooperando com eles, pelo contrário, além de sofrermos com uma sobrecarga, ainda tiramos deles a oportunidade de crescimento, de independência e de se tornarem futuramente pessoas responsáveis.

A segunda questão nos leva a refletir sobre a aceitação da ideia de também sermos servidos pelo outro. Muitas de nós gostamos de servir, sem aceitar do outro nada em troca.  Dessa forma não valorizamos suas capacidades e menosprezamos a importância do servir como um valor ético. Quando apenas um lado serve, enquanto o outro somente recebe, o relacionamento torna-se frio. 

A terceira questão nos leva a pensar sobre tudo aquilo que podemos fazer juntos para benefício de todos. Essa é a verdadeira essência da cooperação, no entanto, não basta fazermos juntos, precisamos aproveitar o momento para criarmos um ambiente favorável, fazendo das atividades, algo agradável, onde haja um contato sadio e de qualidade.

Os lares funcionais possuem como uma das principais características os fortes vínculos afetivos entre seus membros. A vivência desse princípio ético em sua plenitude é o combustível que alimenta e fortalece esses vínculos, contribuindo para uma convivência familiar agradável, onde a harmonia reina e o respeito mútuo prevalece. E a isso chamamos de família, ou seja, um grupo de pessoas que cooperam entre si. Sem isso, a casa não passa de um amontoado de pessoas e nada mais.


Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

quinta-feira, 25 de julho de 2019

AGIR COM RESPEITO E FRATERNIDADE NO RELACIONAMENTO COM SEUS PARENTES E AFINS

(Imagem da internet)
Cada membro da nossa família é uma pessoa única, com suas características e peculiaridades e para vivenciarmos a prática deste princípio ético é fundamental que respeitemos as diversidades.

Para isso é necessário aceitarmos as pessoas como elas são. Cada um de nós possui pensamentos, comportamentos e visão de mundo que se divergem. Cada pessoa é única, faz suas próprias escolhas e age de acordo com sua personalidade. Desde que as atitudes e os comportamentos do outro não nos prejudique, não há porque querermos que sejam diferentes do que são.

Em relação aos parentes e afins são pessoas próximas de nós, que convivem conosco e essa aproximação não nos dá o direito de sermos grosseiros, estúpidos e mal educados. Muitos tratam pessoas desconhecidas com educação e respeito, no entanto, não adotam a mesma amabilidade quando se trata de pessoas da família e isso não é um comportamento equilibrado.

Agir com respeito e fraternidade exige de nós o reconhecimento de que às vezes também precisamos ceder, aceitar que também erramos, e que não há nenhum mal em reconhecermos uma falha. Reconhecer que erramos não é sinal de fraqueza, pelo contrário, abre a possibilidade da reconciliação.

A proliferação da fofoca é um dos comportamentos que mais desagrega o grupo familiar e devemos evitá-la a todo custo. Há um dito popular que cita que a fofoca morre nos ouvidos da pessoa inteligente, então, que sejamos.

Agregar a família é um bom começo para vivenciarmos esse princípio na prática, porém, um dos grandes problemas de aproximação do grupo familiar é que essa tentativa costuma ser regada a muita bebida alcoólica e assim, ao invés de agregar, gera conflitos e não raro, um momento que seria de alegria e confraternização termina em grandes confusões.

Por fim, devemos ter clareza que respeitar e agir fraternalmente com parentes e afins não significa aceitar ser explorado ou manipulado por estes. Agir com respeito não nos obriga a sermos alvo de parentes cujo único objetivo é agir com má fé e nos sugar. Certa vez o marquês de Vauvenargues citou que “Os tipos infames surpreendem-se quando notam que um homem bom também sabe ser esperto”. Ser bom não significa ser bobo.

Texto de Celso Garrefa
AE Sertãozinho SP

domingo, 23 de junho de 2019

RELACIONAR-SE FRATERNALMENTE E COM RESPEITO (6º Princ. Ético do AE)

(Imagem extraída da internet)

         Atualmente, um dos grandes problemas da família é a falta de interação. Seus membros não se relacionam mais dentro de casa, e cada um vive do seu modo, no seu canto, absorvidos pelas suas redes sociais. Mesmo morando na mesma casa, chegam ao absurdo de se comunicarem via mensagens de celular.

            Até mesmo na hora do jantar esses aparelhos continuam ao lado dos pratos. Os filhos vivem com fones nos ouvido e a família não conversa mais. Essa realidade criou uma nova formação familiar, que costumo chamar de família de desconhecidos, ou seja, pessoas que moram na mesma casa, dormem na mesma casa, comem na mesma casa e nada mais.

            Para vivenciarmos esse princípio ético, primeiro vamos precisar criar momentos de interação na família, pois não é possível nos relacionarmos fraternalmente, se sequer interagimos. Que tal começarmos criando a regra de jantarmos sem tevês ligadas, e sem a presença dos celulares na mesa?

            Em seguida, valorizar cada momento, abandonando a estupidez, a agressividade, a apatia, e aprendermos também o valor do elogio, do diálogo agradável. Ouvir com interesse e atenção, e até nos momentos que precisarmos ser firmes, fazê-lo com educação e respeito.

            Estendendo este princípio ético para além da nossa casa, podemos adotá-lo também nos grupos em que atuamos, visando criar uma relação fraterna com cada um, respeitando as opiniões e pontos de vista do outro, mesmo que não coincidam com os nossos. Não julgar ou fazer qualquer diferença das pessoas em razão da sua religião, da sua orientação sexual ou da sua cor de pele.

            Respeitar as pessoas, independente do cargo que exercem ou da posição social que ocupam, sem bajular ou tratar com luvas de pelica aqueles que ocupam cargos ou funções superiores, nem desprezar aqueles que não tiveram melhores oportunidades na vida. Abandonar o papel de ciclista, que se curva em cima e pisa embaixo.

Vivenciando na prática este princípio valorizamos as pessoas que convivem conosco, alicerçamos as relações e esperamos a reciprocidade, que são comportamentos fundamentais para uma convivência respeitosa e harmônica. Que tenhamos coragem de desligar um pouco nossos celulares.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 20 de maio de 2019

NINGUÉM OFERECE AO OUTRO AQUILO QUE NÃO TEM (5° Princ. Ético do AE - Transmitir Valores e Princípios)

Ninguém é capaz de oferecer ao outro aquilo que não tem, portanto para transmitirmos qualquer valor ou princípio em nosso meio devemos, primeiramente, nos apoderarmos deles, vivenciando-os em nosso dia-a-dia. Isso exige de nós uma busca constante por sermos um modelo de vida, de atitude, de comportamento, capazes de servir de exemplo àqueles que desejamos influenciar positivamente.

A nossa participação e envolvimento nos diversos grupos em que atuamos dobra nossa vigilância sobre nós mesmos, exigindo de cada um de nós um cuidado redobrado. Nosso discurso deve coincidir com nossa prática diária, pois sem isso, perdemos crédito.

Nossa família, de todos os grupos que participamos, é o mais importante deles e não devemos medir esforços para transmitir nossos valores e princípios entre os nossos, sem esquecermos de que devemos valorizar mais o ser que o ter, mais a presença que os presentes, mais as pessoas que as coisas.

Para alcançarmos êxito neste objetivo é importante traçarmos metas para eliminarmos atitudes e comportamentos que podem influenciar negativamente aqueles que convivem conosco, libertando-nos da prepotência, de arrogância, da estupidez, da agressividade, da falta de empatia, da raiva, da mágoa, da tristeza, da instabilidade emocional, da culpa, do autoritarismo, etc.

Ao transmitirmos nossos valores, devemos respeitar as possibilidades de cada um, sabendo que cada pessoa é única. Devemos, ainda, compreender e aceitar as mudanças de mundo para atuarmos sem que fiquemos presos ao passado, em discursos que não se encaixam na nossa atual realidade, mas conscientes de que os verdadeiros valores de vida são imutáveis.

Ao tomarmos consciência dos nossos valores e princípios, e deles nos apoderarmos, vivenciando-os em nosso dia a dia, ganhamos crédito, respeito e autoridade para transmiti-los nos grupos em que participamos e, mais importante ainda, em nosso grupo familiar.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 20 de abril de 2019

RESPEITAR E CUMPRIR AS REGRAS DOS GRUPOS EM QUE VOCÊ VIVE E ATUA

(Imagem da internet)
(4ª PRINCÍPIO ÉTICO DO PROGRAMA AMOR-EXIGENTE)

         Qualquer instituição, sem disciplina, caminha a passos largos rumo ao fracasso, seja ela uma empresa, uma escola, ou um grupo ao qual pertencemos, e uma boa disciplina é construída através de regras claras capazes de nortear as condutas de cada membro pertencente a cada uma dessas organizações.

    O primeiro e principal grupo ao qual pertencemos é o familiar, que também é uma organização social, cujas regras precisam ser respeitadas. O primeiro passo para vivenciarmos este princípio em nossa casa é estabelecermos as regras da casa. Não tem como esperarmos respeito às regras, se elas não existem. Também é fundamental que elas sejam as mais claras possíveis, bem como devemos estabelecer quais as consequências para aqueles que insistem em não respeitá-las. 

As regras a serem construídas precisam ser pensadas, estudadas, e devem conter objetivos a serem atingidos. Certa vez uma pessoa desejando parecer moderna me confidenciou que sua casa continha apenas uma regra: é proibido proibir. Este é um exemplo de regra desastrosa, porque indica uma ausência de regras, e sem regras seus membros caminham sem rumo, cada um do seu jeito, a seu modo.

Por vezes me perguntam quais são as regras que devemos implantar em casa. Não tenho a resposta. Isso depende da peculiaridade e dos objetivos de cada família. Na nossa casa temos nossas regras e proibições: é proibido desrespeitar, é proibido ofender, é proibido gritar com o outro, é proibido consumir substâncias ilícitas, é proibido abusar do álcool, é proibido qualquer tipo de violência, etc. Na nossa casa é permitido o diálogo, é permitido o respeito, é permitido a cooperação, é permitido a afetividade, etc.

A regras a serem estabelecidas devem sempre observar o bem comum, cujo ordenamento das normas visem organizar as relações e a convivência entre seus membros, e isso começa pois aqueles que não respeitam as regras da casa, certamente não respeitarão as normas dos grupos aos quais pertencem, nem as regras de convivência em sociedade. E a vida cobra, mas não com o mesmo amor que cobram os pais. 

                  Texto de Celso Garrefa
                  Sertãozinho SP
                 

domingo, 24 de março de 2019

CONSTRUINDO UMA PROPOSTA DE VIDA FAMILIAR



“Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve“. Essa frase, citada por Lewis Carroll, no livro “Alice nos País das Maravilhas”, faz-nos refletir sobre a importância de estabelecermos uma proposta de vida para nossa família. 

O primeiro passo nessa construção começa conosco. Precisamos, em primeiro lugar, vivenciar a proposta de vida que estamos dispostos a transmitir no nosso meio familiar.  Quais são os nossos princípios de vida? Que valores vivenciamos em nosso dia-a-dia? Que condutas e atitudes adotamos visando um comportamento equilibrado e coerente? 

A proposta de vida que estamos dispostos a transmitir deve visar o bem comum, o respeito mútuo e o fortalecimento dos vínculos afetivos, que são a essência de uma família equilibrada e funcional. E como estamos falando em respeito, não dá para pensarmos uma proposta de vida familiar, sem ouvirmos e envolvemos os membros que a compõem.

Também é importante sermos fiéis, honestos e verdadeiros na vivência da nossa proposta de vida, transmitindo-a com clareza, e sem acomodação, trazendo à tona e cobrando a correção de quaisquer problemas que não condizem com nossa proposta de vida, sem camuflar a verdade e sem empurrar para debaixo do tapete questões que precisam ser debatidas.

Atitudes e comportamentos equilibrados, coerentes e responsáveis são essências na construção e transmissão da nossa proposta de vida, sem isso, não se organiza ou reorganiza uma família, e sem um norte, cada um dos seus membros vaga perdido, sem saber que rumo tomar. 

Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 17 de fevereiro de 2019

MANTER SIGILO É RESPONSABILIDADE

Segundo princípio ético do programa amor-exigente: manter sigilo em relação a identidade das pessoas
(Imagem da internet)
O segundo princípio ético do Amor-Exigente cita que devemos manter sigilo em relação a fatos e identidade das pessoas que participam do programa. 

Como não existe ética pela metade, aquilo que nos é confiado não devemos repassar nem mesmo para a pessoa que mais confiamos. Eu confio muito na minha esposa, e ela confia muito na mãe dela. A mãe dela confia muito na tia dela. A tia dela confia muito no marido e assim por diante. É confiando no outro, que quebrados o sigilo e matamos a ética.

Em relação aos problemas familiares, não devemos escondê-los ou camuflá-los, sob o risco de perpetuá-los, mas é importante expô-los nos locais certos, com pessoas capazes de oferecer um auxílio, um apoio, uma orientação, sem tornar público e escancarar nossos dramas. Isso aumenta ainda mais a responsabilidade do sigilo em relação a quem procura nossas reuniões de grupo.

Fora do ambiente familiar dialogamos com pessoas o tempo todo, seja em nosso trabalho, em nossa comunidade ou mesmo com aquelas que cruzam nosso caminho diariamente. Observem como parece existir um prazer sórdido em falar do outro, porém, quase nunca um elogio, uma qualidade, mas sim apontando seus defeitos e fazendo críticas. 

A expansão das redes sociais, somada a quantidade astronômica de celulares, com tecnologias que permitem tirar fotos, fazer filmagens e postá-las instantaneamente deixou-nos expostos e sujeitos a virar notícia ou “memes”, mesmo sem a nossa autorização. Basta um acidente ou incidente para aparecer uma multidão mais preocupada em registrar os fatos e torná-lo público a nos prestar socorro.

Que direito possuímos em expor o outro em redes sociais, no momento mais complicado da sua vida? Que prazer é esse de tornar público a condição alheia, sem ao menos pedir sua autorização, sem consultá-lo? O que ganhamos em compartilhar o drama alheio, sem ao menos consultar a fonte? 

Que necessidade é essa de aparecer o tempo todo, mostrando o problema do outro, apenas com o objetivo de ganhar seguidores e likes? Que falta de ética profissional, pessoas que lidam com o público e usam dessa proximidade para expô-los, com objetivo claro de aparecer, se autopromover, ganhar leigos elogios? Que indecência! Que falta de ética!

Nestes tempos modernos, em que nossa privacidade está cada vez mais exposta, devemos refletir muito sobre esse princípio, nos vigiando o tempo todo e, com muita empatia, colocar-nos no lugar do outro. Manter sigilo é uma questão de responsabilidade e de respeito à dignidade da pessoa humana.



Texto de Celso Garrefa
           Sertãozinho SP

domingo, 20 de janeiro de 2019

RESPEITAR A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

(Imagem da internet)
Respeitar a dignidade da pessoa humana é o primeiro dos doze princípios éticos do Programa Amor-Exigente e o pilar que sustenta os demais. Respeitar nossos semelhantes é tão óbvio, porém, ao observarmos as pessoas, parece-nos que existe certo prazer em falar sobre o outro, listar seus defeitos, criticar suas atitudes, julgar seus comportamentos, condenar suas ações. 

Nos grupos de Amor-Exigente esse respeito deve começar pelo sigilo em relação à identidade de quem procura pelo programa, bem como em relação aos assuntos ali compartilhados e partilhados. Tudo aquilo que é conversado na reunião não pode sair da sala.

Durante os encontros, o respeito às pessoas deve prevalecer, acolhendo-as sem julgamentos, sem criticas e sem condenações. Quem chega até nós já vivenciou tudo isso com grande intensidade, não desejam e nem precisam de mais ataques

Nas reuniões de grupos, a formação deve ser em círculo, todos sentados em cadeiras, sem mesas ou outras barreiras à frente. O objetivo dessa formação é colocar todos os participantes no mesmo nível, e em igualdade de condições. O coordenador não é o dono, mas um membro do grupo, deve partilhar em igualdade com os demais e também assumir sua meta para a semana.

As pessoas devem ser respeitadas como chegam, independente de sua religião, do seu nível social, da sua orientação sexual ou da sua condição financeira, sem bajular aqueles que possuem melhores condições e sem menosprezar os menos favorecidos. A dignidade da pessoa humana não está relacionada ao ter, mas ao ser. 

Toda correção, quando necessária, deve ser fraterna, com respeito e educação e, preferencialmente, sem expor a pessoa diante de um grupo. 

Também devemos cuidar para não sermos inconvenientes, cortando as falas das pessoas, desviando a nossa atenção, iniciando conversas paralelas, ou acessando o celular durante as partilhas. Enquanto um fala, os outros ouvem, com muita atenção e interesse. Também não devemos exagerar nos retornos das partilhas, fazendo deles quase uma nova palestra. Não deixa de ser uma forma de desrespeito tentar mostrar ao outro, o tempo todo, o quanto sabemos.

Quem procura pelo programa possui grande chance de permanecer se sentir pertencente e respeitado pelos membros do grupo, portanto, devemos fazer deste primeiro princípio ético, uma missão, abandonando o comportamento ciclista, ou seja, pisa embaixo e se curva em cima.

Celso Garrefa
Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...