sábado, 13 de maio de 2017

CULPA, DESCULPA PARA NÃO FAZER NADA


Ao falarmos sobre o sentimento de culpa costumamos relacioná-lo a fatos ocorridos no passado, onde nos autocondenamos, julgando haver cometido alguma falha, mas a culpa também pode ser projetada para o futuro, ou seja, nos culpamos antes mesmo de agir, imaginando o que poderá dar errado.

          A culpa, quando relacionada a algo passado paralisa, pois não dá para modificarmos o que já passou e quando projetada para o futuro também é paralisante, porque projetamos todo nosso foco e preocupação sobre o que poderá dar errado, que preferimos não arriscar.

Isso se aplica a todas as áreas da nossa vida, nosso trabalho, nossos estudos, nossos relacionamentos, nossos projetos. Quantas ideias grandiosas, quantos sonhos se perdem por medo de arriscarmos? Quantas esposas suportam companheiros violentos por medo de agir? Quantos pais se acomodam diante de filhos dependentes de droga por receio em tomar atitudes? Sempre a mesma justificativa: E se der errado?

Já está dando errado. Muitas vezes a culpa é apenas uma grande desculpa para a acomodação e para justificar a ausência de atitudes. E se eu endurecer e ele fugir de casa? E se eu não pagar suas drogas e ele roubar? E se eu não permitir que ele use dentro de casa e ele for preso na rua? E se eu denunciar um marido violento e ele me abandonar?

Isso é culpa por antecipação. pensamos somente o que poderá dar errado, concluindo que se isso acontecer seremos culpados. Esse medo imobiliza. Precisamos enxergar que, ao tomarmos uma atitude, a possibilidade maior é de começar a dar certo.

A culpa quando projetada para o futuro vem carregada de medos. Medo da reação do outro, medo do agravamento do problema, medo do que poderá acontecer, medo de perder.

Esses medos são naturais diante dos grandes desafios, e em certa dose servem para medirmos os prós e os contras, mas quando ele se transforma em pânico, impede qualquer tipo de ação. Esses medos também podem ser divididos em dois modos, o medo real e o medo imaginário. Ao analisamos criteriosamente percebemos que os reais são poucos e devem ser pensados e levados em consideração, entretanto, precisamos nos libertar dos medos imaginários, que ocupa quase a totalidade dos nossos receios e nos engessam.

Somente conseguiremos avanços eliminando as amarras que nos imobilizam. O futuro é incerto e a Deus pertence e ao imaginarmos o que virá pela frente, também precisamos nos ocupar de otimismo e de pensamentos positivos e esse já é um grande começo.

Celso Garrefa
AE Sertãozinho SP

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