O
Setembro Amarelo é uma campanha mundial que ocorre durante todo este mês de setembro e tem
por objetivo a prevenção ao suicídio. Os números são alarmantes. Segundo a OMS
(Organização Mundial da Saúde) por ano aproximadamente 800 mil pessoas cometem
o autoextermínio no mundo. Ainda, segundo a OMS, o Brasil ocupa a oitava
posição neste ranking e estima-se que para cada morte há entre 10 e 20
tentativas não concretizadas.
Entre os principais fatores de risco para a prática do autoextermínio estão a depressão e a dependência de substâncias entorpecentes. Neste texto não vou aprofundar em relação à depressão, limitando-me a abordar o tema em relação à dependência química.
O dependente químico, ao longo do tempo de uso constante e severo das drogas, pode atingir um estágio muito perigoso, em que já não se sente bem fazendo o uso e também não consegue ficar bem sem consumir sua droga de abuso.
Ele pode alternar momentos de euforia intensa provocada pelo uso, seguido de profunda depressão e forte arrependimento pós uso. Isso produz um grande sofrimento e imensa dor interna. Mesmo diante deste estágio, o desejo do dependente não é
tirar a própria vida, mas matar essa dor que o incomoda além do normal e com a qual não consegue mais lidar. A decisão pelo suicídio raramente é um ato realizado por uma impulsividade. Antes da sua concretização o suicida costuma apresentar
sinais sutis da sua ideação.
Segundo
uma ideia filosófica, citada numa entrevista pelo professor Mário Sérgio
Cortella, suicídio é uma solução permanente para um problema temporário. Ao
analisarmos essa definição precisamos pensar sobre a visão que o sujeito possui
em relação ao seu problema, sua temporalidade e sua resiliência, ou seja, a capacidade que a pessoa possui de enfrentar grandes problemas e a retomar ao
seu estado normal, porém nem todos a possui. O suicida em potencial nem sempre
consegue enxergar que existem soluções para os seus desafios.
Segundo os especialistas o melhor
instrumento de prevenção para o suicídio chama-se escuta, portanto devemos emprestar ouvidos a quem precisa falar e mais que isso, ajudá-lo a compreender que por maior que seja o seu desafio sempre existirão saídas e que podemos ajudá-lo a encontrá-las.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP