sábado, 30 de março de 2013

NÃO PRECISA PROVOCAR DOR PARA EDUCAR

Enquanto tomava seu leite, Júnior deixou que o copo tombasse sobre o tapete e a reação da mãe foi imediata. De posse de um chinelo, golpeou uma boa chinelada no bumbum da criança, que por sua vez a desafiou: - “Não doeu”! Isso provocou ainda mais a ira da mãe, fazendo com que ela golpeasse outras vezes. Quando voltou a si, percebeu que havia agredido o filho de forma muito violenta, cujas lesões precisaram de atendimento médico.

Temos observado com muita preocupação a defesa do uso das palmadas e chineladas na educação das crianças, sempre com o mesmo argumento: é preciso educar. Mas será mesmo que é necessário provocar dor para educar? Será que os pais que não batem em seus filhos, estão criando cobras?

Não concordamos com isso. Precisamos compreender que quem utiliza as palmadas ou chineladas está muito próximo de aplicar uma surra, isso porque elas não são aplicadas de forma consciente visando à educação dos filhos, mas sim, movidas por uma reação, resultante da falta de paciência, intensificada pelo estresse de dias conturbados. Pais irritados e raivosos comumente descarregam a ira na criança que é frágil e não consegue se defender. Como a criança sente dor e tem medo, quando apanha, se cala, criando a falsa sensação do objetivo alcançado.

Não podemos limitar nossa visão e método de educação única e exclusivamente no uso da agressão. Imaginar que é preciso bater para educar significa pensar pequeno demais diante das infinitas possibilidades e alternativas de ações educativas. Agredir uma criança, mesmo com o objetivo de educá-la, nada mais é que a pura demonstração do analfabetismo educacional que vivem os pais. Quando defendemos a argumentação de uma educação sem agressões, não significa que somos contra a educação dos filhos, pelo contrário, é responsabilidade dos pais, educá-los e corrigi-los, nortear suas condutas, porém necessitamos buscar alternativas mais eficientes nessa tarefa, alternativas mais funcionais para a época em que vivemos.

Filhos não precisam ter medo de seus pais, mas respeitá-los. A relação entre pais e filhos baseada no medo possui data limite para acabar, considerando que os filhos crescem e assim que as forças se equiparam, o medo cede lugar aos confrontos, enquanto que as relações baseadas no respeito são para toda a vida. O importante é que os filhos respeitem seus pais durante toda a sua existência e não apenas enquanto sentem medo de suas reações.

Sentimos que muitos pais não utilizam o uso das palmadas ou chineladas por maldade, mas sim, por desconhecerem outras formas e métodos de educação. Como não existem escolas que preparem os pais para educar os filhos e eles não chegam com manuais de instruções, estes se sentem perdidos, portanto, este blog também possui o objetivo de levar aos pais informações sobre como educar bem os filhos sem o uso de nenhum tipo de violência, utilizando uma educação assertiva e funcional, adequada aos novos tempos, visando proporcionar à eles uma educação eficiente com o objetivo de preparar filhos saudáveis mesmo diante de um mundo cheio de desafios e armadilhas.

Texto de Celso Garrefa

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