Na tentativa de mantermos
a ordem e a organização familiar, acabamos por fazer aquilo que é dever do
outro e quanto mais fazemos por ele, mais ele se torna indisciplinado e
folgado. Não dá para esperar disciplina sendo permissivos com toda espécie de
maus comportamentos; não conseguimos organizar nada com ausência de regras e falta de planejamento na casa, não conquistamos cooperação sem permitir que cada um assuma as suas funções.
O ato de exigir do outro
é cobrar dele, com autoridade, aquilo que é sua obrigação, seu dever. É obrigação dos filhos tratar os seus pais com respeito, e assim sendo, temos o direito de exigir que nos respeitem. E para exigir com autoridade precisamos, primeiro, cuidar dos nossos comportamentos e fazer deles um modelo a ser seguido, caso contrário, tornamo-nos autoritários.
Devemos, ainda, ter claro que não é necessário utilizarmos de gritos, ameaças ou escândalos para disciplinar. Quando buscamos esse objetivo através do medo, ele possui data de validade e termina quando as forças se equiparam. O ideal é conquistá-la com comportamentos equilibrados, coerentes e responsáveis, transmitindo e incentivando a disciplina como meio de alcançar objetivos, de organizar nossa vida, de realizar sonhos, conscientes de que sem disciplina fazermos o nosso mínimo e não chegamos a lugar algum.
Celso Garrefa

