segunda-feira, 18 de março de 2013

RAÍZES CULTURAIS



      O mundo em que vivemos está em constante transformação e nas últimas décadas, com os avanços e evoluções tecnológicas, essas mudanças passaram a acontecer com velocidade espantosa e assombrosa. Se por um lado, as novas tecnologias e a velocidade com que as coisas acontecem trazem avanços e novidades, por outro, elas também criam impactos na vida das pessoas, sejam elas adultas, jovens ou crianças.

            Em um passado recente, a formação da criança ou do jovem era influenciada basicamente pelos valores transmitidos dos pais para os filhos. Hoje não é mais assim. Além das influências dos pais, a formação dos filhos é bombardeada por influências transmitidas por diversos seguimentos, como as interferências da macro-família, a transmissão dos conhecimentos escolares, a pressão dos grupos de amizades, os ensinamentos religiosos, as tendências da moda, o poder dos diferentes tipos de mídia, etc. que vão se somando, formando, transformando e moldando o sujeito. 

            Entre todos, os avanços e disponibilidades tecnológicas são os fatores que atualmente estão mais presentes na nossa vida, de nossos jovens e de nossas crianças. Os pequeninos nascem com uma tevê a sua frente. Ganham o primeiro celular ou tablet já nos primeiros anos de existência e se encantam com os brinquedinhos eletrônicos. Os jovens vivem com fone nos ouvidos e os adultos também se renderam às redes sociais. A tevê ocupa espaço em cada cômodo da casa e coloca a nossa disposição uma centena de canais como opção. Essas tecnologias nos interligam ao mundo, aproximam quem está distante mas, ironicamente, distancia quem está ao nosso lado.

            Mesmo diante do bombardeio de informações, nós pais não podemos perder a essência de nosso papel de pais e devemos trabalhar ativamente para deixar a nossa marca e são nos primeiros anos de existência dos filhos que nossas influências possuem poder maior de enraizar valores capazes de formar caráter e que deverão servir de base ao longo de toda a sua existência, no entanto, só conseguiremos transmitir princípios de integridade moral, ética e espiritual se os possuímos e, sem medir esforços, nos dispomos a transmiti-los.

            Nesta missão precisamos, primeiramente, buscar tempo e espaço para participar ativamente da vida de nossos filhos, cientes que possuímos concorrências fortes e poderosas. Precisamos compreender que as novas tecnologias fazem parte da vida atual e não podem ser descartadas, mas é necessário, por vezes, desligar a tevê, sair do computador, mostrar aos filhos que existe vida real e não somente virtual. Precisamos reservar tempo para a convivência familiar, onde possamos criar momentos favoráveis ao diálogo, onde possamos transmitir aos nossos filhos quem nós somos, quais são nossas raízes, nossas origens, nossos valores e nossos princípios.

            Na formação da base, não podemos perder a preciosa oportunidade de plantar na raiz da existência das nossas crianças, a essência de Deus em sua vida. Também é na base que devemos começar a fortalecer sua autoestima, começar na base ensinar-lhes o respeito aos pais e às pessoas. Também é na base que precisamos mostrar a importância dos hábitos saudáveis, as vantagens de se fazer boas escolhas, o respeito aos limites e regras.

            Não podemos esperar nossos filhos crescerem, tornarem-se adolescentes ou criarem problemas para começarmos a agir. O segredo de uma boa educação é começar cedo, orientando, ensinando, norteando suas condutas, preparando-os para se posicionarem diante da avalanche de fatores que exercerão influências no decorrer de sua formação.

Precisamos nos atentar, também, que o mundo está em constante transformação, conforme citamos, e com isso mudam-se os costumes, afetando e modificando as pessoas. Os filhos de hoje não são iguais os filhos que fomos e aquilo que deu certo no passado, pode não dar mais certo hoje. Exemplo disso é a legião gigantesca de pais que estão tão presos ao passado e alienados sobre novas abordagens educativas, que ainda acreditam que é preciso provocar dor para educar. Por isso precisamos acompanhar as mudanças do mundo, nos adaptando, buscando conhecimento, nos informando, trocando experiências e adequando as novas realidades.

            Os filhos crescem, vem a adolescência, momento em que eles começam a criar asas, momento em que reclamam por liberdade e buscam sua identidade. Nesse momento, a cada dia precisam fazer novas escolhas. Não vamos estar sempre ao lado deles, entretanto, se conseguirmos deixar nossa marca, trabalharmos forte na formação de suas raízes, nesse momento da vida eles poderão alçar voos com segurança e, se porventura, ocorrer algum desvio de conduta, com certeza a retomada do rumo acontecerá com grande facilidade.
                                                                      


                        Texto de Celso Garrefa (Amor-Exigente de Sertãozinho - SP)
                        Elaborado com base no 1º princípio do Programa Amor-Exigente


 Leia também: Os pais também são gente, disponível no link: http://aesertaozinho.blogspot.comhttp://aesertaozinho.blogspot.com/2014/02/os-pais-tambem-sao-gente.html/2014/02/os-pais-tambem-sao-gente.html




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