Em se tratando da educação dos filhos, ambos os pais são responsáveis e devem se alinhar para falar a mesma língua, criar parceria e não divisão ou disputa.
Essa não é uma tarefa fácil, considerando a personalidade e as individualidades de cada um. É comum casais possuírem comportamentos opostos. Enquanto um é mais exigente, o outro é permissivo, enquanto um é firme no posicionamento, o outro é facilitador. Enquanto um tenta estabelecer regras, o outro vive quebrando-as. É preciso buscar um ponto de equilíbrio e para isso é imprescindível que o casal aprenda a dialogar.
Na busca da unidade ambos devem apresentar o seu ponto de vista e também precisam ceder em alguns pontos. É desastroso para a educação dos filhos quando os pais não se entendem. A cada vez que um dos lados toma determinada decisão ou atitude e o outro as quebra fragiliza a autoridade do companheiro e os filhos buscam pelo facilitador.
Também é importante que os dois se posicionem, sem aquela velha frase de mãe: "Você vai ver hora que seu pai chegar". Ou do pai: "Vê lá com sua mãe".
Essa tarefa torna-se ainda mais desafiadora quando os pais são separados. É importante que ambos compreendam que quem separam são os pais. Os filhos continuam sendo seus filhos e visando o bem deles, e não havendo razões concretas para um impedimento, é fundamental que facilitem o contato com a outra parte.
É cruel com os filhos envolvê-los nos desafetos entre os pais. Usá-los como forma de vingança não pune apenas o lado contrário. Pune, com intensidade maior, os próprios filhos.
E antes que me cobrem, não dá para deixar de citar uma realidade muito presente em muitas famílias, que é o abandono de muitos pais, cuja participação não vai além do ato sexual e desaparece, deixando toda a responsabilidade para a mãe. Quando muito, uma minguada pensão, como se isso bastasse. A esses me recuso chamá-los de pai, ou de mãe, se for ela quem abandona o barco.
Por fim, filhos bonzinhos é gostoso e enche-nos de orgulho em chamarmos de nossos, mas se os filhos são problema, continuam sendo nossos e de nossa responsabilidade. Quando não deu certo precisamos nos unir ainda mais na busca de soluções, sem se omitir e sem adotar o discurso do "toma que o filho é teu".
Sertãozinho SP