domingo, 28 de dezembro de 2014

MACONHA: ENTRADA PARA OUTRAS DROGAS?

         
A maconha, por si só, não possui em sua composição, substâncias que despertam o desejo do usuário em migrar para outras drogas, como a cocaína ou o crack, no entanto, sabemos que uma grande parcela de fumantes da erva acabam enveredando para aquelas consideradas “mais pesadas”.

          Aqueles que fazem uso da maconha, certamente foram orientados que ela causa dependência e danos à saúde. Eles sabem que é uma droga ilícita e para consegui-la precisam da figura do traficante. Mesmo assim, menosprezaram os riscos e a ilegalidade e optaram pelo uso. A característica da transgressão, associada à minimização dos perigos, pode levá-los a mesma atitude em relação às outras drogas.

          A curiosidade também é um dos motivos que leva a pessoa a experimentar a maconha, mas o uso da erva não elimina esse comportamento que continua latente no sujeito e essa mesma curiosidade pode fazê-lo migrar para outras drogas de maior potencial de destruição.

          Outro comportamento que leva a pessoa ao uso da maconha é a busca por novas sensações e assim que se acomodam ao uso, ela deixa de ser uma novidade. É preciso buscar por outras experiências, conhecer outros baratos e essa busca pode levá-los a conhecer, por exemplo, a cocaína. 

Muitos jovens que fazem uso da maconha argumentam que ela faz menos mal que o cigarro. Seguindo esse mesmo pensamento, logo poderão cheirar a cocaína argumentando que ela faz menos mal que o crack.
          Outro fator da migração acontece pela proximidade do usuário da maconha em relação às outras drogas, seja através do contato com o seu grupo de uso, que incentiva, que desafia, que pressiona ou mesmo através dos pontos de tráfico, onde vez ou outra lhe é ofertado outro produto que, ao alcance das mãos e dos olhos, torna-se tentador.

         Por fim, o uso da maconha por si só não induz ao uso da cocaína, crack ou outras drogas, mas ainda assim ela pode servir como a porta de entrada para essas consideradas “mais pesadas” e o que proporciona isto, não está presente nela propriamente dito, mas nas características, comportamentos, atitudes e escolhas dos próprios usuários. 

            Grande abraço

            Celso Garrefa (Amor-Exigente Sertãozinho SP)

domingo, 21 de dezembro de 2014

COMO LIDAR COM A INCERTEZA DO SUCESSO NO TRATAMENTO?

Meu filho está em recuperação em uma comunidade. Ele está na metade do tratamento e mais alguns meses retorna para casa. Vivo uma grande ansiedade sobre a sua volta, me questionando: será que vai dar certo? E se ele voltar ao uso? Que faço para relaxar um pouco?
                                    Pergunta enviada por P.S.L. (Colombo - PR)



        Um dos grandes dilemas da família durante o processo de recuperação de um dependente é a incerteza e desconfiança no resultado do tratamento. Isso até certo ponto é natural, afinal foram tantas promessas não cumpridas, tantas frustrações, que nos custa, agora, acreditar que tudo será diferente.

              Não há muito como fugir totalmente dessa ansiedade, mas precisamos trabalhar para não permitir que ela tenha uma intensidade exagerada. Como sugestão segue algumas dicas.

           Procure não focar seu pensamento somente no negativo, imaginando o que pode dar errado. Isto significa sofrer por antecipação, por algo que ainda não aconteceu e que possui grande possibilidade de nem acontecer. Procure pensar também de forma positiva, acreditando que pode sim dar certo, pois trata-se de um outro momento. 

           Não se isole nesse momento, vivendo uma tristeza profunda. Procure relaxar, saia um pouco de casa, visite um amigo, faça um passeio, viva momentos de lazer. Não se iluda: sofrimento profundo não recupera filhos. 

          Evite contatos com pessoas negativas e dramáticas que só te colocam para baixo, que julgam sem conhecimento de causa e são preconceituosas, incluindo nessa relação, alguns familiares próximos. Quando em contato com tais pessoas, evite falar do seu desafio.  

          Mantenha sua espiritualidade alimentada. Aproxime-se ainda mais de Deus. A fé é a força necessária para lidarmos com um grande desafio, sem desespero. Em Mateus 7:7-8 podemos ler: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á”. 

          Procure por um grupo de apoio em sua cidade. Isso ajudará você a lidar com seu desafio e trabalhar sua ansiedade. São nos grupos que você encontrará pessoas preparadas para te ouvir e te elevar, sem julgamentos ou críticas e onde você terá contato com pessoas que vivenciaram situação semelhante e superaram.


          Não idealize um tratamento como tudo ou nada. Há sim riscos de recaídas, mas isso não significa o fim ou que tudo esteja acabado. Se por ventura, ocorrer alguma surpresa indesejável, não significa a volta para a estaca zero. Os aprendizados durante este período permanecem, ocorreram avanços e a luta continua até atingir o objetivo final. 

         
        Aprenda a viver o dia de hoje, pois o amanhã não nos pertence. Se tudo está bem hoje, viva bem hoje. Faça o seu melhor, hoje. Confie em Deus e seja feliz.

                                               Grande abraço
                                               Celso Garrefa (Amor-Exigente - Sertãozinho SP)       

domingo, 7 de dezembro de 2014

FAMÍLIA DE DEPENDENTE TAMBÉM PRECISA DE CUIDADOS

“Por que a família do dependente químico também precisa participar das reuniões, se é o filho quem está usando drogas?
            Pergunta enviada por M.L.P. (São Simão SP)  


A dependência química não atinge somente aqueles que fazem uso de substâncias entorpecentes, mas também afeta aqueles que convivem com ele. 

           É comum os familiares chegarem aos grupos mais
adoecidos que o próprio dependente. Chegam com o relato que desejam ajudar a pessoa com problemas, mas afetados pela  codependência carregam uma mistura de sentimentos e um sofrimento profundo. Sentimento de culpa, vergonha, frustração, medo, tristeza, desespero, etc. o fazem paralisar. Desejam ajudar o outro, mas estão tão fragilizados que não sabem nem por onde começar e as tentativas de ajuda sem orientação, em geral, agravam ainda mais o problema.

            São nos grupos de apoio que a família começa a tratar sua codependência, a se livrar da carga de sentimentos que travam seus passos. Nos grupos de apoio os familiares sentem-se acolhidos por pessoas preparadas para orientá-los, sem condenações, sem críticas, sem acusações. 

            Em um grupo de apoio as famílias são fortalecidas e quando fortes, deixam de ser um alvo de fácil manipulação ou chantagem. Aprendem a lidar com um problema de grande complexidade de forma assertiva e orientada, ampliam sua visão de mundo, potencializam sua capacidade de enfrentamento dos desafios, recuperam a esperança de retomar os rumos de sua vida e a resgatar os rumos daquele que deseja ajudar.

            Enfim, a família precisa participar de um grupo de apoio porque ela faz parte do processo de recuperação do dependente químico e, quando enfrentam o desafio juntos, estatisticamente, as possibilidades de sucesso do tratamento aumentam de forma extraordinária.
                                  
                                   Celso Garrefa
                                   Sertãozinho SP


                        

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...