domingo, 25 de janeiro de 2015

MACONHA: PROBLEMA OU SOLUÇÃO?

Com a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de liberar, no Brasil, o uso terapêutico do canabidiol, ele deixa de fazer parte da lista de substâncias proibidas pela agência. Tal decisão deixa no ar um questionamento: afinal, a maconha é um problema ou uma solução?

Normalmente somos condicionados a fazer escolhas baseado nos extremos: tudo ou nada; certo ou errado; sim ou não; contra ou a favor. Precisamos desenvolver nosso senso crítico, buscar informações para nos posicionarmos sem simplismos, compreendendo que entre o branco e o preto existem muitos tons de cinza.

"O canabidiol é um dos 480 compostos da maconha. Extraído do caule e das folhas da planta, a substância não é psicoativa nem tóxica. O que promove o efeito alucinógeno é o tetraidrocanabinol (THC), substrato da resina e da flor da Cannabis sativa. É ele o responsável pela alteração de raciocínio, lapsos de memória, perda cognitiva e dependência". (Fonte http://veja.abril.com.br/noticia/saude/anvisa-libera-o-uso-do-canabidiol) acessado em 23/01/2015

Como estudos têm demonstrado que o uso terapêutico do canabidiol tem diminuído as crises convulsivas entre pacientes com doenças neurológicas graves e a liberação da substância no Brasil, facilitará o desenvolvimento de pesquisas visando à criação de novos medicamentos, como por exemplo, para os tratamentos do mal de Parkinson e do Alzheimer entre outros, seria contraproducente nos posicionarmos contrários a isso, baseados simplesmente na repulsa que o nome “maconha” nos remete.

Precisamos nos lembrar que tanto a heroína como a morfina são substâncias extraídas da papoula. A heroína, quando utilizada como entorpecente, possui alto poder de dependência com conseqüências devastadoras, enquanto a morfina, utilizada como medicamento, possui alto poder analgésico, muito utilizado em pacientes terminais de câncer como forma de aliviar a dor.

Também não podemos cair na ingenuidade. Muitos jovens usuários da erva, já argumentavam que ela é remédio. Maconha não é remédio e o canabidiol não é maconha e sim um composto derivado dela, livre do THC (tetraidrocanabinol). A maconha fumada é droga, causa dependência e possíveis danos à saúde e em relação a isso, nosso posicionamento continua o mesmo: somos contrários ao uso da erva como entorpecente.

Por fim, é importante distinguirmos as diferenças entre o que cura e o que adoece, para não fazermos da maconha, nem anjo nem demônio e a diferença está exatamente na forma e na maneira com que o ser humano manipula a erva.

                        Texto de Celso Garrefa
                        Amor-Exigente de Sertãozinho SP



Leia também: Maconha: Entrada para outras drogas? disponível no link abaixo:
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6594050642586374024#editor/target=post;postID=4383256899850871886;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=2;src=postname

domingo, 11 de janeiro de 2015

DROGAS: VOCÊ JÁ FALOU COM SEUS FILHOS SOBRE ISSO?

Uma das principais preocupações dos pais em relação aos seus filhos é o medo deles se envolverem com o uso das drogas, mesmo assim, parece existir certo tabu em falar com eles sobre o assunto. Muitos não sabem como fazê-lo e outros são tão ausentes na educação dos filhos que os deixam a mercê da própria sorte.

A desinformação sobre as drogas é um dos fatores que levam os pais a adiarem a conversa. Alienados sobre o tema ficam à espera de algum sinal de consumo para tomarem providências, porém, quando surge algum indício de uso já é tarde demais.  Em média, a família demora de dois a três anos para descobrir o uso, ou seja, quando ficam sabendo, o filho já está mergulhado na dependência.

            A negação é, sem dúvida, um dos maiores motivos do adiamento da conversa. Muitos pais enxerga as drogas como algo muito distante, que acontece na casa do vizinho, com filhos abandonados, negligenciados. Estes pais precisam acordar. O problema está batendo à nossa porta e qualquer um de nós está sujeito a enfrentá-lo. Negar isso não nos garante proteção, pelo contrário, coloca-nos em situação de vulnerabilidade, pois ao negar o problema, silenciamos e deixamos de agir.

            Quanto maior a qualidade da conversa, melhores os resultados. Orientar sobre os perigos das drogas de forma adequada exige a busca de informações de qualidade sobre o assunto, caso contrário, acabamos falando bobagens e não somos levados a sério. Exige capacidade de argumentação e preparo para lidar com os questionamentos e pontos de vista diferentes do nosso. Exige segurança naquilo que desejamos transmitir e posicionamento claro mediante o assunto a ser tratado.

      Ao abordar sobre o tema devemos nos preocupar em fazer uso da verdade sobre as drogas , sem medo. É inegável que elas também proporcionam prazer e eles devem tomar conhecimento desta realidade através dos pais, pois assim é possível também mostrar que esse "benefício" é passageiro, resultando depois, em grandes prejuízos e perdas. Se nos negarmos a falar sobre esta particularidade das drogas, sua rede de amizade o fará, com uma diferença, somente mostrarão, de forma fantasiada, os prazeres e benefícios, omitindo as consequências e danos provocados pelo uso.

            Nossa abordagem deve ser clara, sem fantasias e sem simplismos, evitando dramatizações e exageros desnecessários. Devemos evitar comparações com tempos passados, trazendo a conversa para os nossos dias e a realidade em que vivem nossos jovens. 

Conversar com os filhos sobre o assunto não significa fazer um sermão onde nós falamos, falamos e falamos, enquanto eles somente ouvem ou fingem ouvir. A boa conversa consiste também em sabermos ouvi-los, conhecer nossos filhos e suas opiniões, levando-os a uma reflexão sobre o assunto abordado. 

Não podemos permitir que os filhos cresçam sem nossa orientação. O Programa Amor-Exigente também trabalha na prevenção, levando informações de qualidade para a família que deseja ver seus filhos longe do pesadelo das drogas. Procurem por um grupo em sua cidade e capacitem-se.

Texto de Celso Garrefa

Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...