Certa vez, convidados pela
Fundação Casa, participamos de uma reunião com pais e mães dos internos. Quando
falávamos sobre o sentimento de culpa, uma das mães nos relatou que se sentia
culpada por seu filho adolescente estar internado naquela instituição. Segundo
ela, quando ele era pequeno, ela bebia muito, usava drogas, vivia em casas de
prostituição, não cuidava dele, etc.
É inegável que os comportamentos desajustados dos pais exercem influências negativas na formação dos filhos. Crianças normalmente aprendem aquilo que vivenciam e os maus exemplos exercem influências negativas, no entanto, não nos cabe julgá-la ou condená-la por suas falhas no passado. Provavelmente ela também teve uma infância prejudicada e apenas reproduziu um ciclo de problemas. Precisamos ajudá-la a quebrar esse ciclo negativo, apresentando-lhe a possibilidade de um futuro diferente, sem permitir que a culpa a engesse no passado.
Toda vez que nos julgamos culpados por algo, o primeiro passo para descarregarmos esse peso começa
no reconhecimento das nossas falhas e, consequentemente, na busca do perdão em todos os níveis. Devemos buscar e aceitar, em primeiro lugar, o perdão Divino. Devemos também pedir perdão para aquele que sentimos havê-lo prejudicado e, finalmente, precisamos do perdão mais difícil, que é nos perdoarmos, com sinceridade. Só assim estaremos libertos para começar as
mudanças necessárias.
Não há como modificarmos aquilo
que passou, mas é plenamente possível trabalharmos para um futuro diferente e
melhor. O passado deve servir de lição, mas não podemos ficar presos a
ele e para isso precisamos nos libertar do sentimento de culpa que nos corrói e paralisa e nos comprometermos com as mudanças necessárias para a construção de uma nova
vida.
Neste novo momento a culpa
deve ceder espaço para a responsabilidade e isso exige de nós o compromisso com a busca da transformação e da mudança, pois de nada adianta
reconhecermos um erro, buscarmos o perdão e continuarmos apresentando os mesmos
comportamentos desajustados, repetindo as mesmas falhas do passado. Isso se chama enganação.
Assumir o compromisso com as
mudanças não é um processo fácil e por isso não devemos fazê-lo sozinhos. Um
grupo de apoio e orientação, como o Programa Amor-Exigente, ajuda-nos a
enfrentarmos esse desafio sem críticas, sem condenações e com um apoio seletivo
e orientado, que somados a uma espiritualidade fortalecida, aproxima-nos de Deus e nos conduz ao caminho da transformação para uma vida nova e plena.
Programa Amor-Exigente
Sertãozinho SP