domingo, 26 de fevereiro de 2017

CARNAVAL: DIVIRTA-SE COM RESPONSABILIDADE

Está começando mais um carnaval, uma festa popular em que somos convidados a sairmos de nós mesmos, vestir fantasias, cair na folia e nos divertir. Mas também é uma festa em que o consumo abusivo de bebidas alcoólicas se faz muito presente. 

A associação do consumo do álcool à diversão, ao prazer e à alegria é uma ideia plantada pelas campanhas publicitárias e fortemente explorada durante este período.

         Não é somente a dependência do álcool que preocupa, alertamos também sobre uma forma de beber muito presente nesta festa, conhecida como “binge drinking”, uma modalidade de consumo em que o sujeito, mesmo não sendo, ainda, um alcoolista, consome grande quantidade de bebidas alcoólicas em um curto espaço de tempo.

           Acidentes de transito, brigas de rua ou reações violentas e descontroladas estão diretamente ligadas a esse jeito de beber, além disso, há um grande risco do bebedor sofrer um coma alcoólico, inclusive com risco de morte. Basta visitarmos um pronto atendimento em dias de carnaval para concluirmos o quão elevado é o número de jovens atendidos durante esse evento.

            Também é neste período que muitos dependentes em processo de recuperação sofrem as recaídas. Estes precisam de cuidado redobrado para não permitir que um carnaval, cuja duração é de apenas cinco dias, coloque a perder um tratamento de anos. Para estes, talvez a melhor dica seja manterem-se afastados da folia.

O carnaval dura poucos dias e para quem curte não há nenhum mal em participar da festa, mas é preciso se divertir com sabedoria e responsabilidade. A festa acaba, mas as consequências das irresponsabilidades podem permanecer por muito tempo. Portanto, se beber, que seja com moderação. Se for dirigir, que não faça uso algum de bebidas alcoólicas. Se está em processo de recuperação, se afaste. É preciso se cuidar. A alegria não pode terminar quando termina o carnaval e assim, que possamos curtir muitos outros carnavais. Divirtam-se e acreditem: é possível sem alterar sua consciência. Boa festa.

Celso Garrefa

Sertãozinho SP

domingo, 19 de fevereiro de 2017

AS MÁQUINAS DOMINARÃO O MUNDO?

As evoluções tecnológicas invadiram a nossa casa, nosso mundo, nossa vida. Aquilo que no passado víamos em filmes de ficção, hoje já é realidade: homens e máquinas já dividem o mesmo espaço, o mundo real se confunde com o virtual e tudo isso nos lança um questionamento: será que o homem está perdendo sua essência humana e as máquinas dominarão o mundo?

É indiscutível que as novas tecnologias facilitam, em muito, a nossa vida. Um único aparelho celular grava, fotografa, filma, calcula, envia mensagens. Ele é relógio, despertador, rádio, tevê, computador, GPS, etc., e por incrível que pareça, também pode ser usado para fazer ligações telefônicas.

Temos acesso imediato a tudo que acontece no mundo e conversamos com pessoas em qualquer canto do planeta. As tevês pagas colocam a nossa disposição uma infinidade de canais, para todas as preferências e gostos. Pagamos contas e fazemos compras sem precisarmos sair de casa, compramos comida pronta e existem máquinas para quase tudo.

Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que facilitam nossa existência, também trazem desafios, criam impactos na nossa vida, de nossos jovens e de nossas crianças. Ao mesmo tempo em que os avanços tecnológicos aproximam quem está distante, afastam aqueles que estão ao nosso lado. Os tablets são usados para distrair crianças, substituindo o contato com os pais, os jovens vivem com fones nos ouvidos e as redes sociais estão consumindo tempo absurdo das pessoas, criando, inclusive, dependências. Os celulares são companheiros da noite e dormem ao nosso lado, despertando-nos no meio da madrugada com toques de mensagens.

O acesso imediato a informações nos apresentam tragédias e horrores a todo minuto, banalizando e tornando comum aquilo que é trágico, transformando pessoas em números e estatísticas.

Já tenho dúvidas se o ser humano domina as máquinas ou se está sendo dominado por elas. É obvio que elas precisam do humano para entrar em funcionamento, ligar ou desligar e isso pode nos dar a falsa sensação de que possuímos o controle. Será mesmo? Será que conseguimos ouvir o toque de mensagem do celular e não correr até ele? Será que somos capazes de desligá-lo, sem ficarmos ansiosos e inquietos? Será que dá para esquecermos nossas redes sociais, que seja por apenas uma semana? Será que conseguimos desligar a tevê, ao menos nos horários das refeições?

A importância das tecnologias para o mundo atual é indiscutível, e não vamos descartá-las, mas é importante fazermos uso delas com sabedoria e consciência, não  permitindo que o virtual substitua, por completo, o mundo real. 

Quando o ser humano perder por completo sua humanidade e embrutecer, a  ponto de se confundir com as próprias máquinas, estaremos diante de um sinal claro de que começamos a transferir o domínio do mundo para elas e, não duvidem, nos transformaremos em meros escravos tecnológicos. Estamos longe disso?

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

sábado, 11 de fevereiro de 2017

OS PROFESSORES TAMBÉM SÃO GENTE

Os professores também são gente, mas atualmente, eles possuem um desafio quase desumano, que é a tarefa de ensinar alunos que, nem sempre, estão interessados em aprender.

A família é a primeira referência na vida da criança e os pais são os responsáveis pela educação dos filhos. Aos professores cabe a missão de ensinar, porém, a omissão de muitas famílias na condução da educação dos filhos tem despejado em nossas escolas um número elevado de alunos mal educados, sem a mínima noção de regras e limites.

Enfrentar esse problema é um dos grandes desafios dos professores em sala de aula e por mais que eles aleguem que se formaram para ensinar e não para educar, as novas realidades colocam diante deles alunos de comportamentos os mais diversos e variados possíveis.

É quase desumano um professor encarar turmas com trinta, quarenta alunos, onde tudo acontece. Desde os engraçadinhos, que atrapalham todo o andamento da aula a alunos agressivos e violentos, que ameaçam e até agridem os seus mestres. Não bastasse, ainda precisam lidar com os comportamentos desajustados de muitos pais que, ao invés de corrigir o problema, preferem culpar e atacar nossos mestres.

Os professores também são gente e, assim como não existem pais perfeitos, também não existem professores perfeitos. A perfeição é divina e professores não são deuses. A busca pela perfeição, cujo objetivo não está ao seu alcance, geram frustrações. Como gente, os professores também possuem suas limitações, seus medos, suas emoções. Não são super-heróis, nem máquinas. 

Os professores também precisam reconhecer que são humanos, que possuem limitações e não vão conseguir dar aulas de manhã, tarde e noite, sem sofrer as consequências dessa sobrecarga. Como gente possuem sentimentos e emoções e precisam cobrar e exigir respeito. Como gente, não são super-heróis, que conseguem resolver tudo sozinhos. Como gente, não são autossuficientes e também precisam de apoio. 

Enquanto não enxergarmos nossos professores como gente, cada vez mais eles se afastam por ansiedade, estresse ou depressão. Cada vez mais, aumenta o desinteresse em lecionar e corremos o risco de faltar mestres em nossas escolas e sem mestres não há educação, nem formação e um povo que não respeita seus mestres, não respeita a si próprio.



          Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente 
de Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...