domingo, 25 de setembro de 2022

A MELHOR RESPOSTA COMEÇA PELA ESCUTA

Certa vez, uma participante das nossas reuniões do Programa Amor-Exigente relatou que o que a encantou foi ter encontrado no grupo pessoas dispostas a ouvi-la sem críticas e sem julgamentos, em uma época em que cada vez mais encontramos menos pessoas com tempo para nos escutar.

Os retornos das partilhas são fundamentais para as reuniões do grupo, mas um bom retorno começa pelo interesse e atenção na fala das pessoas. O maior responsável pelo alívio proporcionado para aqueles que chegam carregados de problemas não é a nossa fala, mas a nossa escuta interessada.

Por isso, deixemos falar, conscientes da importância de tudo o que for dito. Ouçamos a história de cada um com muito respeito, atenção e empatia, sem a ansiedade de apresentar receitas e soluções imediatas para o problema. Muitos que chegam até nós, num primeiro momento, sequer conseguem nos ouvir.

Caso necessário, o nosso retorno deve ser breve, sem fazer deles uma palestra. Deve ser acolhedor e compreensivo, com todo o cuidado para não fazermos comparações com o nosso momento atual.

Se precisarmos organizar o tempo, é importante usarmos toda a nossa empatia para interferir, sem cortes bruscos, mostrando que desejamos conhecer mais a sua história, convidando para que retornem nas próximas reuniões.

Por tudo isso, a nossa entrega durante as reuniões deve ser plena. Nossos ouvidos devem trabalhar mais que a nossa boca, pois a melhor resposta é, sem dúvidas, aquela que começa pela escuta.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 17 de setembro de 2022

SEM DISCIPLINA OS COMEÇOS NÃO CONHECEM OS FINS

A perseverança é uma das atitudes que nos permite alcançarmos o êxito, sem isso, tornamo-nos especialistas em começar, porém, não saímos do início. Começar é, sem dúvidas, um passo essencial na busca dos objetivos ou da resolução de um grande problema, mas sem disciplina, esses começos não conhecem os fins.

As mudanças que tanto desejamos nem sempre acontece num estalar de dedos e a busca pelo imediatismo pode nos levar a desistir de caminhar e, desistindo, não chegamos a lugar algum.

Em um processo de mudança pessoal é fundamental percebermos e valorizarmos cada pequeno progresso, por mais sutil que seja. Chegamos ao final de um livro grosso lendo página por página; construímos grandes casas assentando tijolo por tijolo. Nestes casos é fácil percebermos o avanço. Como pessoas humanas nem sempre fica nítido o quanto estamos evoluindo.

A falta de percepção do progresso, que muitas vezes acontece a conta gotas, faz com que muitos de nós abandonemos os objetivos, paramos pelo caminho e assim, não chegamos a lugar algum.

Costumo comparar o nosso crescimento pessoal à fase de crescimento físico dos nossos filhos, quando ainda pequenos. Quem convive com eles diariamente não consegue perceber o quanto estão crescendo de um dia para o outro, no entanto, basta chegar alguém que não os vê a meses para externar em tom admirado: - Nossa, quanto eles cresceram!

Portanto, para atingir um objetivo, comece, sem se prender ao imediatismo. Insista, perceba e valorize cada pequeno avanço, porque os resultados finais certamente serão evidentes e extraordinários.



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP


sábado, 3 de setembro de 2022

SÓ SABE O QUANTO DÓI, QUEM PASSA PELA DOR

(Imagem da internet)
Certa vez, atendendo a uma adolescente que havia autolesionado, provocando cortes nos braços, perguntei o porquê, tendo em vista que os ferimentos causam dores. E ela me respondeu que provocava as dores externas para aliviar uma dor interna, que era infinitamente superior à externa. E quem somos nós para julgá-la?

Sem experimentar a dor, podemos até imaginar o que ela significa, mas não sabemos exatamente o quanto ela dói e assim sendo, não nos cabe medir a intensidade da dor alheia, mas respeitar.

É comum, ao nos depararmos com uma queixa de nossos semelhantes, tentar diminuir o tamanho do seu sofrimento, apresentando receitas prontas e simplistas como solução para o seu drama. Tal comportamento não costuma diminuir a dor do outro. Não se resolve problemas complexos com “achismos” ou teorias de sofá.

Quando a dor não é física, mas atinge o fundo da alma da pessoa, parece-nos que os julgamentos ganham contornos ainda mais dolorosos. É cruel, e contribuímos para aumentar sua angústia, sempre que rotulamos tais sofrimentos como “frescura”. Não menos cruel é taxar e transmitir aos nossos semelhantes que o drama que estão vivenciando é motivado pela falta de Deus.

É possível ajudar aqueles que passam por grandes sofrimentos, respeitando a sua dor e nos abrindo ao diálogo, conscientes de que o mais importante não é aquilo que transmitimos, mas a escuta atenta e interessada, sem críticas, sem julgamentos, sem receitas prontas e sem minimizar a dor do outro. Exigem momentos em que a pessoa precisa apenas de um abraço acolhedor, nada mais. Portanto, diante do sofrimento alheio, que sejamos colo e orientemos a buscar a ajuda adequada.




Celso Garrefa
Pedagogo Social
Assoc. AE de Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...