A baixa autoestima é citada por muitos dependentes químicos como um dos fatores que contribuiu para a
sua adicção. Isso nos alerta sobre nossas atitudes e comportamentos enquanto pais ou educadores.
A formação da autoestima de uma criança começa a se
desenvolver já nos primeiros anos de sua existência e é influenciada
diretamente pelas atitudes e ações das pessoas que fazem parte do seu convívio,
a começar pelo seu grupo familiar, que é a sua primeira referência de vida.
Toda vez que apresentamos estímulos positivos favorecemos a construção de um
bom valor de si mesmos, enquanto os estímulos negativos colaboram para reduzir
o juízo que fazem de si próprios.
Ao lidarmos com os pequeninos precisamos evitar
comportamentos que minimizam suas capacidades. Cada
criança é única e exclusiva, portanto, nunca devemos compará-la a outras, como
um irmão, primo ou coleguinha. Também devemos evitar apelidos depreciativos, incluindo
aqueles relacionados a algum aspecto físico, como uma orelha grande ou um peso
acima do normal. As crianças costumam supervalorizar os pequenos detalhes de seu corpo.
Os pequeninos também são gente e se ofendem,
portanto, devemos evitar chamá-los de feios, de chatos ou preguiçosos. Ao ser repetidamente chamada de burra, uma criança poderá interiorizar isso como uma verdade e como consequência apresentar reais dificuldades no aprendizado.
Muitos pais descarregam
sobre os filhos os seus erros ou frustrações, reclamando de coisas que não são culpa
da criança, como se ela fosse culpada por ser menina, enquanto idealizaram um
menino ou vice-versa. Outros despejam sobre os filhos as mágoas de um relacionamento
frustrado e ainda há aqueles que culpam a criança por ela haver nascido de forma não planejada.
As cobranças
exageradas e além da capacidade da criança é outro fator que desfavorece a
construção da autoestima, por isso, é importante valorizar as suas capacidades,
respeitando suas limitações.
Talvez não haja nada pior para a desconstrução da autoestima de uma criança quando ela vivencia situações de violências, sejam sexuais, físicas ou verbais. Os pequenos precisam de proteção, pois as consequências futuras dos maus tratos é perverso.
Talvez não haja nada pior para a desconstrução da autoestima de uma criança quando ela vivencia situações de violências, sejam sexuais, físicas ou verbais. Os pequenos precisam de proteção, pois as consequências futuras dos maus tratos é perverso.
Por outro lado, podemos adotar comportamentos que
favorecem a construção de uma autoestima positiva em nossas crianças, como por exemplo, usando
o poder do elogio de forma equilibrada, valorizando suas boas condutas e seus
avanços. É nossa obrigação corrigi-las quando erram, mas não podemos esquecer de elogiá-las quando acertam.
Mesmo quando erram, devemos corrigir os seus comportamentos inadequados, sem
ataques pessoas. O foco é o comportamento que não aprovamos e não a criança
como pessoa que amamos. O Programa Amor-Exigente utiliza uma colocação muito
interessante em relação a isso: “Nós amamos você, mas não aceitamos aquilo que
você faz de errado.”
Outra forma de valorizá-las é permitir que elas façam aquilo
que possuem condições de fazer, como por exemplo, que carreguem seu
material escolar, que guardem os seus brinquedos no final da brincadeira. Devemos incentivá-los a se alimentarem sozinhos; a tomarem banho, sozinhos; a dormirem em seus quartos, etc.
Normalmente, o que uma criança assimila em seus
primeiros anos de vida, ela carrega por toda a sua existência, portanto, se
conseguirmos, desde cedo, auxiliá-la a desenvolver um sólido valor de si mesma, onde ela consiga se amar sem egoísmo, favorecemos a construção de uma solida autoestima, que é, sem dúvidas, um importante fator de prevenção.
Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente
de Sertãozinho SP
Muito Obrigado por seu texto, gostei.
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