quarta-feira, 15 de abril de 2015

ADOLESCENTES CONSOMEM 6% DO ÁLCOOL PRODUZIDO NO BRASIL

         
         
No último dia 18 de março deste ano, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que torna crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes. Quem descumprir a lei pode ter uma pena de 2 a 4 anos de prisão e multa de três a dez mil reais e o estabelecimento deverá permanecer fechado até o recolhimento da multa aplicada.

          O endurecimento na lei é uma medida importante no enfrentamento ao consumo de álcool por crianças e adolescentes, no entanto, há muito que ser feito, considerando os índices alarmantes de consumidores de bebidas alcoólicas nesta faixa etária. Uma pesquisa realizada pela ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) revela que os adolescentes são responsáveis por 6% de todo consumo de álcool no Brasil.
                                   
          A venda e fornecimento do álcool para menores de idade é um dos problemas a ser combatido, mas há muitos outros agravantes. Vivemos em um país onde o seu consumo é culturalmente aceito, assim assistimos a iniciação precoce de nossos jovens com as substâncias alcoólicas. De acordo com importantes órgãos de pesquisa, em média, o jovem inicia o consumo por volta dos 13 a 14 anos de idade e, normalmente, o primeiro contato acontece no ambiente familiar, com a permissão e aceitação dos pais, inclusive já tive o desprazer de assistir pais e mães mergulharem a chupeta do bebê em um copo de cerveja e introduzi-la na boca da criança.

          Outro agravante é a falta de uma maior regulamentação das propagandas de bebidas alcoólicas, onde o álcool é apresentado por celebridades, através de grandes produções, associando o seu consumo ao prazer, ao poder, ao sucesso, à felicidade e à beleza. Fatores altamente cativantes do público jovem.

          A própria lei sancionada, para produzir algum efeito, necessita de fiscalização e aplicação das punições previstas, caso contrário nada muda. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) desde 1990 proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores, com pena prevista de 2 a 4 anos de prisão e multa, no entanto, a impunidade sempre reinou absoluta.

           O endurecimento da lei é um passo importante no enfrentamento do problema, mas precisamos mudar também conceitos fortemente enraizados em nossa cultura. Os estabelecimentos comerciais devem controlar a venda; os órgãos de fiscalização devem aplicar as punições aos infratores, mas os pais são os maiores responsáveis pelos seus filhos menores e precisam entender e se conscientizar dos reais perigos que uma iniciação precoce do consumo de bebidas alcoólicas pode acarretar e assim adotar uma postura firme de não permissividade. Lembrando sempre que os pais são modelos para seus filhos. Como adultos não são proibidos de beber, mas para ser exemplo, se for beber, que bebam com moderação.

                                               Texto de Celso Garrefa

                                               Amor-Exigente Sertãozinho SP

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