(Imagem da internet) |
O segundo princípio ético do Amor-Exigente cita que devemos manter
sigilo em relação a fatos e identidade das pessoas que participam do programa.
Como não existe ética pela metade, aquilo que nos é confiado não devemos repassar nem mesmo para a pessoa que mais confiamos. Eu confio muito na minha esposa, e ela confia muito na mãe dela. A mãe dela confia muito na tia dela. A tia dela confia muito no marido e assim por diante. É confiando no outro, que quebrados o sigilo e matamos a ética.
Em relação
aos problemas familiares, não devemos escondê-los ou camuflá-los, sob o risco
de perpetuá-los, mas é importante expô-los nos locais certos, com pessoas capazes de oferecer um auxílio, um apoio, uma orientação, sem tornar
público e escancarar nossos dramas. Isso aumenta ainda mais a responsabilidade do
sigilo em relação a quem procura nossas reuniões de grupo.
Fora
do ambiente familiar dialogamos com pessoas o tempo todo,
seja em nosso trabalho, em nossa comunidade ou mesmo com aquelas que cruzam
nosso caminho diariamente. Observem como parece existir um prazer sórdido em
falar do outro, porém, quase nunca um elogio, uma qualidade, mas sim apontando
seus defeitos e fazendo críticas.
A
expansão das redes sociais, somada a quantidade astronômica de celulares, com tecnologias que permitem tirar fotos, fazer filmagens e
postá-las instantaneamente deixou-nos expostos e sujeitos a virar notícia ou
“memes”, mesmo sem a nossa autorização. Basta um acidente ou incidente para
aparecer uma multidão mais preocupada em registrar os fatos e torná-lo público
a nos prestar socorro.
Que
direito possuímos em expor o outro em redes sociais, no momento mais complicado
da sua vida? Que prazer é esse de tornar público a condição alheia, sem ao
menos pedir sua autorização, sem consultá-lo? O que ganhamos em compartilhar o
drama alheio, sem ao menos consultar a fonte?
Que
necessidade é essa de aparecer o tempo todo, mostrando o problema do outro, apenas com o
objetivo de ganhar seguidores e likes? Que falta de ética profissional, pessoas
que lidam com o público e usam dessa proximidade para expô-los, com objetivo
claro de aparecer, se autopromover, ganhar leigos elogios? Que indecência! Que
falta de ética!
Nestes
tempos modernos, em que nossa privacidade está cada vez mais exposta, devemos
refletir muito sobre esse princípio, nos vigiando o tempo todo e, com muita
empatia, colocar-nos no lugar do outro. Manter sigilo é uma questão de
responsabilidade e de respeito à dignidade da pessoa humana.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
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