sábado, 29 de outubro de 2022

INFLUÊNCIAS OU ESCOLHAS?

Diariamente nos confrontamos com situações que tanto podem ser bons como maus exemplos. Frequentemente pessoas tentam nos influenciar com suas opiniões e conceitos, no entanto, aquilo que nos tornamos não é resultado dessas influências, mas sim das nossas próprias escolhas. Possuímos o livre arbítrio para decidir.

Se formos bem sucedidos é gratificante bater no peito e assumir o crédito do sucesso, porém, se der errado é comum buscarmos justificativas para o fracasso. É mais cômodo encontrar um culpado para o nosso insucesso do que reconhecer a falha, porém, não é uma atitude que ajuda a corrigirmos os rumos, pois, ao justificarmos a falha fora de nós mesmos, não assumimos as nossas responsabilidades.

Não há como apagar aquilo que passou, mas um olhar sobre o passado pode ser uma atitude interessante porque nos permite enxergarmos onde falhamos, ajustar as arestas e corrigir o futuro. No entanto, é preciso muito cuidado para não nos mantermos amarrados ao que passou, vivendo de lamentações.

Mais do que lamentar as escolhas mal sucedidas, neste novo momento, podemos parar de buscar os culpados nos outros ou nas circunstâncias, e planejarmos novas escolhas a partir de nós mesmos e do momento presente. O bom da vida é isso: sempre podemos adotar novas atitudes, mas devemos ter a consciência de que se não mudarmos nossas escolhas, não corrigimos aquilo que não está bom. Se as escolhas são nossas, as consequências também. 


Celso Garrefa 

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 23 de outubro de 2022

TENHA CALMA, O DESESPERO É UM GRANDE ENGANO


Muitas vezes nos vemos diante de uma situação tão complicada, que não enxergamos uma saída e entramos em desespero. A descoberta de que um filho está fazendo uso abusivo de drogas é um exemplo de drama que leva muitos pais a experimentarem essa terrível sensação.

Em estado de desespero os familiares sofrem um impacto paralisante, que os impedem de adotar qualquer tipo de ação, ou pior, pode leva-los agir no impulso do momento e adotar atitudes impensadas que, ao invés de produzir resultados positivos, agravam ainda mais uma situação que já é grave.

O pânico impede os familiares de enxergar o problema na medida certa. É comum super dimensionarem a situação, e com isso, não conseguem vislumbrar uma saída ou uma solução.  Os pensamentos não possuem uma lógica e são dominados pelo negativismo.

Nos raros momentos em que pensam em alguma medida, buscam o imediatismo, porém, nem sempre se resolve um problema instalado a longo tempo em um estalar de dedos e a frustração aumenta ainda mais o estado de desespero.

O primeiro passo é tentar manter a calma diante de um grande desafio. A calma nos permite lidarmos com um problema de alta complexidade com discernimento, controle e sabedoria. Ela nos permite agir ao invés de apenas reagir, conscientes de que manter a calma diante do caos não significa aceitar comportamentos que desaprovamos, mas lidar com eles com posicionamentos firmes e ações controladas e equilibradas.

Duas atitudes são fundamentais para mantermos a calma: fortalecer nossa espiritualidade e buscar ajuda, com a certeza de que são nos momentos mais difíceis que sentimos com maior intensidade a presença de Deus em nossa vida.

Por fim, o desespero é um grande engano, portanto, acalme-se, como sugere a canção de Leandro Borges: "Se eu pudesse conversar com sua alma, eu diria, fique calma, isso logo vai passar". 


Celso Garrefa

Pedagogo Social 

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 16 de outubro de 2022

DE GRAÇA RECEBESTES, DE GRAÇA DEVEIS DAR

Não temos dúvidas de que o ser humano precisa uns dos outros, e quanto maior o desafio enfrentado, maior a necessidade de nos apoiarmos para vencê-lo. Esse é o trabalho dos grupos de apoio, ou seja, uma união de pessoas que possuem em comum uma batalha árdua demais para ser enfrentada sozinha.

Durante o período de dependência química ou alcoólica é comum a pessoa se afastar dos bons amigos, inclusive fazendo com eles piadinhas bem infantilizadas e sem graça – não aguenta, toma leite – ou se achando o cara, enquanto enxerga o outro como careta. Muitos se afastam inclusive da família ou a própria família, após tanto sofrimento, não suporta mais conviver com uma pessoa altamente destrutiva.

Na medida em que a dependência se agrava e os prejuízos pelo uso se tornam muito superiores aos prazeres proporcionados pelo consumo, pode despertar em muitos a necessidade de abandonar a vida louca e se tratar. 

Nesse momento muitos se veem sozinhos. Para abandonar um vício é preciso se afastar da turma do uso e, em geral, os amigos que não são usuários se afastaram a tempo. Nessa hora, os grupos de apoio são importantíssimos e estão de portas abertas para acolhê-los e ajudá-los a conquistar sua sobriedade, através de um processo de construção de novas relações baseadas na cooperação e no apoio mútuo, em uma via de mão dupla.

A sobriedade torna-se plena e a sua manutenção é facilitada quando utilizamos o grupo em que estamos inseridos para continuarmos recebendo apoio ao mesmo tempo em que oferecemos apoio, cooperando uns com os outros, reconhecendo a nossa necessidade e a necessidade do outro. De graça recebestes, de graça deveis dar! (Mateus 10:8). 



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 9 de outubro de 2022

PERGUNTE AO GOOGLE

A pequena menina mal completou três anos de idade e já possui um celular nas mãos, onde desliza os frágeis dedinhos sobre a tela, clica em um ícone, outro clique e...

Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.


                                                               Grato pela compreensão.  



sábado, 1 de outubro de 2022

VÍNCULOS AFETIVOS OU LIGAÇÃO EMOCIONAL?

Júnior mal chegou da escola, jogou a mochila num canto da sala, deixou o tênis no meio do corredor, esticou-se no sofá e lançou o primeiro de muitos pedidos para sua mãe: - Mãe, pega uma água pra mim. Ela parou, por um instante, o almoço que fazia, encheu um copo e o serviu.

Se questionada, provavelmente vai justificar sua atitude como uma demonstração de amor, de cuidado, de carinho, como um meio de fortalecer os vínculos afetivos, mas para o filho todo o esforço dela é visto apenas como uma obrigação.

O fortalecimento dos vínculos afetivos é essencial para a solidificação das relações familiares, no entanto, é preciso muito cuidado para não confundirmos um vínculo afetivo com uma ligação emocional, que, apesar da linha tênue que os diferenciam, são duas situações complemente diferentes.

Os vínculos afetivos são construções conjuntas, uma via de mão dupla, em que um se preocupa com o bem estar do outro, em que os membros cooperam entre si, visando o bem comum, enquanto que a ligação emocional apenas um lado atua em função do outro, sem nada receber em troca, um desejo permanente de resolver a vida do outro, de facilitar a vida do outro, de viver a vida do outro.

Ligações emocionais são prejudiciais tanto para quem assume as responsabilidades que não são suas, como para aquele que tem a vida facilitada. Quem vive a vida do outro, não tem vida. Quem vive em função do outro, não é visto, não existe. E o que é pior, se em algum momento a pessoa assistida resolver tomar conta da própria vida, quem o assistia perde a razão de viver. E agora, quem é você? o que sobrou de você?

A pessoa que tem a vida facilitada, sem necessidade, também é prejudicada. Pode encontrar dificuldades de crescimento pessoal, de evoluir, de se tornar independente e responsável. Torna-se frio e enxerga o outro apenas como um serviçal, obrigado a atendê-lo custe o que custar. Se um dia se ver só, pode não saber que rumo seguir.

Por tudo isso, as ligações emocionais devem ser repensadas nas relações familiares. É um comportamento que adoece todos os envolvidos, enquanto que os vínculos afetivos devem ser valorizados, pois são essenciais na construção de um ambiente familiar funcional. Enfim, para que viver em função do outro, se podemos viver todos?

Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...