Durante o período de
dependência química ou alcoólica é comum a pessoa se afastar dos bons amigos, inclusive fazendo com
eles piadinhas bem infantilizadas e sem graça – não aguenta, toma leite – ou se
achando o cara, enquanto enxerga o outro como careta. Muitos se afastam inclusive da
família ou a própria família, após tanto sofrimento, não suporta mais conviver
com uma pessoa altamente destrutiva.
Na medida em que a dependência
se agrava e os prejuízos pelo uso se tornam muito superiores aos prazeres
proporcionados pelo consumo, pode despertar em muitos a necessidade de abandonar a
vida louca e se tratar.
Nesse momento muitos se veem sozinhos. Para abandonar um vício é preciso se afastar da turma do uso e, em geral, os amigos que não são usuários se afastaram a tempo. Nessa hora, os grupos de apoio são importantíssimos e estão de portas
abertas para acolhê-los e ajudá-los a conquistar sua sobriedade, através de um
processo de construção de novas relações baseadas na cooperação e no apoio mútuo,
em uma via de mão dupla.
A sobriedade torna-se plena e a sua manutenção é facilitada quando utilizamos o grupo em que estamos inseridos para continuarmos recebendo apoio ao mesmo tempo em que oferecemos apoio, cooperando uns com os outros, reconhecendo a nossa necessidade e a necessidade do outro. De graça recebestes, de graça deveis dar! (Mateus 10:8).
Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP
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