(Imagem extraída da internet) |
Vivenciamos um passado recente em que o autoritarismo era marcante e na educação das crianças não havia espaço para flexibilidades. Esse tipo de comportamento não se encaixa mais na educação moderna, com todas as mudanças de mundo que acompanhamos e por isso precisava ser interrompido, entretanto, a autoridade deveria ser preservada, o que não aconteceu, pois no ímpeto da mudança, sem que nos déssemos conta, perdendo também nossa autoridade.
Para agravar ainda mais, muitos pais começaram a se relacionar com os filhos, tratando-os mais como “amiguinhos” e esqueceram que, antes de serem seus amiguinhos, são pais e precisam exercer o seu papel de pais. Em seu livro “O que é Amor-Exigente” Mara Sílvia Carvalho de Menezes cita que “pai é guia, orientador, legislador: deve nortear a conduta do filho, criando regras ou leis que precisam ser respeitadas e vão prepará-los para enfrentar o mundo”. Sem assumir essas responsabilidades, estamos sujeitos a vivenciar duas tristes realidades: a primeira é uma inversão de papeis, onde quem manda, quem dita as regras, quem reina a casa são as crianças, enquanto os pais apenas obedecem; e a segunda, e não menos preocupante, favorecemos a criação de uma geração de filhos órfãos de pais vivos.
Mas a conquista da autoridade não cai do céu. É uma busca que exige empenho e que precisa começar o mais cedo possível, pois recuperá-la depois de perdida é tarefa dificílima.
Muitos pais vivem intensos conflitos relacionais e sem poupar palavras ofendem-se mutuamente. – Sua mãe é uma burra, resmunga o pai. - Seu pai é um “banana”, reclama a mãe. Como esperar que uma criança respeite a autoridade da mãe se está sendo plantada na sua mente em formação, a imagem de uma mãe burra? Como esperar que a criança respeite a autoridade do pai se está interiorizando a imagem de um pai “banana”? O fortalecimento da autoridade é facilitado quando o casal se respeita e faz-se unidade na educação dos filhos, falando a mesma língua.
Outro fator essencial para o exercício da autoridade e que a difere do autoritarismo é o poder do exemplo. É complicado desejar que os filhos sejam equilibrados se vivemos em estado de loucura. É missão dificílima aconselhar os filhos em relação ao abuso de álcool se eles assistem ao consumo abusivo dos pais. É tarefa complicada colocar Deus na vida dos pequenos, se não vivemos uma espiritualidade. Não é fácil fazer com que as crianças se dediquem a leituras se eles nunca veem os pais com um livro nas mãos. Mas precisamos entender que não basta dar exemplos. É preciso ser modelo e cobrar resposta. Se não quero que meus filhos deixem o calçado no meio do corredor, primeiro cuido dos meus e depois, com autoridade, cobro para que façam o mesmo com os deles.
Outro ponto fundamental na conquista da autoridade é a clareza e a firmeza nas decisões tomadas. O sim dos pais precisa ser sim, mas quando a resposta exigida for um não, ela precisa ser mantida com posicionamento claro e firme, mesmo diante do choro, das birras ou da insistência perturbadora com que eles reclamam. Quando cedemos facilmente diante das pressões recebidas, transmitimos aos filhos uma mensagem não verbal: pressionem que cedemos.
Não podemos confundir uso da autoridade com agressões ou violências, com barulhos ou gritos e nem através de comportamentos hostis, grosseiros ou estúpidos. Autoridade não é algo que se impõe, mas sim uma conquista que exige respeito e cobra respeito, fazendo desse comportamento o norte do relacionamento familiar e, finalmente, quando a autoridade é exercida com equilíbrio, coerência e responsabilidade, os pais certamente serão os melhores amigos dos seus filhos.
Texto de Celso Garrefa (Amor-Exigente de Sertãozinho)
Elaborado com base no 4º princípio do programa Amor-Exigente “Pais e Filhos não são Iguais”