terça-feira, 26 de março de 2013

Educação com autoridade (Pais e filhos não são iguais)

(Imagem extraída da internet)
Certa vez, durante uma palestra para um grupo de mães, tratávamos da importância da autoridade na educação das crianças, quando uma participante nos relatou que vivia com seu marido e um filho de cinco anos. Segundo ela, todas as vezes que o companheiro saía de casa, transmitia a seguinte mensagem ao menino: - "Papai está saindo, agora você é o homem da casa". Esse poder transmitido ao garoto, fazia-o sentir-se poderoso e arrebentava com a autoridade da mãe.

        Vivenciamos um passado recente em que o autoritarismo era marcante e na educação das crianças não havia espaço para flexibilidades. Esse tipo de comportamento não se encaixa mais na educação moderna, com todas as mudanças de mundo que acompanhamos e por isso precisava ser interrompido, entretanto, a autoridade deveria ser preservada, o que não aconte
ceu, pois no ímpeto da mudança, sem que nos déssemos conta, perdendo também nossa autoridade.

          Para agravar ainda mais, muitos pais começaram a se relacionar com os filhos, tratando-os mais como “amiguinhos” e esqueceram que, antes de serem seus amiguinhos, são pais e precisam exercer o seu papel de pais. Em seu livro “O que é Amor-Exigente” Mara Sílvia Carvalho de Menezes cita que “pai é guia, orientador, legislador: deve nortear a conduta do filho, criando regras ou leis que precisam ser respeitadas e vão prepará-los para enfrentar o mundo”. Sem assumir essas responsabilidades, estamos sujeitos a vivenciar duas tristes realidades: a primeira é uma inversão de papeis, onde quem manda, quem dita as regras, quem reina a casa são as crianças, enquanto os pais apenas obedecem; e a segunda, e não menos preocupante, favorecemos a criação de uma geração de filhos órfãos de pais vivos.


          Mas a conquista da autoridade não cai do céu. É uma busca que exige empenho e que precisa começar o mais cedo possível, pois recuperá-la depois de perdida é tarefa dificílima. 


Muitos pais vivem intensos conflitos relacionais e sem poupar palavras ofendem-se mutuamente. – Sua mãe é uma burra, resmunga o pai. - Seu pai é um “banana”, reclama a mãe. Como esperar que uma criança respeite a autoridade da mãe se está sendo plantada na sua mente em formação, a imagem de uma mãe burra? Como esperar que a criança respeite a autoridade do pai se está interiorizando a imagem de um pai “banana”? O fortalecimento da autoridade é facilitado quando o casal se respeita e faz-se unidade na educação dos filhos, falando a mesma língua.

          Outro fator essencial para o exercício da autoridade e que a difere do autoritarismo é o poder do exemplo. É complicado desejar que os filhos sejam equilibrados se vivemos em estado de loucura. É missão dificílima aconselhar os filhos em relação ao abuso de álcool se eles assistem ao consumo abusivo dos pais. É tarefa complicada colocar Deus na vida dos pequenos, se não vivemos uma espiritualidade. Não é fácil fazer com que as crianças se dediquem a leituras se eles nunca veem os pais com um livro nas mãos. Mas precisamos entender que não basta dar exemplos. É preciso ser modelo e cobrar resposta. Se não quero que meus filhos deixem o calçado no meio do corredor, primeiro cuido dos meus e depois, com autoridade, cobro para que façam o mesmo com os deles.


         Outro ponto fundamental na conquista da autoridade é a clareza e a firmeza nas decisões tomadas. O sim dos pais precisa ser sim, mas quando a resposta exigida for um não, ela precisa ser mantida com posicionamento claro e firme, mesmo diante do choro, das birras ou da insistência perturbadora com que eles reclamam. Quando cedemos facilmente diante das pressões recebidas, transmitimos aos filhos uma mensagem não verbal: pressionem que cedemos.


          Não podemos confundir uso da autoridade com agressões ou violências, com barulhos ou gritos e nem através de comportamentos hostis, grosseiros ou estúpidos. Autoridade não é algo que se impõe, mas sim uma conquista que exige respeito e cobra respeito, fazendo desse comportamento o norte do relacionamento familiar e, finalmente, quando a autoridade é exercida com equilíbrio, coerência e responsabilidade, os pais certamente serão os melhores amigos dos seus filhos.

             Texto de Celso Garrefa (Amor-Exigente de Sertãozinho)
             Elaborado com base no 4º princípio do programa Amor-Exigente “Pais e Filhos não são Iguais”



7 comentários:

  1. Excelente texto Celso, pretendo usá lo nas reuniões e no programa de rádio.
    Norberto Silva - AE São Roque

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grato por postar um comentário, Norberto e sucesso em seu programa. Grande abraço.

      Excluir
  2. Olá... Estou a pouco tempo no AE, tudo é muito novo e tem muita intensidade (para mim). Sou grata por achar palavras como a sua, que nos mostra outras situações. Agradecida!!!

    Ah!!! vou mostrar seu texto pro grupo que participo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Goreti, por deixar seu comentário e ajudar a divulgar nossos textos. Continue participando do seu grupo e posso te garantir: vale a pena. Grande abraço.

      Excluir
  3. Gostei o texto esclarece bem o caminho que os pais devem seguir na educação de seus filhos.
    Obrigado
    José

    ResponderExcluir
  4. Celso, gratidão por esse texto maravilhoso! Usarei ele sábado agora na palestra do A.E de Porto Velho Rondônia. Gratidão meu amigo!

    ResponderExcluir
  5. Grato pelo seu comentário, amigo(a). Alegria em saber que lhe será útil. Um forte abraço, estendido a todos os companheiros do Amor-Exigente de Porto Velho.

    ResponderExcluir

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...