segunda-feira, 20 de maio de 2019

NINGUÉM OFERECE AO OUTRO AQUILO QUE NÃO TEM (5° Princ. Ético do AE - Transmitir Valores e Princípios)

Ninguém é capaz de oferecer ao outro aquilo que não tem, portanto para transmitirmos qualquer valor ou princípio em nosso meio devemos, primeiramente, nos apoderarmos deles, vivenciando-os em nosso dia-a-dia. Isso exige de nós uma busca constante por sermos um modelo de vida, de atitude, de comportamento, capazes de servir de exemplo àqueles que desejamos influenciar positivamente.

A nossa participação e envolvimento nos diversos grupos em que atuamos dobra nossa vigilância sobre nós mesmos, exigindo de cada um de nós um cuidado redobrado. Nosso discurso deve coincidir com nossa prática diária, pois sem isso, perdemos crédito.

Nossa família, de todos os grupos que participamos, é o mais importante deles e não devemos medir esforços para transmitir nossos valores e princípios entre os nossos, sem esquecermos de que devemos valorizar mais o ser que o ter, mais a presença que os presentes, mais as pessoas que as coisas.

Para alcançarmos êxito neste objetivo é importante traçarmos metas para eliminarmos atitudes e comportamentos que podem influenciar negativamente aqueles que convivem conosco, libertando-nos da prepotência, de arrogância, da estupidez, da agressividade, da falta de empatia, da raiva, da mágoa, da tristeza, da instabilidade emocional, da culpa, do autoritarismo, etc.

Ao transmitirmos nossos valores, devemos respeitar as possibilidades de cada um, sabendo que cada pessoa é única. Devemos, ainda, compreender e aceitar as mudanças de mundo para atuarmos sem que fiquemos presos ao passado, em discursos que não se encaixam na nossa atual realidade, mas conscientes de que os verdadeiros valores de vida são imutáveis.

Ao tomarmos consciência dos nossos valores e princípios, e deles nos apoderarmos, vivenciando-os em nosso dia a dia, ganhamos crédito, respeito e autoridade para transmiti-los nos grupos em que participamos e, mais importante ainda, em nosso grupo familiar.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 20 de abril de 2019

RESPEITAR E CUMPRIR AS REGRAS DOS GRUPOS EM QUE VOCÊ VIVE E ATUA

(Imagem da internet)
(4ª PRINCÍPIO ÉTICO DO PROGRAMA AMOR-EXIGENTE)

         Qualquer instituição, sem disciplina, caminha a passos largos rumo ao fracasso, seja ela uma empresa, uma escola, ou um grupo ao qual pertencemos, e uma boa disciplina é construída através de regras claras capazes de nortear as condutas de cada membro pertencente a cada uma dessas organizações.

    O primeiro e principal grupo ao qual pertencemos é o familiar, que também é uma organização social, cujas regras precisam ser respeitadas. O primeiro passo para vivenciarmos este princípio em nossa casa é estabelecermos as regras da casa. Não tem como esperarmos respeito às regras, se elas não existem. Também é fundamental que elas sejam as mais claras possíveis, bem como devemos estabelecer quais as consequências para aqueles que insistem em não respeitá-las. 

As regras a serem construídas precisam ser pensadas, estudadas, e devem conter objetivos a serem atingidos. Certa vez uma pessoa desejando parecer moderna me confidenciou que sua casa continha apenas uma regra: é proibido proibir. Este é um exemplo de regra desastrosa, porque indica uma ausência de regras, e sem regras seus membros caminham sem rumo, cada um do seu jeito, a seu modo.

Por vezes me perguntam quais são as regras que devemos implantar em casa. Não tenho a resposta. Isso depende da peculiaridade e dos objetivos de cada família. Na nossa casa temos nossas regras e proibições: é proibido desrespeitar, é proibido ofender, é proibido gritar com o outro, é proibido consumir substâncias ilícitas, é proibido abusar do álcool, é proibido qualquer tipo de violência, etc. Na nossa casa é permitido o diálogo, é permitido o respeito, é permitido a cooperação, é permitido a afetividade, etc.

A regras a serem estabelecidas devem sempre observar o bem comum, cujo ordenamento das normas visem organizar as relações e a convivência entre seus membros, e isso começa pois aqueles que não respeitam as regras da casa, certamente não respeitarão as normas dos grupos aos quais pertencem, nem as regras de convivência em sociedade. E a vida cobra, mas não com o mesmo amor que cobram os pais. 

                  Texto de Celso Garrefa
                  Sertãozinho SP
                 

sábado, 6 de abril de 2019

COMUM NÃO É SINÔNIMO DE NORMAL

(Imagem da internet)
          Cometemos um grande engano ao tratarmos como normais determinados comportamentos pelo simples fato deles serem  considerados, hoje em dia, como comuns.

Atualmente é comum os jovens fazerem uso da maconha, inclusive dentro da própria casa. É comum crianças desrespeitarem, mandarem e desmandarem em seus pais. Também é preocupantemente comum a corrupção em nosso país. Mas, o fato desses comportamentos serem comuns não os transformam, automaticamente, em normais.

Evidente é que cada um julga aquilo que vivencia de acordo com os seus próprios juízos e sua visão de mundo, mas necessário também é, desenvolvermos um senso crítico diante do que nos é apresentado, pois assim podemos nos posicionar com discernimento.

            Se aceitarmos determinadas atitudes como normais apenas por serem comuns, perdemos em argumentação e abrimos caminho para a aceitação e permissividade. Se aceitamos comportamentos comuns como normais engrossamos a lista de pessoas que adotam hábitos, sem questioná-los, tornando-os cada vez mais comuns.

            Não precisamos transformar em regra, assumir ou aceitar determinadas atitudes apenas sob o ponto de vista de que são comportamentos comuns, pois se assim o fizermos corremos sério risco de nos transformarmos em mera massa de manobra, condicionados a pensar e agir de acordo com interesses, muitas vezes, escusos. Pensar, questionar e refletir são atitudes que nos ajudam a assumir uma personalidade e, consequentemente, a adotarmos um posicionamento diante daquilo que nos é apresentado.

            Também é fundamental possuirmos o devido cuidado para não paralisarmos no tempo. O mundo muda, mudam-se os hábitos e costumes, e precisamos acompanhar essas mudanças. Não dá para ficarmos presos ao passado, lamentando o presente. A vida é hoje, o agora, e o nosso grande desafio é nos adequarmos ao novo tempo, sem, no entanto, assumirmos ou aceitarmos passivamente comportamentos inadequados, sob a desculpa de que são comuns nos dias de hoje.

            Por fim, reforçamos que não é normal aceitarmos como normais situações e comportamentos pelo simples fato de serem comuns. Não podemos confundir: comum não é sinônimo de normal. 

                 Texto de Celso Garrefa
                 Sertãozinho SP





domingo, 31 de março de 2019

PAIS E FILHOS NÃO SÃO IGUAIS


       
Em um passado recente, o autoritarismo era marcante na educação das crianças. Os filhos não eram vistos, nem ouvidos. Não tinham voz, nem vez. Esse tipo de comportamento não se encaixa mais na educação moderna, e precisava ser interrompido. No entanto, no ímpeto da mudança fomos de um extremo a outro. Passamos a nos relacionar com os filhos de igual para igual, tratando-os mais como amiguinhos e esquecemos que, antes de sermos seus amigos, somos pais e precisamos exercer o nosso papel de pais.

Sem isso, invertemos os papéis e quem passam a  mandar na casa, a ditar as regras são os filhos, enquanto os pais apenas obedecem e essa é a receita certa para o colapso familiar. Sem exercermos nossas responsabilidades de pais, na educação das crianças, permitimos que cresçam a mercê de si mesmos, entregues a própria sorte, como filhos órfãos, porém de pais vivos. 

Os pais são guias e orientadores. Devem exercer sua autoridade para nortear a conduta dos filhos, cientes de que esse exercício é facilitado quando, em se tratando da educação das crianças, pai e mãe possuem unidade e falam a mesma língua. 

Um fator essencial para o exercício da autoridade, e que a difere do autoritarismo, é o poder do exemplo. É complicado desejar que os filhos sejam equilibrados se vivemos em estado de loucura. É difícil aconselhá-los em relação ao abuso do álcool se eles assistem nosso consumo abusivo. É tarefa complicada colocar Deus na vida dos pequenos, se não vivemos uma espiritualidade. Sem sermos exemplos deixamos de exercer nossa autoridade, que é legítima, para adotarmos duas outras atitudes nada funcionais: ou nos tornamos autoritários ou caímos na passividade.

É importante, também, compreendermos que autoridade se conquista respeitando e exigindo respeito, com posicionamento firme e claro e não através do uso de agressões ou violências, barulhos ou gritos.

Por fim, e para não restar dúvidas, não há problema em sermos amigos dos nossos filhos, desde que, antes disso exercemos nosso papel de pais com autoridade, equilíbrio, coerência e responsabilidade.

(Celso Garrefa - Sertãozinho SP)

domingo, 24 de março de 2019

CONSTRUINDO UMA PROPOSTA DE VIDA FAMILIAR



“Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve“. Essa frase, citada por Lewis Carroll, no livro “Alice nos País das Maravilhas”, faz-nos refletir sobre a importância de estabelecermos uma proposta de vida para nossa família. 

O primeiro passo nessa construção começa conosco. Precisamos, em primeiro lugar, vivenciar a proposta de vida que estamos dispostos a transmitir no nosso meio familiar.  Quais são os nossos princípios de vida? Que valores vivenciamos em nosso dia-a-dia? Que condutas e atitudes adotamos visando um comportamento equilibrado e coerente? 

A proposta de vida que estamos dispostos a transmitir deve visar o bem comum, o respeito mútuo e o fortalecimento dos vínculos afetivos, que são a essência de uma família equilibrada e funcional. E como estamos falando em respeito, não dá para pensarmos uma proposta de vida familiar, sem ouvirmos e envolvemos os membros que a compõem.

Também é importante sermos fiéis, honestos e verdadeiros na vivência da nossa proposta de vida, transmitindo-a com clareza, e sem acomodação, trazendo à tona e cobrando a correção de quaisquer problemas que não condizem com nossa proposta de vida, sem camuflar a verdade e sem empurrar para debaixo do tapete questões que precisam ser debatidas.

Atitudes e comportamentos equilibrados, coerentes e responsáveis são essências na construção e transmissão da nossa proposta de vida, sem isso, não se organiza ou reorganiza uma família, e sem um norte, cada um dos seus membros vaga perdido, sem saber que rumo tomar. 

Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

PADRE HAROLDO - CEM ANOS SÓ DE AMOR

Hoje, um dia especial. Nosso querido Padre Haroldo está completando CEM anos de vida. Se fôssemos listar suas qualidades não precisaríamos de muito esforço para atingir a marca de CEM atributos que fazem desse jesuíta um ser iluminado.

Dentre suas inúmeras obras e realizações destacamos a criação do Movimento de Liderança Cristã - TLC, a fundação da “Fazendo do Senhor Jesus”, para dependentes do álcool e outras drogas; a criação do Programa Amor-Exigente, hoje presente em todo território nacional e outros países da América do Sul; a co-fundação da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract); a co-fundação da Pastoral da Sobriedade da Igreja Católica; a autoria de mais de vinte livros publicados, etc. (Fonte: http://padreharoldo.org.br/padre-haroldo/)

Para muitos, Haroldo é sinônimo de “amor”; para outros, “coragem”, como ele mesmo cita: “Medo de nada, só amor”. Outros o veem como “salvador” e quantas e tantas vidas resgatadas por suas obras. Há quem o enxergue como “esperança”, inspiração para dias melhores. Também é visto como “luz”, sua presença irradia bondade, sabedoria e, mais uma vez, em suas próprias palavras: “alegrrrrria”.

Costumamos ouvir, com frequência, que o mundo precisa mais de amor, de compreensão, de compaixão, de equilíbrio, de sabedoria, de luz, e podemos resumir tudo isso dizendo que o mundo precisa apenas de mais de “Haroldos”.

Em nome de todos os coordenadores e voluntários do Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP, desejamos, Padre Haroldo, muita luz, muita paz, com a certeza que seu brilho iluminará muitas e muitas gerações, infinitamente. – Feliz aniversário.


Texto Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 17 de fevereiro de 2019

MANTER SIGILO É RESPONSABILIDADE

Segundo princípio ético do programa amor-exigente: manter sigilo em relação a identidade das pessoas
(Imagem da internet)
O segundo princípio ético do Amor-Exigente cita que devemos manter sigilo em relação a fatos e identidade das pessoas que participam do programa. 

Como não existe ética pela metade, aquilo que nos é confiado não devemos repassar nem mesmo para a pessoa que mais confiamos. Eu confio muito na minha esposa, e ela confia muito na mãe dela. A mãe dela confia muito na tia dela. A tia dela confia muito no marido e assim por diante. É confiando no outro, que quebrados o sigilo e matamos a ética.

Em relação aos problemas familiares, não devemos escondê-los ou camuflá-los, sob o risco de perpetuá-los, mas é importante expô-los nos locais certos, com pessoas capazes de oferecer um auxílio, um apoio, uma orientação, sem tornar público e escancarar nossos dramas. Isso aumenta ainda mais a responsabilidade do sigilo em relação a quem procura nossas reuniões de grupo.

Fora do ambiente familiar dialogamos com pessoas o tempo todo, seja em nosso trabalho, em nossa comunidade ou mesmo com aquelas que cruzam nosso caminho diariamente. Observem como parece existir um prazer sórdido em falar do outro, porém, quase nunca um elogio, uma qualidade, mas sim apontando seus defeitos e fazendo críticas. 

A expansão das redes sociais, somada a quantidade astronômica de celulares, com tecnologias que permitem tirar fotos, fazer filmagens e postá-las instantaneamente deixou-nos expostos e sujeitos a virar notícia ou “memes”, mesmo sem a nossa autorização. Basta um acidente ou incidente para aparecer uma multidão mais preocupada em registrar os fatos e torná-lo público a nos prestar socorro.

Que direito possuímos em expor o outro em redes sociais, no momento mais complicado da sua vida? Que prazer é esse de tornar público a condição alheia, sem ao menos pedir sua autorização, sem consultá-lo? O que ganhamos em compartilhar o drama alheio, sem ao menos consultar a fonte? 

Que necessidade é essa de aparecer o tempo todo, mostrando o problema do outro, apenas com o objetivo de ganhar seguidores e likes? Que falta de ética profissional, pessoas que lidam com o público e usam dessa proximidade para expô-los, com objetivo claro de aparecer, se autopromover, ganhar leigos elogios? Que indecência! Que falta de ética!

Nestes tempos modernos, em que nossa privacidade está cada vez mais exposta, devemos refletir muito sobre esse princípio, nos vigiando o tempo todo e, com muita empatia, colocar-nos no lugar do outro. Manter sigilo é uma questão de responsabilidade e de respeito à dignidade da pessoa humana.



Texto de Celso Garrefa
           Sertãozinho SP

domingo, 20 de janeiro de 2019

RESPEITAR A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

(Imagem da internet)
Respeitar a dignidade da pessoa humana é o primeiro dos doze princípios éticos do Programa Amor-Exigente e o pilar que sustenta os demais. Respeitar nossos semelhantes é tão óbvio, porém, ao observarmos as pessoas, parece-nos que existe certo prazer em falar sobre o outro, listar seus defeitos, criticar suas atitudes, julgar seus comportamentos, condenar suas ações. 

Nos grupos de Amor-Exigente esse respeito deve começar pelo sigilo em relação à identidade de quem procura pelo programa, bem como em relação aos assuntos ali compartilhados e partilhados. Tudo aquilo que é conversado na reunião não pode sair da sala.

Durante os encontros, o respeito às pessoas deve prevalecer, acolhendo-as sem julgamentos, sem criticas e sem condenações. Quem chega até nós já vivenciou tudo isso com grande intensidade, não desejam e nem precisam de mais ataques

Nas reuniões de grupos, a formação deve ser em círculo, todos sentados em cadeiras, sem mesas ou outras barreiras à frente. O objetivo dessa formação é colocar todos os participantes no mesmo nível, e em igualdade de condições. O coordenador não é o dono, mas um membro do grupo, deve partilhar em igualdade com os demais e também assumir sua meta para a semana.

As pessoas devem ser respeitadas como chegam, independente de sua religião, do seu nível social, da sua orientação sexual ou da sua condição financeira, sem bajular aqueles que possuem melhores condições e sem menosprezar os menos favorecidos. A dignidade da pessoa humana não está relacionada ao ter, mas ao ser. 

Toda correção, quando necessária, deve ser fraterna, com respeito e educação e, preferencialmente, sem expor a pessoa diante de um grupo. 

Também devemos cuidar para não sermos inconvenientes, cortando as falas das pessoas, desviando a nossa atenção, iniciando conversas paralelas, ou acessando o celular durante as partilhas. Enquanto um fala, os outros ouvem, com muita atenção e interesse. Também não devemos exagerar nos retornos das partilhas, fazendo deles quase uma nova palestra. Não deixa de ser uma forma de desrespeito tentar mostrar ao outro, o tempo todo, o quanto sabemos.

Quem procura pelo programa possui grande chance de permanecer se sentir pertencente e respeitado pelos membros do grupo, portanto, devemos fazer deste primeiro princípio ético, uma missão, abandonando o comportamento ciclista, ou seja, pisa embaixo e se curva em cima.

Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

NADA MUDA SE VOCÊ NÃO MUDAR - FELIZ 2019

Chegamos ao final de mais um ano, e como um ciclo que se completa, é a oportunidade para refletirmos sobre este que agora se encerra e nos prepararmos para a entrada do novo período. Momento oportuno para  traçarmos novos planos e alçarmos novos voos.

Período em que manifestamos, com maior intensidade, o desejo de mudanças, mas mudanças somente acontecem a partir das ações. Muitos são aqueles que, ano após ano repetem o discurso de que precisam mudar, mas não entram no campo da ação, restando, futuramente, a lamentação: eu deveria ter mudado.

Mas, nada muda se eu não mudar. Não adianta pular ondinhas no mar, comer lentilhas na virada ou se vestir de branco ou amarelo, se não nos propormos a modificar comportamentos, abandonar a falação e entrar no campo da ação. 

          Também precisamos nos conscientizar de que as mudanças que tanto desejamos não é algo que alcançamos num instalo ou impulso. A busca pelo imediatismo gera frustrações e como consequência, muitos abandonam os seus projetos. As mudanças tão desejadas não devem se limitar às promessas feitas no último dia do ano, mas um processo em construção contínua e permanente.

Todo plano exige ação, disciplina e perseverança, pois dificilmente alcançamos objetivos, sem traçarmos metas. Sem atitudes novas, o novo ano não passará de uma mudança de data no calendário.

E nesta oportunidade desejo a todos um ano de 2019 de muita paz e realizações. Força, fé e alegria.

            Celso Garrefa
            Sertãozinho SP

sábado, 24 de novembro de 2018

O MENINO E A BARATA


O menino brinca há horas em um canto da sala. A mãe assiste a sua novela preferida. O pai sorri sozinho vendo as postagens em suas redes sociais. Em um determinado momento, a criança chama pela mãe, mas...


Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.


                                                               Grato pela compreensão.  




sábado, 29 de setembro de 2018

ABSTINÊNCIA X SOBRIEDADE


(Crédito Foto: Shutterstok.com)
Abolir por completo o consumo da substância causadora da dependência é um passo gigantesco na busca da sobriedade, porém, estar abstêmio nem sempre significa viver em sobriedade.

Enquanto a abstinência limita-se ao ato de eliminar completamente o consumo da substância causadora da dependência, decidir viver em sobriedade é uma atitude muito maior, que exige do dependente, em recuperação, o compromisso de mudança em todas as áreas da sua vida.

Pouco adianta parar de consumir drogas, mas continuar externando comportamentos desajustados e desequilibrados. É pouco produtivo abandonar o uso, mas continuar culpando os outros pelo problema. Pouco resolve deixar de beber, mas reproduzir a mesma agressividade com a família.

A busca pela sobriedade é uma atitude comportamental que vai além do se manter afastado do consumo da substância de uso. Trabalhar a sobriedade plena significa resgatar os domínios da própria vida, assumindo responsabilidades, corrigindo os defeitos de caráter, abandonando as manipulações e mentiras, etc.

Mais do que parar de usar, o dependente em recuperação, também precisa resgatar o respeito e a confiança das pessoas próximas, e isso não se conquista com palavras ou promessas, nem deixando de fazer uso, mas com atitudes e comportamentos equilibrados e muita perseverança. 

Aqueles, cujo objetivo visa apenas se manterem abstêmios, mas não se preocupam com a sobriedade comportamental, estão na iminência de uma recaída. Sem modificar e reorganizar o modo de viver, o dependente em recuperação coloca-se em constante situação de vulnerabilidade em relação à substância de escolha. E isso é de alto risco.

Alertamos, também, que a sobriedade comportamental não se limita à pessoa usuária de substâncias causadoras de dependência. Existem muitos por aí que jamais fizeram uso de qualquer tipo de droga, mas não possui a mínima sobriedade comportamental. Vivem intoxicados por condutas inadequadas, despejando críticas nos outros, mas são incapazes de olharem para si mesmos. Sobriedade comportamental é, acima de tudo, uma questão ética, que vale para todos.

           

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

terça-feira, 21 de agosto de 2018

DEPENDÊNCIA - INTERNAÇÃO: QUANDO? ONDE?

(Imagem da internet)

A ansiedade em solucionar rapidamente o problema leva muitos familiares a buscarem uma internação para o dependente em clínicas ou comunidades terapêuticas, mas será essa a medida mais adequada? E que cuidados devemos tomar antes de optar pela internação?

Clínicas e Comunidades Terapêuticas se alastram pelo país, oferecendo tratamento para dependentes do álcool e de outras drogas e cresce, na mesma proporção, notícias de irregularidades e problemas relacionados a essas instituições. Que cuidados devem ser tomados antes de encaminhá-lo a esses locais?

Inicialmente, devemos compreender que não são todos os casos de dependência que necessitam de internação. Existem outras formas de intervenção que podem ser buscados como, por exemplo, os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), os grupos de apoio, os profissionais especializados em dependência química. A busca por uma internação deve ser tomada após contato com pessoas e profissionais experientes no assunto, e não pelo desespero ou por indicação de leigos.

Após o entendimento de que a internação é de fato necessária, devemos tomar os cuidados para escolher um local adequado, que ofereça boas condições de tratamento. Caso o dependente compartilhe com o mesmo desejo da família, as comunidades terapêuticas são uma boa opção. Nesse caso é importante procurar saber sobre os métodos utilizados no tratamento e também conversar com pessoas que se trataram na instituição com a finalidade de buscar referências. Também é fundamental verificar se ela possui registro na FEBRACT (Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas).

Quando o dependente perde o domínio sobre si mesmo, mas não reconhece que precisa de ajuda, a família poderá optar pela internação involuntária, uma modalidade de tratamento realizado mesmo contra a vontade do adicto. Nesse caso as clínicas são as indicadas, tendo em vista que as comunidades terapêuticas não trabalham com esse perfil. Cuidados também são necessários. Conhecer o local, conversar com quem já se tratou na instituição e prestar atenção aos valores. O dependente deverá ser encaminhado para um tratamento, e não para clínicas que mais parecem hotéis cinco estrelas, onde ele apenas tira férias.

Seja qual for a medida a ser adotada é preciso cautela para não agir no impulso. Nada de sair no meio da noite procurando local para enfiar o dependente. As piores besteiras que fazemos na vida acontecem nos momentos de desespero, portanto é preciso calma, equilíbrio e busca de informações e orientações adequadas, pois uma internação realizada fora do contexto ou em locais inidôneos, além de não produzir resultados satisfatórios, podem acarretar outros danos.

Por fim, não podemos esquecer que a atenção aos familiares faz parte do tratamento. Instituições sérias sabem disso e também trabalham a família, cobrando, inclusive, a participação dela em grupos de apoio e orientação, como os oferecidos pelo Programa Amor-Exigente.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 12 de agosto de 2018

ASSERTIVIDADE NA EDUCAÇÃO PREVENTIVA



“Eu amo você, mas não aceito o que você faz de errado”. Essa frase, muito difundida nas reuniões do Programa Amor-Exigente, exemplifica perfeitamente o que é um comportamento assertivo, ou seja, uma pessoa assertiva é aquela que...

Obs.: Em razão de regras contratuais este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de                                                           Celso Garrefa.


        



sábado, 16 de junho de 2018

À ESPERA DE UM MILAGRE

(Imagem da internet)
A dependência do álcool ou de outras drogas é um problema complexo que, além do dependente, afeta toda a família, no entanto, percebemos certa relutância de muitos familiares em participarem das reuniões de grupo.

    Isso ocorre por diversas razões, a começar pela preocupação em expor o problema, temendo pelo julgamento ou crítica das pessoas. Acreditam que sozinhos serão capazes de resolver a situação e demoram em procurar a ajuda do grupo. Quando procuram estão tão aflitos e desesperados que buscam uma solução mágica, uma receita pronta capaz de solucionar, em apenas um encontro, um problema de alta complexidade que se arrasta por anos.

     Muito pais não compreendem a importância de se trabalhar o grupo familiar do dependente, julgando que o problema é dele e assim, ele que resolva. 

         Há também os familiares disfuncionais, carregadas de comportamentos inadequados. Estes vivem condenando o dependente o tempo todo, no entanto, são incapazes de olharem para si mesmos e reconhecerem os seus próprios desajustes. Quando percebem que o programa também cobrará deles uma mudança de comportamento que não estão abertos, nem dispostos a fazê-lo, preferem se afastar.

           Outras famílias não têm coragem para abandonar sua zona de conforto. Acomodam-se em seu pequeno mundo, não se abrem para novos aprendizados e preferem buscar justificativas para tudo. Nada fazem para solucionar o problema e vivem a espera de um milagre.

       Aqueles que permanecem nos grupos são famílias que entendem a proposta do programa e compreendem que a recuperação do dependente é um desafio que envolve todo o grupo familiar, em um processo construído a cada encontro semanal.

Quando me perguntam se o Amor-Exigente é para quem tem problemas, costumo responder que não. Problemas todos nós temos. O Amor-Exigente é para pessoas perseverantes e determinadas em buscar soluções para os seus problemas, com a certeza de que quando fazemos a nossa parte, a providência divina se manifesta e então o milagre acontece.



Texto de Celso Garrefa 
Sertãozinho SP

sábado, 12 de maio de 2018

DIA DAS MÃES: APENAS UM POUCO DE PAZ

(Foto extraída da internet)
Ser mãe é colocar-se em segundo plano, é perdoar quantas vezes for preciso, aconselhar sem perder a fé. Mães não desistem, viram feras, enfrentam batalhões e de todos os amores, talvez não exista superior ao seu. O que desejam em troca? Nada. Quem sabe apenas um pouco de paz.

Nem sempre encontram. Nesta semana, as vésperas do dia das mães, atendi a Dona Maria, cujo olhar perdido buscava no vazio entender os motivos pelo qual a filha colocou veneno no alimento e lhe serviu. E o que dizer da Dona Joana, com marcas roxas provocadas pela fúria do filho adolescente, ou da Dona Cida, que acabara de comprar uma tevê nova com prestações a perder de vista e viu o filho dependente trocá-la por algumas pedras de crack antes da primeira mensalidade.

Como esquecer a Dona Sebastiana, morando sozinha com o filho dependente químico em uma pequena casa, composta apenas de paredes e teto. Todos os móveis, a porta do quarto e até o vaso sanitário trocados por drogas. Ou da Dona Ana que passa noites em claro a espera do filho e no dia seguinte às seis da manhã já está de pé para trabalhar. E o desespero da Dona Marta que já internou o filho alcoólatra por quinze vezes e ele sempre volta ao uso. E a tristeza da Dona Cleide por saber que a filha vive sem rumo pelas ruas da cidade, se prostituindo em troca de algumas carreirinhas.

Os nomes citados são fictícios, mas as histórias são reais. Apenas uma gota dos tantos e tantos dramas da vida real. Filhos que transformam a vida da mãe em um verdadeiro inferno. Filhos que na rua tratam todos muito bem, mas dentro de casa parecem monstros.


Neste dia das mães, essas guerreiras não querem presentes, nem abraços falsos. Não querem pedidos de desculpas que daqui a um, dois dias serão esquecidos, nem promessas de mudanças que nunca são colocadas em prática. O presente que desejam não custa dinheiro, nem se compra em lojas. O que essas e tantas outras Marias, Joanas, Cidas, Sebastianas, Anas, Martas, desejam é tão somente um pouco de paz. A cada uma meu caloroso abraço. Que Deus as iluminem.


Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP


terça-feira, 8 de maio de 2018

A CRIANÇA NO SUPERMERCADO


Dizem que levar crianças ao supermercado é prejuízo no bolso e que o melhor é deixá-las em casa, mas ao contrário disso, acredito que levá-las às compras são possibilidades educativas extraordinárias...



 Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.



                                                               Grato pela compreensão.  




sábado, 14 de abril de 2018

MUDAR É PRECISO

         
- No meu tempo, às dez da noite tínhamos que estar em casa, reclama a mãe para a filha que se prepara para sair. A filha faz uma breve pausa, como quem tenta compreender a queixa da mãe e se manifesta: - Nossa mãe, como seu tempo era chato, ainda bem que não sou da sua época!

            Atualmente as mudanças de mundo ocorrem a uma velocidade espantosa. A cada amanhecer nos deparamos com novas realidades e precisamos nos adequar, abandonando a síndrome de Gabriela - Eu nasci assim. Eu cresci assim. Eu sou mesmo assim. Vou ser sempre assim - e nos abrir a mudanças. Aquele tempo não existe mais.

        Hoje, os tempos são outros. Os perigos são outros. Os filhos não são iguais aquilo que fomos. Quando éramos crianças tínhamos medo do bicho papão, do homem do saco, da loira do banheiro. Qual criança nascida na geração tecnológica ainda preserva esses medos? O medo deles hoje é ficar sem seu celular, ou perder o sinal de wifi,

        Presos ao passado e alienados sobre as realidades presentes perdemos crédito, diante de uma geração que vive conectada. Precisamos estar antenados ao que nos rodeiam: Quais são as realidades de hoje? Quais os riscos iminentes? Como orientar de forma assertiva, sem simplismos? Como mostrar que possuímos conhecimento sobre o que desejamos transmitir? Como nos posicionar com firmeza, diante de uma geração questionadora e imediatista? 

Ao mesmo tempo em que mudanças são necessárias, visando nos adequarmos às realidades de hoje, os nossos princípios precisam continuar preservados. Não podemos aceitar atitudes e comportamentos que atualmente são vistos como comuns, como se tudo fosse normal. E isso nos coloca diante de um grande desafio, ou seja, acompanharmos as mudanças de mundo, porém sem perdermos nossa essência, como sugere uma frase de autor desconhecido: "Troque suas folhas, mas não perca suas raízes, mude suas opiniões, mas não perca seus princípios". 




Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP


PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...