(Imagem extraída da internet) |
domingo, 23 de junho de 2019
RELACIONAR-SE FRATERNALMENTE E COM RESPEITO (6º Princ. Ético do AE)
Atualmente, um dos grandes
problemas da família é a falta de interação. Seus membros não se relacionam mais dentro de
casa, e cada um vive do seu modo, no seu canto, absorvidos pelas suas redes
sociais. Mesmo morando na mesma casa, chegam ao absurdo de se comunicarem via
mensagens de celular.
Até mesmo na hora do jantar esses aparelhos continuam ao
lado dos pratos. Os filhos vivem com fones nos ouvido e a família não conversa
mais. Essa realidade criou uma nova formação familiar, que costumo chamar de
família de desconhecidos, ou seja, pessoas que moram na mesma casa, dormem na
mesma casa, comem na mesma casa e nada mais.
Para vivenciarmos esse princípio ético, primeiro vamos
precisar criar momentos de interação na família, pois não é possível nos
relacionarmos fraternalmente, se sequer interagimos. Que tal começarmos criando
a regra de jantarmos sem tevês ligadas, e sem a presença dos celulares na mesa?
Em seguida, valorizar cada momento, abandonando a
estupidez, a agressividade, a apatia, e aprendermos também o valor do elogio,
do diálogo agradável. Ouvir com interesse e atenção, e até nos momentos que precisarmos
ser firmes, fazê-lo com educação e respeito.
Estendendo este princípio ético para além da nossa casa,
podemos adotá-lo também nos grupos em que atuamos, visando criar uma relação
fraterna com cada um, respeitando as opiniões e pontos de vista do outro, mesmo
que não coincidam com os nossos. Não julgar ou fazer qualquer diferença das
pessoas em razão da sua religião, da sua orientação sexual ou da sua cor de
pele.
Respeitar as pessoas, independente do cargo que exercem
ou da posição social que ocupam, sem bajular ou tratar com luvas de pelica aqueles
que ocupam cargos ou funções superiores, nem desprezar aqueles que não tiveram
melhores oportunidades na vida. Abandonar o papel de ciclista, que se curva em cima
e pisa embaixo.
Vivenciando
na prática este princípio valorizamos as pessoas que convivem conosco, alicerçamos
as relações e esperamos a reciprocidade, que são comportamentos fundamentais
para uma convivência respeitosa e harmônica. Que tenhamos coragem de desligar
um pouco nossos celulares.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
segunda-feira, 20 de maio de 2019
NINGUÉM OFERECE AO OUTRO AQUILO QUE NÃO TEM (5° Princ. Ético do AE - Transmitir Valores e Princípios)
Ninguém é capaz de oferecer
ao outro aquilo que não tem, portanto para transmitirmos qualquer valor ou
princípio em nosso meio devemos, primeiramente, nos apoderarmos
deles, vivenciando-os em nosso dia-a-dia. Isso exige de nós uma busca constante
por sermos um modelo de vida, de atitude, de comportamento, capazes de servir
de exemplo àqueles que desejamos influenciar positivamente.
A nossa participação e envolvimento
nos diversos grupos em que atuamos dobra nossa vigilância sobre nós mesmos, exigindo de cada um de nós um cuidado redobrado. Nosso
discurso deve coincidir com nossa prática diária, pois sem isso, perdemos
crédito.
Nossa família, de todos os
grupos que participamos, é o mais importante deles e não devemos medir esforços
para transmitir nossos valores e princípios entre os nossos, sem esquecermos
de que devemos valorizar mais o ser que o ter, mais a presença que os
presentes, mais as pessoas que as coisas.
Para alcançarmos êxito neste objetivo é
importante traçarmos metas para eliminarmos atitudes e
comportamentos que podem influenciar negativamente aqueles que convivem conosco,
libertando-nos da prepotência, de arrogância, da estupidez, da agressividade, da
falta de empatia, da raiva, da mágoa, da tristeza, da instabilidade emocional,
da culpa, do autoritarismo, etc.
Ao transmitirmos nossos
valores, devemos respeitar as possibilidades de cada um, sabendo que cada pessoa
é única. Devemos, ainda, compreender e aceitar as mudanças de mundo para
atuarmos sem que fiquemos presos ao passado, em discursos que não se encaixam
na nossa atual realidade, mas conscientes de que os verdadeiros valores de vida
são imutáveis.
Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP
sábado, 20 de abril de 2019
RESPEITAR E CUMPRIR AS REGRAS DOS GRUPOS EM QUE VOCÊ VIVE E ATUA
(Imagem da internet) |
Qualquer instituição, sem disciplina, caminha a passos largos rumo ao fracasso, seja ela uma empresa, uma escola, ou um grupo ao qual pertencemos, e uma boa disciplina é construída através de regras claras capazes de nortear as condutas de cada membro pertencente a cada uma dessas organizações.
O primeiro e principal grupo ao qual pertencemos é o familiar, que também é uma organização social, cujas regras precisam ser respeitadas. O primeiro passo para vivenciarmos este princípio em nossa casa é estabelecermos as regras da casa. Não tem como esperarmos respeito às regras, se elas não existem. Também é fundamental que elas sejam as mais claras possíveis, bem como devemos estabelecer quais as consequências para aqueles que insistem em não respeitá-las.
As regras a serem construídas precisam ser pensadas, estudadas, e devem conter objetivos a serem atingidos. Certa vez uma pessoa desejando parecer moderna me confidenciou que sua casa continha apenas uma regra: é proibido proibir. Este é um exemplo de regra desastrosa, porque indica uma ausência de regras, e sem regras seus membros caminham sem rumo, cada um do seu jeito, a seu modo.
Por vezes me perguntam quais são as regras que devemos implantar em casa. Não tenho a resposta. Isso depende da peculiaridade e dos objetivos de cada família. Na nossa casa temos nossas regras e proibições: é proibido desrespeitar, é proibido ofender, é proibido gritar com o outro, é proibido consumir substâncias ilícitas, é proibido abusar do álcool, é proibido qualquer tipo de violência, etc. Na nossa casa é permitido o diálogo, é permitido o respeito, é permitido a cooperação, é permitido a afetividade, etc.
A regras a serem estabelecidas devem sempre observar o bem comum, cujo ordenamento das normas visem organizar as relações e a convivência entre seus membros, e isso começa pois aqueles que não respeitam as
regras da casa, certamente não respeitarão as normas dos grupos aos quais pertencem, nem as regras de convivência em sociedade. E a vida cobra, mas não
com o mesmo amor que cobram os pais.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
sábado, 6 de abril de 2019
COMUM NÃO É SINÔNIMO DE NORMAL
(Imagem da internet) |
Cometemos um grande engano ao tratarmos como normais determinados comportamentos pelo
simples fato deles serem considerados,
hoje em dia, como comuns.
Atualmente
é comum os jovens fazerem uso da maconha, inclusive dentro da própria casa. É
comum crianças desrespeitarem, mandarem e desmandarem em seus pais. Também é preocupantemente
comum a corrupção em nosso país. Mas, o fato desses comportamentos serem comuns
não os transformam, automaticamente, em normais.
Evidente
é que cada um julga aquilo que vivencia de acordo com os seus próprios
juízos e sua visão de mundo, mas necessário também é, desenvolvermos um senso
crítico diante do que nos é apresentado, pois assim podemos nos posicionar com
discernimento.
Se aceitarmos determinadas atitudes como normais apenas
por serem comuns, perdemos em argumentação e abrimos caminho para a aceitação e
permissividade. Se aceitamos comportamentos comuns como normais engrossamos a lista de pessoas que adotam hábitos, sem
questioná-los, tornando-os cada vez mais comuns.
Não precisamos transformar em regra, assumir ou aceitar
determinadas atitudes apenas sob o ponto de vista de que são comportamentos
comuns, pois se assim o fizermos corremos sério risco de nos transformarmos em mera massa de manobra, condicionados a pensar e agir de acordo com interesses,
muitas vezes, escusos. Pensar, questionar e refletir são atitudes que nos
ajudam a assumir uma personalidade e, consequentemente, a adotarmos um
posicionamento diante daquilo que nos é apresentado.
Também é fundamental possuirmos o devido cuidado para não
paralisarmos no tempo. O mundo muda, mudam-se os hábitos e costumes, e precisamos
acompanhar essas mudanças. Não dá para ficarmos presos ao passado, lamentando o
presente. A vida é hoje, o agora, e o nosso grande desafio é nos adequarmos ao
novo tempo, sem, no entanto, assumirmos ou aceitarmos passivamente
comportamentos inadequados, sob a desculpa de que são comuns nos dias de hoje.
Por fim, reforçamos que não é normal aceitarmos como normais
situações e comportamentos pelo simples fato de serem comuns. Não podemos
confundir: comum não é sinônimo de normal.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
domingo, 31 de março de 2019
PAIS E FILHOS NÃO SÃO IGUAIS
Em um passado recente, o autoritarismo era marcante na educação das crianças. Os filhos não
eram vistos, nem ouvidos. Não tinham voz, nem vez. Esse tipo de comportamento
não se encaixa mais na educação moderna, e precisava ser interrompido. No entanto,
no ímpeto da mudança fomos de um extremo a outro. Passamos a nos relacionar com
os filhos de igual para igual, tratando-os mais como amiguinhos e esquecemos
que, antes de sermos seus amigos, somos pais e precisamos exercer o nosso papel
de pais.
Sem isso, invertemos os papéis e quem passam a mandar na casa, a ditar as regras são os filhos, enquanto os pais apenas obedecem e essa é a receita certa para o colapso familiar. Sem exercermos nossas responsabilidades de pais, na educação das crianças, permitimos que cresçam a mercê de si mesmos, entregues a própria sorte, como filhos órfãos, porém de pais vivos.
Os pais são guias e orientadores. Devem exercer sua autoridade para nortear a conduta dos filhos, cientes de que esse exercício é facilitado quando, em se tratando da educação das crianças, pai e mãe possuem unidade e falam a mesma língua.
Um fator
essencial para o exercício da autoridade, e que a difere do autoritarismo, é o
poder do exemplo. É complicado desejar que os filhos sejam equilibrados se
vivemos em estado de loucura. É difícil aconselhá-los em relação ao abuso do
álcool se eles assistem nosso consumo abusivo. É tarefa complicada colocar Deus
na vida dos pequenos, se não vivemos uma espiritualidade. Sem sermos exemplos deixamos de exercer nossa autoridade, que é legítima, para adotarmos duas outras atitudes nada funcionais: ou nos tornamos autoritários ou caímos na passividade.
É importante, também, compreendermos que autoridade se conquista respeitando e exigindo respeito, com posicionamento firme e claro e
não através do uso de agressões ou violências, barulhos ou gritos.
Por fim, e para não restar dúvidas, não
há problema em sermos amigos dos nossos filhos, desde que, antes disso
exercemos nosso papel de pais com autoridade, equilíbrio, coerência e
responsabilidade.
(Celso Garrefa - Sertãozinho SP)
domingo, 24 de março de 2019
CONSTRUINDO UMA PROPOSTA DE VIDA FAMILIAR
O primeiro passo nessa construção começa conosco. Precisamos, em primeiro lugar, vivenciar a proposta de vida que estamos dispostos a transmitir no nosso meio familiar. Quais são os nossos princípios de vida? Que valores vivenciamos em nosso dia-a-dia? Que condutas e atitudes adotamos visando um comportamento equilibrado e coerente?
A proposta de vida que estamos dispostos a transmitir deve visar o bem comum, o respeito mútuo e o fortalecimento dos vínculos afetivos, que são a essência de uma família equilibrada e funcional. E como estamos falando em respeito, não dá para pensarmos uma proposta de vida familiar, sem ouvirmos e envolvemos os membros que a compõem.
Também é importante sermos fiéis, honestos e verdadeiros na vivência da nossa proposta de vida, transmitindo-a com clareza, e sem acomodação, trazendo à tona e cobrando a correção de quaisquer problemas que não condizem com nossa proposta de vida, sem camuflar a verdade e sem empurrar para debaixo do tapete questões que precisam ser debatidas.
Atitudes e comportamentos equilibrados, coerentes e responsáveis são essências na construção e transmissão da nossa proposta de vida, sem isso, não se organiza ou reorganiza uma família, e sem um norte, cada um dos seus membros vaga perdido, sem saber que rumo tomar.
Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
PADRE HAROLDO - CEM ANOS SÓ DE AMOR
Hoje, um dia especial. Nosso querido Padre Haroldo está completando CEM anos de vida. Se fôssemos listar suas qualidades não precisaríamos de muito esforço para atingir a marca de CEM atributos que fazem desse jesuíta um ser iluminado.
Dentre suas inúmeras obras e realizações destacamos a criação do Movimento de Liderança Cristã - TLC, a fundação da “Fazendo do Senhor Jesus”, para dependentes do álcool e outras drogas; a criação do Programa Amor-Exigente, hoje presente em todo território nacional e outros países da América do Sul; a co-fundação da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract); a co-fundação da Pastoral da Sobriedade da Igreja Católica; a autoria de mais de vinte livros publicados, etc. (Fonte: http://padreharoldo.org.br/padre-haroldo/)
Para muitos, Haroldo é sinônimo de “amor”; para outros, “coragem”, como ele mesmo cita: “Medo de nada, só amor”. Outros o veem como “salvador” e quantas e tantas vidas resgatadas por suas obras. Há quem o enxergue como “esperança”, inspiração para dias melhores. Também é visto como “luz”, sua presença irradia bondade, sabedoria e, mais uma vez, em suas próprias palavras: “alegrrrrria”.
Costumamos ouvir, com frequência, que o mundo precisa mais de amor, de compreensão, de compaixão, de equilíbrio, de sabedoria, de luz, e podemos resumir tudo isso dizendo que o mundo precisa apenas de mais de “Haroldos”.
Em nome de todos os coordenadores e voluntários do Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP, desejamos, Padre Haroldo, muita luz, muita paz, com a certeza que seu brilho iluminará muitas e muitas gerações, infinitamente. – Feliz aniversário.
Texto Celso Garrefa
Sertãozinho SP
domingo, 17 de fevereiro de 2019
MANTER SIGILO É RESPONSABILIDADE
(Imagem da internet) |
O segundo princípio ético do Amor-Exigente cita que devemos manter
sigilo em relação a fatos e identidade das pessoas que participam do programa.
Como não existe ética pela metade, aquilo que nos é confiado não devemos repassar nem mesmo para a pessoa que mais confiamos. Eu confio muito na minha esposa, e ela confia muito na mãe dela. A mãe dela confia muito na tia dela. A tia dela confia muito no marido e assim por diante. É confiando no outro, que quebrados o sigilo e matamos a ética.
Em relação
aos problemas familiares, não devemos escondê-los ou camuflá-los, sob o risco
de perpetuá-los, mas é importante expô-los nos locais certos, com pessoas capazes de oferecer um auxílio, um apoio, uma orientação, sem tornar
público e escancarar nossos dramas. Isso aumenta ainda mais a responsabilidade do
sigilo em relação a quem procura nossas reuniões de grupo.
Fora
do ambiente familiar dialogamos com pessoas o tempo todo,
seja em nosso trabalho, em nossa comunidade ou mesmo com aquelas que cruzam
nosso caminho diariamente. Observem como parece existir um prazer sórdido em
falar do outro, porém, quase nunca um elogio, uma qualidade, mas sim apontando
seus defeitos e fazendo críticas.
A
expansão das redes sociais, somada a quantidade astronômica de celulares, com tecnologias que permitem tirar fotos, fazer filmagens e
postá-las instantaneamente deixou-nos expostos e sujeitos a virar notícia ou
“memes”, mesmo sem a nossa autorização. Basta um acidente ou incidente para
aparecer uma multidão mais preocupada em registrar os fatos e torná-lo público
a nos prestar socorro.
Que
direito possuímos em expor o outro em redes sociais, no momento mais complicado
da sua vida? Que prazer é esse de tornar público a condição alheia, sem ao
menos pedir sua autorização, sem consultá-lo? O que ganhamos em compartilhar o
drama alheio, sem ao menos consultar a fonte?
Que
necessidade é essa de aparecer o tempo todo, mostrando o problema do outro, apenas com o
objetivo de ganhar seguidores e likes? Que falta de ética profissional, pessoas
que lidam com o público e usam dessa proximidade para expô-los, com objetivo
claro de aparecer, se autopromover, ganhar leigos elogios? Que indecência! Que
falta de ética!
Nestes
tempos modernos, em que nossa privacidade está cada vez mais exposta, devemos
refletir muito sobre esse princípio, nos vigiando o tempo todo e, com muita
empatia, colocar-nos no lugar do outro. Manter sigilo é uma questão de
responsabilidade e de respeito à dignidade da pessoa humana.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho SPdomingo, 20 de janeiro de 2019
RESPEITAR A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
(Imagem da internet) |
Respeitar
a dignidade da pessoa humana é o primeiro dos doze princípios éticos do
Programa Amor-Exigente e o pilar que sustenta os demais. Respeitar nossos
semelhantes é tão óbvio, porém, ao observarmos as pessoas, parece-nos que existe
certo prazer em falar sobre o outro, listar seus defeitos, criticar suas
atitudes, julgar seus comportamentos, condenar suas ações.
Nos
grupos de Amor-Exigente esse respeito deve começar pelo sigilo em relação à identidade
de quem procura pelo programa, bem como em relação aos assuntos ali compartilhados
e partilhados. Tudo aquilo que é conversado na reunião não pode sair da sala.
Durante
os encontros, o respeito às pessoas deve prevalecer, acolhendo-as sem julgamentos,
sem criticas e sem condenações. Quem chega até nós já vivenciou tudo isso com
grande intensidade, não desejam e nem precisam de mais ataques
Nas
reuniões de grupos, a formação deve ser em círculo, todos sentados em cadeiras,
sem mesas ou outras barreiras à frente. O objetivo dessa formação é colocar
todos os participantes no mesmo nível, e em igualdade de condições. O
coordenador não é o dono, mas um membro do grupo, deve partilhar em igualdade
com os demais e também assumir sua meta para a semana.
As pessoas
devem ser respeitadas como chegam, independente de sua religião, do seu nível
social, da sua orientação sexual ou da sua condição financeira, sem bajular
aqueles que possuem melhores condições e sem menosprezar os menos favorecidos.
A dignidade da pessoa humana não está relacionada ao ter, mas ao ser.
Toda
correção, quando necessária, deve ser fraterna, com respeito e educação e, preferencialmente,
sem expor a pessoa diante de um grupo.
Também
devemos cuidar para não sermos inconvenientes, cortando as falas
das pessoas, desviando a nossa atenção, iniciando conversas paralelas, ou acessando o celular durante as partilhas. Enquanto um fala, os outros ouvem, com muita atenção e interesse. Também não devemos exagerar nos retornos das partilhas,
fazendo deles quase uma nova palestra. Não deixa de ser uma forma de desrespeito
tentar mostrar ao outro, o tempo todo, o quanto sabemos.
Quem
procura pelo programa possui grande chance de permanecer se sentir pertencente
e respeitado pelos membros do grupo, portanto, devemos fazer deste primeiro
princípio ético, uma missão, abandonando o comportamento ciclista, ou seja, pisa embaixo e se curva em cima.
Celso Garrefa
Sertãozinho SP
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
NADA MUDA SE VOCÊ NÃO MUDAR - FELIZ 2019
Chegamos
ao final de mais um ano, e como um ciclo que se completa, é a oportunidade para
refletirmos sobre este que agora se encerra e nos prepararmos para a entrada do
novo período. Momento oportuno para traçarmos novos planos e alçarmos novos voos.
Período
em que manifestamos, com maior intensidade, o desejo de mudanças, mas
mudanças somente acontecem a partir das ações. Muitos são aqueles que, ano após
ano repetem o discurso de que precisam mudar, mas não entram no campo da
ação, restando, futuramente, a lamentação: eu deveria ter mudado.
Mas, nada
muda se eu não mudar. Não adianta pular ondinhas no mar, comer lentilhas na
virada ou se vestir de branco ou amarelo, se não nos propormos a modificar comportamentos, abandonar a falação e entrar no campo da ação.
Também precisamos nos conscientizar de que as mudanças que tanto desejamos não é algo que
alcançamos num instalo ou impulso. A busca pelo imediatismo gera frustrações e como
consequência, muitos abandonam os seus projetos. As mudanças tão desejadas não devem se
limitar às promessas feitas no último dia do ano, mas um processo em construção
contínua e permanente.
Todo
plano exige ação, disciplina e perseverança, pois dificilmente alcançamos objetivos,
sem traçarmos metas. Sem atitudes novas, o novo ano não passará de uma mudança de
data no calendário.
E nesta
oportunidade desejo a todos um ano de 2019 de muita paz e realizações. Força,
fé e alegria.
Celso Garrefa
Sertãozinho SP
sábado, 24 de novembro de 2018
O MENINO E A BARATA
O menino brinca há horas em um canto da sala. A mãe
assiste a sua novela preferida. O pai sorri sozinho vendo as postagens em
suas redes sociais. Em um determinado momento, a criança chama pela mãe, mas...
sábado, 29 de setembro de 2018
ABSTINÊNCIA X SOBRIEDADE
(Crédito Foto: Shutterstok.com) |
Enquanto a abstinência limita-se ao ato de eliminar completamente o consumo da substância causadora da dependência, decidir viver em sobriedade é uma atitude muito maior, que exige do dependente, em recuperação, o compromisso de mudança em todas as áreas da sua vida.
Pouco adianta parar de consumir drogas, mas continuar externando comportamentos desajustados e desequilibrados. É pouco produtivo abandonar o uso, mas continuar culpando os outros pelo problema. Pouco resolve deixar de beber, mas reproduzir a mesma agressividade com a família.
A busca pela sobriedade é uma atitude comportamental que vai além do se manter afastado do consumo da substância de uso. Trabalhar a sobriedade plena significa resgatar os domínios da própria vida, assumindo responsabilidades, corrigindo os defeitos de caráter, abandonando as manipulações e mentiras, etc.
Mais do que parar de usar, o dependente em recuperação, também precisa resgatar o respeito e a confiança das pessoas próximas, e isso não se conquista com palavras ou promessas, nem deixando de fazer uso, mas com atitudes e comportamentos equilibrados e muita perseverança.
Aqueles, cujo objetivo visa apenas se manterem abstêmios, mas não se preocupam com a sobriedade comportamental, estão na iminência de uma recaída. Sem modificar e reorganizar o modo de viver, o dependente em recuperação coloca-se em constante situação de vulnerabilidade em relação à substância de escolha. E isso é de alto risco.
Alertamos, também, que a sobriedade comportamental não se limita à pessoa usuária de substâncias causadoras de dependência. Existem muitos por aí que jamais fizeram uso de qualquer tipo de droga, mas não possui a mínima sobriedade comportamental. Vivem intoxicados por condutas inadequadas, despejando críticas nos outros, mas são incapazes de olharem para si mesmos. Sobriedade comportamental é, acima de tudo, uma questão ética, que vale para todos.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
terça-feira, 21 de agosto de 2018
DEPENDÊNCIA - INTERNAÇÃO: QUANDO? ONDE?
(Imagem da internet) |
A
ansiedade em solucionar rapidamente o problema leva muitos familiares a buscarem uma internação para o dependente em clínicas ou comunidades terapêuticas, mas será
essa a medida mais adequada? E que cuidados devemos tomar antes de optar pela
internação?
Clínicas
e Comunidades Terapêuticas se alastram pelo país, oferecendo tratamento para
dependentes do álcool e de outras drogas e cresce, na mesma proporção, notícias
de irregularidades e problemas relacionados a essas instituições. Que cuidados
devem ser tomados antes de encaminhá-lo a esses locais?
Inicialmente,
devemos compreender que não são todos os casos de dependência que necessitam de
internação. Existem outras formas de intervenção que podem ser buscados como, por
exemplo, os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), os grupos de apoio, os profissionais especializados em
dependência química. A busca por uma internação deve ser tomada após contato
com pessoas e profissionais experientes no assunto, e não pelo desespero ou por
indicação de leigos.
Após
o entendimento de que a internação é de fato necessária, devemos tomar os
cuidados para escolher um local adequado, que ofereça boas condições de
tratamento. Caso o dependente compartilhe com o mesmo desejo da família, as
comunidades terapêuticas são uma boa opção. Nesse caso é importante procurar
saber sobre os métodos utilizados no tratamento e também conversar com pessoas
que se trataram na instituição com a finalidade de buscar referências. Também é
fundamental verificar se ela possui registro na FEBRACT (Federação Brasileira
de Comunidades Terapêuticas).
Quando
o dependente perde o domínio sobre si mesmo, mas não reconhece que precisa de
ajuda, a família poderá optar pela internação involuntária, uma modalidade de
tratamento realizado mesmo contra a vontade do adicto. Nesse caso as clínicas
são as indicadas, tendo em vista que as comunidades terapêuticas não trabalham
com esse perfil. Cuidados também são necessários. Conhecer o local, conversar
com quem já se tratou na instituição e prestar atenção aos valores. O
dependente deverá ser encaminhado para um tratamento, e não para clínicas que
mais parecem hotéis cinco estrelas, onde ele apenas tira férias.
Seja
qual for a medida a ser adotada é preciso cautela para não agir no impulso. Nada
de sair no meio da noite procurando local para enfiar o dependente. As piores
besteiras que fazemos na vida acontecem nos momentos de desespero, portanto é
preciso calma, equilíbrio e busca de informações e orientações adequadas, pois
uma internação realizada fora do contexto ou em locais inidôneos, além de não
produzir resultados satisfatórios, podem acarretar outros danos.
Por
fim, não podemos esquecer que a atenção aos familiares faz parte do tratamento.
Instituições sérias sabem disso e também trabalham a família, cobrando,
inclusive, a participação dela em grupos de apoio e orientação, como os
oferecidos pelo Programa Amor-Exigente.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
SP
domingo, 12 de agosto de 2018
ASSERTIVIDADE NA EDUCAÇÃO PREVENTIVA
Obs.: Em razão de regras contratuais este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.
sábado, 16 de junho de 2018
À ESPERA DE UM MILAGRE
(Imagem da internet) |
A dependência do álcool ou de outras drogas é
um problema complexo que, além do dependente, afeta toda a família, no
entanto, percebemos certa relutância de muitos familiares em participarem das
reuniões de grupo.
Isso ocorre por
diversas razões, a começar pela preocupação em expor o problema, temendo pelo
julgamento ou crítica das pessoas. Acreditam que sozinhos serão capazes de
resolver a situação e demoram em procurar a ajuda do grupo. Quando procuram
estão tão aflitos e desesperados que buscam uma solução mágica, uma receita
pronta capaz de solucionar, em apenas um encontro, um problema de alta complexidade
que se arrasta por anos.
Muito pais não compreendem
a importância de se trabalhar o grupo familiar do dependente, julgando que o
problema é dele e assim, ele que resolva.
Há também os familiares disfuncionais, carregadas de comportamentos inadequados. Estes vivem condenando
o dependente o tempo todo, no entanto, são incapazes de olharem para si mesmos
e reconhecerem os seus próprios desajustes. Quando percebem que o programa
também cobrará deles uma mudança de comportamento que não estão abertos, nem
dispostos a fazê-lo, preferem se afastar.
Outras
famílias não têm coragem para abandonar sua zona de conforto. Acomodam-se em
seu pequeno mundo, não se abrem para novos aprendizados e preferem buscar
justificativas para tudo. Nada fazem para solucionar o problema e vivem a
espera de um milagre.
Aqueles que permanecem
nos grupos são famílias que entendem a proposta do programa e compreendem que a
recuperação do dependente é um desafio que envolve todo o grupo familiar, em um
processo construído a cada encontro semanal.
Quando me perguntam se o Amor-Exigente é para
quem tem problemas, costumo responder que não. Problemas todos nós temos. O Amor-Exigente
é para pessoas perseverantes e determinadas em buscar soluções para os seus
problemas, com a certeza de que quando fazemos a nossa parte, a providência divina se manifesta e então o milagre acontece.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
sábado, 12 de maio de 2018
DIA DAS MÃES: APENAS UM POUCO DE PAZ
(Foto extraída da internet) |
Ser mãe é colocar-se em segundo plano, é perdoar quantas vezes for
preciso, aconselhar sem perder a fé. Mães não desistem, viram feras, enfrentam
batalhões e de todos os amores, talvez não exista superior ao seu. O que
desejam em troca? Nada. Quem sabe apenas um pouco de paz.
Nem sempre encontram. Nesta semana, as vésperas do dia das mães, atendi
a Dona Maria, cujo olhar perdido buscava no vazio entender os motivos pelo qual
a filha colocou veneno no alimento e lhe serviu. E o que dizer da Dona Joana, com
marcas roxas provocadas pela fúria do filho adolescente, ou da Dona Cida,
que acabara de comprar uma tevê nova com prestações a perder de vista e viu o
filho dependente trocá-la por algumas pedras de crack antes da primeira mensalidade.
Como esquecer a Dona Sebastiana, morando sozinha com o filho dependente
químico em uma pequena casa, composta apenas de paredes e teto. Todos os
móveis, a porta do quarto e até o vaso sanitário trocados por drogas. Ou da
Dona Ana que passa noites em claro a espera do filho e no dia seguinte às seis
da manhã já está de pé para trabalhar. E o desespero da Dona Marta que já
internou o filho alcoólatra por quinze vezes e ele sempre volta ao uso. E a tristeza
da Dona Cleide por saber que a filha vive sem rumo pelas ruas da cidade, se
prostituindo em troca de algumas carreirinhas.
Os nomes citados são fictícios, mas as histórias são reais. Apenas uma
gota dos tantos e tantos dramas da vida real. Filhos que transformam a vida da
mãe em um verdadeiro inferno. Filhos que na rua tratam todos muito bem, mas
dentro de casa parecem monstros.
Neste dia das mães, essas guerreiras não querem presentes, nem abraços
falsos. Não querem pedidos de desculpas que daqui a um, dois dias serão esquecidos,
nem promessas de mudanças que nunca são colocadas em prática. O presente que
desejam não custa dinheiro, nem se compra em lojas. O que essas e tantas outras
Marias, Joanas, Cidas, Sebastianas, Anas, Martas, desejam é tão
somente um pouco de paz. A cada uma meu caloroso abraço. Que Deus as iluminem.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
SP
terça-feira, 8 de maio de 2018
A CRIANÇA NO SUPERMERCADO
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PREVENÇÃO À RECAÍDA
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