sábado, 20 de maio de 2017

A CULPA É DA CAÇAMBA

Já perceberam como existem pessoas que vivem buscando justificativas para tudo que não sai de acordo com o esperado? Estes indivíduos possuem grande dificuldade para assumir suas falhas e vivem buscando desculpas ou procurando culpados para tentar explicar o seu infortuno.

            Todos nós enfrentamos nossos problemas, nossos desafios, mas vivemos em uma sociedade onde é preciso camuflá-los, mostrar que tudo está bem, transmitir a imagem do sucesso, onde mais do que ter, é preciso mostrar que temos. Ao acessarmos as redes sociais parece-nos que todos os problemas acabaram. Pessoas sorrindo, fazendo festas, tirando selfies, ou mostrando os problemas - dos outros. 

            Esse mundo irreal transmite-nos a falsa sensação de que somente nós temos problemas e isso pode nos afetar. Sentimentos de tristeza, de frustração, de vergonha, de fracasso perturbam e assim,  como mecanismo de defesa muitos de nós prefere adotar as justificativas. Para tal, possuímos uma lista de opções para despejarmos as culpas: culpamos os governos, as leis, os professores, os políticos, os policiais, os amigos, os traficantes, a caçamba, culpamos o outro, ou seja, tudo, menos admitimos nossas falhas.

            Quando cito que devemos admitir nossas falhas não significa nos culparmos pelos problemas que enfrentamos. Falhar é humano. Acertamos e erramos diariamente e muitas de nossas falhas são cometidas com um único objetivo: acertar. O problema é que nem sempre acontece como imaginamos.

Também não podemos nos enganar. Só somos responsáveis pelos nossos comportamentos e atitudes. As nossas falhas são nossas, as do outro são deles e não devemos abraçar responsabilidades que não são nossas. Não devemos nos culpar por aquilo que o outro faz de errado, mesmo que esse outro seja nosso filho.

Por fim, camuflar nossas falhas ou problemas é uma atitude que adoece. Melhor assumir nossa condição humana e reconhecer que não somos perfeitos, conscientes de que buscamos o acerto, mas por vezes falhamos e devemos assumir isso com tranquilidade e tenham certeza: essa atitude trará leveza a nossa existência. 

           

Texto de Celso Garrefa            
Programa Amor-Exigente 
de Sertãozinho SP

sábado, 13 de maio de 2017

CULPA, DESCULPA PARA NÃO FAZER NADA


Ao falarmos sobre o sentimento de culpa costumamos relacioná-lo a fatos ocorridos no passado, onde nos autocondenamos, julgando haver cometido alguma falha, mas a culpa também pode ser projetada para o futuro, ou seja, nos culpamos antes mesmo de agir, imaginando o que poderá dar errado.

          A culpa, quando relacionada a algo passado paralisa, pois não dá para modificarmos o que já passou e quando projetada para o futuro também é paralisante, porque projetamos todo nosso foco e preocupação sobre o que poderá dar errado, que preferimos não arriscar.

Isso se aplica a todas as áreas da nossa vida, nosso trabalho, nossos estudos, nossos relacionamentos, nossos projetos. Quantas ideias grandiosas, quantos sonhos se perdem por medo de arriscarmos? Quantas esposas suportam companheiros violentos por medo de agir? Quantos pais se acomodam diante de filhos dependentes de droga por receio em tomar atitudes? Sempre a mesma justificativa: E se der errado?

Já está dando errado. Muitas vezes a culpa é apenas uma grande desculpa para a acomodação e para justificar a ausência de atitudes. E se eu endurecer e ele fugir de casa? E se eu não pagar suas drogas e ele roubar? E se eu não permitir que ele use dentro de casa e ele for preso na rua? E se eu denunciar um marido violento e ele me abandonar?

Isso é culpa por antecipação. pensamos somente o que poderá dar errado, concluindo que se isso acontecer seremos culpados. Esse medo imobiliza. Precisamos enxergar que, ao tomarmos uma atitude, a possibilidade maior é de começar a dar certo.

A culpa quando projetada para o futuro vem carregada de medos. Medo da reação do outro, medo do agravamento do problema, medo do que poderá acontecer, medo de perder.

Esses medos são naturais diante dos grandes desafios, e em certa dose servem para medirmos os prós e os contras, mas quando ele se transforma em pânico, impede qualquer tipo de ação. Esses medos também podem ser divididos em dois modos, o medo real e o medo imaginário. Ao analisamos criteriosamente percebemos que os reais são poucos e devem ser pensados e levados em consideração, entretanto, precisamos nos libertar dos medos imaginários, que ocupa quase a totalidade dos nossos receios e nos engessam.

Somente conseguiremos avanços eliminando as amarras que nos imobilizam. O futuro é incerto e a Deus pertence e ao imaginarmos o que virá pela frente, também precisamos nos ocupar de otimismo e de pensamentos positivos e esse já é um grande começo.

Celso Garrefa
AE Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...