Ao falarmos sobre o sentimento de culpa costumamos relacioná-lo a fatos ocorridos no passado, onde nos autocondenamos,
julgando haver cometido alguma falha, mas a culpa também pode ser projetada para o futuro, ou seja, nos culpamos antes mesmo de agir, imaginando o que poderá dar errado.
A culpa, quando relacionada a algo
passado paralisa, pois não dá para modificarmos o que já passou e quando projetada para o futuro também é paralisante, porque projetamos todo nosso foco e preocupação sobre o que poderá dar errado, que preferimos não
arriscar.
Isso se aplica a todas as áreas da nossa vida, nosso trabalho, nossos estudos, nossos relacionamentos, nossos projetos.
Quantas ideias grandiosas, quantos sonhos se perdem por medo de arriscarmos? Quantas
esposas suportam companheiros violentos por medo de agir? Quantos pais se
acomodam diante de filhos dependentes de droga por receio em tomar atitudes?
Sempre a mesma justificativa: E se der errado?
Já está dando errado. Muitas vezes a culpa é apenas uma grande desculpa para a acomodação e para justificar a ausência de atitudes. E
se eu endurecer e ele fugir de casa? E se eu não pagar suas drogas e ele roubar? E se eu não permitir que ele use dentro de casa e ele for preso na rua?
E se eu denunciar um marido violento e ele me abandonar?
Isso é culpa por antecipação. pensamos somente o que poderá dar errado, concluindo que se isso acontecer seremos culpados. Esse medo imobiliza. Precisamos
enxergar que, ao tomarmos uma atitude, a possibilidade maior é de começar a dar
certo.
A culpa quando projetada para o futuro vem carregada de
medos. Medo da reação do outro, medo do agravamento do problema, medo do que
poderá acontecer, medo de perder.
Esses medos são naturais diante dos grandes
desafios, e em certa dose servem para medirmos os prós e os contras, mas quando
ele se transforma em pânico, impede qualquer tipo de ação. Esses medos também
podem ser divididos em dois modos, o medo real e o medo imaginário. Ao
analisamos criteriosamente percebemos que os reais são poucos e devem ser
pensados e levados em consideração, entretanto, precisamos nos libertar dos
medos imaginários, que ocupa quase a totalidade dos nossos receios e
nos engessam.
Somente conseguiremos avanços eliminando as
amarras que nos imobilizam. O futuro é incerto e a Deus pertence e ao
imaginarmos o que virá pela frente, também precisamos nos ocupar de otimismo e
de pensamentos positivos e esse já é um grande começo.
Celso Garrefa
AE Sertãozinho SP
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