segunda-feira, 18 de março de 2013

RAÍZES CULTURAIS



      O mundo em que vivemos está em constante transformação e nas últimas décadas, com os avanços e evoluções tecnológicas, essas mudanças passaram a acontecer com velocidade espantosa e assombrosa. Se por um lado, as novas tecnologias e a velocidade com que as coisas acontecem trazem avanços e novidades, por outro, elas também criam impactos na vida das pessoas, sejam elas adultas, jovens ou crianças.

            Em um passado recente, a formação da criança ou do jovem era influenciada basicamente pelos valores transmitidos dos pais para os filhos. Hoje não é mais assim. Além das influências dos pais, a formação dos filhos é bombardeada por influências transmitidas por diversos seguimentos, como as interferências da macro-família, a transmissão dos conhecimentos escolares, a pressão dos grupos de amizades, os ensinamentos religiosos, as tendências da moda, o poder dos diferentes tipos de mídia, etc. que vão se somando, formando, transformando e moldando o sujeito. 

            Entre todos, os avanços e disponibilidades tecnológicas são os fatores que atualmente estão mais presentes na nossa vida, de nossos jovens e de nossas crianças. Os pequeninos nascem com uma tevê a sua frente. Ganham o primeiro celular ou tablet já nos primeiros anos de existência e se encantam com os brinquedinhos eletrônicos. Os jovens vivem com fone nos ouvidos e os adultos também se renderam às redes sociais. A tevê ocupa espaço em cada cômodo da casa e coloca a nossa disposição uma centena de canais como opção. Essas tecnologias nos interligam ao mundo, aproximam quem está distante mas, ironicamente, distancia quem está ao nosso lado.

            Mesmo diante do bombardeio de informações, nós pais não podemos perder a essência de nosso papel de pais e devemos trabalhar ativamente para deixar a nossa marca e são nos primeiros anos de existência dos filhos que nossas influências possuem poder maior de enraizar valores capazes de formar caráter e que deverão servir de base ao longo de toda a sua existência, no entanto, só conseguiremos transmitir princípios de integridade moral, ética e espiritual se os possuímos e, sem medir esforços, nos dispomos a transmiti-los.

            Nesta missão precisamos, primeiramente, buscar tempo e espaço para participar ativamente da vida de nossos filhos, cientes que possuímos concorrências fortes e poderosas. Precisamos compreender que as novas tecnologias fazem parte da vida atual e não podem ser descartadas, mas é necessário, por vezes, desligar a tevê, sair do computador, mostrar aos filhos que existe vida real e não somente virtual. Precisamos reservar tempo para a convivência familiar, onde possamos criar momentos favoráveis ao diálogo, onde possamos transmitir aos nossos filhos quem nós somos, quais são nossas raízes, nossas origens, nossos valores e nossos princípios.

            Na formação da base, não podemos perder a preciosa oportunidade de plantar na raiz da existência das nossas crianças, a essência de Deus em sua vida. Também é na base que devemos começar a fortalecer sua autoestima, começar na base ensinar-lhes o respeito aos pais e às pessoas. Também é na base que precisamos mostrar a importância dos hábitos saudáveis, as vantagens de se fazer boas escolhas, o respeito aos limites e regras.

            Não podemos esperar nossos filhos crescerem, tornarem-se adolescentes ou criarem problemas para começarmos a agir. O segredo de uma boa educação é começar cedo, orientando, ensinando, norteando suas condutas, preparando-os para se posicionarem diante da avalanche de fatores que exercerão influências no decorrer de sua formação.

Precisamos nos atentar, também, que o mundo está em constante transformação, conforme citamos, e com isso mudam-se os costumes, afetando e modificando as pessoas. Os filhos de hoje não são iguais os filhos que fomos e aquilo que deu certo no passado, pode não dar mais certo hoje. Exemplo disso é a legião gigantesca de pais que estão tão presos ao passado e alienados sobre novas abordagens educativas, que ainda acreditam que é preciso provocar dor para educar. Por isso precisamos acompanhar as mudanças do mundo, nos adaptando, buscando conhecimento, nos informando, trocando experiências e adequando as novas realidades.

            Os filhos crescem, vem a adolescência, momento em que eles começam a criar asas, momento em que reclamam por liberdade e buscam sua identidade. Nesse momento, a cada dia precisam fazer novas escolhas. Não vamos estar sempre ao lado deles, entretanto, se conseguirmos deixar nossa marca, trabalharmos forte na formação de suas raízes, nesse momento da vida eles poderão alçar voos com segurança e, se porventura, ocorrer algum desvio de conduta, com certeza a retomada do rumo acontecerá com grande facilidade.
                                                                      


                        Texto de Celso Garrefa (Amor-Exigente de Sertãozinho - SP)
                        Elaborado com base no 1º princípio do Programa Amor-Exigente


 Leia também: Os pais também são gente, disponível no link: http://aesertaozinho.blogspot.comhttp://aesertaozinho.blogspot.com/2014/02/os-pais-tambem-sao-gente.html/2014/02/os-pais-tambem-sao-gente.html




sábado, 16 de março de 2013

OS RECURSOS SÃO LIMITADOS



Vivemos em uma sociedade consumista e na tentativa de nos enquadrarmos aos padrões por ela exigidos, somado ao desejo de dar aos nossos filhos tudo aquilo que não tivemos, fizeram com que nos esquecêssemos 
que possuímos recursos limitados e como consequência, adoecemos. 

Muitas vezes gastamos mais do que ganhamos, comprando coisas que nem sempre precisamos e nos endividamos. Apelamos para os cartões de créditos, com seus juros exorbitantes, e facilmente estouramos todos os limites dos nossos recursos financeiros. 

Somos pressionados a pagar o que devemos e para cumprir com os compromissos, precisamos trabalhar mais, arrumar bicos nos horários vagos, fazer horas extras, trabalhar nos fins de semana e assim, extrapolamos os limites dos nossos recursos físicos. 

As pressões aumentam, o clima na casa torna-se insuportável, nossa saúde começa a ser afetada: a cabeça dói, o estômago dói. As preocupações não nos permitem dormir bem à noite. Somos afetados pela ansiedade e pelo estresse, que nos levam a compulsões. Por vezes, comemos demais, bebemos demais, fumamos demais, dormimos demais ou de menos e experimentamos o desespero. Como consequência, extrapolamos os limites dos nossos recursos emocionais e afundamos em antidepressivos.

Precisamos parar. É hora de revermos nossos conceitos e traçar metas para reorganizar nossa vida. Precisamos aprender a dizer “não”, primeiro para nós mesmos: não, isso eu não preciso; não, isso eu não quero; não, isso eu não posso; não, isso eu não aceito. É hora de reavaliarmos nossos recursos e aprender a respeitá-los. 

Também precisamos transmitir ao outro, com muita clareza, que não somos um banco e nem máquinas. Somos apenas gente e não uma fonte inesgotável de recursos, disponíveis o tempo todo. É hora de aprendermos que não somos obrigados a tudo e possuímos o direito de também dizer não como resposta.

Caso não o façamos, continuaremos sufocados e adoecidos. Continuaremos a ser explorados, manipulados, cobrados e exigidos em coisas que não estão ao nosso alcance. Precisamos de coragem e atitude para modificarmos esse processo doentio e retomar o equilíbrio na busca de um viver com melhor qualidade.

Conscientes dos limites dos nossos recursos, devemos nos posicionar de maneira que possamos barrar toda forma de pressão, de manipulação, de chantagem. Parar de sermos o alvo de pessoas que nos exploram, sem pena ou piedade, inclusive filhos folgados que sugam tudo o que podem, sem pudor e sem piedade, com o infantil discurso de que não pediram para nascer.

Por fim, não devemos temer que o respeito aos nossos limites seja algo que vai nos paralisar, deixando-nos estagnados e muito menos utilizá-los como justificativa para a acomodação. Não é isso. Limites é, acima de tudo, proteção. Quando possuímos clareza de quais são os limites dos nossos recursos podemos traçar metas para avançar sem nos arrebentarmos, podemos seguir em frente, crescer, melhorar, ir além, viver melhor e evoluir, porém, com saúde, equilíbrio e segurança.

Celso Garrefa 
Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 19 de janeiro de 2013

Frases e Mensagens


 "Quando, na vida, uma porta se fecha para nós, há sempre outra que nos abre. Em geral, porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada, que não nos apercebemos da outra que se abriu". 

                                        O. S. Marden
         

                                             *
"Sejamos por um instante como o pássaro pousado no mais frágil ramo, que sente tremer o galho, mas, no entanto canta, porque sabe que tem asas"

                                                                  
                                                                        Sully Prudhomme


*

Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente.

Roger Von Oech

*


"Se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve"
Lewis Carroll


"Todos aqueles que chegam até nós, não vão sós, não nos deixam sós; Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós".
Antoine de Saint-Exupéry

*

"Aquele que respeita a si mesmo está protegido dos outros"
Henry Longfellow

*

"Descubra quem é você e seja você mesmo de propósito"
Dolly Pardon

*

"Os tipos infames surpreendem-se quando notam que um homem bom também sabe sr esperto"
Marquês de Vauvenarques

*

"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente e nem no futuro. E vivem com se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido".
Dalai Lama

*

"Não sabendo que aquilo era impossível, ele foi lá e fez".
Jean Cocteau

*

"Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir".
Steve Jobs

*

"Manter a cabeça levantada numa situação deprimente, é o primeiro passo para uma atitude interior positiva, que nos ajudará a vencer as preocupações e os problemas."
                                                                   Heidelore Kluge

*
"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
Madre Tereza de Calcutá

*
"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade

*

" Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas ainda assim posso fazer alguma coisa. E, não é porque não posso fazer tudo que vou deixar de fazer aquilo que posso".

Edward Everett Hale


*

"Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade fundamental cujo desconhecimento mata inúmeras idéias e planos esplêndidos: a de que no momento em que nos comprometemos definitivamente, a providência move-se também. Toda uma corrente de acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes e encontros e assistência material que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção. O que quer que você possa fazer ou sonhe que possa, faça. Coragem contém genialidade, poder e magia. Comece agora."

Johann Wolfgang von Goethe

*

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Charles Chaplin

*

"Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante".
Charles Chaplin

*

"Acredite que você pode, assim você já está no meio do caminho"

Theodore Roosevelt

*

"Quem nesta vida deseja realizar alguma coisa, encontra sempre uma motivação; quem nada deseja encontra sempre uma desculpa".

"Todos os dias somos confrontados a fazer escolhas. Sim ou não. Certo ou errado. Contra ou a favor. Tudo ou nada. Oito ou oitenta. Precisamos ser críticos para buscarmos entre os extremos as infinitas possibilidades e só assim poderemos nos posicionar sem simplismos."

"Hoje é o primeiro dia de minha nova vida"

A cada amanhecer precisamos de um novo renascimento. É necessário seguir em frente, não desprezar o que passou, pois o ontem nos serve de lição, nem paralisar no tempo, pois isso nos deixa para traz. 
Renascer a cada amanhecer é procurar fazer hoje, melhor do que fizemos ontem."

"Pensar, questionar e refletir são características indispensáveis àqueles que buscam uma identidade única e exclusiva, caso contrário, servirão apenas de objeto de manobra, condicionados a pensar em massa e agir como máquinas."

"Reconhecer nossos limites não é sinal de fraqueza e não significa ficar estagnado, paralisado ou acomodado, pelo contrário, quando temos claro quais são nossos limites, podemos avançar sem nos arrebentar, podemos seguir em frente, crescer, melhorar e evoluir com segurança."

"Aprender também a dizer “não” é uma das formas de respeitar os próprios limites e viver melhor. Não, isso eu não quero; não, isso eu não preciso; não, isso eu não posso; não, isso eu não aceito."

"O amor do outro não se cobra, não se exige, não se compra. O amor que esperamos receber do outro é uma conquista que tem seu início a partir do momento em que nós mesmos nos enxergamos e agimos como pessoa humana, como gente que aprendeu a amar-se a si próprio."

"Quando percebemos que atingimos nosso limite, não significa que chegamos ao fim, pelo contrário, significa que está na hora de parar de caminhar sozinhos e buscar ajuda. Ao caminharmos juntos percebemos uma ampliação de nossos potencias e nossas capacidades".

"Muitas vezes lembramo-nos de Deus somente nas horas difíceis, enquanto que na calmaria nos esquecemos. Se recorremos a Ele para pedir socorro, nos bons momentos não podemos esquecer de agradecê-Lo."

"Às vezes enfrentamos problemas tão grandes que a nossos olhos parecem não haver solução, mas para tudo há uma saída. Lembre-se quanto maior for o problema, maiores as possibilidades de aprendizado e crescimento e, sobretudo, de aproximação de Deus". 

"Uma grande sabedoria ou um conhecimento profundo não possuem valor algum se não forem colocados em prática e nem divididos com nossos semelhantes".

"Em um mundo globalizado precisamos cuidar para não perdermos nossa identidade. Em um mundo virtual, precisamos cuidar para não vivermos só de fantasias. Em um mundo de aparências, precisamos tirar máscaras. Só assim seremos nós mesmos".





"A certeza do sol, a cada manhã, encoraja-nos a caminhar dentro da noite ".

domingo, 9 de dezembro de 2012

FAMÍLIA DE DESCONHECIDOS


As correrias do dia a dia, excesso de  compromissos e obrigações, somados aos apelos tecnológicos têm favorecido o surgimento de um novo tipo de família, que chamamos de família dos desconhecidos.  

Os pais trabalham, participam de reuniões, possuem outras obrigações;  os filhos vão à escola, participam atividades diversas, outras vezes vão para a casa dos amigos e assim, pais e filhos cada vez mais se isolam. O pouco tempo que resta para a família quase sempre é engolido pelas tevês, celulares e computadores.

As tecnologias dos tempos modernos possuem a incrível capacidade de aproximar quem está distante de nós. Através das redes sociais tornou-se tão fácil conversar com qualquer pessoa no mundo como se ela estivesse ao nosso lado. Recebemos informações instantâneas de qualquer pedaço do planeta, porém, essa mesma tecnologia que aproxima quem está distante, afasta e isola as pessoas que estão ao nosso lado.

As tevês se multiplicaram na casa ganhando cada vez mais espaço. Além da sala, atualmente ela ocupa cada quarto da residência e marca presença até mesmo na cozinha. Cada filho possui o seu celular carregado de recursos e cada membro da família possui o seu canto, vive o seu mundo, no seu isolamento. Os quartos transformaram-se em ilhas.

Quem são nossos filhos? De que eles gostam? Quais músicas, curtem? Quem são seus amigos? Quais são seus medos? E seus sonhos? E eles conhecem os pais que têm? Sabem das suas necessidades? Dos seus desafios? Conhecem os seus princípios?

Não estamos sugerindo o descarte das tecnologias, elas são uma realidade, facilitam nossa vida e fazem parte do mundo atual, porém não podemos permitir que elas nos engulam. Enxergamos a necessidade de organizarmos um tempo para que haja contatos familiares, onde os membros da casa consigam dialogar e se relacionar, características essenciais para o desenvolvimento dos vínculos afetivos.

Como já citado em outro texto deste blog, os pais só percebem que um filho está envolvido com drogas ilícitas, em média, após dois a três anos do início do consumo, no entanto, antes deles apresentarem visíveis do uso, começam a externar mudanças comportamentais, contudo só seremos capazes de identificá-las se conhecermos bem os filhos que temos e para isso, precisamos preservar os contatos familiares.

Algumas regras simples facilitam essa relação em dias tão concorridos. Como já diziam os mais velhos, as refeições são sagradas, entretanto, conta-se aos dedos as famílias que ainda preservam esse hábito. Temos assistido cada membro se alimentando em horários ou locais diferenciados, com um detalhe: a tevê continua ligada. Atenção: não queremos perder nenhum segundo da novela, da notícia ou do esporte e não nos damos conta que estamos perdendo a preciosa oportunidade da convivência familiar. O horário das refeições são curtos, mas todos precisam se alimentar. Podemos aproveitar esse momento para reunir a família no entorno de uma mesa, reservar tempo adequado para não engolir as refeições com correria, desligar tevês, eliminar celulares do lado dos pratos, deixar os problemas, sermões e discussões do lado de fora e fazer desse momento, um momento familiar.

Reservar tempo e espaço exclusivo para família, onde os seus membros troquem experiências, diálogos e contatos são de fundamental importância para o desenvolvimento dos vínculos, tão necessário para a educação de nossos filhos, lembrando que, se não dispomos desse tempo, lá fora nossos filhos encontrarão muitas pessoas mal intencionadas com tempo de sobra e ouvidos para emprestar-lhes. 

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

SÍNDROME DO SOFÁ


         Esta semana vi uma cena que me chamou a atenção. Uma mãe carregava duas sacolas cheias na mão direita, mais duas ou três na mão esquerda e ainda, nas costas, carregava a mochila escolar do filho, um menino quase do tamanho dela, que  brincava sem compromisso algum.

      Essa atitude não é exclusividade dessa mãe. Basta  pararmos alguns minutos em frente a uma escola, no horário da saída, e assistiremos muitos pais, mães ou mesmo avós praticamente arrancarem a mochila escolar da mão da criança e pendurar em suas costas.

           Esse comportamento não se resume ao material escolar. Dentro do ambiente familiar ele ganha contornos ainda mais graves. Muitas mães passam o dia recolhendo os objetos que os filhos vão espalhando pela casa: brinquedos, roupas, calçados, lápis, cadernos, etc. Outras chegam ao absurdo de fazerem as tarefas escolares para eles e ainda têm aquelas que utilizam do famoso "aviãozinho", servindo comida na boquinha de filhos de nove ou dez anos de idade para que comam alguma coisa.

Ao serem indagados justificam dizendo que consideram esse gesto como uma demonstração de amor, de carinho e de atenção e eles têm razão. Para os pais isso é um gesto de cuidado, mas será que as crianças também conseguem assimilar essa atitude como uma demonstração de carinho? Infelizmente, quase nunca isso acontece. Normalmente, os pequenos interiorizam essa ação como uma obrigação dos pais e passam a relacionar-se com eles com extrema frieza.

Ao fazermos para os filhos tudo aquilo que eles possuem condições de fazer colaboramos para a formação de filhos folgados e irresponsáveis. Além disso, vamos perdendo as nossas reais funções e responsabilidades de pais, para assumirmos o papel de serviçais, de empregados domésticos dos filhos. 

          Com isso, muitas crianças e jovens desenvolvem o que chamamos da síndrome do sofá: chegam da escola, nem sequer tiram o material escolar do carro, jogam o tênis no meio da casa, ligam a tevê ou isolam-se no celular, espicham-se no sofá, onde controla a mãe da mesma forma com que controla os canais que assistem: - “Mãe, pega um copo de água; mãe, traz um biscoito; mãe, faz um suco; mãe, pega o copo que já está vazio; mãe, traz um café; mãe, prepara um pão”. Ao final do dia continuam ditando ordens, enquanto a mãe está arrebentada.

      Aos fazemos aos filhos tudo aquilo que eles mesmos possuem condições de fazer menosprezamos suas potencialidades e capacidades, como consequência futura, podemos nos deparar com adultos irresponsáveis e folgados. 

        Ao estimularmos que os filhos assumam responsabilidades, de acordo com sua faixa etária e suas capacidades, contribuímos para o desenvolvimento de sua autonomia, preparando-os para tornarem-se adultos competentes e responsáveis, caso contrário, estamos apenas roubando-lhes a oportunidade do aprendizado e do crescimento e isso não é uma demonstração de amor. 

           
                       Texto de Celso Garrefa
                       Sertãozinho SP

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

NOSSO COMPORTAMENTO: UM MODELO A SER SEGUIDO?


         
Certa vez, enquanto atendia uma família cuja filha adolescente havia ingerido medicamentos na tentativa de praticar suicídio, logo percebi que ela e sua mãe vivenciavam intensos conflitos.

No atendimento sentaram-se mãe e filha a minha frente, uma ao lado da outra. Durante o contato pedi que a mãe me relatasse ...

                                                                                           

 Obs.: 
Em razão de regras contratuais este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar", de Celso Luís Garrefa, com lançamento previsto para 03/02/24.


Postado há 9th November 2012 por Celso Luís Garrefa

terça-feira, 6 de novembro de 2012

TOMA FILHO, ESSE REMÉDIO É DOCINHO


         
       
          Certo dia, enquanto visitávamos um casal de amigos, pais de uma criança de quatro anos de idade, a mãe lembrou que era hora de medicar o filho em razão de uma forte inflamação de garganta. A criança, como é natural, ao vê-la apanhar o remédio tentou esquivar-se. A mãe, então, para convencer o filho utilizou, como argumento...


Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar", de Celso Luís Garrefa, com lançamento previsto para 03/02/24. 

domingo, 4 de novembro de 2012

SIM, SE POSSÍVEL; NÃO, SE NECESSÁRIO


     
       Um dos maiores desafios enfrentado pelos pais, na educação dos filhos, é a coragem para dizer-lhes um “não”, como resposta, dentro de casa.

Isso acontece por razões variadas. Há aqueles que, equivocadamente, acreditam que devem ser sempre “bonzinhos”, e assim serão respeitados e valorizados, com isso, criam no ambiente familiar a trágica regra do proibido proibir; outros não possuem personalidade suficiente para resistir às pressões dos pequenos e cedem facilmente no primeiro grito ou birras das crianças. Há aqueles que conviveram com regras muito duras, passaram por grandes dificuldades e lutam para reverter isso em relação aos filhos, tornando-se extremamente permissivos. Também existem os passivos, que não querem trabalho e fazem o máximo para evitar conflitos. Lutam para não contrariá-los e assim, conseguem o que buscam: a paz momentânea.

Nossos filhos são nossa responsabilidade e é no ambiente familiar que eles precisam aprender a conviver também com os “nãos”. Poupá-los de toda e qualquer frustração não os protegem dos desafios da vida, pelo contrário, fragilizam.

Ao pouparmos os filhos dos "nãos" apresentamos a eles um mundo irreal, um mundo de fantasias, em que todos os seus desejos são  atendidos e ninguém pode contrariá-los, com isso, eles assimilam a ideia da onipotência, acreditando que tudo podem, entretanto o mundo real não é assim. Os desafios no decorrer da existência são muitos e a sociedade não terá o menor pudor em dizer-lhes um "não".

Quando desacostumados aos “nãos" é possível que se percam, se descontrolem ou se compliquem no primeiro revês da vida real. Não raro, assistimos através da mídia, notícias de jovens atentarem contra a própria vida ou mesmo contra a vida de outros pelo simples fato de não estarem preparados para suportar uma frustração. 

Acostumados a somente ganhar, a tudo ter, a tudo poder e tudo fazer, convivendo com a permissividade excessiva e sem que nada em troca lhes sejam cobrados, os filhos assimilam a ideia de que seus desejos são direitos e portanto, devem ser atendidos prontamente. Não aceitam um "não" como resposta e as exigências crescem como uma bola de neve, até atingir limites inimagináveis. Quando o "não" chega tarde demais, não é compreendido e gera revolta.

    Consideremos, ainda, que, quem não aprende o que é um "não" dentro de casa poderá encontrar dificuldades para se posicionar diante das pressões exercidas pelos grupos fora do ambiente familiar. Como ele não aprendeu o que é um "não", poderá enfrentar problemas para se posicionar, para fazer boas escolhas e para recusar o que não lhe serve, tornando-se alvo de fácil manipulação para a malandragem ou grupos mal intencionados.

Uma boa educação exige atitude e posicionamento. Não é assertivo dizer sim, como responta, quando o desejo e vontade era dizer um "não". O "sim" pode e deve prevalecer sempre que for possível, entretanto, o “não” precisa acontecer com firmeza e coragem, sempre que  necessário. No futuro os filhos agradecerão.

               Texto de Celso Garrefa
               Sertãozinho SP

domingo, 28 de outubro de 2012

Álcool para crianças?


           Numa sexta-feira a noitinha estava eu juntamente com minha esposa e minha filha na área de alimentação de um grande supermercado de nossa cidade, comendo alguma coisa, quando minha esposa me chamou a atenção para a mesa próxima da nossa.
            Pelas características de nossos vizinhos de mesa, as evidências indicavam tratar-se de uma família composta pelo pai e a mãe juntamente com dois filhos ainda bem pequenos. O maior aparentava idade próxima aos quatro anos de idade e o menor, ainda com chupeta na boca indicava idade inferior a um ano de vida.
            A mãe segurava o filho menor no seu colo, enquanto o outro estava acomodado numa cadeira ao lado dos pais.
            Até aí tudo normal, porém o que fez chamar-nos a atenção foi o comportamento do pai. Enquanto tomava sua cerveja, por diversas vezes ele retirava a chupeta da boca da criança menor, mergulhava o bico de borracha em seu copo e recolocava novamente na boca do bebê. A mãe assistia a cena indiferente à situação.
            Notamos grande preocupação dos pais em relação ao perigo dos seus filhos se envolverem com o uso de drogas ilícitas, como a maconha, cocaína ou crack, porém não percebemos a mesma preocupação em relação ao uso do álcool, onde na grande maioria dos casos a iniciação acontece dentro de suas próprias casas, com a permissão dos pais.
            Precisamos ter claro que no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe o consumo do álcool aos menores de 18 anos de idade. De acordo com o ECA, ao tratar sobre os crimes em espécie, no artigo 244 relata que:
            “Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por utilização indevida”:
            Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
            Portanto, o pai ou mãe que fornece, permite, ou facilita o uso de bebidas alcoólicas aos seus filhos menores de 18 anos de idade comete um crime, além de favorecer futuros problemas decorrentes do uso e abuso de substâncias alcoólicas.
            Negar os perigos e problemas decorrentes do uso de substâncias alcoólicas em nada ajuda. Acreditar que os filhos estão imunes aos problemas decorrentes do uso do álcool não os protegem, ao contrário, coloca-os em risco ainda maior, considerando que ao não reconhecermos um perigo, deixamos de adotar uma atitude de ação e defesa, deixando-os a mercê da própria sorte.
            Os jovens são bombardeados diariamente por uma avalanche de apelo ao consumo de bebidas alcoólicas. Recebem pressões por todos os lados. As propagandas são fantásticas ligando o consumo do álcool ao sucesso, à beleza, à felicidade, à diversão e ao prazer. Os grupos também exercem pressão sobre o indivíduo e raríssimas são as festas onde não há excesso de álcool, inclusive festinhas de aniversário de criança, bailes debutante para adolescentes ou os festejos dos finais de ano. Aos pais cabe a missão de orientá-los sobre os perigos do consumo de substâncias alcoólicas e não fortalecer e facilitar a iniciação de seu consumo.
Muitos são os pais que relatam preferir fornecer bebidas alcoólicas para os filhos em casa, acreditando que assim eles aprendem a beber de forma consciente e com moderação.          Não acreditamos que essa seja uma boa ideia  Ao permitir, fornecer ou favorecer o uso do álcool às crianças, mesmo que seja de forma moderada, estamos transmitindo-lhes a idéia da nossa permissividade em relação ao uso do álcool. Equivocam-se quem imagina que aprendendo a beber em casa, os filhos saberão consumir com moderação.
O uso moderado poderá acontecer sob nossos olhos, porém lá fora estará propenso a extrapolar os limites da permissão.
       Qualquer pai ficaria chocado se percebesse que um filho chegou drogado em casa, porém nem todos se chocam ao deparar com um filho bêbado, aceitando como “normal” ou “isso é coisa de adolescente”, ou ainda “todos bebem nessa idade”.
   Precisamos, portanto, assumir uma postura clara em relação ao uso de bebidas alcoólicas dentro de nossa casa, orientado e norteando a conduta de nossos filhos em relação ao consumo dessas substâncias e quando adultos, se optarem por consumi-las, que saibam fazer de forma consciente, equilibrada e moderada.


Por

Celso Garrefa

domingo, 23 de setembro de 2012

Drogas, uma ameaça. Como prevenir?

            
As drogas têm se tornado uma grande ameaça a nossa juventude. Cada vez mais ela chega mais cedo e ameaça a todos sem distinção. Além daquelas já existentes, como maconha, cocaína, crack, heroína, etc, surgem a cada momento,  novas, como o krokodil surgido na Rússia para substituir a heroína, de alto teor de destruição, pois corroem a pele e os músculos, deixando os ossos à mostra. 
      As drogas, são talvez, a maior preocupação dos pais em relação aos seus filhos., no entanto, de modo geral os pais não estão preparados para enfrentar essa triste realidade e não sabem que comportamentos e atitudes devem tomar para evitar que um filho torne-se mais uma vítima desse complexo problema.
            Em geral, os pais imaginam que se os seus filhos apresentarem sinais do uso de drogas, eles logo perceberão e tomarão atitudes para corrigir o problema antes que ele cresça demais.  Equivocam-se, pois só é possível perceber que um filho está envolvido com as drogas depois de aproximadamente dois a três anos de uso, ou seja, quando ele está completamente dependente desta substância entorpecente.
            Como não é aconselhável esperar, as ações dos pais precisam acontecer muito antes da experimentação. A prevenção ao uso das drogas deve iniciar o mais cedo possível.
            Temos observado com freqüência dois fatos muito presentes nos dias atuais: primeiro, estamos vivendo uma geração onde os filhos mandam e os pais obedecem; segundo, estamos assistindo uma geração de meninos e meninas órfãos de pai e mãe vivos. Com essas duas realidades tão presentes, a família que deveria ser a base, a estrutura, a raiz, perdeu sua referência.
            Nossos filhos são nossa responsabilidade e precisamos assumir nosso papel de pais e trabalhar ativamente na prevenção. Nossa atitude deve acontecer diante de todo e qualquer comportamento inadequado que os filhos apresentem no dia-a-dia.
            A chegada até as drogas é um caminho longo, uma escalada. A criança inicia pequenos desvios de comportamentos que, se não corrigidos, crescem, crescem e crescem, ganham força podendo chegar a comportamentos totalmente desajustados e às drogas.
            Os pais devem adotar atitudes que previnam comportamentos inadequados, entre eles citamos alguns como, por exemplo, estabelecer limites claros, saber dizer “não” quando necessário, adotar atitudes que sirvam de exemplo e modelo aos seus filhos, evitar toda forma de violência, estabelecer regras claras para a casa, fazer da casa um ambiente de harmonia, ser firmes nas atitudes, possuir uma definição religiosa e vivenciá-la, estar abertos ao diálogo, entre outras.
            Em relação aos filhos é importante ensiná-los desde pequenos a fazer boas escolhas, a suportar as pressões exercidas pelos grupos, fortalecer o valor de si mesmo e plantar na raiz de sua formação a essência de Deus em sua vida.
            Os pais cientes de suas responsabilidades, envolvidos e preocupados em relação à educação de seus filhos, firmes em suas atitudes e não alienados em relação ao assunto drogas, são a força mais poderosa mediante o desafio da prevenção ao uso abusivo dessas substâncias entorpecentes. Prevenir é agir antes, pois, o prejuízo causado pela dependência, em todos os sentidos, custa caro demais.
           A amplitude do tema da prevenção não cabe em um único texto, portanto nossos textos possuem como objetivo tratar não somente de problemas instalados mas, sobretudo, de prevenção, alertando os pais e chamando-os para agir antes que o pior aconteça. Trabalhar na prevenção é fácil, barato e prazeroso, portanto não devemos perder tempo e começar o mais cedo possível.


                                                                                                          Por
                                                                                                          Celso Luís Garrefa

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...