Júnior ainda não nasceu. A mãe está nas últimas semanas
de gestação e a família se prepara para a chegada do pequeno. O pai, torcedor
fanático de um grande clube de futebol, já providenciou os presentinhos. Comprou um lençol
com o símbolo do time, uma minúscula camisa com o número dez às costas e não esqueceu do short e da toalhinha de banho, também com a estampa e cores do
clube.
Quando vier ao mundo, o pai não medirá esforços para
transformá-lo em mais um torcedor do seu time do coração. Assistirá aos jogos
na tevê junto com o filho e durante a partida usará todo seu argumento para
convencê-lo de que aquela equipe é a melhor, a superior. Quando possível, levará a criança consigo ao estádio de futebol para que ele
sinta de perto a vibração da torcida.
Esse relato nos mostra o quanto nós, pais ou mães, ainda exercemos grande
influência sobre a formação dos nossos filhos, principalmente se nos empenharmos e começarmos o mais cedo possível.
Certa vez, um temido ditador fez a
seguinte citação: “Deixe seu filho de zero a quatro anos comigo, depois faça o
que você quiser, mas nunca mais ele será seu”. Crianças aprendem aquilo que
vivenciam e o que lhes é apresentado nos primeiros anos de existência marcará toda a sua vida. Portanto, não devemos perder a grande oportunidade de plantar, na base de formação dos nossos filhos, valores
de integridade moral e ética, princípios que servirão de norte para toda a sua existência.
É com a mesma vontade, dedicação, empenho e esforço demonstrado pelo
pai torcedor, que devemos nos empenhar para fazer dos nossos filhos, pessoas
íntegras e de caráter, sem nos esquecermos de que se não o fizermos, futuramente corremos
o risco de nos tornarmos as principais vítimas de filhos sem escrúpulos.
Na formação da base precisamos
ensinar valores como o respeito a si próprio e aos outros, o fortalecimento da
autoestima, o desenvolvimento do senso crítico, a valorização da capacidade de
fazerem boas escolhas, entre outros, mas dentre todos, não podemos perder a
oportunidade de marcar a formação de nossos filhos com a essência
de Deus em sua vida.
O pai torcedor, com raríssimas exceções, fará do filho mais um torcedor do clube de sua preferência e ninguém depois o convencerá de mudar de preferência. Fazendo um comparativo, precisamos marcar a formação dos nossos filhos tão intensivamente, para mais tarde não corrermos o risco de perdê-los para as drogas, para a marginalidade ou para as ruas.
Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP