(Imagem da internet) |
A
ansiedade em solucionar rapidamente o problema leva muitos familiares a buscarem uma internação para o dependente em clínicas ou comunidades terapêuticas, mas será
essa a medida mais adequada? E que cuidados devemos tomar antes de optar pela
internação?
Clínicas
e Comunidades Terapêuticas se alastram pelo país, oferecendo tratamento para
dependentes do álcool e de outras drogas e cresce, na mesma proporção, notícias
de irregularidades e problemas relacionados a essas instituições. Que cuidados
devem ser tomados antes de encaminhá-lo a esses locais?
Inicialmente,
devemos compreender que não são todos os casos de dependência que necessitam de
internação. Existem outras formas de intervenção que podem ser buscados como, por
exemplo, os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), os grupos de apoio, os profissionais especializados em
dependência química. A busca por uma internação deve ser tomada após contato
com pessoas e profissionais experientes no assunto, e não pelo desespero ou por
indicação de leigos.
Após
o entendimento de que a internação é de fato necessária, devemos tomar os
cuidados para escolher um local adequado, que ofereça boas condições de
tratamento. Caso o dependente compartilhe com o mesmo desejo da família, as
comunidades terapêuticas são uma boa opção. Nesse caso é importante procurar
saber sobre os métodos utilizados no tratamento e também conversar com pessoas
que se trataram na instituição com a finalidade de buscar referências. Também é
fundamental verificar se ela possui registro na FEBRACT (Federação Brasileira
de Comunidades Terapêuticas).
Quando
o dependente perde o domínio sobre si mesmo, mas não reconhece que precisa de
ajuda, a família poderá optar pela internação involuntária, uma modalidade de
tratamento realizado mesmo contra a vontade do adicto. Nesse caso as clínicas
são as indicadas, tendo em vista que as comunidades terapêuticas não trabalham
com esse perfil. Cuidados também são necessários. Conhecer o local, conversar
com quem já se tratou na instituição e prestar atenção aos valores. O
dependente deverá ser encaminhado para um tratamento, e não para clínicas que
mais parecem hotéis cinco estrelas, onde ele apenas tira férias.
Seja
qual for a medida a ser adotada é preciso cautela para não agir no impulso. Nada
de sair no meio da noite procurando local para enfiar o dependente. As piores
besteiras que fazemos na vida acontecem nos momentos de desespero, portanto é
preciso calma, equilíbrio e busca de informações e orientações adequadas, pois
uma internação realizada fora do contexto ou em locais inidôneos, além de não
produzir resultados satisfatórios, podem acarretar outros danos.
Por
fim, não podemos esquecer que a atenção aos familiares faz parte do tratamento.
Instituições sérias sabem disso e também trabalham a família, cobrando,
inclusive, a participação dela em grupos de apoio e orientação, como os
oferecidos pelo Programa Amor-Exigente.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
SP