O menino brinca há horas em um canto da sala. A mãe
assiste a sua novela preferida. O pai sorri sozinho vendo as postagens em
suas redes sociais. Em um determinado momento, a criança chama pela mãe, mas...
sábado, 24 de novembro de 2018
sábado, 29 de setembro de 2018
ABSTINÊNCIA X SOBRIEDADE
(Crédito Foto: Shutterstok.com) |
Enquanto a abstinência limita-se ao ato de eliminar completamente o consumo da substância causadora da dependência, decidir viver em sobriedade é uma atitude muito maior, que exige do dependente, em recuperação, o compromisso de mudança em todas as áreas da sua vida.
Pouco adianta parar de consumir drogas, mas continuar externando comportamentos desajustados e desequilibrados. É pouco produtivo abandonar o uso, mas continuar culpando os outros pelo problema. Pouco resolve deixar de beber, mas reproduzir a mesma agressividade com a família.
A busca pela sobriedade é uma atitude comportamental que vai além do se manter afastado do consumo da substância de uso. Trabalhar a sobriedade plena significa resgatar os domínios da própria vida, assumindo responsabilidades, corrigindo os defeitos de caráter, abandonando as manipulações e mentiras, etc.
Mais do que parar de usar, o dependente em recuperação, também precisa resgatar o respeito e a confiança das pessoas próximas, e isso não se conquista com palavras ou promessas, nem deixando de fazer uso, mas com atitudes e comportamentos equilibrados e muita perseverança.
Aqueles, cujo objetivo visa apenas se manterem abstêmios, mas não se preocupam com a sobriedade comportamental, estão na iminência de uma recaída. Sem modificar e reorganizar o modo de viver, o dependente em recuperação coloca-se em constante situação de vulnerabilidade em relação à substância de escolha. E isso é de alto risco.
Alertamos, também, que a sobriedade comportamental não se limita à pessoa usuária de substâncias causadoras de dependência. Existem muitos por aí que jamais fizeram uso de qualquer tipo de droga, mas não possui a mínima sobriedade comportamental. Vivem intoxicados por condutas inadequadas, despejando críticas nos outros, mas são incapazes de olharem para si mesmos. Sobriedade comportamental é, acima de tudo, uma questão ética, que vale para todos.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
terça-feira, 21 de agosto de 2018
DEPENDÊNCIA - INTERNAÇÃO: QUANDO? ONDE?
(Imagem da internet) |
A
ansiedade em solucionar rapidamente o problema leva muitos familiares a buscarem uma internação para o dependente em clínicas ou comunidades terapêuticas, mas será
essa a medida mais adequada? E que cuidados devemos tomar antes de optar pela
internação?
Clínicas
e Comunidades Terapêuticas se alastram pelo país, oferecendo tratamento para
dependentes do álcool e de outras drogas e cresce, na mesma proporção, notícias
de irregularidades e problemas relacionados a essas instituições. Que cuidados
devem ser tomados antes de encaminhá-lo a esses locais?
Inicialmente,
devemos compreender que não são todos os casos de dependência que necessitam de
internação. Existem outras formas de intervenção que podem ser buscados como, por
exemplo, os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), os grupos de apoio, os profissionais especializados em
dependência química. A busca por uma internação deve ser tomada após contato
com pessoas e profissionais experientes no assunto, e não pelo desespero ou por
indicação de leigos.
Após
o entendimento de que a internação é de fato necessária, devemos tomar os
cuidados para escolher um local adequado, que ofereça boas condições de
tratamento. Caso o dependente compartilhe com o mesmo desejo da família, as
comunidades terapêuticas são uma boa opção. Nesse caso é importante procurar
saber sobre os métodos utilizados no tratamento e também conversar com pessoas
que se trataram na instituição com a finalidade de buscar referências. Também é
fundamental verificar se ela possui registro na FEBRACT (Federação Brasileira
de Comunidades Terapêuticas).
Quando
o dependente perde o domínio sobre si mesmo, mas não reconhece que precisa de
ajuda, a família poderá optar pela internação involuntária, uma modalidade de
tratamento realizado mesmo contra a vontade do adicto. Nesse caso as clínicas
são as indicadas, tendo em vista que as comunidades terapêuticas não trabalham
com esse perfil. Cuidados também são necessários. Conhecer o local, conversar
com quem já se tratou na instituição e prestar atenção aos valores. O
dependente deverá ser encaminhado para um tratamento, e não para clínicas que
mais parecem hotéis cinco estrelas, onde ele apenas tira férias.
Seja
qual for a medida a ser adotada é preciso cautela para não agir no impulso. Nada
de sair no meio da noite procurando local para enfiar o dependente. As piores
besteiras que fazemos na vida acontecem nos momentos de desespero, portanto é
preciso calma, equilíbrio e busca de informações e orientações adequadas, pois
uma internação realizada fora do contexto ou em locais inidôneos, além de não
produzir resultados satisfatórios, podem acarretar outros danos.
Por
fim, não podemos esquecer que a atenção aos familiares faz parte do tratamento.
Instituições sérias sabem disso e também trabalham a família, cobrando,
inclusive, a participação dela em grupos de apoio e orientação, como os
oferecidos pelo Programa Amor-Exigente.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
SP
domingo, 12 de agosto de 2018
ASSERTIVIDADE NA EDUCAÇÃO PREVENTIVA
Obs.: Em razão de regras contratuais este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.
sábado, 16 de junho de 2018
À ESPERA DE UM MILAGRE
(Imagem da internet) |
A dependência do álcool ou de outras drogas é
um problema complexo que, além do dependente, afeta toda a família, no
entanto, percebemos certa relutância de muitos familiares em participarem das
reuniões de grupo.
Isso ocorre por
diversas razões, a começar pela preocupação em expor o problema, temendo pelo
julgamento ou crítica das pessoas. Acreditam que sozinhos serão capazes de
resolver a situação e demoram em procurar a ajuda do grupo. Quando procuram
estão tão aflitos e desesperados que buscam uma solução mágica, uma receita
pronta capaz de solucionar, em apenas um encontro, um problema de alta complexidade
que se arrasta por anos.
Muito pais não compreendem
a importância de se trabalhar o grupo familiar do dependente, julgando que o
problema é dele e assim, ele que resolva.
Há também os familiares disfuncionais, carregadas de comportamentos inadequados. Estes vivem condenando
o dependente o tempo todo, no entanto, são incapazes de olharem para si mesmos
e reconhecerem os seus próprios desajustes. Quando percebem que o programa
também cobrará deles uma mudança de comportamento que não estão abertos, nem
dispostos a fazê-lo, preferem se afastar.
Outras
famílias não têm coragem para abandonar sua zona de conforto. Acomodam-se em
seu pequeno mundo, não se abrem para novos aprendizados e preferem buscar
justificativas para tudo. Nada fazem para solucionar o problema e vivem a
espera de um milagre.
Aqueles que permanecem
nos grupos são famílias que entendem a proposta do programa e compreendem que a
recuperação do dependente é um desafio que envolve todo o grupo familiar, em um
processo construído a cada encontro semanal.
Quando me perguntam se o Amor-Exigente é para
quem tem problemas, costumo responder que não. Problemas todos nós temos. O Amor-Exigente
é para pessoas perseverantes e determinadas em buscar soluções para os seus
problemas, com a certeza de que quando fazemos a nossa parte, a providência divina se manifesta e então o milagre acontece.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
sábado, 12 de maio de 2018
DIA DAS MÃES: APENAS UM POUCO DE PAZ
(Foto extraída da internet) |
Ser mãe é colocar-se em segundo plano, é perdoar quantas vezes for
preciso, aconselhar sem perder a fé. Mães não desistem, viram feras, enfrentam
batalhões e de todos os amores, talvez não exista superior ao seu. O que
desejam em troca? Nada. Quem sabe apenas um pouco de paz.
Nem sempre encontram. Nesta semana, as vésperas do dia das mães, atendi
a Dona Maria, cujo olhar perdido buscava no vazio entender os motivos pelo qual
a filha colocou veneno no alimento e lhe serviu. E o que dizer da Dona Joana, com
marcas roxas provocadas pela fúria do filho adolescente, ou da Dona Cida,
que acabara de comprar uma tevê nova com prestações a perder de vista e viu o
filho dependente trocá-la por algumas pedras de crack antes da primeira mensalidade.
Como esquecer a Dona Sebastiana, morando sozinha com o filho dependente
químico em uma pequena casa, composta apenas de paredes e teto. Todos os
móveis, a porta do quarto e até o vaso sanitário trocados por drogas. Ou da
Dona Ana que passa noites em claro a espera do filho e no dia seguinte às seis
da manhã já está de pé para trabalhar. E o desespero da Dona Marta que já
internou o filho alcoólatra por quinze vezes e ele sempre volta ao uso. E a tristeza
da Dona Cleide por saber que a filha vive sem rumo pelas ruas da cidade, se
prostituindo em troca de algumas carreirinhas.
Os nomes citados são fictícios, mas as histórias são reais. Apenas uma
gota dos tantos e tantos dramas da vida real. Filhos que transformam a vida da
mãe em um verdadeiro inferno. Filhos que na rua tratam todos muito bem, mas
dentro de casa parecem monstros.
Neste dia das mães, essas guerreiras não querem presentes, nem abraços
falsos. Não querem pedidos de desculpas que daqui a um, dois dias serão esquecidos,
nem promessas de mudanças que nunca são colocadas em prática. O presente que
desejam não custa dinheiro, nem se compra em lojas. O que essas e tantas outras
Marias, Joanas, Cidas, Sebastianas, Anas, Martas, desejam é tão
somente um pouco de paz. A cada uma meu caloroso abraço. Que Deus as iluminem.
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
SP
terça-feira, 8 de maio de 2018
A CRIANÇA NO SUPERMERCADO
sábado, 14 de abril de 2018
MUDAR É PRECISO
- No meu tempo, às dez da noite tínhamos
que estar em casa, reclama a mãe para a filha que se prepara para sair. A filha
faz uma breve pausa, como quem tenta compreender a queixa da mãe e se manifesta: - Nossa mãe, como seu tempo era chato, ainda bem que não sou da sua
época!
Atualmente as mudanças de mundo ocorrem a uma velocidade espantosa. A cada amanhecer nos deparamos com novas realidades e precisamos nos adequar, abandonando a síndrome de Gabriela - Eu nasci assim. Eu cresci assim. Eu sou mesmo
assim. Vou ser sempre assim - e nos abrir a mudanças. Aquele tempo não existe mais.
Hoje, os tempos são outros. Os perigos são outros. Os filhos não são iguais aquilo que fomos. Quando éramos crianças tínhamos
medo do bicho papão, do homem do saco, da loira do banheiro. Qual criança nascida na geração tecnológica ainda preserva esses medos? O medo deles hoje é ficar sem seu celular, ou perder o sinal de wifi,
Presos
ao passado e alienados sobre as realidades presentes perdemos crédito, diante de uma
geração que vive conectada. Precisamos estar antenados ao que nos rodeiam: Quais são as realidades de hoje? Quais os riscos iminentes? Como
orientar de forma assertiva, sem simplismos? Como mostrar que possuímos conhecimento sobre o que desejamos transmitir? Como nos posicionar com firmeza, diante de uma geração questionadora e imediatista?
Ao
mesmo tempo em que mudanças são necessárias, visando nos adequarmos às realidades de hoje, os nossos princípios precisam continuar preservados. Não podemos aceitar atitudes e comportamentos que atualmente são vistos como comuns, como se tudo fosse normal. E isso nos coloca diante de um grande desafio, ou seja, acompanharmos as mudanças de mundo, porém sem perdermos nossa essência, como sugere uma frase de autor desconhecido: "Troque suas folhas, mas não perca suas raízes, mude suas opiniões, mas não perca seus princípios".
Texto
de Celso Garrefa
Sertãozinho
SP
sábado, 13 de janeiro de 2018
NUNCA MAIS TE COMPRO MAIS NADA
Nunca
mais te compro mais nada, grita a mãe logo após mais uma travessura do filho. É
óbvio e evidente que ela não cumprirá sua ameaça. Nunca mais é tempo demais e,
portanto...
Obs.: Em
razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog,
podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE
DE EDUCAR", de Celso Garrefa.
domingo, 17 de dezembro de 2017
AMOR-EXIGENTE: QUE AMOR É ESSE?
(Imagem da internet) |
É
uma jeito de amar que valoriza mais o ser que o ter, que se preocupa mais com a
presença, que com os presentes. É um
amor comprometido, que assume as responsabilidades que lhe cabem, e que permite que seus entes querido assumam as responsabilidades que são deles.
É um amor que elogia quando existem méritos, mas que sabe ser firme diante dos
comportamentos inadequados, visando sua correção. Que não economiza no sim, quando isso é possível, mas que possui a coragem necessária de se posicionar com um "não" quando a ocasião exige.
É um amor que não adota atitudes violentas, nem grotescas, muito menos estúpidas ou
inflexíveis. Não é autoritário, mas que atua com autoridade, com firmeza, coerência e equilíbrio. É um
amor que respeita ao mesmo tempo que exige e impõe respeito.
Não é egoísta, porque ama os seus com intensidade, mas também não é tolo, porque ama o outro sem esquecer de si mesmo, cuidando-se, valorizando-se e se permitindo viver. É um amor que cuida dos próprios comportamentos, fazendo deles um exemplo e modelo a serem seguidos.
É um amor que não se acovarda ou acomoda e não utiliza esse sentimento como desculpa para a permissividade, nem como desculpa para aceitar comportamentos inadequados. O amor exigente não vive em função do outro, mas proporciona condições para que vivam todos, de forma plena.
Suas atitudes não são originadas por raiva, mágoa ou vingança, mas com um objetivo claro de educar ou reeducar, levar ao crescimento. Amor-Exigente
é um jeito inteligente de amar, que não carrega no colo aquele que sabe
caminhar. Venha conhecer esse amor verdadeiro.
Texto de Celso Garrefa
Prog. Amor-Exigente
Sertãozinho SP
domingo, 26 de novembro de 2017
FILHOS CONHECEM BEM OS PAIS QUE TÊM
(Imagem extraída da internet) |
Em geral, os comportamentos dos pais
são previsíveis demais, padronizados demais, e os filhos, observadores demais. Como bom observadores sabem de antemão quais as atitudes serão adotadas pelos pais. Sabem quantas vezes será
preciso insistir para conseguirem o que buscam, sabem quando fazem muito barulho, mas que cedem quando
pressionados.
Os comportamentos padronizados e
facilitadores dos pais induzem os filhos a se relacionarem com eles da mesma
forma com que se relacionam com a tevê da sala. Sabem exatamente em quais teclas devem apertar para conquistarem o que desejam.
Mas, se por um lado os comportamentos
previsíveis fazem dos pais presas fáceis para filhos manipuladores, por outro, também
podem servir como um ponto positivo na educação deles. A diferença está na
maneira como agimos. Os filhos, como bons observadores,
sabem se os pais são facilitares ou exigentes, se são firmes em suas decisões
ou se cedem com facilidade.
Como os filhos conhecem muito bem os pais que têm, é importante que eles saibam que somos firmes na educação deles, coerentes em nossas decisões, que nossas regras são claras e que não cedemos diante das suas pressões.
É importante que saibam, por antecipação, que a postura dos
pais não permite comportamentos indisciplinados, inadequados ou desrespeitosos.
É fundamental que eles saibam, de antemão, que seus responsáveis não aceitam e não toleram,
por exemplo, o uso ou abuso do álcool ou de outras drogas.
Normalmente, os filhos não se mostram por inteiro. Eles contam aos pais
até onde os relatos não os comprometem, por isso, da mesma forma com que eles nos
observam, também devemos observá-los atentamente.
Essa prática ajuda-nos a agirmos diante dos pequenos desvios de conduta,
pois, é corrigindo as pequenas falhas que prevenimos as grandes.
Por fim, se os nossos
posicionamentos são firmes e atuamos na educação dos filhos, é muito bom que eles conhecem muito bem os
pais que têm.
Texto de Celso
Garrefa
Sertãozinho SP
domingo, 19 de novembro de 2017
O FANTÁSTICO PODER DA MESA DE JANTAR
Infelizmente,
percebo que essa não é uma prática comum nos nossos lares. Cada um se alimenta
a seu modo e em seu tempo. Um no sofá da sala, assistindo televisão, com o prato
nas mãos, outro no seu quarto, outro come qualquer coisa na rua e os
membros da família se isolam, até mesmo no momento em que deveriam estar
juntos.
Vivemos
em uma época onde o tempo parece-nos curto demais. Os pais saem cedo para o
trabalho, muitas mães também trabalham fora ou possuem seus afazeres. Os filhos
estudam, participam de atividades e cursos, com isso, o tempo que sobra para a
convivência familiar é muito reduzido.
Mas,
ainda há uma certeza. Todos precisam se alimentar e podemos aproveitar e fazer
desse momento, um momento familiar, realizando as refeições sentados à mesa, com a família reunida. Mas é importante que seja, de fato, um momento da família, sem a interferência
de tevês ligadas ou de celulares postos ao lado dos pratos.
É
importante, dentro dessa regra, estabelecermos um tempo definido para a alimentação,
aonde as pessoas, mais do que engolir correndo aquilo que é servido, possam agradecer e saborear a alimentação oferecida.
Não
é hora de sermões, reclamações ou críticas, mas de abertura ao diálogo,
de troca de contatos familiares. É uma grande oportunidade de plantarmos valores capazes de conduzir nossos filhos no caminho do bem, de marcarmos presença, deixarmos a nossa marca, introduzirmos valores e princípios familiares e assim, fortalecermos os vínculos afetivos, que é, sem dúvidas, um dos principais fatores de proteção na formação dos filhos.
Essa
prática também nos permite enxergarmos, acompanharmos e observarmos nossos
filhos. Somente quem os conhecem muito bem e possuem contato direto com eles são capazes de perceber pequenas nuances de mudanças comportamentais e assim, orientar, ensinar e agir se necessário.
O alimento servido na
mesa de jantar, com a família reunida, além de alimentar o corpo físico, se bem aproveitado, possui o fantástico poder de fortalecer as relações, que é a base para a construção de uma família saudável. Enquanto a tevê da sala, os celulares carregados de recursos e as redes sociais distanciam as pessoas que vivem juntas, a mesa de jantar possui um fantástico poder de unir, de agregar.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
sábado, 4 de novembro de 2017
FACULDADE: UNS SAIRÃO FORMADOS, OUTROS ALCOÓLATRAS
Entrar para a faculdade é o sonho de muitos jovens e também de pais e mães que desejam
ver um filho formado. A universidade é um período de vida decisivo, de preparação para um futuro
promissor, mas também não deixa de ser um momento perigoso, tendo em vista que é
uma época onde a oferta do álcool é marcante.
O ingresso na faculdade é um momento onde ocorre certo desligamento do convívio familiar, sobretudo, entre aqueles que se alojam em repúblicas para estudantes. O convívio com outros
jovens, longe da supervisão dos pais, proporciona a esses alunos a liberdade para
fazerem suas próprias escolhas, sem repreensões.
Em muitos casos a entrada para a faculdade costuma ser comemorada com excessivo consumo de bebidas
alcoólicas. Um hábito que pode se prolongar durante todo o curso, nas festas com a turma, onde é comum uma prática
perigosa, que são as competições entre estudantes para medir quem consome maior quantidade do álcool. Brincadeira que já resultou em morte de universitários.
A
pressão exercida pela turma é também um fator que incentiva o hábito de beber. O
jovem não deseja sentir-se excluído e para fazer parte do grupo, o consumo de
bebidas é praticamente uma regra. Algumas repúblicas de estudantes, inclusive,
não aceitam, em sua composição, alunos que sejam abstêmios.
O
alcoolismo, reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma
doença, se desenvolve ao longo do tempo, através do uso frequente e prolongado do hábito de
beber. O desenvolvimento da doença não está sob o controle do bebedor. É engano
acreditar que o sujeito é fraco para bebida, por isso tornou-se alcoólatra.
Todos os jovens estudantes que consomem esses produtos correm riscos, que
aumentam de acordo com o volume e frequência dessa atitude.
Além
do risco de desenvolverem o alcoolismo, outro fator preocupante é uma
modalidade de consumo, muito frequente entre os universitários, conhecida como beber
em binge, ou seja, o consumo de grande quantidade de álcool em curto espaço de
tempo. Nesse caso, mesmo não havendo, ainda, desenvolvido a doença, esse consumo apresenta riscos iminentes, pois podem induzir o estudante ao coma alcoólico, envolver-se em brigas ou dirigir sob o efeito da bebida.
Todo cuidado é pouco. O
consumo abusivo de substâncias alcoólicas, tão comum entre universitários, pode
transformar sonhos em pesadelos e, ao invés de finalizarem os estudos como profissionais qualificados, podem deixar a faculdade como meros doentes alcoolistas. Tudo é
uma questão de escolha e consciência.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
BULLYING, COMO PREVENIR?
O
trágico fato ocorrido no Colégio Goyases em Goiânia, onde um aluno matou dois
colegas de classe e feriu outros quatro, mais uma vez, traz à tona a discussão
sobre o bullying, um problema recorrente em nossas unidades escolares, públicas
ou privadas.
A
pretensão deste texto não é julgar o ocorrido, nem mesmo apontar os motivos da
tragédia, mas refletir sobre a prática do bullying, amplamente comentado sempre
que fatos semelhantes acontecem, até mesmo para justificá-los.
Esse
problema ganha reforço de aceitação influenciado por programas humorísticos que
fazem piadas apelando para brincadeiras e pegadinhas, muitas delas de mau
gosto, humilhando, zombando ou provocando pessoas em vias públicas.
Em
geral, as escolas são os locais de maior ocorrência do bullying, mas a atenção
a esse problema deve começar dentro de casa. Os pais precisam ficar atentos aos
comportamentos dos filhos, que podem ocupar tanto o papel do provocador, como o
de vítima.
Em
muitos lares impera a cultura machista, onde desde pequenas, as crianças são
incentivadas a mostrar sua força, a exercer sua valentia. Se provocarem brigas e
saírem aplaudidos, ganham força e esse é o incentivo que precisam para se
tornarem potenciais provocadores do bullying. Normalmente ele não é o mais
forte da turma, assim, ele escolhe como vítimas, aqueles que ele consegue
dominar e amedrontar.
Se
por um lado não devemos incentivar brigas ou discussões com os colegas, por
outro, precisamos prepará-los para uma autodefesa e elevar sua autoestima. Quem
conhece bem um ambiente escolar sabe que se trata de ambiente hostil. A
autodefesa não está ligada a revidar, entrar na briga, mas saber se proteger,
com atitude e coragem de buscar ajuda.
Algumas atitudes em casa são importantes para
identificarmos se o filho está sendo vítima desse problema. Um deles é o
diálogo, mas precisamos entender que diálogo não é bronca. O bom diálogo é
aquele que estamos dispostos a ouvir o que eles têm a nos dizer, sem
condená-los ou criticá-los. Por vezes, damos broncas ou ameaçamos e assim eles
tendem a se afastar.
Outra atitude importante é a proximidade entre pais e
filhos, sem permitir que os recursos tecnológicos ocupem todo o tempo livre da
família. É através da convivência que ganhamos capacidade de notar sutis
mudanças comportamentais e agir.
A escola também deve estar atenta aos seus alunos, não
somente em sala de aula, mas também fora dela, durante o recreio ou mesmo no
portão de saída e percebendo quaisquer problemas, devem adotar medidas para
coibir. Sinto que no anseio de mostrar autoridade, muitos dirigentes escolares relutam
em aceitar a ideia de mudança do aluno para outra sala, ou troca do turno
escolar.
Por vezes sinto que a escola e a família não se
conversam. A escola reclama que os pais não aparecem e os pais criticam a
escola porque só os chamam para reclamar dos filhos. Isso não ajuda. Só vamos
conseguir avanços em relação à prevenção do bullying quando olhamos com atenção
nossos filhos ou alunos e quando a família e escola tornarem-se parceiros nesse
desafio.
Texto de Celso Garrefa
domingo, 22 de outubro de 2017
EDUCANDO, SEM PERDER O EQUILÍBRIO
(Imagem da internet) |
Agir com equilíbrio, mas com posicionamento claro e firme
significa cobrar, exigir, direcionar, conduzir e nortear as condutas dos
filhos, sem precisarmos assumir comportamentos grosseiros, rudes, estúpidos ou
violentos. Como cita aquele velho ditado, a carroça, quanto mais vazia, mais
barulho faz.
O equilíbrio permite lidarmos com os desafios
de forma consciente. Isso nos ajuda a raciocinar sobre a melhor conduta a ser
adotada diante daquilo que desaprovamos. O equilíbrio nos direciona a agir,
enquanto a falta dele nos conduz a reação. Quando agimos com equilíbrio somos
donos da razão e ganhamos em respeito.
Só precisamos tomar cuidado para não confundirmos uma
atitude equilibrada com a falta de atitude ou a passividade na educação dos
filhos. Mesmo com atitude equilibrada, por vezes, precisamos falar mais alto,
dar uma bronca, subir na mesa.
Existem momentos na educação das crianças que elas
precisam receber não como resposta. Sem um comportamento equilibrado,
facilmente perdemos o controle, gritamos, fazemos barulhos, mas o próprio
desequilíbrio emocional não nos permite suportarmos as pressões dos pequenos e
cedemos. Não adianta gritar, depois permitir; não adianta bater, depois se
arrepender e agradar com presentinhos.
Por outro lado, quando falamos um não com atitude
equilibrada, significa nos posicionarmos com clareza e firmeza sem, no entanto,
cedermos para o jogo da pressão, das chantagens ou manipulações. Quando minha
filha, ainda pequena, começava o jogo da insistência, eu me abaixava e dizia
com muita clareza: - Pode insistir quanto quiser, a resposta é não e já está
decidido, você não vai conseguir me convencer do contrário. Foi muito fácil
fazê-la entender que suas birras não eram suficientes para me tirar do equilíbrio
e me fazer mudar de atitude.
Os filhos, sabendo que os pais perdem o equilíbrio com
facilidade, utilizam isso para benefício próprio. Eles sabem, como ninguém, a
agir para perdermos a paciência e cedermos. Insistem, imploram, fazem birras,
até nos tirar do sério. Quando eles conseguem irritar os pais, estes costumam
ceder e os pequenos sabem disso.
O comportamento equilibrado nos permite tomarmos atitudes
firmes, sem perdermos nosso controle emocional e ao mesmo tempo, transmitimos segurança
e domínio sobre a situação, enquanto os comportamentos desequilibrados é uma
demonstração clara de insegurança.
Sertãozinho SP
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