As crises incomodam e causam desconforto e por essa razão lutamos bravamente para evitá-las. Com isso, acostumamos a ser desrespeitados para não contrariar, calamos para não entrar no embate, permitimos ser invadidos para parecer bonzinhos, minimizamos um problema para não o encarar.
Acontece que quanto mais
calamos, mais somos invadidos; quanto mais minimizamos um problema, mais ele se
intensifica; quanto mais cedemos, mais somos manipulados e explorados.
Facilmente o outro percebe que
não suportamos encarar uma crise e com isso, ele as provoca para continuar
obtendo vantagens para si próprio. Para tanto, utiliza de manipulações,
chantagens, ameaças e até táticas de terrorismo familiar. Ele cria as crises e
as administram para seu benefício.
Para encarar as crises é
necessário tomarmos atitudes e nos posicionarmos e isso nos coloca diante de um
dilema: Se estamos diante de uma crise, por que tomar atitudes sabendo que elas
irão provocar novas crises? Acontece que vivenciamos as crises provocadas pelos
comportamentos do outro e, portanto, ele a administra de acordo com o seu
interesse, enquanto nós arcamos com as consequências.
A partir do momento em que nós
tomamos atitudes em relação aos seus comportamentos, quem vai precisar se
ajustar às nossas ações é ele. Porém, devemos ter ciência de que haverá
reações. Acostumados com nossa postura de ceder, de permitir e facilitar,
quando contrariado, certamente utilizará todas as armas possíveis para recuarmos
e assim, continuar sendo beneficiado pela nossa boa fé.
Não é fácil reverter esse processo,
mas é necessário encarar as crises e administrá-las com equilíbrio e
tranquilidade. Com essa atitude retiramos o comando da nossa vida do outro e
trazemos para o nosso domínio.
Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP