A primeira pergunta nos convida a um olhar sobre nós mesmos para
identificarmos como podemos nos envolver, fazendo a nossa parte em nosso grupo
familiar, colocando-nos a disposição para apoiar, auxiliar e agir visando o bem
do outro. Essa atitude é uma demonstração do quanto nos preocupamos com aqueles
que convivem conosco, sem isso, tornamo-nos pessoas egoístas e
autoritárias, que ditam ordens, cobram, mas nada fazem.
Mas precisamos ter cuidado
para não nos transformarmos em meros serviçais dos filhos. Existem coisas que não
precisamos fazer, pois eles possuem plenas condições de realizar por si mesmos.
Quando carregamos o material escolar que a eles pertence ou passamos o dia
recolhendo tudo que espalham pela casa, enquanto eles vivem espichados no sofá, não estamos
cooperando com eles, pelo contrário, estamos roubando-lhes a capacidade de
crescimento e independência.
A segunda questão nos instiga a aceitarmos a ideia de sermos servidos
pelo outro. Muitos de nós tratamos nossas crianças como reizinhos, abastecendo-os
o tempo todo, não permitindo que eles nada façam em nosso favor. Queremos poupá-los de tudo desvalorizando suas capacidades e quanto mais os servimos, sem deles nada
aceitar em troca, mais friamente estes se relacionam conosco.
A terceira pergunta, e talvez a mais importante desse processo, abrange tudo aquilo que podemos fazer juntos para o benefício
de todos. Essa é a verdadeira essência da cooperação, no entanto, não basta fazermos juntos, precisamos aproveitar o
momento para criarmos um ambiente favorável, fazendo das atividades, algo
agradável, onde haja um contato sadio e de qualidade. Ao contrário do que
muitos pensam, os filhos sentem prazer em nos ajudar, mas quando fazemos as
tarefas juntos, porém de cara fechada, sem paciência, resmungando e reclamando
o tempo todo, eles perdem o interesse e se afastam.
A falta de ação dos personagens envolvidos nesse processo transforma a família em um amontoado
de pessoas, onde ninguém se preocupa com ninguém ou as preocupações partem apenas
de um dos lados.
Os lares funcionais
possuem, como uma das suas principais características, os fortes vínculos afetivos entre seus
membros. A vivência da cooperação em sua plenitude é o combustível que mantém
acessa essa chama. Com isso a convivência torna-se agradável, a harmonia reina, o respeito
mútuo prevalece e todos se preocupam com o bem estar de todos. A isso chamamos verdadeiramente de família, ou seja, um grupo de pessoas que
cooperam entre si.
Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP
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