Precisamos repensar o ser criança nos dias
atuais, onde nossos pequenos são estimulados a viverem como mini adultos, com
exposição excessiva, erotização precoce e atividades infinitas.
Apesar da pouca idade, muitas já possuem a agenda carregada de compromissos. Saem da escola e vão para o inglês,
deixam o inglês direto para o judô, na sequência ainda participam da aula de
música, de natação, de futebol, etc. Não sobra tempo para serem aquilo que são:
apenas crianças.
Não negamos ou desprezamos a importância da
participação da criança em atividades e projetos. O envolvimento dos pequenos
em cursos e escolinhas é benéfico desde que haja limites e equilíbrio. Os excessos de obrigações, com a prática de várias atividades ao mesmo
tempo, além de estressá-las, matam a fase mais bela da vida, que é a infância. Também
é importante permitirmos que façam as atividades por prazer, sem pressões
por alta performance ou exigências que estão aquém das suas capacidades.
O ato de brincar da criança não é perda de tempo. As atividade lúdicas são fundamentais para seu desenvolvimento e para a construção do seu eu, do seu mundo e é nossa responsabilidade, como adultos, proporcionar-lhes tempo, espaço e condições para que vivenciem
esses momentos.
Também precisamos preservar nossos pequenos da
exposição precoce, como a erotização, a violência, a proximidade com
substâncias inadequadas, preservando-as de materiais impróprios, programações fora de sua faixa etária e
até mesmo, da convivência com pessoas cujos exemplos são lhes são
favoráveis.
Sabemos, ainda, que a criança gosta de imitar o
adulto. A menina adora experimentar os sapatos da mãe, lambuza-se com
as maquiagens da irmã mais velha; o menino põe a gravata do pai, etc. Esses comportamentos
são normais, entretanto, quando o adulto transforma esses hábitos em rotina, vestindo a criança como adulta ou levando a menina semanalmente aos salões de beleza, aceleram o processo natural de travessia da fase
infantil.
Na construção do futuro da criança, os ritos de passagens são fundamentais para o seu desenvolvimento e nós, adultos, precisamos aprender a respeitar cada
etapa da vida dos pequenos, permitindo que, enquanto crianças, elas possam viver como
crianças, com tempo e espaço disponíveis para brincar, correr, sujar, viver o mundo
das fantasias, divertir -se, e futuramente, quando adultas, que possam lembrar com
alegria os momentos felizes dessa que é a melhor fase da vida.
Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho
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