domingo, 12 de março de 2023

"PAI, FAZ MAIS UM PIX PRA MIM"

O Pix, um modo de transferências e pagamentos instantâneos, é mais um recurso tecnológico que chegou para facilitar a nossa vida, porém, para muitos familiares isso está se tornando um tormento. Muitos filhos estão achando que seus pais são bancos e a qualquer hora...


Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.


                                                               Grato pela compreensão.  





sábado, 4 de março de 2023

OS MEUS LIMITES SÃO MEUS E QUEM OS DEFINE SOU EU

Os nossos recursos são limitados e são nossos, no entanto, muitas vezes damos poderes para outras pessoas invadirem nossa vida, abusar da nossa boa vontade, sugar todos os nossos recursos e energias. Quem não respeita os próprios limites, certamente não respeitará os limites do outro.

Diante dessa realidade, somos nós quem devemos estabelecer os limites do aceitável, em relação a outras pessoas, criando uma barreira protetora capaz de nos proteger daqueles que não possuem escrúpulo algum, que não têm controle sobre a própria vida e, se encontrarem espaço em nós, também vão nos arrastar para o mesmo abismo.

Para evitarmos tamanho prejuízo precisamos nos posicionar com firmeza, diante de pessoas tóxicas, e para isso, precisamos aprender o valor do “não”, essa palavra mágica capaz de frear manipuladores, chantagistas e sanguessugas de plantão.

Mas, esses “nãos” precisam ser ditos com convicção e clareza. Na dúvida, podemos pedir um tempo para pensar no assunto e, definida a resposta, ela deve ser transmitida sem rodeios. Devemos saber que o manipulador está sempre preparado para nossas desculpas, encontrando nelas o que precisa para continuar o ataque.

O Programa Amor-Exigente nos transmite uma grande verdade: não possuímos o poder sobre a vida do outro, porém, possuímos o poder sobre nossa própria vida e não devemos abrir mão disso. Portanto, se os meus limites são meus, quem os define sou eu.



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 19 de fevereiro de 2023

"DEPOIS, MÃE"

A mãe, atarefada, olha para o filho adolescente e pede seu apoio: - Filho, você pode colocar ração para o cachorro? Ele, espichado no sofá, com seu celular nas mãos...
                                                      Obs.: Em razão de regras contratuais este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.

Grato pela compreensão



sábado, 11 de fevereiro de 2023

ZONA DE CONFORTO OU DE ACOMODAÇÃO?

Uma das principais barreiras que impede um processo de mudança é a dificuldade de abandonarmos a nossa zona de conforto. O medo do novo, de enfrentar um desafio, de encarar o desconhecido faz com que não nos movamos em busca de novas possibilidades e com isso nos contentamos com o momento vivido, mesmo que não estejamos contentes com ele, sem perceber que essa zona de conforto, muitas vezes, não passa de zona de acomodação.

Nós, seres humanos, somos por natureza adaptáveis às situações vivenciadas. Sem percebermos vamos acostumando com tantas coisas, mesmo que isso nos cause dissabores, e acomodamos. Acostumamos a ser desrespeitados pelo parceiro, para não perder e vamos nos perdendo de nós mesmos. Acostumamos com os gritos em nossos ouvidos. Acostumamos com o som alto, para não contrariar. Acostumamos a nos abandonar em função do outro e transformamos a zona de conforto também em zona de abandono. 

Essa acomodação ao que não nos faz bem não permite enxergamos que a zona de conforto não produz conforto algum. Na verdade nos acomodamos à nossa zona de desconforto, naturalizamos situações que não deveriam ser naturalizadas, e ao nos adaptarmos ao que adoece, não buscamos ajuda, nem a cura, pelo contrário, buscamos justificativas para continuarmos não fazendo nada para corrigir o que precisa de correção.

Portanto, que tenhamos coragem para mudar o que precisa de mudanças e o primeiro passo para isso é nos inconformarmos com tudo aquilo que adoece, que causa estagnação, que impede o crescimento e que nos acorrenta a zona de desconforto. 



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

"A" DE ABELHA, "E" DE ELEFANTE, "Z" DE ZABUMBA

Recentemente fomos convidados a apresentar o Amor-Exigente para um grupo de pessoas interessadas em implantar o programa em uma cidade vizinha, cuja identidade prefiro preservar. No dia e horário combinados deslocamos até o local e fomos muito bem recebidos por uma equipe de pessoas dispostas e interessadas.

Era uma escola dos anos iniciais e reservaram uma sala de aula para a apresentação. As cadeiras estavam enfileiradas em frente a um quadro negro, onde se via, logo acima, um varal feito com barbante, com muito capricho, onde penduraram as letras do alfabeto acompanhadas de figuras para ajudar as crianças a memorizarem cada letrinha.

Até aí, tudo muito bem, mas o que chamou a nossa atenção foi a figura escolhida para representar a letra “K: uma lata de cerveja cuja marca inicia com “K”.

O varal me fez relembrar da minha escola na infância, da primeira professora, dos colegas de classe, e da cartilha “Caminho Suave”.  Ainda preservo na memória cada figura correspondente a cada letra do alfabeto, desde o “A” de abelha, o “E” de elefante, até o “Z” da zabumba.

A cena vista hoje retrata o quanto vivemos em uma sociedade em que o álcool é culturalmente aceito e glamourizado. As empresas investem alto em campanhas publicitárias, ligando a marca ao prazer, ao sucesso, à alegria e o primeiro contato da criança com a substância costuma acontecer dentro de casa, com anuência dos pais.

Ignora-se que o álcool também é droga, mesmo que lícita para maiores, de alto poder destrutivo para aqueles que se tornam dependentes dele, e não são poucos. Segundo estimativas, uma parcela superior a 10% da população possui problemas relacionados a esse produto.

Infelizmente, a conscientização dos riscos que o consumo do álcool representa é quase nulo. Se é desesperador ver pais mergulharem a chupeta do bebê no copo de cerveja, não menos desesperador é ver uma escola utilizar a imagem de uma substância alcoólica na alfabetização de crianças.

Não consegui sair do local, sem alertar sobre a cena. Trocar a imagem é urgente, mas não basta: precisamos mudar mentalidades. Consciência começa com “C”, mas bem que poderia começar com “K”, assim poderíamos trocar a figura da cerveja por “Konsciência”.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 24 de dezembro de 2022

SEJA PERMISSIVO COM SEUS FILHOS

Seja permissivo com seus filhos. Permita que eles levantem o traseiro do sofá e vão até a geladeira para se servirem de mais um copo de água. Permita que eles carregam os...

Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.


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sábado, 17 de dezembro de 2022

AMOR PRÓPRIO, UM REMÉDIO NATURAL

Amar a si mesmo pode soar como um ato egoísta, por isso, muitos de nós vivemos nos colocando em segundo, terceiro, décimo plano, esperando receber de outros...


Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.


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sábado, 26 de novembro de 2022

"AH, SE FOSSE MEU FILHO!

“Ah, se fosse meu filho”! Essa é a frase preferida e proferida por muitos teóricos de poltrona, que se acham especialistas em tudo, apresentando soluções simplórias para problemas complexos, no entanto, essa manifestação apenas demonstra o quanto quem a utiliza é desconhecedor do assunto.

Enquanto não sentimos na pele a força de um grande problema, costumamos julgá-lo de fácil solução, mas nem sempre é tão simples assim. Somente quando o desafio bate à nossa porta é que de fato sabemos o quão desafiador ele é. Enquanto não vivenciamos o problema é fácil minimizar seu potencial, difícil é nos colocarmos, de fato, no lugar do outro.

Achar, muita gente acha muita coisa, mas ter certeza é para poucos. Toda orientação fundamentada em “achismos” não se sustenta como uma base concreta e segura de informação. Por isso, devemos receber com cautela todas as sugestões e receitas fundamentadas em hipóteses não confirmadas, apresentadas por pessoas que não dominam o assunto, ou que não vivenciaram o problema.

A partir do momento em que experienciamos o drama mudamos radicalmente a maneira como o enxergávamos. Nesse momento, muitos preconceitos caem por terra, muitos pré-julgamentos se desfazem.

“Ah, se fosse meu filho”! Reproduzir essa fala é olhar para nós mesmos e nos julgar perfeitos, donos da verdade e conhecedores da receita, ao mesmo tempo em que olhamos para o outro como se ele fosse incapaz.

“Ah, se fosse meu filho! Se fosse seu filho com certeza não diria isso, porque saberia o quão complexo e desafiador é lidar com um problema de alta complexidade. Mas, se por acaso for seu filho, não tenha medo de buscar a ajuda adequada, com a certeza de que todo grande problema vem sempre acompanhado de grandes aprendizados.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 19 de novembro de 2022

TENTE OUTRA VEZ

Às vezes, na vida, precisamos tentar de novo, quantas vezes for preciso. Nem sempre alcançamos nossos objetivos em uma primeira tentativa, e isso não deve ser motivo para desistirmos. A cada novo começo, devemos eliminar aquilo que não funcionou na primeira peleja, buscar novos jeitos de fazer, acrescentar o que ainda não foi feito e seguirmos firmes na busca do nosso propósito.
Nessa caminhada é importante comemorarmos cada conquista, por menor que seja, vibrar com cada pequena meta alcançada. Por vezes queremos atingir um grande objetivo e não valorizamos os pequenos sucessos. Sem valorizá-los, desistimos. Um grande objetivo é alcançado através de pequenas metas, que vão se somando e encorpando.
Quando a batalha é grande é natural cansarmos, afinal, somos gente, e na vida, vez ou outra precisamos de uma pausa. Podemos aproveitá-la para refletir, descartar velhos hábitos, corrigir o que for necessário, abandonar o que não serve mais, recarregar as energias e retomar a caminhada com muita força. Mas, tomemos cuidado: parar para descansar não significa parar para desistir.
Na vida, existem momentos em que precisamos mudar os rumos da nossa trajetória, com coragem. De nada adianta lamentar o passado, se nos acomodamos e nada fazemos para mudar o futuro.
A canção composta por Ney Azambuja, Tavito e Paulo Sérgio Valle nos leva a refletir, quando cita: “A vida tem sons que pra gente ouvir precisa aprender a começar de novo. É como tocar o mesmo violão e nele compor uma nova canção”. E como sugere o Programa Amor-Exigente, nada muda se eu não mudar. Existem momentos em que precisamos trocar a música que rege a nossa vida e abrir espaço para um nova canção.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP


sábado, 12 de novembro de 2022

DISCIPLINA: PONTE PARA A SOBRIEDADE

A dependência do álcool ou de outras drogas é um problema complexo que atinge um número elevado de pessoas, causando inúmeras consequências negativas, afetando não só o usuário, como também seus familiares. Muitos deles chegam a manifestar o desejo de superar o problema, porém, a maioria espera por uma solução pronta, uma resposta imediata, sem esforços e com isso não alcançam a recuperação.
É plenamente possível superar o problema, mas, é preciso muita perseverança e disciplina, características que não costumam fazer parte da rotina de um dependente, entretanto, são especialistas em arranjar desculpas para desistir e essas justificativas quase nunca estão em si mesmos, mas nos outros.
Muitos buscam um tratamento, porém, poucos perseveram. Isso, em parte, justifica o baixo índice de pessoas dependentes que conseguem superar o vício.
Segundo o Programa Amor-Exigente é preciso exigência na disciplina para ordenar e organizar a nossa vida. O uso de substâncias é um fator capaz de desestruturar a vida de qualquer pessoa e não é tarefa fácil reorganizar o que se transformou em uma desordem total.
É preciso muita disciplina, determinação, perseverança e insistência com foco em um objetivo e um conceito muito interessante, cuja autoria desconheço, cita que “disciplina é fazermos aquilo que precisa ser feito, mesmo quando não estamos com vontade de fazer”.
O foco na disciplina é uma atitude necessária para o sucesso e manutenção da sobriedade, sem isso, o desejo de superar o desafio não passa de mais uma enganação, não dos outros, mas de si próprio.


Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP 

sábado, 29 de outubro de 2022

INFLUÊNCIAS OU ESCOLHAS?

Diariamente nos confrontamos com situações que tanto podem ser bons como maus exemplos. Frequentemente pessoas tentam nos influenciar com suas opiniões e conceitos, no entanto, aquilo que nos tornamos não é resultado dessas influências, mas sim das nossas próprias escolhas. Possuímos o livre arbítrio para decidir.

Se formos bem sucedidos é gratificante bater no peito e assumir o crédito do sucesso, porém, se der errado é comum buscarmos justificativas para o fracasso. É mais cômodo encontrar um culpado para o nosso insucesso do que reconhecer a falha, porém, não é uma atitude que ajuda a corrigirmos os rumos, pois, ao justificarmos a falha fora de nós mesmos, não assumimos as nossas responsabilidades.

Não há como apagar aquilo que passou, mas um olhar sobre o passado pode ser uma atitude interessante porque nos permite enxergarmos onde falhamos, ajustar as arestas e corrigir o futuro. No entanto, é preciso muito cuidado para não nos mantermos amarrados ao que passou, vivendo de lamentações.

Mais do que lamentar as escolhas mal sucedidas, neste novo momento, podemos parar de buscar os culpados nos outros ou nas circunstâncias, e planejarmos novas escolhas a partir de nós mesmos e do momento presente. O bom da vida é isso: sempre podemos adotar novas atitudes, mas devemos ter a consciência de que se não mudarmos nossas escolhas, não corrigimos aquilo que não está bom. Se as escolhas são nossas, as consequências também. 


Celso Garrefa 

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 23 de outubro de 2022

TENHA CALMA, O DESESPERO É UM GRANDE ENGANO


Muitas vezes nos vemos diante de uma situação tão complicada, que não enxergamos uma saída e entramos em desespero. A descoberta de que um filho está fazendo uso abusivo de drogas é um exemplo de drama que leva muitos pais a experimentarem essa terrível sensação.

Em estado de desespero os familiares sofrem um impacto paralisante, que os impedem de adotar qualquer tipo de ação, ou pior, pode leva-los agir no impulso do momento e adotar atitudes impensadas que, ao invés de produzir resultados positivos, agravam ainda mais uma situação que já é grave.

O pânico impede os familiares de enxergar o problema na medida certa. É comum super dimensionarem a situação, e com isso, não conseguem vislumbrar uma saída ou uma solução.  Os pensamentos não possuem uma lógica e são dominados pelo negativismo.

Nos raros momentos em que pensam em alguma medida, buscam o imediatismo, porém, nem sempre se resolve um problema instalado a longo tempo em um estalar de dedos e a frustração aumenta ainda mais o estado de desespero.

O primeiro passo é tentar manter a calma diante de um grande desafio. A calma nos permite lidarmos com um problema de alta complexidade com discernimento, controle e sabedoria. Ela nos permite agir ao invés de apenas reagir, conscientes de que manter a calma diante do caos não significa aceitar comportamentos que desaprovamos, mas lidar com eles com posicionamentos firmes e ações controladas e equilibradas.

Duas atitudes são fundamentais para mantermos a calma: fortalecer nossa espiritualidade e buscar ajuda, com a certeza de que são nos momentos mais difíceis que sentimos com maior intensidade a presença de Deus em nossa vida.

Por fim, o desespero é um grande engano, portanto, acalme-se, como sugere a canção de Leandro Borges: "Se eu pudesse conversar com sua alma, eu diria, fique calma, isso logo vai passar". 


Celso Garrefa

Pedagogo Social 

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 16 de outubro de 2022

DE GRAÇA RECEBESTES, DE GRAÇA DEVEIS DAR

Não temos dúvidas de que o ser humano precisa uns dos outros, e quanto maior o desafio enfrentado, maior a necessidade de nos apoiarmos para vencê-lo. Esse é o trabalho dos grupos de apoio, ou seja, uma união de pessoas que possuem em comum uma batalha árdua demais para ser enfrentada sozinha.

Durante o período de dependência química ou alcoólica é comum a pessoa se afastar dos bons amigos, inclusive fazendo com eles piadinhas bem infantilizadas e sem graça – não aguenta, toma leite – ou se achando o cara, enquanto enxerga o outro como careta. Muitos se afastam inclusive da família ou a própria família, após tanto sofrimento, não suporta mais conviver com uma pessoa altamente destrutiva.

Na medida em que a dependência se agrava e os prejuízos pelo uso se tornam muito superiores aos prazeres proporcionados pelo consumo, pode despertar em muitos a necessidade de abandonar a vida louca e se tratar. 

Nesse momento muitos se veem sozinhos. Para abandonar um vício é preciso se afastar da turma do uso e, em geral, os amigos que não são usuários se afastaram a tempo. Nessa hora, os grupos de apoio são importantíssimos e estão de portas abertas para acolhê-los e ajudá-los a conquistar sua sobriedade, através de um processo de construção de novas relações baseadas na cooperação e no apoio mútuo, em uma via de mão dupla.

A sobriedade torna-se plena e a sua manutenção é facilitada quando utilizamos o grupo em que estamos inseridos para continuarmos recebendo apoio ao mesmo tempo em que oferecemos apoio, cooperando uns com os outros, reconhecendo a nossa necessidade e a necessidade do outro. De graça recebestes, de graça deveis dar! (Mateus 10:8). 



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 9 de outubro de 2022

PERGUNTE AO GOOGLE

A pequena menina mal completou três anos de idade e já possui um celular nas mãos, onde desliza os frágeis dedinhos sobre a tela, clica em um ícone, outro clique e...

Obs.: Em razão de regras contratuais, este texto não está mais disponível neste blog, podendo ser lido na íntegra no livro "ASSERTIVIDADE, UM JEITO INTELIGENTE DE EDUCAR", de Celso Garrefa.


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sábado, 1 de outubro de 2022

VÍNCULOS AFETIVOS OU LIGAÇÃO EMOCIONAL?

Júnior mal chegou da escola, jogou a mochila num canto da sala, deixou o tênis no meio do corredor, esticou-se no sofá e lançou o primeiro de muitos pedidos para sua mãe: - Mãe, pega uma água pra mim. Ela parou, por um instante, o almoço que fazia, encheu um copo e o serviu.

Se questionada, provavelmente vai justificar sua atitude como uma demonstração de amor, de cuidado, de carinho, como um meio de fortalecer os vínculos afetivos, mas para o filho todo o esforço dela é visto apenas como uma obrigação.

O fortalecimento dos vínculos afetivos é essencial para a solidificação das relações familiares, no entanto, é preciso muito cuidado para não confundirmos um vínculo afetivo com uma ligação emocional, que, apesar da linha tênue que os diferenciam, são duas situações complemente diferentes.

Os vínculos afetivos são construções conjuntas, uma via de mão dupla, em que um se preocupa com o bem estar do outro, em que os membros cooperam entre si, visando o bem comum, enquanto que a ligação emocional apenas um lado atua em função do outro, sem nada receber em troca, um desejo permanente de resolver a vida do outro, de facilitar a vida do outro, de viver a vida do outro.

Ligações emocionais são prejudiciais tanto para quem assume as responsabilidades que não são suas, como para aquele que tem a vida facilitada. Quem vive a vida do outro, não tem vida. Quem vive em função do outro, não é visto, não existe. E o que é pior, se em algum momento a pessoa assistida resolver tomar conta da própria vida, quem o assistia perde a razão de viver. E agora, quem é você? o que sobrou de você?

A pessoa que tem a vida facilitada, sem necessidade, também é prejudicada. Pode encontrar dificuldades de crescimento pessoal, de evoluir, de se tornar independente e responsável. Torna-se frio e enxerga o outro apenas como um serviçal, obrigado a atendê-lo custe o que custar. Se um dia se ver só, pode não saber que rumo seguir.

Por tudo isso, as ligações emocionais devem ser repensadas nas relações familiares. É um comportamento que adoece todos os envolvidos, enquanto que os vínculos afetivos devem ser valorizados, pois são essenciais na construção de um ambiente familiar funcional. Enfim, para que viver em função do outro, se podemos viver todos?

Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 25 de setembro de 2022

A MELHOR RESPOSTA COMEÇA PELA ESCUTA

Certa vez, uma participante das nossas reuniões do Programa Amor-Exigente relatou que o que a encantou foi ter encontrado no grupo pessoas dispostas a ouvi-la sem críticas e sem julgamentos, em uma época em que cada vez mais encontramos menos pessoas com tempo para nos escutar.

Os retornos das partilhas são fundamentais para as reuniões do grupo, mas um bom retorno começa pelo interesse e atenção na fala das pessoas. O maior responsável pelo alívio proporcionado para aqueles que chegam carregados de problemas não é a nossa fala, mas a nossa escuta interessada.

Por isso, deixemos falar, conscientes da importância de tudo o que for dito. Ouçamos a história de cada um com muito respeito, atenção e empatia, sem a ansiedade de apresentar receitas e soluções imediatas para o problema. Muitos que chegam até nós, num primeiro momento, sequer conseguem nos ouvir.

Caso necessário, o nosso retorno deve ser breve, sem fazer deles uma palestra. Deve ser acolhedor e compreensivo, com todo o cuidado para não fazermos comparações com o nosso momento atual.

Se precisarmos organizar o tempo, é importante usarmos toda a nossa empatia para interferir, sem cortes bruscos, mostrando que desejamos conhecer mais a sua história, convidando para que retornem nas próximas reuniões.

Por tudo isso, a nossa entrega durante as reuniões deve ser plena. Nossos ouvidos devem trabalhar mais que a nossa boca, pois a melhor resposta é, sem dúvidas, aquela que começa pela escuta.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 17 de setembro de 2022

SEM DISCIPLINA OS COMEÇOS NÃO CONHECEM OS FINS

A perseverança é uma das atitudes que nos permite alcançarmos o êxito, sem isso, tornamo-nos especialistas em começar, porém, não saímos do início. Começar é, sem dúvidas, um passo essencial na busca dos objetivos ou da resolução de um grande problema, mas sem disciplina, esses começos não conhecem os fins.

As mudanças que tanto desejamos nem sempre acontece num estalar de dedos e a busca pelo imediatismo pode nos levar a desistir de caminhar e, desistindo, não chegamos a lugar algum.

Em um processo de mudança pessoal é fundamental percebermos e valorizarmos cada pequeno progresso, por mais sutil que seja. Chegamos ao final de um livro grosso lendo página por página; construímos grandes casas assentando tijolo por tijolo. Nestes casos é fácil percebermos o avanço. Como pessoas humanas nem sempre fica nítido o quanto estamos evoluindo.

A falta de percepção do progresso, que muitas vezes acontece a conta gotas, faz com que muitos de nós abandonemos os objetivos, paramos pelo caminho e assim, não chegamos a lugar algum.

Costumo comparar o nosso crescimento pessoal à fase de crescimento físico dos nossos filhos, quando ainda pequenos. Quem convive com eles diariamente não consegue perceber o quanto estão crescendo de um dia para o outro, no entanto, basta chegar alguém que não os vê a meses para externar em tom admirado: - Nossa, quanto eles cresceram!

Portanto, para atingir um objetivo, comece, sem se prender ao imediatismo. Insista, perceba e valorize cada pequeno avanço, porque os resultados finais certamente serão evidentes e extraordinários.



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP


sábado, 3 de setembro de 2022

SÓ SABE O QUANTO DÓI, QUEM PASSA PELA DOR

(Imagem da internet)
Certa vez, atendendo a uma adolescente que havia autolesionado, provocando cortes nos braços, perguntei o porquê, tendo em vista que os ferimentos causam dores. E ela me respondeu que provocava as dores externas para aliviar uma dor interna, que era infinitamente superior à externa. E quem somos nós para julgá-la?

Sem experimentar a dor, podemos até imaginar o que ela significa, mas não sabemos exatamente o quanto ela dói e assim sendo, não nos cabe medir a intensidade da dor alheia, mas respeitar.

É comum, ao nos depararmos com uma queixa de nossos semelhantes, tentar diminuir o tamanho do seu sofrimento, apresentando receitas prontas e simplistas como solução para o seu drama. Tal comportamento não costuma diminuir a dor do outro. Não se resolve problemas complexos com “achismos” ou teorias de sofá.

Quando a dor não é física, mas atinge o fundo da alma da pessoa, parece-nos que os julgamentos ganham contornos ainda mais dolorosos. É cruel, e contribuímos para aumentar sua angústia, sempre que rotulamos tais sofrimentos como “frescura”. Não menos cruel é taxar e transmitir aos nossos semelhantes que o drama que estão vivenciando é motivado pela falta de Deus.

É possível ajudar aqueles que passam por grandes sofrimentos, respeitando a sua dor e nos abrindo ao diálogo, conscientes de que o mais importante não é aquilo que transmitimos, mas a escuta atenta e interessada, sem críticas, sem julgamentos, sem receitas prontas e sem minimizar a dor do outro. Exigem momentos em que a pessoa precisa apenas de um abraço acolhedor, nada mais. Portanto, diante do sofrimento alheio, que sejamos colo e orientemos a buscar a ajuda adequada.




Celso Garrefa
Pedagogo Social
Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 28 de agosto de 2022

NÃO PRECISA SER FÁCIL, BASTA SER POSSÍVEL

(Imagem extraída da internet)
Quantas vezes na vida desistimos facilmente, ou sequer começamos a caminhada em busca de um objetivo, argumentando que nosso desejo é muito difícil, que vai dar muito trabalho ou exigir muito esforço. Quantos vezes nos vemos na necessidade de tomarmos uma atitude para modificarmos uma situação que tanto nos incomoda, mas antes mesmo de darmos os primeiros passos interiorizamos a ideia de que não vamos dar conta.

Plantarmos essas ideias significa acomodar diante dos desafios da vida. Quem acredita que não é capaz, com certeza não vai chegar a lugar algum e com isso irá validar a própria incapacidade. Quem deseja algo, mas não está disposto e encarar a batalha, não conseguirá resolver o seu desafio.

Outras vezes, argumentamos que não sabemos como fazer. Mas, na vida ninguém nasce sabendo e aprendemos a cada dia. Reconhecer que ainda não sabemos, mas que estamos dispostos a aprender significa nos abrir para novas oportunidades.

A busca pelo imediatismo impede-nos de atingir nossos desejos. Devemos perceber cada pequeno avanço por mais sutil que se apresente e valorizá-lo. Aceitar que nem todas as coisas na vida são fáceis, ou recebemos prontas, e que as maiores conquistas são aquelas que exigem maiores esforços. Nem sempre vai ser fácil, porém, como a frase citada no filme Sound Surfer – coragem de viver – “Quem disse que precisa ser fácil, só precisa ser possível”. E se é possível, então que vamos à luta.


Celso Garrefa

Pedagogo Social 

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 20 de agosto de 2022

DIFÍCIL AJUDAR QUEM NÃO DESEJA SER AJUDADO

Não existem pessoas ou recursos capazes de ajudar alguém, se o sujeito não faz qualquer movimento de busca e não toma quaisquer atitudes de mudança. É extremamente complexo e quase impossível ajudar aqueles que não desejam ser ajudados, ou que manifestam o desejo, mas esperam apenas que os outros resolvam um problema que é seu. 

Toda ajuda, para ser concretizada e resultar em uma mudança positiva na vida da pessoa, exige um empenho de forças dos dois lados do processo. De um lado está o sujeito que, por alguma razão, precisa de ajuda para sair de uma enrascada que não consegue por si só; de outro, estão as pessoas e recursos capazes de ajudá-lo a superar um desafio que ele não consegue sozinho.

Porém, por maior que seja a vontade dos familiares em ajudar, por melhor que sejam os recursos oferecidos, por melhor que seja a dedicação dos voluntários, por mais qualificados que sejam os profissionais, ainda assim, não vai funcionar se a pessoa que necessita de ajuda não fizer qualquer movimento para modificar a sua condição.

Também precisamos ter ciência de que apenas o desejo de ajudar não é suficiente. Precisamos possuir um mínimo de condição para ofertar um apoio adequado e funcional. Sem conhecimento, sem prática, uma tentativa de ajuda pode causar mais dano, que apoio, até mesmo para quem se coloca na condição de salvador.

Por isso, quem deseja ajudar, mas não possui conhecimento da problemática que o outro está vivenciando, também precisa buscar ajuda. Percebam que o processo é o mesmo, num ciclo sem fim. Estamos todos no mesmo movimento, precisando uns dos outros, apoiando ao mesmo tempo em que precisamos de apoio. Seja para ajudar ou ser ajudado, precisamos sempre uns dos outros, e quando cada uma das partes envolvidas faz o que lhe cabe, o resultado acontece. 





Celso Garrefa - Pedagogo Social

Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...