domingo, 23 de junho de 2013

CONFIANÇA PERDIDA: DIFÍCIL RESGATE


         
           
          A desconfiança é um sentimento que perturba e tira o sono de muitos familiares que convivem com pessoas envolvidas com a dependência química e a retomada da confiança perdida é algo muito difícil, que exige esforço e paciência. 

            A confiança é algo muito importante no fortalecimento de qualquer relação. Quando as pessoas apresentam atitudes e comportamentos corretos, são equilibradas e coerentes em relação aquilo que fazem e cumprem com o prometido, a confiança só tende a aumentar, solidificando as relações, entretanto, quando ocorrem desvios de comportamento e conduta, quando pisam na bola repetidamente, toda a confiança é perdida, as relações se abalam e rapidamente a desconfiança ocupa o seu espaço.

            O envolvimento com substâncias entorpecentes é um fator que faz tremer as relações, anulando a confiança por completo. O desenvolvimento da dependência traz a tona algumas características marcantes na pessoa, como a mentira, a chantagem, a manipulação e as promessas não cumpridas. Nunca estão onde dizem estar, raramente cumprem com os horários combinados, dizem que vão se cuidar, porém retornam para casa sobre efeito de álcool ou outras drogas. Prometem que vão melhorar, mas não mostram mudança alguma.

            Como a dependência é um processo longo, uma doença progressiva, a desconfiança só cresce, cresce e cresce. Quanto maior o tempo de envolvimento com as drogas, mais enraíza nos familiares o sentimento de desconfiança, descrença e desesperança.

             Chega um momento em que o jovem decide abandonar a dependência. Para isso alguns buscam grupos de auto e mútua ajuda, outros fazem tratamento em clínicas ou comunidades terapeutas. A família, por sua vez, participa de reuniões do programa Amor-Exigente. Durante esse processo, a desconfiança continua: será que vai dar certo; como será quando ele retornar; e se ele voltar a fazer uso; e se sofrer uma recaída. Esses questionamentos perturbam e incomodam os familiares, afinal foram tantas as promessas não cumpridas que as desconfianças e incertezas ainda prevalecem com muita força.

Ao final de uma internação, eles vivem outro momento. O recuperando está buscando viver em sobriedade, tentando construir uma nova vida. Nessa fase eles buscam resgatar a confiança perdida, contudo precisam aprender a conviver com ela, pois esse sentimento está fortemente enraizado na família. Por mais que os familiares desejam confiar, isso não é tarefa tão simples assim.

            A retomada da confiança é um processo muito lento que não se recupera com palavras ou promessas do recuperando, mas através de atitudes e comportamentos adequados e equilibrados.

            Isso será facilitado quando o dependente em recuperação, num exercício de humildade, procurar posicionar os familiares em relação ao que pretende fazer, onde deseja ir, a que horas pretende voltar e consequentemente, cumprir rigorosamente com aquilo que estabeleceu. Esta atitude, vagarosamente vai proporcionando segurança aos familiares e assim encurtando o processo de retomada da confiança.

            Em relação aos familiares, sabemos que não é fácil recuperar a confiança perdida depois de anos de problemas e promessas e seu resgate vai depender muito das atitudes apresentadas pelo outro, contudo, precisamos adotar algumas posturas para lidar com nossas desconfianças.

            Aprender a viver o dia de hoje é uma forma de proteção aos familiares que convivem com um dependente em recuperação. Se hoje tudo está bem, precisamos viver bem o dia de hoje, sem atolar o pensamento naquilo que pode dar errado amanhã. Precisamos lutar contra o sofrimento por antecipação, tentar não projetar o negativismo para o amanhã, evitando não sofrer por aquilo que ainda não aconteceu.

            Precisamos aprender a confiar, desconfiando. Estar sempre atentos, espertos, ligados, porém não fazer da desconfiança uma marcação cerrada, com cobranças exageradas, lembrando-o a todo instante sobre sua dependência, investigando seus pertences como um detetive. Devemos evitar falar com ele como se ele fosse fazer uso, todas as vezes que ele sair de casa e evitar recebê-lo como se ele tivesse usado no momento em que retornam para a casa. Caso apresentem sinais visíveis de uso, uma conversa franca no dia seguinte é muito mais produtiva que barulhos e discussões.

Se um pouquinho de desconfiança ajuda a ficarmos atentos, ligados e prontos para adotar alguma ação caso surja algum problema, demonstrar desconfiança exagerada em nada ajuda, pois o dependente em luta pela recuperação, ao não perceber nenhuma confiança e empenha da família poderá utilizar isso como a desculpa que precisa para retomar o uso.

            No resgate da confiança perdida precisamos dar tempo ao tempo, viver o dia de hoje. Se a perda da confiança é processo veloz como um guepardo, sua recuperação é lenta como uma tartaruga. É preciso muita paciência.

                                                   Celso Garrefa
                                                   Amor-Exigente de Sertãozinho SP
                                                    

sexta-feira, 31 de maio de 2013

FILHO, VOCÊ ESTÁ USANDO DROGAS?





          Muitos pais, por não possuírem conhecimento sobre a problemática das drogas, acreditam, erroneamente, que tão logo um filho entre em contato com estas substâncias, isto se tornará visível para eles, mas na realidade não é assim que acontece.

         Em geral, um pai ou uma mãe só consegue perceber que o filho está fazendo uso de substâncias entorpecentes depois de aproximadamente dois a três anos de uso, ou seja, quando ele já está mergulhado na dependência.

Quando surge alguma desconfiança, costumam questionar os filhos, entretanto o medo da resposta é tão grande que eles fazem a pergunta quase que respondendo para o jovem: "Você não está usando drogas não, né"? É óbvio que a resposta será “não”. Isso satisfaz plenamente os pais, pois é exatamente aquilo que eles desejam ouvir.

            Uma das características do dependente é a sua capacidade de mentir e manipular e num processo de uso, o seu objetivo é esconder a verdade, fazer com que os pais não saibam, pois sabem que ao tomarem conhecimento da realidade, obviamente começarão a pegar no pé, a colocar obstáculos e a não aceitar tal situação.

          Quando surgem os primeiros sinais de uso, os pais são afetados pela negação, que os deixam "cegos". Negam o óbvio e continuam acreditando nos filhos, desenvolvendo, inconscientemente, um mecanismo de defesa contra as dores e os sofrimentos que a descoberta podem causar-lhes.

Quando alertados por colegas, parentes ou vizinhos, eles preferem se chatear com os alertas, virar a cara com quem está tentando abrir-lhes os olhos e continuam acreditando no filho. Quando o garoto chega diferente em casa, preferem acreditar que só exagerou um pouquinho na bebida, como se isso fosse pouco. Mesmo quando encontram droga escondida no quarto do menino, aceitam com facilidade o argumento de que ela não é dele e sim de um amigo que pediu para que ele a guardasse.

Muitos desconhecem que o desenvolvimento da dependência acontece de forma progressiva. Inicia-se na experimentação, passando para uso esporádico, evoluindo para uso frequente e, consequentemente o desencadeamento da dependência. No primeiro momento, os filhos conseguem disfarçar com facilidade. Eles não retornam para casa aos pedaços, muito menos doidões. Isso só começa acontecer quando atingem níveis de uso severo.

Iniciado o uso, buscam o prazer proporcionado pelo consumo e precisam obter sempre mais para conseguir o mesmo efeito, de tal forma que o problema se agrava. Com o passar dos tempos, não conseguem mais esconder o problema e começam evidenciar os sinais do uso. Objetos desaparecem da casa, eles somem por horas ou até dias, dormem o dia todo, pois estão acabados pela noitada. Nunca são encontrados nos locais onde dizem que frequentam.  É nesse momento que vem à tona a triste realidade que a família não queria e nem desejava conhecer, porém torna-se tão visível que não dá mais para negar.

Esperar que os filhos apresentem sinais visíveis do uso de drogas para começar a agir pode levar tempo demais, portanto as ações precisam acontecer muito antes deles externizarem os sinais do consumo.

Ninguém está a salvo do problema e acreditar que em nossa casa não vai acontecer, em nada ajuda. Achar que estamos isentos do problema não é suficiente para evitá-lo, pelo contrário, somente faz com que não adotamos nenhuma medida de prevenção, deixando os filhos a mercê da própria sorte. Precisamos nos conscientizar que vivemos uma geração onde todas as crianças e jovens de nosso tempo, em algum momento de sua vida, terão acesso ao álcool e outras drogas, independente de condição financeira, nível intelectual, classe social ou crença e isso não é diferente em nossa casa, com nossos filhos.

As ações de prevenção precisam acontecer desde o mais cedo possível. Necessitamos desenvolver a capacidade de observar com atenção nossos filhos, procurando conhecê-los o máximo possível, pois é prestando atenção que notaremos as primeiras mudanças em suas condutas, o que possibilita corrigir todo e qualquer comportamento inadequado que eles apresentem. Corrigindo os pequenos desvios de comportamento, estamos prevenindo para que não cheguem aos grandes desvios que podem levá-los até às drogas.

Também é importante observar a situação com que o jovem retorna para casa. Não ser tolerante em relação ao consumo do álcool, que também é droga, causa dependência e pode servir de porta de entrada para outras. Observar seu rendimento escolar, conhecer os seus amigos, seus gostos, seus estilos. Procurar sempre o contato olho no olho, pois o dependente possui, como característica, não encarar as pessoas de frente. Eles desviam o olhar, não gostam de falar sobre o assunto e se isolam com frequência.

Aceitar a realidade pode ser muito duro e difícil para os pais, pois a descoberta desencadeia sofrimentos profundos, porém é o primeiro passo na busca da solução para o problema. Mais do que acreditar em palavras, precisamos observar comportamentos e atitudes e na dúvida devemos procurar por ajuda, auxílio e orientação e os grupos de Amor-Exigente espalhados pelo país estão de portas abertas para acolher quem procura.


                                                                Texto de Celso Garrefa
                                                Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP

domingo, 26 de maio de 2013

EQUILÍBRIO COMPORTAMENTAL


O Amor-Exigente é um programa comportamental que parte do seguinte princípio: “NADA MUDA SE VOCÊ NÃO MUDAR”. Essa colocação, num primeiro momento, gera certa desconfiança nos familiares que buscam ajuda, pois o motivo da procura quase sempre é o desejo de modificar o comportamento de um familiar que se tornou dependente do álcool ou de outras drogas.

Participando das reuniões, logo percebem uma realidade: Deus não nos deu o poder de modificarmos ninguém, porém, deu a cada um de nós o poder de mudarmos a nós mesmos e esse é o segredo: quando mudamos, aqueles que estão a nossa volta precisam se adaptar às nossas mudanças.

Isso não significa que estamos errados ou que somos culpados pelas falhas do outro, mas nos convida a avaliar as nossas atitudes, a abandonar comportamentos previsíveis e repetitivos. Muitos filhos enxergam seus pais da mesma forma que assistem a tevê da casa, com o controle remoto em mãos; sabem exatamente em qual tecla apertar para conseguirem o que desejam.

Assim como os comportamentos dos nossos filhos nos afetam, os nossos também são capazes de afetá-los, portanto, precisamos aprender a cuidar dos nossas atitudes e fazer delas exemplos a serem seguidos, assim ganhamos em autoridade para cobrá-los. É complicado desejar filhos equilibrados se vivemos em estado de loucura. É missão dificílima desejar que eles fiquem livres do abuso do álcool, se assistem ao consumo abusivo dos pais. É tarefa complicada colocar Deus na vida dos filhos, se não vivemos uma espiritualidade. É difícil fazer com que eles respeitem os pais, se os próprios não se respeitam.

A violência e agressividade, as agressões verbais, as comparações e acusações, as gritarias, os maus exemplos, a permissividade, o abuso no consumo de medicamentos, do álcool, das drogas, o mau humor, a ausência de Deus em nossa vida, etc., são exemplos de comportamentos que afetam de forma negativa, e devemos corrigi-los.

Por outro lado, a coerência em relação aquilo que falamos e fazemos, o uso da verdade, a correção com firmeza, mas também com amor, o elogio quando merecido, o diálogo, a presença na vida deles, a vivência de uma espiritualidade, entre outros tantos, são exemplos de atitudes e comportamentos capazes de influenciá-los positivamente.

Adotar comportamentos coerentes, tranquilos e equilibrados significa cuidar da nossa saúde comportamental. Se não cuidado, o comportamento também adoece, contagiando aqueles que estão a nossa volta. Por outro lado, um comportamento sadio possui o poder de influenciar positivamente aqueles que amamos e isso pode ser decisivo, seja para uma educação preventiva ou na busca de soluções para problemas já instalados.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Imediatismo e insatisfação


       
  
     Queremos dar aos nossos filhos tudo aquilo que não tivemos e na ânsia de agradá-los transformamos os seus desejos em direitos e estamos colhendo resultado contrário. Quanto  mais proporcionamos,  mais insatisfeitos ficam.

       É para hoje. Eu quero agora. Na recusa, um choro, uma birra, um escândalo e cedemos. Não estamos conseguindo fazê-los esperar. - “Quando ele quer, tem que dar logo, senão ele não sossega”, reclama uma mãe, e assim, eles vão se acostumando ao imediatismo e na mesma velocidade com que ganham, abandonam, deixam num canto, não curtem e nem valorizam e estão prontos para manifestarem outros desejos.

Quando éramos crianças não era assim. Lembro-me dos dias natalinos, onde aguardávamos pelo nosso presente com grande ansiedade, mesmo que fosse algo bem simples, e com um detalhe: ele só vinha mesmo naquele dia. Havia um ritual de espera, e criávamos grande expectativa. Ao recebê-lo a satisfação e alegria eram imensas. Atualmente nossas crianças ganham tantos agrados nos dias que antecedem o natal, que o presente ganho no dia da festa é recebido com frieza e indiferença.

            Outro fator interessante é o merecimento. Nem sempre a criança merece ganhar o presente. Não estudou como deveria, gritou com a mãe, bateu a porta do quarto, demorou duas horas para ir ao banho, agrediu o irmãozinho e no final do dia ganhou presente? Isso se chama injustiça.

        Na mesma proporção em que crescem acostumados ao imediatismo, também crescem as exigências. Muitos filhos chegam a adolescência com todos os seus desejos atendidos e prontamente. Presentes de todos os tipos, as melhores roupas, viagens aos montes, festas as melhores. Chegam à juventude e agora o que ganham são motos, são carros e quando esses agrados são recebidos sem esforço algum, sem merecimento nenhum, não curtem, não cuidam, não valorizam e assim, muitos pais vivem para consertar carros amassados e pagar multas de transito dos filhos.

            Acostumados ao imediatismo, interiorizam a ideia de que todos os seus desejos e vontades são direitos. Desejam tudo para já, querem tudo pronto e possuem grande dificuldade em esperar por algo ou em receber um não como resposta.  Ao crescerem desejam sucesso rápido, buscam pelo prazer imediato e sem esforços, querem se dar bem, sem demora. Nessa busca muitos se perdem. Não conseguem se firmar em nenhum emprego, porque não possuem paciência para buscar seu espaço. Já querem começar por cima. Na busca pelo prazer imediato, muitos encontram as drogas que, infelizmente, têm esse poder, e a busca pelo dinheiro fácil e rápido podem levá-los ao tráfico.  

Com todos os desejos atendidos de forma imediata e sem esforços muitos chegam à adolescência e juventude sem que nada mais lhes seduzem. A vida perdeu a graça. Tem tudo, o que mais podem ganhar? Nesse processo pode surgir a busca por algo novo, novas experiências, novas aventuras. Nessa busca, muitos encontram armadilhas que poderão custar-lhes muito caro.

Resguardadas as devidas proporções, em parte, isso justifica tantos jovens que tudo têm, sem que nada lhes faltem, criados com tudo de bom e de repente passam a apresentar grandes desvios de comportamento e conduta. 

Contudo, sempre é bom e conveniente frisarmos que cada um dá ou proporciona ao filho aquilo que pode, mas independente dos recursos disponíveis é importante aprendermos a dosar, a buscar um equilíbrio em relação ao que proporcionamos. Precisamos ensiná-los dentro de casa que existe um limite.

       Independente dos nossos recursos financeiros, devemos ensiná-los a esperar por algo, a cobrar algo em troca, fazê-los sentirem-se responsáveis pela conquista e se não houver merecimento, não devem ser presenteados.

        Existe algo melhor que o próprio presente que é a satisfação por tê-lo recebido e o mérito por havê-lo conquistado e quando atendemos imediatamente a todos os pedidos dos pequenos, estamos roubando-lhes essa alegria. Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que quanto mais proporcionamos algo aos filhos, sem nada deles cobrarmos em troca, mais eles viverão em estado de insatisfação total.


         

Texto de Celso Garrefa
           Amor-Exigente de 
           Sertãozinho SP
                                  

sábado, 30 de março de 2013

NÃO PRECISA PROVOCAR DOR PARA EDUCAR

Enquanto tomava seu leite, Júnior deixou que o copo tombasse sobre o tapete e a reação da mãe foi imediata. De posse de um chinelo, golpeou uma boa chinelada no bumbum da criança, que por sua vez a desafiou: - “Não doeu”! Isso provocou ainda mais a ira da mãe, fazendo com que ela golpeasse outras vezes. Quando voltou a si, percebeu que havia agredido o filho de forma muito violenta, cujas lesões precisaram de atendimento médico.

Temos observado com muita preocupação a defesa do uso das palmadas e chineladas na educação das crianças, sempre com o mesmo argumento: é preciso educar. Mas será mesmo que é necessário provocar dor para educar? Será que os pais que não batem em seus filhos, estão criando cobras?

Não concordamos com isso. Precisamos compreender que quem utiliza as palmadas ou chineladas está muito próximo de aplicar uma surra, isso porque elas não são aplicadas de forma consciente visando à educação dos filhos, mas sim, movidas por uma reação, resultante da falta de paciência, intensificada pelo estresse de dias conturbados. Pais irritados e raivosos comumente descarregam a ira na criança que é frágil e não consegue se defender. Como a criança sente dor e tem medo, quando apanha, se cala, criando a falsa sensação do objetivo alcançado.

Não podemos limitar nossa visão e método de educação única e exclusivamente no uso da agressão. Imaginar que é preciso bater para educar significa pensar pequeno demais diante das infinitas possibilidades e alternativas de ações educativas. Agredir uma criança, mesmo com o objetivo de educá-la, nada mais é que a pura demonstração do analfabetismo educacional que vivem os pais. Quando defendemos a argumentação de uma educação sem agressões, não significa que somos contra a educação dos filhos, pelo contrário, é responsabilidade dos pais, educá-los e corrigi-los, nortear suas condutas, porém necessitamos buscar alternativas mais eficientes nessa tarefa, alternativas mais funcionais para a época em que vivemos.

Filhos não precisam ter medo de seus pais, mas respeitá-los. A relação entre pais e filhos baseada no medo possui data limite para acabar, considerando que os filhos crescem e assim que as forças se equiparam, o medo cede lugar aos confrontos, enquanto que as relações baseadas no respeito são para toda a vida. O importante é que os filhos respeitem seus pais durante toda a sua existência e não apenas enquanto sentem medo de suas reações.

Sentimos que muitos pais não utilizam o uso das palmadas ou chineladas por maldade, mas sim, por desconhecerem outras formas e métodos de educação. Como não existem escolas que preparem os pais para educar os filhos e eles não chegam com manuais de instruções, estes se sentem perdidos, portanto, este blog também possui o objetivo de levar aos pais informações sobre como educar bem os filhos sem o uso de nenhum tipo de violência, utilizando uma educação assertiva e funcional, adequada aos novos tempos, visando proporcionar à eles uma educação eficiente com o objetivo de preparar filhos saudáveis mesmo diante de um mundo cheio de desafios e armadilhas.

Texto de Celso Garrefa

terça-feira, 26 de março de 2013

Educação com autoridade (Pais e filhos não são iguais)

(Imagem extraída da internet)
Certa vez, durante uma palestra para um grupo de mães, tratávamos da importância da autoridade na educação das crianças, quando uma participante nos relatou que vivia com seu marido e um filho de cinco anos. Segundo ela, todas as vezes que o companheiro saía de casa, transmitia a seguinte mensagem ao menino: - "Papai está saindo, agora você é o homem da casa". Esse poder transmitido ao garoto, fazia-o sentir-se poderoso e arrebentava com a autoridade da mãe.

        Vivenciamos um passado recente em que o autoritarismo era marcante e na educação das crianças não havia espaço para flexibilidades. Esse tipo de comportamento não se encaixa mais na educação moderna, com todas as mudanças de mundo que acompanhamos e por isso precisava ser interrompido, entretanto, a autoridade deveria ser preservada, o que não aconte
ceu, pois no ímpeto da mudança, sem que nos déssemos conta, perdendo também nossa autoridade.

          Para agravar ainda mais, muitos pais começaram a se relacionar com os filhos, tratando-os mais como “amiguinhos” e esqueceram que, antes de serem seus amiguinhos, são pais e precisam exercer o seu papel de pais. Em seu livro “O que é Amor-Exigente” Mara Sílvia Carvalho de Menezes cita que “pai é guia, orientador, legislador: deve nortear a conduta do filho, criando regras ou leis que precisam ser respeitadas e vão prepará-los para enfrentar o mundo”. Sem assumir essas responsabilidades, estamos sujeitos a vivenciar duas tristes realidades: a primeira é uma inversão de papeis, onde quem manda, quem dita as regras, quem reina a casa são as crianças, enquanto os pais apenas obedecem; e a segunda, e não menos preocupante, favorecemos a criação de uma geração de filhos órfãos de pais vivos.


          Mas a conquista da autoridade não cai do céu. É uma busca que exige empenho e que precisa começar o mais cedo possível, pois recuperá-la depois de perdida é tarefa dificílima. 


Muitos pais vivem intensos conflitos relacionais e sem poupar palavras ofendem-se mutuamente. – Sua mãe é uma burra, resmunga o pai. - Seu pai é um “banana”, reclama a mãe. Como esperar que uma criança respeite a autoridade da mãe se está sendo plantada na sua mente em formação, a imagem de uma mãe burra? Como esperar que a criança respeite a autoridade do pai se está interiorizando a imagem de um pai “banana”? O fortalecimento da autoridade é facilitado quando o casal se respeita e faz-se unidade na educação dos filhos, falando a mesma língua.

          Outro fator essencial para o exercício da autoridade e que a difere do autoritarismo é o poder do exemplo. É complicado desejar que os filhos sejam equilibrados se vivemos em estado de loucura. É missão dificílima aconselhar os filhos em relação ao abuso de álcool se eles assistem ao consumo abusivo dos pais. É tarefa complicada colocar Deus na vida dos pequenos, se não vivemos uma espiritualidade. Não é fácil fazer com que as crianças se dediquem a leituras se eles nunca veem os pais com um livro nas mãos. Mas precisamos entender que não basta dar exemplos. É preciso ser modelo e cobrar resposta. Se não quero que meus filhos deixem o calçado no meio do corredor, primeiro cuido dos meus e depois, com autoridade, cobro para que façam o mesmo com os deles.


         Outro ponto fundamental na conquista da autoridade é a clareza e a firmeza nas decisões tomadas. O sim dos pais precisa ser sim, mas quando a resposta exigida for um não, ela precisa ser mantida com posicionamento claro e firme, mesmo diante do choro, das birras ou da insistência perturbadora com que eles reclamam. Quando cedemos facilmente diante das pressões recebidas, transmitimos aos filhos uma mensagem não verbal: pressionem que cedemos.


          Não podemos confundir uso da autoridade com agressões ou violências, com barulhos ou gritos e nem através de comportamentos hostis, grosseiros ou estúpidos. Autoridade não é algo que se impõe, mas sim uma conquista que exige respeito e cobra respeito, fazendo desse comportamento o norte do relacionamento familiar e, finalmente, quando a autoridade é exercida com equilíbrio, coerência e responsabilidade, os pais certamente serão os melhores amigos dos seus filhos.

             Texto de Celso Garrefa (Amor-Exigente de Sertãozinho)
             Elaborado com base no 4º princípio do programa Amor-Exigente “Pais e Filhos não são Iguais”



segunda-feira, 18 de março de 2013

RAÍZES CULTURAIS



      O mundo em que vivemos está em constante transformação e nas últimas décadas, com os avanços e evoluções tecnológicas, essas mudanças passaram a acontecer com velocidade espantosa e assombrosa. Se por um lado, as novas tecnologias e a velocidade com que as coisas acontecem trazem avanços e novidades, por outro, elas também criam impactos na vida das pessoas, sejam elas adultas, jovens ou crianças.

            Em um passado recente, a formação da criança ou do jovem era influenciada basicamente pelos valores transmitidos dos pais para os filhos. Hoje não é mais assim. Além das influências dos pais, a formação dos filhos é bombardeada por influências transmitidas por diversos seguimentos, como as interferências da macro-família, a transmissão dos conhecimentos escolares, a pressão dos grupos de amizades, os ensinamentos religiosos, as tendências da moda, o poder dos diferentes tipos de mídia, etc. que vão se somando, formando, transformando e moldando o sujeito. 

            Entre todos, os avanços e disponibilidades tecnológicas são os fatores que atualmente estão mais presentes na nossa vida, de nossos jovens e de nossas crianças. Os pequeninos nascem com uma tevê a sua frente. Ganham o primeiro celular ou tablet já nos primeiros anos de existência e se encantam com os brinquedinhos eletrônicos. Os jovens vivem com fone nos ouvidos e os adultos também se renderam às redes sociais. A tevê ocupa espaço em cada cômodo da casa e coloca a nossa disposição uma centena de canais como opção. Essas tecnologias nos interligam ao mundo, aproximam quem está distante mas, ironicamente, distancia quem está ao nosso lado.

            Mesmo diante do bombardeio de informações, nós pais não podemos perder a essência de nosso papel de pais e devemos trabalhar ativamente para deixar a nossa marca e são nos primeiros anos de existência dos filhos que nossas influências possuem poder maior de enraizar valores capazes de formar caráter e que deverão servir de base ao longo de toda a sua existência, no entanto, só conseguiremos transmitir princípios de integridade moral, ética e espiritual se os possuímos e, sem medir esforços, nos dispomos a transmiti-los.

            Nesta missão precisamos, primeiramente, buscar tempo e espaço para participar ativamente da vida de nossos filhos, cientes que possuímos concorrências fortes e poderosas. Precisamos compreender que as novas tecnologias fazem parte da vida atual e não podem ser descartadas, mas é necessário, por vezes, desligar a tevê, sair do computador, mostrar aos filhos que existe vida real e não somente virtual. Precisamos reservar tempo para a convivência familiar, onde possamos criar momentos favoráveis ao diálogo, onde possamos transmitir aos nossos filhos quem nós somos, quais são nossas raízes, nossas origens, nossos valores e nossos princípios.

            Na formação da base, não podemos perder a preciosa oportunidade de plantar na raiz da existência das nossas crianças, a essência de Deus em sua vida. Também é na base que devemos começar a fortalecer sua autoestima, começar na base ensinar-lhes o respeito aos pais e às pessoas. Também é na base que precisamos mostrar a importância dos hábitos saudáveis, as vantagens de se fazer boas escolhas, o respeito aos limites e regras.

            Não podemos esperar nossos filhos crescerem, tornarem-se adolescentes ou criarem problemas para começarmos a agir. O segredo de uma boa educação é começar cedo, orientando, ensinando, norteando suas condutas, preparando-os para se posicionarem diante da avalanche de fatores que exercerão influências no decorrer de sua formação.

Precisamos nos atentar, também, que o mundo está em constante transformação, conforme citamos, e com isso mudam-se os costumes, afetando e modificando as pessoas. Os filhos de hoje não são iguais os filhos que fomos e aquilo que deu certo no passado, pode não dar mais certo hoje. Exemplo disso é a legião gigantesca de pais que estão tão presos ao passado e alienados sobre novas abordagens educativas, que ainda acreditam que é preciso provocar dor para educar. Por isso precisamos acompanhar as mudanças do mundo, nos adaptando, buscando conhecimento, nos informando, trocando experiências e adequando as novas realidades.

            Os filhos crescem, vem a adolescência, momento em que eles começam a criar asas, momento em que reclamam por liberdade e buscam sua identidade. Nesse momento, a cada dia precisam fazer novas escolhas. Não vamos estar sempre ao lado deles, entretanto, se conseguirmos deixar nossa marca, trabalharmos forte na formação de suas raízes, nesse momento da vida eles poderão alçar voos com segurança e, se porventura, ocorrer algum desvio de conduta, com certeza a retomada do rumo acontecerá com grande facilidade.
                                                                      


                        Texto de Celso Garrefa (Amor-Exigente de Sertãozinho - SP)
                        Elaborado com base no 1º princípio do Programa Amor-Exigente


 Leia também: Os pais também são gente, disponível no link: http://aesertaozinho.blogspot.comhttp://aesertaozinho.blogspot.com/2014/02/os-pais-tambem-sao-gente.html/2014/02/os-pais-tambem-sao-gente.html




sábado, 16 de março de 2013

OS RECURSOS SÃO LIMITADOS



Vivemos em uma sociedade consumista e na tentativa de nos enquadrarmos aos padrões por ela exigidos, somado ao desejo de dar aos nossos filhos tudo aquilo que não tivemos, fizeram com que nos esquecêssemos 
que possuímos recursos limitados e como consequência, adoecemos. 

Muitas vezes gastamos mais do que ganhamos, comprando coisas que nem sempre precisamos e nos endividamos. Apelamos para os cartões de créditos, com seus juros exorbitantes, e facilmente estouramos todos os limites dos nossos recursos financeiros. 

Somos pressionados a pagar o que devemos e para cumprir com os compromissos, precisamos trabalhar mais, arrumar bicos nos horários vagos, fazer horas extras, trabalhar nos fins de semana e assim, extrapolamos os limites dos nossos recursos físicos. 

As pressões aumentam, o clima na casa torna-se insuportável, nossa saúde começa a ser afetada: a cabeça dói, o estômago dói. As preocupações não nos permitem dormir bem à noite. Somos afetados pela ansiedade e pelo estresse, que nos levam a compulsões. Por vezes, comemos demais, bebemos demais, fumamos demais, dormimos demais ou de menos e experimentamos o desespero. Como consequência, extrapolamos os limites dos nossos recursos emocionais e afundamos em antidepressivos.

Precisamos parar. É hora de revermos nossos conceitos e traçar metas para reorganizar nossa vida. Precisamos aprender a dizer “não”, primeiro para nós mesmos: não, isso eu não preciso; não, isso eu não quero; não, isso eu não posso; não, isso eu não aceito. É hora de reavaliarmos nossos recursos e aprender a respeitá-los. 

Também precisamos transmitir ao outro, com muita clareza, que não somos um banco e nem máquinas. Somos apenas gente e não uma fonte inesgotável de recursos, disponíveis o tempo todo. É hora de aprendermos que não somos obrigados a tudo e possuímos o direito de também dizer não como resposta.

Caso não o façamos, continuaremos sufocados e adoecidos. Continuaremos a ser explorados, manipulados, cobrados e exigidos em coisas que não estão ao nosso alcance. Precisamos de coragem e atitude para modificarmos esse processo doentio e retomar o equilíbrio na busca de um viver com melhor qualidade.

Conscientes dos limites dos nossos recursos, devemos nos posicionar de maneira que possamos barrar toda forma de pressão, de manipulação, de chantagem. Parar de sermos o alvo de pessoas que nos exploram, sem pena ou piedade, inclusive filhos folgados que sugam tudo o que podem, sem pudor e sem piedade, com o infantil discurso de que não pediram para nascer.

Por fim, não devemos temer que o respeito aos nossos limites seja algo que vai nos paralisar, deixando-nos estagnados e muito menos utilizá-los como justificativa para a acomodação. Não é isso. Limites é, acima de tudo, proteção. Quando possuímos clareza de quais são os limites dos nossos recursos podemos traçar metas para avançar sem nos arrebentarmos, podemos seguir em frente, crescer, melhorar, ir além, viver melhor e evoluir, porém, com saúde, equilíbrio e segurança.

Celso Garrefa 
Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 19 de janeiro de 2013

Frases e Mensagens


 "Quando, na vida, uma porta se fecha para nós, há sempre outra que nos abre. Em geral, porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada, que não nos apercebemos da outra que se abriu". 

                                        O. S. Marden
         

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"Sejamos por um instante como o pássaro pousado no mais frágil ramo, que sente tremer o galho, mas, no entanto canta, porque sabe que tem asas"

                                                                  
                                                                        Sully Prudhomme


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Descobrir consiste em olhar para o que todo mundo está vendo e pensar uma coisa diferente.

Roger Von Oech

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"Se você não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve"
Lewis Carroll


"Todos aqueles que chegam até nós, não vão sós, não nos deixam sós; Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós".
Antoine de Saint-Exupéry

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"Aquele que respeita a si mesmo está protegido dos outros"
Henry Longfellow

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"Descubra quem é você e seja você mesmo de propósito"
Dolly Pardon

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"Os tipos infames surpreendem-se quando notam que um homem bom também sabe sr esperto"
Marquês de Vauvenarques

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"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente e nem no futuro. E vivem com se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido".
Dalai Lama

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"Não sabendo que aquilo era impossível, ele foi lá e fez".
Jean Cocteau

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"Cada sonho que você deixa pra trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir".
Steve Jobs

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"Manter a cabeça levantada numa situação deprimente, é o primeiro passo para uma atitude interior positiva, que nos ajudará a vencer as preocupações e os problemas."
                                                                   Heidelore Kluge

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"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
Madre Tereza de Calcutá

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"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade

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" Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas ainda assim posso fazer alguma coisa. E, não é porque não posso fazer tudo que vou deixar de fazer aquilo que posso".

Edward Everett Hale


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"Em relação a todos os atos de iniciativa e de criação, existe uma verdade fundamental cujo desconhecimento mata inúmeras idéias e planos esplêndidos: a de que no momento em que nos comprometemos definitivamente, a providência move-se também. Toda uma corrente de acontecimentos brota da decisão, fazendo surgir a nosso favor toda sorte de incidentes e encontros e assistência material que nenhum homem sonharia que viesse em sua direção. O que quer que você possa fazer ou sonhe que possa, faça. Coragem contém genialidade, poder e magia. Comece agora."

Johann Wolfgang von Goethe

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"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Charles Chaplin

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"Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante".
Charles Chaplin

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"Acredite que você pode, assim você já está no meio do caminho"

Theodore Roosevelt

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"Quem nesta vida deseja realizar alguma coisa, encontra sempre uma motivação; quem nada deseja encontra sempre uma desculpa".

"Todos os dias somos confrontados a fazer escolhas. Sim ou não. Certo ou errado. Contra ou a favor. Tudo ou nada. Oito ou oitenta. Precisamos ser críticos para buscarmos entre os extremos as infinitas possibilidades e só assim poderemos nos posicionar sem simplismos."

"Hoje é o primeiro dia de minha nova vida"

A cada amanhecer precisamos de um novo renascimento. É necessário seguir em frente, não desprezar o que passou, pois o ontem nos serve de lição, nem paralisar no tempo, pois isso nos deixa para traz. 
Renascer a cada amanhecer é procurar fazer hoje, melhor do que fizemos ontem."

"Pensar, questionar e refletir são características indispensáveis àqueles que buscam uma identidade única e exclusiva, caso contrário, servirão apenas de objeto de manobra, condicionados a pensar em massa e agir como máquinas."

"Reconhecer nossos limites não é sinal de fraqueza e não significa ficar estagnado, paralisado ou acomodado, pelo contrário, quando temos claro quais são nossos limites, podemos avançar sem nos arrebentar, podemos seguir em frente, crescer, melhorar e evoluir com segurança."

"Aprender também a dizer “não” é uma das formas de respeitar os próprios limites e viver melhor. Não, isso eu não quero; não, isso eu não preciso; não, isso eu não posso; não, isso eu não aceito."

"O amor do outro não se cobra, não se exige, não se compra. O amor que esperamos receber do outro é uma conquista que tem seu início a partir do momento em que nós mesmos nos enxergamos e agimos como pessoa humana, como gente que aprendeu a amar-se a si próprio."

"Quando percebemos que atingimos nosso limite, não significa que chegamos ao fim, pelo contrário, significa que está na hora de parar de caminhar sozinhos e buscar ajuda. Ao caminharmos juntos percebemos uma ampliação de nossos potencias e nossas capacidades".

"Muitas vezes lembramo-nos de Deus somente nas horas difíceis, enquanto que na calmaria nos esquecemos. Se recorremos a Ele para pedir socorro, nos bons momentos não podemos esquecer de agradecê-Lo."

"Às vezes enfrentamos problemas tão grandes que a nossos olhos parecem não haver solução, mas para tudo há uma saída. Lembre-se quanto maior for o problema, maiores as possibilidades de aprendizado e crescimento e, sobretudo, de aproximação de Deus". 

"Uma grande sabedoria ou um conhecimento profundo não possuem valor algum se não forem colocados em prática e nem divididos com nossos semelhantes".

"Em um mundo globalizado precisamos cuidar para não perdermos nossa identidade. Em um mundo virtual, precisamos cuidar para não vivermos só de fantasias. Em um mundo de aparências, precisamos tirar máscaras. Só assim seremos nós mesmos".





"A certeza do sol, a cada manhã, encoraja-nos a caminhar dentro da noite ".

domingo, 9 de dezembro de 2012

FAMÍLIA DE DESCONHECIDOS


As correrias do dia a dia, excesso de  compromissos e obrigações, somados aos apelos tecnológicos têm favorecido o surgimento de um novo tipo de família, que chamamos de família dos desconhecidos.  

Os pais trabalham, participam de reuniões, possuem outras obrigações;  os filhos vão à escola, participam atividades diversas, outras vezes vão para a casa dos amigos e assim, pais e filhos cada vez mais se isolam. O pouco tempo que resta para a família quase sempre é engolido pelas tevês, celulares e computadores.

As tecnologias dos tempos modernos possuem a incrível capacidade de aproximar quem está distante de nós. Através das redes sociais tornou-se tão fácil conversar com qualquer pessoa no mundo como se ela estivesse ao nosso lado. Recebemos informações instantâneas de qualquer pedaço do planeta, porém, essa mesma tecnologia que aproxima quem está distante, afasta e isola as pessoas que estão ao nosso lado.

As tevês se multiplicaram na casa ganhando cada vez mais espaço. Além da sala, atualmente ela ocupa cada quarto da residência e marca presença até mesmo na cozinha. Cada filho possui o seu celular carregado de recursos e cada membro da família possui o seu canto, vive o seu mundo, no seu isolamento. Os quartos transformaram-se em ilhas.

Quem são nossos filhos? De que eles gostam? Quais músicas, curtem? Quem são seus amigos? Quais são seus medos? E seus sonhos? E eles conhecem os pais que têm? Sabem das suas necessidades? Dos seus desafios? Conhecem os seus princípios?

Não estamos sugerindo o descarte das tecnologias, elas são uma realidade, facilitam nossa vida e fazem parte do mundo atual, porém não podemos permitir que elas nos engulam. Enxergamos a necessidade de organizarmos um tempo para que haja contatos familiares, onde os membros da casa consigam dialogar e se relacionar, características essenciais para o desenvolvimento dos vínculos afetivos.

Como já citado em outro texto deste blog, os pais só percebem que um filho está envolvido com drogas ilícitas, em média, após dois a três anos do início do consumo, no entanto, antes deles apresentarem visíveis do uso, começam a externar mudanças comportamentais, contudo só seremos capazes de identificá-las se conhecermos bem os filhos que temos e para isso, precisamos preservar os contatos familiares.

Algumas regras simples facilitam essa relação em dias tão concorridos. Como já diziam os mais velhos, as refeições são sagradas, entretanto, conta-se aos dedos as famílias que ainda preservam esse hábito. Temos assistido cada membro se alimentando em horários ou locais diferenciados, com um detalhe: a tevê continua ligada. Atenção: não queremos perder nenhum segundo da novela, da notícia ou do esporte e não nos damos conta que estamos perdendo a preciosa oportunidade da convivência familiar. O horário das refeições são curtos, mas todos precisam se alimentar. Podemos aproveitar esse momento para reunir a família no entorno de uma mesa, reservar tempo adequado para não engolir as refeições com correria, desligar tevês, eliminar celulares do lado dos pratos, deixar os problemas, sermões e discussões do lado de fora e fazer desse momento, um momento familiar.

Reservar tempo e espaço exclusivo para família, onde os seus membros troquem experiências, diálogos e contatos são de fundamental importância para o desenvolvimento dos vínculos, tão necessário para a educação de nossos filhos, lembrando que, se não dispomos desse tempo, lá fora nossos filhos encontrarão muitas pessoas mal intencionadas com tempo de sobra e ouvidos para emprestar-lhes. 

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...