sábado, 4 de julho de 2015

BOM PAI OU PAI BONZINHO?

             
          Ao nos tornarmos pais ou mães, desejamos ser bons pais, criando uma relação com fortes vínculos afetivos, onde ganhamos o respeito dos nossos pequenos. Mas nessa busca muitos confundem os papeis e ao invés de serem bons pais, tornam-se apenas pais "bonzinhos".
           
            Bons pais são aqueles que se fazem presentes. Suas ações visam nortear as condutas dos filhos, criando regras, estabelecendo limites, corrigindo com amor, enquanto pais bonzinhos são permissivos e facilitadores, deixando os filhos à mercê de si mesmos. Bons pais sabem dizer “sim” quando a ocasião permite, mas também sabem dizer “não” quando necessário, enquanto pais bonzinhos possuem grande dificuldade em dizer um “não” como resposta, mesmo quando preciso.

            Bons pais sabem se posicionar. Eles respeitam os filhos, mas também exigem respeito. Em suas ações, eles buscam fazer sempre aquilo que precisa ser feito, mesmo que, vez ou outra, isso contrarie os desejos das crianças. Pais bonzinhos não se posicionam e nem manifestam nenhuma atitude de desaprovação quando são hostilizados, ofendidos, ou humilhados pelos pequenos. Desejando agradar sempre e temendo a rejeição, eles fazem de tudo para não os contrariar.

            Bons pais permitem que os filhos façam tudo aquilo que eles possuem condições de fazer. Eles não carregam no colo; eles ensinam a caminhar. Pais bonzinhos acreditam que precisam fazer tudo pelos filhos, inclusive aquilo que é obrigação deles: eles carregam sua mochila escolar, põem comida no prato, guardam os objetos que eles espalham pela casa, etc. Bons pais exercem o papel de pais, enquanto pais bonzinhos exercem o papel de serviçais da garotada.

            Bons pais não são violentos, nem agressivos. Não são estúpidos, nem grosseiros. Bons pais possuem atitudes coerentes e equilibradas. Eles sabem elogiar quando existe mérito, mas também sabem ser firmes quando necessário. São incentivadores e apoiadores das boas condutas e cuidam dos seus próprios comportamentos, fazendo deles exemplos para seus filhos.

            Bons pais proporcionam oportunidades para que os filhos cresçam, melhorem e conquistem pelos próprios esforços. Pais bonzinhos, desejando satisfazê-los o tempo todo, atendem de forma imediata todos os desejos da criançada, mesmo os mais descabidos. 

           Bons pais cuidam dos pequenos, mas não esquecem de si próprios, enquanto pais bonzinho não possuem vida própria, eles vivem em função dos filhos.

            Como resultado, bons pais conquistam autoridade e respeito, transformando a relação com os filhos em uma convivência harmoniosa, fortalecida pela criação de vínculos afetivos. Pais bonzinhos facilmente se transformam em verdadeiros “bananas”. Como não possuem atitudes, não são respeitados. Como se abandonam em função dos filhos, também são esquecidos por aqueles que mais amam. 

            Bons pais criam bons filhos; pais  bonzinhos criam filhos folgados, imaturos e egoístas. E nós. Que tipo de pais desejamos ser? UM BOM PAI OU UM PAI BONZINHO?


                        Texto de Celso Garrefa
                        Sertãozinho SP

domingo, 17 de maio de 2015

CULPA E PERDÃO

    
Certa vez, convidados pela Fundação Casa, participamos de uma reunião com pais e mães dos internos. Quando falávamos sobre o sentimento de culpa, uma das mães nos relatou que se sentia culpada por seu filho adolescente estar internado naquela instituição. Segundo ela, quando ele era pequeno, ela bebia muito, usava drogas, vivia em casas de prostituição, não cuidava dele, etc.
                                    
      É inegável que os comportamentos desajustados dos pais exercem influências negativas na formação dos filhos. Crianças normalmente aprendem aquilo que vivenciam e os maus exemplos exercem influências negativas, no entanto, não nos cabe julgá-la ou condená-la por suas falhas no passado. Provavelmente ela também teve uma infância prejudicada e apenas reproduziu um ciclo de problemas. Precisamos ajudá-la a quebrar esse ciclo negativo, apresentando-lhe a possibilidade de um futuro diferente, sem permitir que a culpa a engesse no passado.

   Toda vez que nos julgamos culpados por algo, o primeiro passo para descarregarmos esse peso começa no reconhecimento das nossas falhas e, consequentemente, na busca do perdão em todos os níveis. Devemos buscar e aceitar, em primeiro lugar, o perdão Divino. Devemos também pedir perdão para aquele que sentimos havê-lo prejudicado e, finalmente, precisamos do perdão mais difícil, que é nos perdoarmos, com sinceridade. Só assim estaremos libertos para começar as mudanças necessárias.

     Não há como modificarmos aquilo que passou, mas é plenamente possível trabalharmos para um futuro diferente e melhor. O passado deve servir de lição, mas não podemos ficar presos a ele e para isso precisamos nos libertar do sentimento de culpa que nos corrói e paralisa e nos comprometermos com as mudanças necessárias para a construção de uma nova vida.

     Neste novo momento a culpa deve ceder espaço para a responsabilidade e isso exige de nós o compromisso com a busca da transformação e da mudança, pois de nada adianta reconhecermos um erro, buscarmos o perdão e continuarmos apresentando os mesmos comportamentos desajustados, repetindo as mesmas falhas do passado. Isso se chama enganação.

        Assumir o compromisso com as mudanças não é um processo fácil e por isso não devemos fazê-lo sozinhos. Um grupo de apoio e orientação, como o Programa Amor-Exigente, ajuda-nos a enfrentarmos esse desafio sem críticas, sem condenações e com um apoio seletivo e orientado, que somados a uma espiritualidade fortalecida, aproxima-nos de Deus e nos conduz ao caminho da transformação para uma vida nova e plena. 

                       

Texto de Celso Garrefa
                        
Programa Amor-Exigente 
Sertãozinho SP

terça-feira, 5 de maio de 2015

RESPONSABILIDADE SEM CULPA


Se nos deixarmos influenciar por uma sociedade que cobra de nós pais uma perfeição, que não está ao nosso alcance, corremos sério risco de nos tornarmos mais uma vítima do sentimento de culpa.
          
Esse sentimento não está ligado apenas a fatos ocorridos no passado, em que a pessoa se auto-condena por algo que já aconteceu. Ele também pode nos remeter ao futuro, ou seja, a pessoa se sente culpada antes mesmo de agir.
Muitos pais sabem que existem momentos em que precisam ser firmes, mas paralisam com receio de contrariar os filhos ou por medo da rejeição da criança e amolecem. Existem momentos em que o não é necessário, mas sentem-se culpados por não atender aos apelos da criança e facilitam.

É nossa responsabilidade, como pais, exercer uma educação preventiva e assertiva e isso exige a adoção de atitudes firmes que visem corrigir todo e quaisquer comportamentos que desaprovamos. Nossas ações, por vezes, contrariam os interesses dos pequenos, mas não precisamos agradar o tempo todo. A responsabilidade nos convida a agir; a culpa por antecipação engessa e paralisa nossas ações.
Os filhos, espertos como são, aproveitam e utilizam as armas que possuem: o choro, a birra, o rostinho emburrado. Nesse momento é preciso muita consciência para fazermos aquilo que precisa ser feito, sem autopunição, sem autopiedade, sem culpa. 
É fácil identificarmos os pais que se culpam por antecipação. Eles possuem o hábito de fazer o uso do “e se” diante de tudo aquilo que precisam fazer. – E se eu não permitir que ele coma mais um doce depois de secar uma caixa inteira de chocolates e ele ficar doente? - E se eu não comprar mais um brinquedinho depois de centenas e mais centenas que ele possui e ele não gostar mais de mim? 
A responsabilidade, diferente da culpa, é a consciência de que o verdadeiro amor é aquele que nos leva a fazermos o que precisa ser feito,  sem nos omitirmos, sem receios de estabelecermos limites. Precisamos parar de tratar filhos como coitadinhos, pois isso diminui suas potencialidades e capacidades. Mais do que agradar o tempo todo, nossa responsabilidade é a de educar, de preparar para a vida. 

Texto de Celso Garrefa
           Sertãozinho SP

quarta-feira, 15 de abril de 2015

ADOLESCENTES CONSOMEM 6% DO ÁLCOOL PRODUZIDO NO BRASIL

         
         
No último dia 18 de março deste ano, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que torna crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes. Quem descumprir a lei pode ter uma pena de 2 a 4 anos de prisão e multa de três a dez mil reais e o estabelecimento deverá permanecer fechado até o recolhimento da multa aplicada.

          O endurecimento na lei é uma medida importante no enfrentamento ao consumo de álcool por crianças e adolescentes, no entanto, há muito que ser feito, considerando os índices alarmantes de consumidores de bebidas alcoólicas nesta faixa etária. Uma pesquisa realizada pela ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) revela que os adolescentes são responsáveis por 6% de todo consumo de álcool no Brasil.
                                   
          A venda e fornecimento do álcool para menores de idade é um dos problemas a ser combatido, mas há muitos outros agravantes. Vivemos em um país onde o seu consumo é culturalmente aceito, assim assistimos a iniciação precoce de nossos jovens com as substâncias alcoólicas. De acordo com importantes órgãos de pesquisa, em média, o jovem inicia o consumo por volta dos 13 a 14 anos de idade e, normalmente, o primeiro contato acontece no ambiente familiar, com a permissão e aceitação dos pais, inclusive já tive o desprazer de assistir pais e mães mergulharem a chupeta do bebê em um copo de cerveja e introduzi-la na boca da criança.

          Outro agravante é a falta de uma maior regulamentação das propagandas de bebidas alcoólicas, onde o álcool é apresentado por celebridades, através de grandes produções, associando o seu consumo ao prazer, ao poder, ao sucesso, à felicidade e à beleza. Fatores altamente cativantes do público jovem.

          A própria lei sancionada, para produzir algum efeito, necessita de fiscalização e aplicação das punições previstas, caso contrário nada muda. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) desde 1990 proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores, com pena prevista de 2 a 4 anos de prisão e multa, no entanto, a impunidade sempre reinou absoluta.

           O endurecimento da lei é um passo importante no enfrentamento do problema, mas precisamos mudar também conceitos fortemente enraizados em nossa cultura. Os estabelecimentos comerciais devem controlar a venda; os órgãos de fiscalização devem aplicar as punições aos infratores, mas os pais são os maiores responsáveis pelos seus filhos menores e precisam entender e se conscientizar dos reais perigos que uma iniciação precoce do consumo de bebidas alcoólicas pode acarretar e assim adotar uma postura firme de não permissividade. Lembrando sempre que os pais são modelos para seus filhos. Como adultos não são proibidos de beber, mas para ser exemplo, se for beber, que bebam com moderação.

                                               Texto de Celso Garrefa

                                               Amor-Exigente Sertãozinho SP

domingo, 29 de março de 2015

PAIS PREVISÍVEIS: FILHOS MANIPULADORES

                         
         
         Na relação pais e filhos é importante que ambos se conheçam mutuamente, no entanto, os filhos, como bons observadores, conhecem muito bem os pais que têm, enquanto os pais, em geral, não costumam conhecê-los tão bem quanto imaginam.

           Sabendo que somos observados, precisamos cuidar de nossos comportamentos e atitudes, pois, de acordo com aquilo que apresentamos, podemos colher resultados tanto positivos quanto negativos na educação dos nossos filhos.
                         
       Quando somos permissivos e não possuímos firmeza em nossos posicionamentos podemos nos tornar presas fáceis para filhos manipuladores. Eles, sabendo dessa fraqueza e fragilidade, poderão utilizar isso para benefício próprio utilizando de chantagens e manipulações.

       Filhos de pais previsíveis se relacionam com eles da mesma forma que se relacionam com a tevê da sala, ou seja, os pais assumem o papel da tevê, e os filhos tomam posse do controle remoto. Sabem como ninguém quais são os botões que devem apertar para conseguirem o que desejam. Conhecem-nos tão bem que sabem por antecipação quais serão nossas atitudes e reações. Sabem quantas vezes será preciso insistir para conseguirem o que buscam; sabem o momento exato de pedir por algo; sabem quais truques ou artimanhas devem utilizar para nos ludibriar; sabem, por exemplo, que fazemos muito barulho mas não possuímos ações.

    Por outro lado, o fato deles nos conhecerem bem torna-se um fator positivo quando nossas atitudes são coerentes, quando sabemos defender nossas convicções e somos firmes em nossas decisões. Torna-se um fator positivo quando somos verdadeiros, quando estabelecemos regras claras e não fazemos uso de ameaças vazias. Também é um fator positivo quando usamos o elemento surpresa, abandonando padrões repetitivos e previsíveis demais.

      É importante que eles nos conheçam e saibam, por antecipação, que nossa postura não permite comportamentos indisciplinados, inadequados ou desrespeitosos. É fundamental que eles saibam, por antecipação, que não aceitamos o uso ou abuso do álcool ou outras drogas.

       Da mesma forma com que nossos filhos nos observam, também devemos observá-los. Para conseguir esse objetivo é importante praticarmos o diálogo no ambiente familiar e também desenvolver a capacidade de prestar atenção e observá-los cuidadosamente. Como já citamos em outro texto, em média, um pai ou uma mãe só consegue perceber o envolvimento de um filho com as drogas depois de três a quatro anos de uso, ou seja, quando eles já estão mergulhados na dependência química.
                         
       Antes deles apresentarem sinais visíveis do uso, eles começam a externar mudanças comportamentais capazes de indicar que algo está errado. São mudanças que inicialmente se apresentam de forma sutis e que só é possível percebê-las se estivermos muito atentos e, da mesma forma, só é possível corrigi-las se não fecharmos os olhos para os pequenos deslizes e assim, eles, como observadores atentos, possam perceber que não toleramos os pequenos desvios de conduta e consequentemente, também tenham ciência que não será tolerado os grandes desajustes comportamentais.

       Abandonarmos comportamentos padronizados e repetitivos, utilizando, por vezes, o fator surpresa e adotarmos um posicionamento claro e firme é fator primordial para nos protegermos de filhos manipulares e chantagistas. 




                 Celso Garrefa
                 Amor-Exigente de Sertãozinho       
                                                            




                                                         


                                                         

segunda-feira, 16 de março de 2015

LIMITES: PROTEÇÃO E CRESCIMENTO

Certa vez, durante um programa de tevê para arrecadação de doações para a AACD, um casal compareceu para entrevista no palco acompanhando a filha de cinco anos de idade, em uma cadeira de rodas adequada para a sua faixa etária. Na entrevista os pais disseram que ajudam a filha de acordo com as suas necessidades, mas que ela não possui nenhum privilégio por utilizar-se da cadeira de rodas. Segundo eles, na medida do possível, eles permitem que ela faça tudo aquilo que ela possui condições de fazer, pois ela tem limitações, mas também possui muitos recursos que precisam ser valorizados e explorados.

Diferente do caso citado, muitos pais da nossa geração possuem enormes dificuldades em permitir que os filhos façam aquilo que eles possuem condições de fazer. Querem poupá-los de assumir quaisquer responsabilidades, preferindo fazer tudo por eles, como por exemplo, carregar sua mochila escolar ou guardar os objetos e brinquedos que eles espalham pela casa.

Podemos ajudar e auxiliar nossos filhos, mas não precisamos fazer tudo por eles. Podemos ajudá-los nas tarefas escolares, mas não devemos apresentar o resultado pronto. Não precisamos carregar no colo aquele que é capaz de caminhar com as próprias pernas. Tratar filhos como coitadinhos significa diminuir, desvalorizar e desprezar suas potencialidades. Esse comportamento fragiliza, não prepara para a vida e cria filhos folgados.

É óbvio que precisamos respeitar a capacidade dos nossos filhos, sem exigir deles algo que está além das suas condições, mas devemos também lançar um olhar sobre suas competências para  buscarmos o equilíbrio entre o respeito ao limites, que significa proteção e ao mesmo tempo explorar e valorizar suas qualidades, permitindo que explorem suas competências com coragem e determinação. 

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 1 de fevereiro de 2015

PAIS TAMBÉM SÃO GENTE

Somos humanos. Isso nos parece tão óbvio, porém, esquecemo-nos com frequência essa verdade e buscamos uma perfeição que não está ao nosso alcance e nos frustramos. A perfeição é divina e não somos Deus, somos gente.

Precisamos assumir nossa condição humana. Como gente, somos únicos e possuímos o domínio apenas sobre nossa própria vida e mesmo assim, acertamos muito, mas também erramos. Não somos perfeitos. Temos defeitos, somos limitados, mas também possuímos muitas qualidades. Em relação aos filhos, podemos orientá-los, aconselhá-los, mostrar caminhos, mas não vivemos a vida deles e eles fazem suas próprias escolhas. Não podemos nos condenar por aquilo que o outro faz de errado.

Quando nos empenhamos em mostrar aos nossos filhos que somos perfeitos, eles assimilam e interiorizam a ideia e cobram permanentemente a nossa perfeição. Acontece que pais e filhos não são iguais e aquilo que nós pais enxergamos como perfeição é diferente daquilo que os filhos enxergam.

Para nós, a busca da perfeição está associada a fazer o nosso melhor, com dedicação, amor e carinho. Para eles, os pais perfeitos são aqueles que nunca dão bronca, que estão sempre disponíveis, que sempre dizem sim e permitem que eles façam tudo aquilo que eles desejam. Como isso não é funcional para uma boa educação, rapidamente eles percebem que os pais não são tão perfeitos como desejavam mostrar e assim se decepcionam.

Ao confrontarmos com um grande problema devemos fazê-lo como pessoa humana, sem máscaras e sem encarnar personagens. Somos gente e não máquinas, que consegue trabalhar vinte e quatro horas por dia para cobrir todas as dívidas dos filhos. Não somos caixa eletrônico, prontos para abastecê-los com dinheiro sempre que desejam, custe o que custar. Não devemos vestir a capa do super-herói, que sozinho dá conta de tudo. Não somos um objeto, inanimado. Possuímos sentimentos e precisamos nos mover e não aceitar xingamentos, hostilizações ou desrespeitos. Não mágico, capazes de solucionar o problema num piscar de olhos. Devemos, também, nos livrar do personagem “mártir” que carrega para si todas as falhas do outro.

Aceitar-nos como pessoa humana significa assumirmos o compromisso de fazer sempre o nosso melhor, sem idealizar a perfeição. Devemos nos enxergar como gente, que também possui direitos. Direito de nos equivocarmos, de ficarmos tristes, de mudarmos de opinião, de não aceitarmos o comportamento inadequado do outro, de exigir respeito, de viver, de sonhar, de sermos felizes. 

Posicionar-nos como gente significa que não precisamos enfrentar sozinhos os nossos desafios. Gente precisa de gente e como humanos podemos buscar ajuda, apoio e orientação, até mesmo para aceitarmos o óbvio: Somos tão somente gente.

Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP
Elaborado com base no 2º princípio do Amor-Exigente

domingo, 25 de janeiro de 2015

MACONHA: PROBLEMA OU SOLUÇÃO?

Com a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) de liberar, no Brasil, o uso terapêutico do canabidiol, ele deixa de fazer parte da lista de substâncias proibidas pela agência. Tal decisão deixa no ar um questionamento: afinal, a maconha é um problema ou uma solução?

Normalmente somos condicionados a fazer escolhas baseado nos extremos: tudo ou nada; certo ou errado; sim ou não; contra ou a favor. Precisamos desenvolver nosso senso crítico, buscar informações para nos posicionarmos sem simplismos, compreendendo que entre o branco e o preto existem muitos tons de cinza.

"O canabidiol é um dos 480 compostos da maconha. Extraído do caule e das folhas da planta, a substância não é psicoativa nem tóxica. O que promove o efeito alucinógeno é o tetraidrocanabinol (THC), substrato da resina e da flor da Cannabis sativa. É ele o responsável pela alteração de raciocínio, lapsos de memória, perda cognitiva e dependência". (Fonte http://veja.abril.com.br/noticia/saude/anvisa-libera-o-uso-do-canabidiol) acessado em 23/01/2015

Como estudos têm demonstrado que o uso terapêutico do canabidiol tem diminuído as crises convulsivas entre pacientes com doenças neurológicas graves e a liberação da substância no Brasil, facilitará o desenvolvimento de pesquisas visando à criação de novos medicamentos, como por exemplo, para os tratamentos do mal de Parkinson e do Alzheimer entre outros, seria contraproducente nos posicionarmos contrários a isso, baseados simplesmente na repulsa que o nome “maconha” nos remete.

Precisamos nos lembrar que tanto a heroína como a morfina são substâncias extraídas da papoula. A heroína, quando utilizada como entorpecente, possui alto poder de dependência com conseqüências devastadoras, enquanto a morfina, utilizada como medicamento, possui alto poder analgésico, muito utilizado em pacientes terminais de câncer como forma de aliviar a dor.

Também não podemos cair na ingenuidade. Muitos jovens usuários da erva, já argumentavam que ela é remédio. Maconha não é remédio e o canabidiol não é maconha e sim um composto derivado dela, livre do THC (tetraidrocanabinol). A maconha fumada é droga, causa dependência e possíveis danos à saúde e em relação a isso, nosso posicionamento continua o mesmo: somos contrários ao uso da erva como entorpecente.

Por fim, é importante distinguirmos as diferenças entre o que cura e o que adoece, para não fazermos da maconha, nem anjo nem demônio e a diferença está exatamente na forma e na maneira com que o ser humano manipula a erva.

                        Texto de Celso Garrefa
                        Amor-Exigente de Sertãozinho SP



Leia também: Maconha: Entrada para outras drogas? disponível no link abaixo:
https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6594050642586374024#editor/target=post;postID=4383256899850871886;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=2;src=postname

domingo, 11 de janeiro de 2015

DROGAS: VOCÊ JÁ FALOU COM SEUS FILHOS SOBRE ISSO?

Uma das principais preocupações dos pais em relação aos seus filhos é o medo deles se envolverem com o uso das drogas, mesmo assim, parece existir certo tabu em falar com eles sobre o assunto. Muitos não sabem como fazê-lo e outros são tão ausentes na educação dos filhos que os deixam a mercê da própria sorte.

A desinformação sobre as drogas é um dos fatores que levam os pais a adiarem a conversa. Alienados sobre o tema ficam à espera de algum sinal de consumo para tomarem providências, porém, quando surge algum indício de uso já é tarde demais.  Em média, a família demora de dois a três anos para descobrir o uso, ou seja, quando ficam sabendo, o filho já está mergulhado na dependência.

            A negação é, sem dúvida, um dos maiores motivos do adiamento da conversa. Muitos pais enxerga as drogas como algo muito distante, que acontece na casa do vizinho, com filhos abandonados, negligenciados. Estes pais precisam acordar. O problema está batendo à nossa porta e qualquer um de nós está sujeito a enfrentá-lo. Negar isso não nos garante proteção, pelo contrário, coloca-nos em situação de vulnerabilidade, pois ao negar o problema, silenciamos e deixamos de agir.

            Quanto maior a qualidade da conversa, melhores os resultados. Orientar sobre os perigos das drogas de forma adequada exige a busca de informações de qualidade sobre o assunto, caso contrário, acabamos falando bobagens e não somos levados a sério. Exige capacidade de argumentação e preparo para lidar com os questionamentos e pontos de vista diferentes do nosso. Exige segurança naquilo que desejamos transmitir e posicionamento claro mediante o assunto a ser tratado.

      Ao abordar sobre o tema devemos nos preocupar em fazer uso da verdade sobre as drogas , sem medo. É inegável que elas também proporcionam prazer e eles devem tomar conhecimento desta realidade através dos pais, pois assim é possível também mostrar que esse "benefício" é passageiro, resultando depois, em grandes prejuízos e perdas. Se nos negarmos a falar sobre esta particularidade das drogas, sua rede de amizade o fará, com uma diferença, somente mostrarão, de forma fantasiada, os prazeres e benefícios, omitindo as consequências e danos provocados pelo uso.

            Nossa abordagem deve ser clara, sem fantasias e sem simplismos, evitando dramatizações e exageros desnecessários. Devemos evitar comparações com tempos passados, trazendo a conversa para os nossos dias e a realidade em que vivem nossos jovens. 

Conversar com os filhos sobre o assunto não significa fazer um sermão onde nós falamos, falamos e falamos, enquanto eles somente ouvem ou fingem ouvir. A boa conversa consiste também em sabermos ouvi-los, conhecer nossos filhos e suas opiniões, levando-os a uma reflexão sobre o assunto abordado. 

Não podemos permitir que os filhos cresçam sem nossa orientação. O Programa Amor-Exigente também trabalha na prevenção, levando informações de qualidade para a família que deseja ver seus filhos longe do pesadelo das drogas. Procurem por um grupo em sua cidade e capacitem-se.

Texto de Celso Garrefa

Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP

domingo, 28 de dezembro de 2014

MACONHA: ENTRADA PARA OUTRAS DROGAS?

         
A maconha, por si só, não possui em sua composição, substâncias que despertam o desejo do usuário em migrar para outras drogas, como a cocaína ou o crack, no entanto, sabemos que uma grande parcela de fumantes da erva acabam enveredando para aquelas consideradas “mais pesadas”.

          Aqueles que fazem uso da maconha, certamente foram orientados que ela causa dependência e danos à saúde. Eles sabem que é uma droga ilícita e para consegui-la precisam da figura do traficante. Mesmo assim, menosprezaram os riscos e a ilegalidade e optaram pelo uso. A característica da transgressão, associada à minimização dos perigos, pode levá-los a mesma atitude em relação às outras drogas.

          A curiosidade também é um dos motivos que leva a pessoa a experimentar a maconha, mas o uso da erva não elimina esse comportamento que continua latente no sujeito e essa mesma curiosidade pode fazê-lo migrar para outras drogas de maior potencial de destruição.

          Outro comportamento que leva a pessoa ao uso da maconha é a busca por novas sensações e assim que se acomodam ao uso, ela deixa de ser uma novidade. É preciso buscar por outras experiências, conhecer outros baratos e essa busca pode levá-los a conhecer, por exemplo, a cocaína. 

Muitos jovens que fazem uso da maconha argumentam que ela faz menos mal que o cigarro. Seguindo esse mesmo pensamento, logo poderão cheirar a cocaína argumentando que ela faz menos mal que o crack.
          Outro fator da migração acontece pela proximidade do usuário da maconha em relação às outras drogas, seja através do contato com o seu grupo de uso, que incentiva, que desafia, que pressiona ou mesmo através dos pontos de tráfico, onde vez ou outra lhe é ofertado outro produto que, ao alcance das mãos e dos olhos, torna-se tentador.

         Por fim, o uso da maconha por si só não induz ao uso da cocaína, crack ou outras drogas, mas ainda assim ela pode servir como a porta de entrada para essas consideradas “mais pesadas” e o que proporciona isto, não está presente nela propriamente dito, mas nas características, comportamentos, atitudes e escolhas dos próprios usuários. 

            Grande abraço

            Celso Garrefa (Amor-Exigente Sertãozinho SP)

domingo, 21 de dezembro de 2014

COMO LIDAR COM A INCERTEZA DO SUCESSO NO TRATAMENTO?

Meu filho está em recuperação em uma comunidade. Ele está na metade do tratamento e mais alguns meses retorna para casa. Vivo uma grande ansiedade sobre a sua volta, me questionando: será que vai dar certo? E se ele voltar ao uso? Que faço para relaxar um pouco?
                                    Pergunta enviada por P.S.L. (Colombo - PR)



        Um dos grandes dilemas da família durante o processo de recuperação de um dependente é a incerteza e desconfiança no resultado do tratamento. Isso até certo ponto é natural, afinal foram tantas promessas não cumpridas, tantas frustrações, que nos custa, agora, acreditar que tudo será diferente.

              Não há muito como fugir totalmente dessa ansiedade, mas precisamos trabalhar para não permitir que ela tenha uma intensidade exagerada. Como sugestão segue algumas dicas.

           Procure não focar seu pensamento somente no negativo, imaginando o que pode dar errado. Isto significa sofrer por antecipação, por algo que ainda não aconteceu e que possui grande possibilidade de nem acontecer. Procure pensar também de forma positiva, acreditando que pode sim dar certo, pois trata-se de um outro momento. 

           Não se isole nesse momento, vivendo uma tristeza profunda. Procure relaxar, saia um pouco de casa, visite um amigo, faça um passeio, viva momentos de lazer. Não se iluda: sofrimento profundo não recupera filhos. 

          Evite contatos com pessoas negativas e dramáticas que só te colocam para baixo, que julgam sem conhecimento de causa e são preconceituosas, incluindo nessa relação, alguns familiares próximos. Quando em contato com tais pessoas, evite falar do seu desafio.  

          Mantenha sua espiritualidade alimentada. Aproxime-se ainda mais de Deus. A fé é a força necessária para lidarmos com um grande desafio, sem desespero. Em Mateus 7:7-8 podemos ler: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á”. 

          Procure por um grupo de apoio em sua cidade. Isso ajudará você a lidar com seu desafio e trabalhar sua ansiedade. São nos grupos que você encontrará pessoas preparadas para te ouvir e te elevar, sem julgamentos ou críticas e onde você terá contato com pessoas que vivenciaram situação semelhante e superaram.


          Não idealize um tratamento como tudo ou nada. Há sim riscos de recaídas, mas isso não significa o fim ou que tudo esteja acabado. Se por ventura, ocorrer alguma surpresa indesejável, não significa a volta para a estaca zero. Os aprendizados durante este período permanecem, ocorreram avanços e a luta continua até atingir o objetivo final. 

         
        Aprenda a viver o dia de hoje, pois o amanhã não nos pertence. Se tudo está bem hoje, viva bem hoje. Faça o seu melhor, hoje. Confie em Deus e seja feliz.

                                               Grande abraço
                                               Celso Garrefa (Amor-Exigente - Sertãozinho SP)       

domingo, 7 de dezembro de 2014

FAMÍLIA DE DEPENDENTE TAMBÉM PRECISA DE CUIDADOS

“Por que a família do dependente químico também precisa participar das reuniões, se é o filho quem está usando drogas?
            Pergunta enviada por M.L.P. (São Simão SP)  


A dependência química não atinge somente aqueles que fazem uso de substâncias entorpecentes, mas também afeta aqueles que convivem com ele. 

           É comum os familiares chegarem aos grupos mais
adoecidos que o próprio dependente. Chegam com o relato que desejam ajudar a pessoa com problemas, mas afetados pela  codependência carregam uma mistura de sentimentos e um sofrimento profundo. Sentimento de culpa, vergonha, frustração, medo, tristeza, desespero, etc. o fazem paralisar. Desejam ajudar o outro, mas estão tão fragilizados que não sabem nem por onde começar e as tentativas de ajuda sem orientação, em geral, agravam ainda mais o problema.

            São nos grupos de apoio que a família começa a tratar sua codependência, a se livrar da carga de sentimentos que travam seus passos. Nos grupos de apoio os familiares sentem-se acolhidos por pessoas preparadas para orientá-los, sem condenações, sem críticas, sem acusações. 

            Em um grupo de apoio as famílias são fortalecidas e quando fortes, deixam de ser um alvo de fácil manipulação ou chantagem. Aprendem a lidar com um problema de grande complexidade de forma assertiva e orientada, ampliam sua visão de mundo, potencializam sua capacidade de enfrentamento dos desafios, recuperam a esperança de retomar os rumos de sua vida e a resgatar os rumos daquele que deseja ajudar.

            Enfim, a família precisa participar de um grupo de apoio porque ela faz parte do processo de recuperação do dependente químico e, quando enfrentam o desafio juntos, estatisticamente, as possibilidades de sucesso do tratamento aumentam de forma extraordinária.
                                  
                                   Celso Garrefa
                                   Sertãozinho SP


                        

domingo, 30 de novembro de 2014

DEPENDÊNCIA QUÍMICA TEM CURA?

Quando me deparei com a dependência química do meu filho, ouvi pessoas relatando que ela é uma doença incurável e isso me assustou. Gostaria de saber se isso é verdade?
           Pergunta enviada por A.M.P.S. (Uberlândia MG)


A dependência química é de fato considerada como uma doença incurável, mas nem por isso devemos nos assustar ou nos desesperar, acreditando que não exista soluções. Mesmo incurável, ela é perfeitamente tratável e seu tratamento baseia-se no controle e domínio da sobriedade.

            O desenvolvimento da dependência química é um processo lento, onde o sujeito inicia o contato com a droga através da experimentação, passando depois ao uso esporádico e em seguida, ao uso frequente. O usuário busca no álcool ou outras drogas a manutenção do prazer inicial, podendo desenvolver a tolerância em relação a substância de referência, ou seja, necessita aumentar cada vez mais a quantidade de consumo para obter o mesmo prazer, podendo desencadear o desenvolvimento da doença.

            O tempo entre a experimentação e instalação da doença depende do tipo de droga de escolha, além de outras variáveis, como a resistência do sujeito ao uso, a frequência com que as utilizam, etc., mas não acontece da noite para o dia. A concretização da doença ocorre depois de um período de uso frequente e prolongado.

            Mesmo com a doença instalada, ele pode viver em sobriedade, mantendo-a adormecida pelo restante de sua vida. Isso exigirá que se mantenha afastado da substância causadora do seu problema, pois mesmo após muitos anos no controle, basta uma nova experimentação para despertá-la e trazê-la à tona e, diferentemente do que acontece no desenvolvimento da doença, o período entre uma nova experimentação e a perda do controle sobre a droga de uso é imediata.

            Reconhecer a dependência como uma doença incurável, porém controlável, é fundamental para que o dependente em recuperação conscientize-se que sua batalha contra o vício será pelo restante de sua existência. Como isso pode parecer tempo demais, é comum adotarem o famoso discurso do “só por hoje” e isso funciona.

            Também é importante para os familiares do dependente aceitar essa realidade sem desespero ou dramas. As pessoas que convivem com o doente, reconhecendo a incurabilidade da doença, podem adotar atitudes de apoio verdadeiro, não o expondo desnecessariamente à situações de risco e não o testando para ver se realmente ele está bem.

            Facilita muito, para a família do adicto em recuperação, também utilizar o discurso do “só por hoje”, ou seja, se hoje ele está bem, mantendo-se na sobriedade, não vamos ficar sofrendo por antecipação, imaginando o que pode dar errado amanhã, ou daqui uma semana, ou daqui um mês. Viva bem hoje.
                                               
                                               
                Texto de Celso Garrefa
                  (Sertãozinho SP)

sábado, 22 de novembro de 2014

MELHOR TRATAMENTO PARA A DEPENDÊNCIA QUÍMICA

                                   
Qual o tratamento mais adequado para a dependência química?
Pergunta enviada por J.P.A. (Ribeirão Preto SP)

     
      O tratamento para a dependência química possui um caráter subjetivo, portanto, é complexo apontar um determinado tipo de abordagem como sendo a mais adequada. O que funciona para uns, pode não funcionar para outros, além disso não podemos esquecer que dependência química não possui cura, apenas controle.

Há quem consegue bons resultados através do acompanhamento médico e/ou de outros profissionais como psicólogos, terapeutas. Há aqueles que através dos grupos de auto e mútua ajuda conseguem manter-se na sobriedade. Há também os adictos que se entregam a fé e se agarram a uma religião, conseguindo sucesso no seu objetivo. Existem os que necessitam de um afastamento temporário do convívio em sociedade e conseguem livrar-se do vício depois de um tratamento em Comunidade Terapêutica. Têm aqueles que se adaptam melhor as clínicas especializadas.  Alguns chegam ao extremo, perdendo o próprio domínio, necessitando de intervenção através da internação compulsória ou involuntária.

                Um tipo de tratamento não deve excluir outros, dessa forma, o dependente pode contar com o auxílio médico e profissional, ao mesmo tempo, juntar-se a um grupo de auto e mútua ajuda, como os Narcóticos Anônimos, os Alcoólicos Anônimos, o Grupo de Sobriedade do Programa Amor-Exigente e ainda trabalhar sua espiritualidade através da religião de sua referência.

                É equivocado acreditar que o dependente só consegue se recuperar, por exemplo, se ele passar por uma internação. O importante é que ele busque, junto com seus familiares, o método que ele melhor se adapta e, se por acaso, a abordagem não estiver atingindo o resultado esperado, que possam buscar outras formas de tratamento.

                Qualquer que seja o tratamento, é importante se certificar sobre as competências daqueles que desenvolvem os trabalhos. Não basta encaminhá-lo a um psicólogo ou psiquiatra; é precisa saber se esses profissionais possuem especialização em dependência química. Não basta interná-lo em uma Comunidade Terapêutica ou Clínica para Tratamento, é importante pesquisar sobre a qualidade dos trabalhos, a seriedade dos profissionais, coordenadores ou monitores envolvidos no tratamento e conhecer o local para saber se ele possui adequadas condições de alojamento.

                Para o sucesso do tratamento é muito importante que a família do dependente conscientize que eles fazem parte do processo de recuperação do adicto, portanto, também precisam de acompanhamento, seja ele profissional e/ou através de grupos para familiares como o Amor-Exigente ou o Al-Anon, pois não basta apenas o desejo de ajudar um dependente, é preciso saber ajudar, aprender a lidar com a co-dependência, livrar-se da manipulação, das promessas vazias, do sofrimento profundo e entrar em ação e posicionar-se, tornando, assim, um ponto de apoio real e concreto. 

                Por fim, o que de fato não funciona de forma alguma é cruzar os braços, esconder-se ou isolar-se e esperar para ver o que acontece. Dependência química têm soluções, vamos à luta.

                                                               Celso Garrefa
                                                               Amor-Exigente de Sertãozinho SP

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...