quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PROJETO MINHAS ESCOLHAS, MEU FUTURO




         
          Durante o segundo semestre deste ano, o Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP desenvolveu, em parceria com a escola Edith Silveira Dalmaso o projeto "MINHAS ESCOLHAS, MEU FUTURO" - CRESCENDO E VALORIZANDO A VIDA ATRAVÉS DE BOAS ESCOLHAS. 

         O projeto foi desenvolvido por uma equipe formada por um pedagogo, uma assistente social e uma professora (todos coordenadores e profundos conhecedores do Programa Amor-Exigente) com o apoio dos professores da unidade escolar e o foco foi trabalhar a prevenção a comportamentos inadequados.

          Os trabalhos foram desenvolvidos de forma lúdica, através de dinâmicas de grupo, desenhos, pinturas, danças, teatros, músicas, confecções de cartazes, etc. e possuiu como objetivo, preparar os alunos para fazer escolhas saudáveis, mantendo-os afastados de tudo aquilo que pode prejudicar sua existência, como o uso e abuso do álcool, cigarro e outras drogas, violência, gangues, bulling, criminalidade, etc.

         Os professores da unidade escolar também foram abrangidos pelo Projeto, através de reuniões realizadas durante o horário do ATPC, onde tiveram conhecimento dos princípios de trabalho do Programa Amor-Exigente e partilha da vivência em salas de aulas.

          Este projeto foi aprovado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sertãozinho SP e financiado com recursos do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente de Sertãozinho.
 
          No final, foi realizado um evento para a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, com a presença dos pais e do corpo docente.

 (Celso Garrefa)


 









 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

UMA CRIANÇA EM FÚRIA


            Esta semana um vídeo viralizou na internet, onde uma criança é filmada durante um ataque de fúria na sala de aula. Descontrolada, ela arremessa objetos pelo chão, derruba cadeiras, etc., rodeada por pessoas que assistem passivamente a cena. Logo abaixo de cada compartilhamento acompanhamos os mais variados comentários possíveis e na maioria deles, a receita simplória para a solução do problema: corrigir a agressividade com mais agressividade.

            Os comentários sobre a cena nos mostram como muitas pessoas possuem uma visão limitada em relação a métodos educativos de crianças. Só conseguem enxergar a solução através do uso da violência e não se dão conta que existem formas as mais variadas possíveis de intervenção, inclusive mais adequadas e funcionais para os tempos atuais.

            O discurso de que nada pode ser feito por se tratar de uma criança, evidencia o nível de desinformação das pessoas e a má interpretação das leis. Não existe nenhum impedimento em falar mais grosso que a criança, colocar ordem na casa, mostrar a ela quem está no comendo. Não existe nenhum impedimento em deter a fúria do pequeno, inclusive segurando-o, se necessário. Nenhum policial prende um pai ou professor por eles fazerem uso da autoridade. Nenhum Conselho Tutelar incrimina os pais ou os professores por eles fazerem uso da autoridade. O problema não é o uso da autoridade, pois ela é legítima, o problema é o abuso da autoridade. Usar a autoridade é indispensável para uma boa educação e nenhuma lei impede os pais ou professores de fazê-la. Se não interpretamos adequadamente uma lei, tornamo-nos reféns dela.


            O comportamento apresentado pela criança exigia atitudes de ação das pessoas ao seu entorno, mas preferiram gravar a cena, talvez por razões que desconhecemos. Em relação a muitos comentários dos internautas, compreendemos que assistir a cena dá raiva e incomoda, mas agredir para corrigi-lo significa adotar o mesmo desequilíbrio que desaprovamos na atitude do menino. Naquele momento precisavam acalmar a criança, conter o ataque de descontrole, inclusive segurando-a se necessário. Posteriormente aconselha-se uma investigação da origem das agressividades, analisando o ambiente familiar e consequentemente o acompanhamento do menino.

            Em relação à escola, estranhamente manteve-se passiva diante da cena de fúria apresentada pelo menino, sob o argumento equivocado de que não poderiam tocá-lo por ele ser criança, no entanto, não se preocuparam em infringir a lei expondo a cena para milhões de pessoas. Qual o objetivo? Não sabemos.
           
            Em relação aos prejuízos sofridos pela escola, precisa haver a reparação dos danos. Como a criança não possui idade suficiente para arcar com os custos, sobra para os pais, mas estes, com um pouquinho de inteligência e vontade de solucionar o problema, podem fazer uso de algum objeto do filho e mostrar à ele que a perda será para arcar com os prejuízos que ele provocou e assim, transmitir a ideia de que toda conduta inadequada resulta em uma perda, um prejuízo. 

            Para corrigir comportamentos inadequados é preciso atitude e posicionamento firme. É preciso usar a autoridade e mostrar quem manda e tudo isso é perfeitamente possível sem o uso de nenhum tipo de violência. Novos tempos exigem novos tipos de abordagens mais assertivas e funcionais. 

Está na hora de pararmos de repetir o discurso leigo de que os pais não podem mais educar seus filhos. Podem e devem.


            Texto de Celso Garrefa
            Sertãozinho SP

terça-feira, 20 de outubro de 2015

COOPERAÇÃO: A ESSÊNCIA DA FAMÍLIA

    O Programa Amor-Exigente cita que a essência da família repousa na cooperação e não apenas na convivência. É através da cooperação que se constrói fortes vínculos afetivos. Mas para vivenciarmos a cooperação em sua plenitude devemos nos atentar para os personagens envolvidos nessa dinâmica - eu, você, nós - e respondermos a três questões: O que eu posso fazer por você? O que você pode fazer por mim? O que  podemos fazer juntos?

A primeira pergunta nos convida a um olhar sobre nós mesmos para identificarmos como podemos nos envolver, fazendo a nossa parte em nosso grupo familiar, colocando-nos a disposição para apoiar, auxiliar e agir visando o bem do outro. Essa atitude é uma demonstração do quanto nos preocupamos com aqueles que convivem conosco, sem isso, tornamo-nos pessoas egoístas e autoritárias, que ditam ordens, cobram, mas nada fazem.

Mas precisamos ter cuidado para não nos transformarmos em meros serviçais dos filhos. Existem coisas que não precisamos fazer, pois eles possuem plenas condições de realizar por si mesmos. Quando carregamos o material escolar que a eles pertence ou passamos o dia recolhendo tudo que espalham pela casa, enquanto eles vivem espichados no sofá, não estamos cooperando com eles, pelo contrário, estamos roubando-lhes a capacidade de crescimento e independência.

A segunda questão nos instiga a aceitarmos a ideia de sermos servidos pelo outro. Muitos de nós tratamos nossas crianças como reizinhos, abastecendo-os o tempo todo, não permitindo que eles nada façam em nosso favor. Queremos poupá-los de tudo desvalorizando suas capacidades e quanto mais os servimos, sem deles nada aceitar em troca, mais friamente estes se relacionam conosco.

A terceira pergunta, e talvez a mais importante desse processo, abrange tudo aquilo que podemos fazer juntos para o benefício de todos. Essa é a verdadeira essência da cooperação, no entanto, não basta fazermos juntos, precisamos aproveitar o momento para criarmos um ambiente favorável, fazendo das atividades, algo agradável, onde haja um contato sadio e de qualidade. Ao contrário do que muitos pensam, os filhos sentem prazer em nos ajudar, mas quando fazemos as tarefas juntos, porém de cara fechada, sem paciência, resmungando e reclamando o tempo todo, eles perdem o interesse e se afastam.

A falta de ação dos personagens envolvidos nesse processo transforma a família em um amontoado de pessoas, onde ninguém se preocupa com ninguém ou as preocupações partem apenas de um dos lados.

Os lares funcionais possuem, como uma das suas principais características, os fortes vínculos afetivos entre seus membros. A vivência da cooperação em sua plenitude é o combustível que mantém acessa essa chama. Com isso a convivência torna-se agradável, a harmonia reina, o respeito mútuo prevalece e todos se preocupam com o bem estar de todos. A isso chamamos verdadeiramente de família, ou seja, um grupo de pessoas que cooperam entre si.




Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

CRIANÇAS OU MINI ADULTOS?

Precisamos repensar o ser criança nos dias atuais, onde nossos pequenos são estimulados a viverem como mini adultos, com exposição excessiva, erotização precoce e atividades infinitas.

Apesar da pouca idade, muitas já possuem a agenda carregada de compromissos. Saem da escola e vão para o inglês, deixam o inglês direto para o judô, na sequência ainda participam da aula de música, de natação, de futebol, etc. Não sobra tempo para serem aquilo que são: apenas crianças.

Não negamos ou desprezamos a importância da participação da criança em atividades e projetos. O envolvimento dos pequenos em cursos e escolinhas é benéfico desde que haja limites e equilíbrio. Os excessos de obrigações, com a prática de várias atividades ao mesmo tempo, além de estressá-las, matam a fase mais bela da vida, que é a infância. Também é importante permitirmos que façam as atividades por prazer, sem pressões por alta performance ou exigências que estão aquém das suas capacidades.

            O ato de brincar da criança não é perda de tempo. As atividade lúdicas são fundamentais para seu desenvolvimento  e para a construção do seu eu, do seu mundo e é nossa responsabilidade, como adultos, proporcionar-lhes tempo, espaço e condições para que vivenciem esses momentos. 

Também precisamos preservar nossos pequenos da exposição precoce, como a erotização, a violência, a proximidade com substâncias inadequadas, preservando-as de materiais impróprios, programações fora de sua faixa etária e até mesmo, da convivência com pessoas cujos exemplos são lhes são favoráveis.

Sabemos, ainda, que a criança gosta de imitar o adulto. A menina adora experimentar os sapatos da mãe, lambuza-se com as maquiagens da irmã mais velha; o menino põe a gravata do pai, etc. Esses comportamentos são normais, entretanto, quando o adulto transforma esses hábitos em rotina, vestindo a criança como adulta ou levando a menina semanalmente aos salões de beleza, aceleram o processo natural de travessia da fase infantil.

Na construção do futuro da criança, os ritos de passagens são fundamentais para o seu desenvolvimento e nós, adultos, precisamos aprender a respeitar cada etapa da vida dos pequenos, permitindo que, enquanto crianças, elas possam viver como crianças, com tempo e espaço disponíveis para brincar, correr, sujar, viver o mundo das fantasias, divertir -se, e futuramente, quando adultas, que possam lembrar com alegria os momentos felizes dessa que é a melhor fase da vida.

            Texto de Celso Garrefa

            Amor-Exigente de Sertãozinho

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

FAMÍLIA: PRINCIPAL GRUPO DE APOIO

(Imagem da internet)
     Uma verdadeira família é aquela em que seus membros cooperam entre si e que o bem estar de cada um é responsabilidade de todos, porém na contramão da sua importância, a família cada vez mais se isola.

     Possuímos tantas tarefas, compromissos e atividades que sobra pouco tempo para os relacionamentos familiares e o que resta muitas vezes é preenchido por tevês, uma em cada quarto, por celulares carregados de tecnologias capazes de nos conectar ao mundo mas, ao mesmo tempo, distanciar aqueles que estão ao nosso lado.

As tecnologias são inerentes ao mundo atual e de utilidades infinitas, mas precisamos dominá-las, fazendo uso adequado e equilibrado, sem permitir que elas ocupem todo o nosso tempo e espaço, reduzindo a zero os momentos de convivência física entre as pessoas que vivem sob o mesmo teto, sob o risco de nos enquadrarmos numa formação familiar trágica, que costumo chamar de família de desconhecidos.

Para fazermos da nossa família, o nosso principal grupo de apoio e referência, precisamos criar dentro da nossa casa, momentos favoráveis à construção de um relacionamento sadio entre os seus membros, para tanto, podemos adotar algumas atitudes simples, como por exemplo, fazer as refeições com a família reunida, com todos sentados à mesa, com a tevê desligada e sem celulares ligados ao lado dos pratos. Se não conseguimos reunir a família nem mesmo na hora da alimentação, quando pretendemos? 

       Também precisamos ter claro que um grupo de apoio é uma via de mão dupla, ou seja, dar e receber, portanto, para fazermos do nosso lar um verdadeiro grupo de apoio, precisamos desenvolver a cooperação entre os membros da casa, servindo e também sendo servidos, dividindo tarefas e fazendo outras em conjunto, valorizando o respeito mútuo e que os esforços de cada um contribua para o bem estar de todos. Sem isso não existe família, apenas um amontoado de pessoas.



Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

DROGAS: PRAZER OU PREJUÍZO?

                       
          As drogas proporcionam prazer e essa realidade é um dos fatores que dificulta a aceitação do tratamento por parte do dependente.

            No início do uso, quando ele atravessa as fases de experimentação ou uso esporádico, esse prazer ocupa muito espaço e os prejuízos são pequenos. A busca contínua pela manutenção dessa sensação faz com que ele prolongue o uso ao longo do tempo, podendo desenvolver tolerância à droga de consumo, ou seja, para obter o mesmo prazer, ele precisa consumir doses cada vez maiores, e como consequência, os prejuízos crescem na mesma proporção.

            A abertura e aceitação do tratamento ocorre quando o dependente começa a sentir que os prejuízos decorrentes do uso são maiores do que os prazeres proporcionados pelo consumo. Nesse momento a família, quando preparada para lidar com o seu desafio, pode fazer toda a diferença.

            Sem preparo ocorre o inverso, ou seja, a família movida por pena, medo ou insegurança agem na contramão, adotando toda atitude possível para evitar que o seu dependente confronte com os prejuízos resultantes do consumo abusivo ou da dependência.
           
            Toda vez que os familiares poupam o dependente dos prejuízos resultantes do seu consumo, pagando suas dívidas, sendo permissivos e tolerantes em relação às suas atitudes, assumindo suas responsabilidades, bancando-o em todas as suas exigências, proporcionam um amortecimento dos prejuízos que ele possa sofrer, ou seja, o adicto continua saboreando os prazeres do uso e a família é quem arca com os prejuízos e as consequências.

            Ninguém muda ninguém e é muito difícil convencer alguém a mudar quando o próprio não deseja mudanças, mas a família do dependente pode sim ser o diferencial capaz de levá-lo a assumir uma atitude de recuperação. Para tanto, é preciso coragem para tomar atitudes, firmeza para se posicionar e sabedoria para permitir que o adicto confronte com os prejuízos decorrentes da sua dependência. A verdadeira ajuda não é fazermos aquilo que o dependente deseja que façamos, mas sim, fazermos aquilo que precisa ser feito, mesmo contrariando aos seus interesses.

Permitir ou mesmo proporcionar situações onde o adicto sofra e perceba as consequências e prejuízos oriundos da sua dependência não significa fechar-lhe as portas e deixá-lo ao abandono, pelo contrário, deve ser uma ação consciente, com o objetivo de conduzi-lo a um tratamento, para tanto, devemos transmitir com muita clareza, que ele pode contar sempre com nossa ajuda e apoio para se tratar, mas que não estamos dispostos a arcar com os prejuízos causados pelo seu uso e nem possuímos condições de protegê-lo das consequências da sua dependência.




          Texto de Celso Garrefa 
Sertãozinho SP

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

EU AMO VOCÊ, MAS NÃO SUAS ATITUDES

Conviver com pessoas dependentes do álcool ou de outras drogas é um desafio para muitos familiares. Sem uma base orientadora, muitos desviam do foco do problema, dificultando a busca da solução para o desafio enfrentado.

Existem várias formas de desviar do foco. Uma delas é atacar o dependente, sem critério algum. O sujeito dependente do álcool costuma ser massacrado pelos familiares, muitas vezes taxando-o como vagabundo, sem vergonha ou traste, no entanto, são muitos que possuem problemas com o uso do álcool, mas não são vagabundos. Buscar o foco significa desaprovar o comportamento inadequado e não a pessoa em si - “Eu amo você, mas isso não me obriga a amar as suas atitudes que desaprovo"

            Outra forma de desviar do foco é diminuir o tamanho do problema, buscando justificativas constantes para minimizar a dependência do outro. – “Ele usa drogas, mas é tão carinhoso”. Mesmo na dependência, muitos ainda preservam pontos positivos que devem ser valorizados, mas é preciso cuidado para, em função do ponto positivo, não nos tornarmos passivos diante dos pontos negativos. O foco é valorizar os pontos positivos, sem fazer deles desculpas para aceitar os comportamentos negativos que precisam ser trabalhados e corrigidos.

            A maximização do problema enfrentado também nos tira do foco. Essa atitude causa nos familiares sofrimentos gigantescos, tendo em vista que enxergam o problema com uma dose exagerada da realidade. Acreditam, por exemplo, que devido ao uso das drogas, alguém vai matá-lo, ou que vai morrer a qualquer momento. Essa visão exagerada e negativista só traz pânico aos familiares e em estado de desespero, paralisam.

           A negação também desvia do foco. Negar a existência da dependência é característico do próprio dependente e os familiares precisam cuidar para não entrarem nesse jogo. Negar o óbvio pode servir  como uma forma inconsciente de se proteger do sofrimento advindo do convívio com o adicto, mas em nada contribui para o enfrentamento do desafio. Quando negamos um problema, estamos nos enganando e assim, acomodamos. Por mais doloroso que seja, precisamos aceitar a realidade e assim, visualizar com clareza e coragem a atual e real situação.

            Outra forma importante de desviar-se do foco acontece com os familiares em relação a sua própria vida. Afetados pela codependência, muitos pais e mães, equivocadamente, abandonam a própria existência e assim param de se olhar, de se cuidar. Abandonam a vida social, preferindo se esconder. Propositadamente ou de forma inconsciente muitos exteriorizam um sofrimento profundo numa doce ilusão de que o dependente perceba que está causando sofrimentos alheios e assim possa escolher mudar sua condição.  Ficar sem se alimentar, sem dormir direito, abandonar o emprego ou se culpar não é o foco, não possui nenhuma relação direta com a dependência do outro e em nada ajuda no enfrentamento do problema. Costumo citar, com frequência, que sofrimento de pais não salva filhos.

            Direcionar nossas atenções ao foco do problema significa agir com assertividade, assim, sofremos menos, ganhamos tempo e equilíbrio. Conviver e lidar com pessoas dependentes exige objetividade e quando concentramos nossos esforços no âmago do problema, chegamos mais perto de solucioná-lo. 
           
                        Texto de Celso Garrefa
                        Amor-Exigente de Sertãozinho

sábado, 4 de julho de 2015

BOM PAI OU PAI BONZINHO?

             
          Ao nos tornarmos pais ou mães, desejamos ser bons pais, criando uma relação com fortes vínculos afetivos, onde ganhamos o respeito dos nossos pequenos. Mas nessa busca muitos confundem os papeis e ao invés de serem bons pais, tornam-se apenas pais "bonzinhos".
           
            Bons pais são aqueles que se fazem presentes. Suas ações visam nortear as condutas dos filhos, criando regras, estabelecendo limites, corrigindo com amor, enquanto pais bonzinhos são permissivos e facilitadores, deixando os filhos à mercê de si mesmos. Bons pais sabem dizer “sim” quando a ocasião permite, mas também sabem dizer “não” quando necessário, enquanto pais bonzinhos possuem grande dificuldade em dizer um “não” como resposta, mesmo quando preciso.

            Bons pais sabem se posicionar. Eles respeitam os filhos, mas também exigem respeito. Em suas ações, eles buscam fazer sempre aquilo que precisa ser feito, mesmo que, vez ou outra, isso contrarie os desejos das crianças. Pais bonzinhos não se posicionam e nem manifestam nenhuma atitude de desaprovação quando são hostilizados, ofendidos, ou humilhados pelos pequenos. Desejando agradar sempre e temendo a rejeição, eles fazem de tudo para não os contrariar.

            Bons pais permitem que os filhos façam tudo aquilo que eles possuem condições de fazer. Eles não carregam no colo; eles ensinam a caminhar. Pais bonzinhos acreditam que precisam fazer tudo pelos filhos, inclusive aquilo que é obrigação deles: eles carregam sua mochila escolar, põem comida no prato, guardam os objetos que eles espalham pela casa, etc. Bons pais exercem o papel de pais, enquanto pais bonzinhos exercem o papel de serviçais da garotada.

            Bons pais não são violentos, nem agressivos. Não são estúpidos, nem grosseiros. Bons pais possuem atitudes coerentes e equilibradas. Eles sabem elogiar quando existe mérito, mas também sabem ser firmes quando necessário. São incentivadores e apoiadores das boas condutas e cuidam dos seus próprios comportamentos, fazendo deles exemplos para seus filhos.

            Bons pais proporcionam oportunidades para que os filhos cresçam, melhorem e conquistem pelos próprios esforços. Pais bonzinhos, desejando satisfazê-los o tempo todo, atendem de forma imediata todos os desejos da criançada, mesmo os mais descabidos. 

           Bons pais cuidam dos pequenos, mas não esquecem de si próprios, enquanto pais bonzinho não possuem vida própria, eles vivem em função dos filhos.

            Como resultado, bons pais conquistam autoridade e respeito, transformando a relação com os filhos em uma convivência harmoniosa, fortalecida pela criação de vínculos afetivos. Pais bonzinhos facilmente se transformam em verdadeiros “bananas”. Como não possuem atitudes, não são respeitados. Como se abandonam em função dos filhos, também são esquecidos por aqueles que mais amam. 

            Bons pais criam bons filhos; pais  bonzinhos criam filhos folgados, imaturos e egoístas. E nós. Que tipo de pais desejamos ser? UM BOM PAI OU UM PAI BONZINHO?


                        Texto de Celso Garrefa
                        Sertãozinho SP

domingo, 17 de maio de 2015

CULPA E PERDÃO

    
Certa vez, convidados pela Fundação Casa, participamos de uma reunião com pais e mães dos internos. Quando falávamos sobre o sentimento de culpa, uma das mães nos relatou que se sentia culpada por seu filho adolescente estar internado naquela instituição. Segundo ela, quando ele era pequeno, ela bebia muito, usava drogas, vivia em casas de prostituição, não cuidava dele, etc.
                                    
      É inegável que os comportamentos desajustados dos pais exercem influências negativas na formação dos filhos. Crianças normalmente aprendem aquilo que vivenciam e os maus exemplos exercem influências negativas, no entanto, não nos cabe julgá-la ou condená-la por suas falhas no passado. Provavelmente ela também teve uma infância prejudicada e apenas reproduziu um ciclo de problemas. Precisamos ajudá-la a quebrar esse ciclo negativo, apresentando-lhe a possibilidade de um futuro diferente, sem permitir que a culpa a engesse no passado.

   Toda vez que nos julgamos culpados por algo, o primeiro passo para descarregarmos esse peso começa no reconhecimento das nossas falhas e, consequentemente, na busca do perdão em todos os níveis. Devemos buscar e aceitar, em primeiro lugar, o perdão Divino. Devemos também pedir perdão para aquele que sentimos havê-lo prejudicado e, finalmente, precisamos do perdão mais difícil, que é nos perdoarmos, com sinceridade. Só assim estaremos libertos para começar as mudanças necessárias.

     Não há como modificarmos aquilo que passou, mas é plenamente possível trabalharmos para um futuro diferente e melhor. O passado deve servir de lição, mas não podemos ficar presos a ele e para isso precisamos nos libertar do sentimento de culpa que nos corrói e paralisa e nos comprometermos com as mudanças necessárias para a construção de uma nova vida.

     Neste novo momento a culpa deve ceder espaço para a responsabilidade e isso exige de nós o compromisso com a busca da transformação e da mudança, pois de nada adianta reconhecermos um erro, buscarmos o perdão e continuarmos apresentando os mesmos comportamentos desajustados, repetindo as mesmas falhas do passado. Isso se chama enganação.

        Assumir o compromisso com as mudanças não é um processo fácil e por isso não devemos fazê-lo sozinhos. Um grupo de apoio e orientação, como o Programa Amor-Exigente, ajuda-nos a enfrentarmos esse desafio sem críticas, sem condenações e com um apoio seletivo e orientado, que somados a uma espiritualidade fortalecida, aproxima-nos de Deus e nos conduz ao caminho da transformação para uma vida nova e plena. 

                       

Texto de Celso Garrefa
                        
Programa Amor-Exigente 
Sertãozinho SP

terça-feira, 5 de maio de 2015

RESPONSABILIDADE SEM CULPA


Se nos deixarmos influenciar por uma sociedade que cobra de nós pais uma perfeição, que não está ao nosso alcance, corremos sério risco de nos tornarmos mais uma vítima do sentimento de culpa.
          
Esse sentimento não está ligado apenas a fatos ocorridos no passado, em que a pessoa se auto-condena por algo que já aconteceu. Ele também pode nos remeter ao futuro, ou seja, a pessoa se sente culpada antes mesmo de agir.
Muitos pais sabem que existem momentos em que precisam ser firmes, mas paralisam com receio de contrariar os filhos ou por medo da rejeição da criança e amolecem. Existem momentos em que o não é necessário, mas sentem-se culpados por não atender aos apelos da criança e facilitam.

É nossa responsabilidade, como pais, exercer uma educação preventiva e assertiva e isso exige a adoção de atitudes firmes que visem corrigir todo e quaisquer comportamentos que desaprovamos. Nossas ações, por vezes, contrariam os interesses dos pequenos, mas não precisamos agradar o tempo todo. A responsabilidade nos convida a agir; a culpa por antecipação engessa e paralisa nossas ações.
Os filhos, espertos como são, aproveitam e utilizam as armas que possuem: o choro, a birra, o rostinho emburrado. Nesse momento é preciso muita consciência para fazermos aquilo que precisa ser feito, sem autopunição, sem autopiedade, sem culpa. 
É fácil identificarmos os pais que se culpam por antecipação. Eles possuem o hábito de fazer o uso do “e se” diante de tudo aquilo que precisam fazer. – E se eu não permitir que ele coma mais um doce depois de secar uma caixa inteira de chocolates e ele ficar doente? - E se eu não comprar mais um brinquedinho depois de centenas e mais centenas que ele possui e ele não gostar mais de mim? 
A responsabilidade, diferente da culpa, é a consciência de que o verdadeiro amor é aquele que nos leva a fazermos o que precisa ser feito,  sem nos omitirmos, sem receios de estabelecermos limites. Precisamos parar de tratar filhos como coitadinhos, pois isso diminui suas potencialidades e capacidades. Mais do que agradar o tempo todo, nossa responsabilidade é a de educar, de preparar para a vida. 

Texto de Celso Garrefa
           Sertãozinho SP

quarta-feira, 15 de abril de 2015

ADOLESCENTES CONSOMEM 6% DO ÁLCOOL PRODUZIDO NO BRASIL

         
         
No último dia 18 de março deste ano, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que torna crime vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes. Quem descumprir a lei pode ter uma pena de 2 a 4 anos de prisão e multa de três a dez mil reais e o estabelecimento deverá permanecer fechado até o recolhimento da multa aplicada.

          O endurecimento na lei é uma medida importante no enfrentamento ao consumo de álcool por crianças e adolescentes, no entanto, há muito que ser feito, considerando os índices alarmantes de consumidores de bebidas alcoólicas nesta faixa etária. Uma pesquisa realizada pela ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas) revela que os adolescentes são responsáveis por 6% de todo consumo de álcool no Brasil.
                                   
          A venda e fornecimento do álcool para menores de idade é um dos problemas a ser combatido, mas há muitos outros agravantes. Vivemos em um país onde o seu consumo é culturalmente aceito, assim assistimos a iniciação precoce de nossos jovens com as substâncias alcoólicas. De acordo com importantes órgãos de pesquisa, em média, o jovem inicia o consumo por volta dos 13 a 14 anos de idade e, normalmente, o primeiro contato acontece no ambiente familiar, com a permissão e aceitação dos pais, inclusive já tive o desprazer de assistir pais e mães mergulharem a chupeta do bebê em um copo de cerveja e introduzi-la na boca da criança.

          Outro agravante é a falta de uma maior regulamentação das propagandas de bebidas alcoólicas, onde o álcool é apresentado por celebridades, através de grandes produções, associando o seu consumo ao prazer, ao poder, ao sucesso, à felicidade e à beleza. Fatores altamente cativantes do público jovem.

          A própria lei sancionada, para produzir algum efeito, necessita de fiscalização e aplicação das punições previstas, caso contrário nada muda. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) desde 1990 proíbe a venda de bebidas alcoólicas para menores, com pena prevista de 2 a 4 anos de prisão e multa, no entanto, a impunidade sempre reinou absoluta.

           O endurecimento da lei é um passo importante no enfrentamento do problema, mas precisamos mudar também conceitos fortemente enraizados em nossa cultura. Os estabelecimentos comerciais devem controlar a venda; os órgãos de fiscalização devem aplicar as punições aos infratores, mas os pais são os maiores responsáveis pelos seus filhos menores e precisam entender e se conscientizar dos reais perigos que uma iniciação precoce do consumo de bebidas alcoólicas pode acarretar e assim adotar uma postura firme de não permissividade. Lembrando sempre que os pais são modelos para seus filhos. Como adultos não são proibidos de beber, mas para ser exemplo, se for beber, que bebam com moderação.

                                               Texto de Celso Garrefa

                                               Amor-Exigente Sertãozinho SP

domingo, 29 de março de 2015

PAIS PREVISÍVEIS: FILHOS MANIPULADORES

                         
         
         Na relação pais e filhos é importante que ambos se conheçam mutuamente, no entanto, os filhos, como bons observadores, conhecem muito bem os pais que têm, enquanto os pais, em geral, não costumam conhecê-los tão bem quanto imaginam.

           Sabendo que somos observados, precisamos cuidar de nossos comportamentos e atitudes, pois, de acordo com aquilo que apresentamos, podemos colher resultados tanto positivos quanto negativos na educação dos nossos filhos.
                         
       Quando somos permissivos e não possuímos firmeza em nossos posicionamentos podemos nos tornar presas fáceis para filhos manipuladores. Eles, sabendo dessa fraqueza e fragilidade, poderão utilizar isso para benefício próprio utilizando de chantagens e manipulações.

       Filhos de pais previsíveis se relacionam com eles da mesma forma que se relacionam com a tevê da sala, ou seja, os pais assumem o papel da tevê, e os filhos tomam posse do controle remoto. Sabem como ninguém quais são os botões que devem apertar para conseguirem o que desejam. Conhecem-nos tão bem que sabem por antecipação quais serão nossas atitudes e reações. Sabem quantas vezes será preciso insistir para conseguirem o que buscam; sabem o momento exato de pedir por algo; sabem quais truques ou artimanhas devem utilizar para nos ludibriar; sabem, por exemplo, que fazemos muito barulho mas não possuímos ações.

    Por outro lado, o fato deles nos conhecerem bem torna-se um fator positivo quando nossas atitudes são coerentes, quando sabemos defender nossas convicções e somos firmes em nossas decisões. Torna-se um fator positivo quando somos verdadeiros, quando estabelecemos regras claras e não fazemos uso de ameaças vazias. Também é um fator positivo quando usamos o elemento surpresa, abandonando padrões repetitivos e previsíveis demais.

      É importante que eles nos conheçam e saibam, por antecipação, que nossa postura não permite comportamentos indisciplinados, inadequados ou desrespeitosos. É fundamental que eles saibam, por antecipação, que não aceitamos o uso ou abuso do álcool ou outras drogas.

       Da mesma forma com que nossos filhos nos observam, também devemos observá-los. Para conseguir esse objetivo é importante praticarmos o diálogo no ambiente familiar e também desenvolver a capacidade de prestar atenção e observá-los cuidadosamente. Como já citamos em outro texto, em média, um pai ou uma mãe só consegue perceber o envolvimento de um filho com as drogas depois de três a quatro anos de uso, ou seja, quando eles já estão mergulhados na dependência química.
                         
       Antes deles apresentarem sinais visíveis do uso, eles começam a externar mudanças comportamentais capazes de indicar que algo está errado. São mudanças que inicialmente se apresentam de forma sutis e que só é possível percebê-las se estivermos muito atentos e, da mesma forma, só é possível corrigi-las se não fecharmos os olhos para os pequenos deslizes e assim, eles, como observadores atentos, possam perceber que não toleramos os pequenos desvios de conduta e consequentemente, também tenham ciência que não será tolerado os grandes desajustes comportamentais.

       Abandonarmos comportamentos padronizados e repetitivos, utilizando, por vezes, o fator surpresa e adotarmos um posicionamento claro e firme é fator primordial para nos protegermos de filhos manipulares e chantagistas. 




                 Celso Garrefa
                 Amor-Exigente de Sertãozinho       
                                                            




                                                         


                                                         

segunda-feira, 16 de março de 2015

LIMITES: PROTEÇÃO E CRESCIMENTO

Certa vez, durante um programa de tevê para arrecadação de doações para a AACD, um casal compareceu para entrevista no palco acompanhando a filha de cinco anos de idade, em uma cadeira de rodas adequada para a sua faixa etária. Na entrevista os pais disseram que ajudam a filha de acordo com as suas necessidades, mas que ela não possui nenhum privilégio por utilizar-se da cadeira de rodas. Segundo eles, na medida do possível, eles permitem que ela faça tudo aquilo que ela possui condições de fazer, pois ela tem limitações, mas também possui muitos recursos que precisam ser valorizados e explorados.

Diferente do caso citado, muitos pais da nossa geração possuem enormes dificuldades em permitir que os filhos façam aquilo que eles possuem condições de fazer. Querem poupá-los de assumir quaisquer responsabilidades, preferindo fazer tudo por eles, como por exemplo, carregar sua mochila escolar ou guardar os objetos e brinquedos que eles espalham pela casa.

Podemos ajudar e auxiliar nossos filhos, mas não precisamos fazer tudo por eles. Podemos ajudá-los nas tarefas escolares, mas não devemos apresentar o resultado pronto. Não precisamos carregar no colo aquele que é capaz de caminhar com as próprias pernas. Tratar filhos como coitadinhos significa diminuir, desvalorizar e desprezar suas potencialidades. Esse comportamento fragiliza, não prepara para a vida e cria filhos folgados.

É óbvio que precisamos respeitar a capacidade dos nossos filhos, sem exigir deles algo que está além das suas condições, mas devemos também lançar um olhar sobre suas competências para  buscarmos o equilíbrio entre o respeito ao limites, que significa proteção e ao mesmo tempo explorar e valorizar suas qualidades, permitindo que explorem suas competências com coragem e determinação. 

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 1 de fevereiro de 2015

PAIS TAMBÉM SÃO GENTE

Somos humanos. Isso nos parece tão óbvio, porém, esquecemo-nos com frequência essa verdade e buscamos uma perfeição que não está ao nosso alcance e nos frustramos. A perfeição é divina e não somos Deus, somos gente.

Precisamos assumir nossa condição humana. Como gente, somos únicos e possuímos o domínio apenas sobre nossa própria vida e mesmo assim, acertamos muito, mas também erramos. Não somos perfeitos. Temos defeitos, somos limitados, mas também possuímos muitas qualidades. Em relação aos filhos, podemos orientá-los, aconselhá-los, mostrar caminhos, mas não vivemos a vida deles e eles fazem suas próprias escolhas. Não podemos nos condenar por aquilo que o outro faz de errado.

Quando nos empenhamos em mostrar aos nossos filhos que somos perfeitos, eles assimilam e interiorizam a ideia e cobram permanentemente a nossa perfeição. Acontece que pais e filhos não são iguais e aquilo que nós pais enxergamos como perfeição é diferente daquilo que os filhos enxergam.

Para nós, a busca da perfeição está associada a fazer o nosso melhor, com dedicação, amor e carinho. Para eles, os pais perfeitos são aqueles que nunca dão bronca, que estão sempre disponíveis, que sempre dizem sim e permitem que eles façam tudo aquilo que eles desejam. Como isso não é funcional para uma boa educação, rapidamente eles percebem que os pais não são tão perfeitos como desejavam mostrar e assim se decepcionam.

Ao confrontarmos com um grande problema devemos fazê-lo como pessoa humana, sem máscaras e sem encarnar personagens. Somos gente e não máquinas, que consegue trabalhar vinte e quatro horas por dia para cobrir todas as dívidas dos filhos. Não somos caixa eletrônico, prontos para abastecê-los com dinheiro sempre que desejam, custe o que custar. Não devemos vestir a capa do super-herói, que sozinho dá conta de tudo. Não somos um objeto, inanimado. Possuímos sentimentos e precisamos nos mover e não aceitar xingamentos, hostilizações ou desrespeitos. Não mágico, capazes de solucionar o problema num piscar de olhos. Devemos, também, nos livrar do personagem “mártir” que carrega para si todas as falhas do outro.

Aceitar-nos como pessoa humana significa assumirmos o compromisso de fazer sempre o nosso melhor, sem idealizar a perfeição. Devemos nos enxergar como gente, que também possui direitos. Direito de nos equivocarmos, de ficarmos tristes, de mudarmos de opinião, de não aceitarmos o comportamento inadequado do outro, de exigir respeito, de viver, de sonhar, de sermos felizes. 

Posicionar-nos como gente significa que não precisamos enfrentar sozinhos os nossos desafios. Gente precisa de gente e como humanos podemos buscar ajuda, apoio e orientação, até mesmo para aceitarmos o óbvio: Somos tão somente gente.

Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP
Elaborado com base no 2º princípio do Amor-Exigente

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...