sábado, 18 de março de 2017

NÃO DESISTA DO SEU FILHO

Não é tarefa fácil lidar com um filho dependente químico. Os pais aconselham, imploram, gritam, oferecem ajuda, porém eles parecem não ouvir. Algumas vezes prometem mudanças, mas na prática nada acontece. Continuam mentindo, manipulando e usando substâncias ilícitas. Os pais esgotam todos os seus recursos e chega um momento em que pensam até em desistir.

Compreendemos o quão é difícil vivenciar essa situação, mas não podemos desistir dos nossos filhos. Por vezes, dá vontade de jogar tudo para o alto, lavar as mãos e deixá-los a própria sorte, no entanto, essa opção em nada colabora para a solução do problema. Eles precisam da ajuda dos pais, mesmo que não demonstrem ou a recusem.

No entanto, não podemos confundir ajuda e apoio com facilitação e aceitação do uso. Por vezes, vamos precisar tomar atitudes concretas, estabelecer regras na casa e nos posicionar diante dos seus comportamentos. Cortar mordomias e regalias, ou seja, deixá-los perceber que sua opção pelas drogas causam-lhes prejuízos. 

As drogas proporcionam prazer e esse é um dos fatores que dificulta a decisão por deixá-las. Um dependente só começa a pensar em abandoná-las quando os prejuízos pelo uso forem maiores que os prazeres. Não existe possibilidade de sucesso enquanto eles continuarem usufruindo dos prazeres, enquanto os pais arcam com os prejuízos.

Por isso precisamos de posicionamento firme e tomadas de atitudes concretas, mas que não sejam movidas por sentimentos de raiva ou vingança, e sim visando atingir objetivos para solucionar o problema. Devem ser fundamentadas pelo amor, mas um amor sábio - "É porque eu te amo que eu não aceito que você continue usando drogas, e por te amar tanto não posso assisti-lo se destruir a cada dia, sem nada fazer".

Nem sempre eles estão dispostos a nos ouvir ou a seguir as regras da casa. Desejam continuar usando drogas e, mesmo assim, continuar a usufruir de facilidades e mordomias. Muitos destes não trabalham e são bancados pelos pais. Quando percebem que não terão mais facilitação para o uso, alguns preferem sair de casa e continuar usando drogas a aceitar nosso apoio.

Essa é uma escolha deles, mas, mesmo assim, não devemos desistir e transmitir-lhes, com muita clareza que, caso aceitem nossa ajuda para abandonar a dependência, podem contar sempre conosco, só não estamos dispostos a aceitar as drogas que eles consomem, como cita o Programa Amor-Exigente: Eu amo você, mas não aceito as coisas que você faz de errado".

           Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

sábado, 11 de março de 2017

DEVEMOS PAGAR PELAS DROGAS QUE OS FILHOS CONSOMEM?

Os pais devem ou não pagar pelas dívidas que os filhos fazem para consumirem drogas? Esta é uma pergunta que nos chega com frequência e que provoca muitos questionamentos e dúvidas, colocando-nos diante de um dilema: paramos de pagá-las e corremos o risco de colocá-los em situação perigosa ou continuamos pagando e assim, financiamos a continuidade de sua dependência?

Pagarem pelas drogas que os filhos consomem é um ato comum em muitas famílias. Os pais, por medo, por falta de informações e como instinto de proteção, acreditam que, ao bancarem as dívidas dos filhos, estão protegendo-os de danos maiores. Acreditam que, caso não o façam, o filho poderá roubar, ser preso ou mesmo perder a vida.

Por outro lado, os filhos se acostumam com isso e, ao serem bancados pelos seus genitores, têm sua vida na ativa facilitada. A dependência química fala mais alto e sob o efeito das drogas perdem a compaixão e sugam o podem. Na recusa, uma chantagem emocional é suficiente para conseguirem o que buscam: - Vai dar o dinheiro ou preferem me ver morto? Essa tática, que não deixa de ser um ato de terrorismo contra os pais, é suficiente para colocá-los em pânico e eles cedem.

A dependência química é, sabidamente, uma doença progressiva, que pode conduzir o usuário a desenvolver a tolerância pela substância de uso, ou seja, cada vez mais ele precisará de maior quantidade na busca do efeito desejado. Na medida em que eles se prolongam no uso, os valores aumentam na mesma proporção.

Devemos compreender e aceitar que os pais possuem recursos limitados e, mesmo que eles desejem continuar custeando a dependência dos filhos, não vão conseguir. Conheço e juro que não estou aumentando, nem exagerando, dependentes químicos que chegam a gastar, em uma única noite, valores acima de dois mil reais. Qual é o pai capaz de bancar isso?

Pagando as contas oriundas das dívidas de drogas estamos financiando a dependência química dos filhos, facilitamos seu uso e com isso prolongamos o problema. Eles ficam com os prazeres que elas proporcionam e aos pais sobram os prejuízos. É preciso coragem, atitude e posicionamento diante das drogas, aprender a dizer não e transmitir, com clareza, que não aceitamos o uso e não podemos financiar aquilo que não concordamos.

Não vamos negar que dívidas de drogas geram cobranças que nem sempre são amigáveis, porém, o medo dos pais é muito maior que o perigo real, e por outro lado, os dependentes não são bobos e sabem muito bem até onde podem se arriscar. É preciso dar um basta no financiamento da dependência que não aceitamos e isso precisa acontecer o quanto antes possível.

Não ajudamos ou protegemos um dependente pagando suas dívidas, pelo contrário, colaboramos para que se afundem ainda mais no problema. O verdadeiro apoio é aquele que ajudará o dependente a sair do mundo obscuro das drogas e não aquele que financia seu vício.

Texto de Celso Garrefa

Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP

domingo, 26 de fevereiro de 2017

CARNAVAL: DIVIRTA-SE COM RESPONSABILIDADE

Está começando mais um carnaval, uma festa popular em que somos convidados a sairmos de nós mesmos, vestir fantasias, cair na folia e nos divertir. Mas também é uma festa em que o consumo abusivo de bebidas alcoólicas se faz muito presente. 

A associação do consumo do álcool à diversão, ao prazer e à alegria é uma ideia plantada pelas campanhas publicitárias e fortemente explorada durante este período.

         Não é somente a dependência do álcool que preocupa, alertamos também sobre uma forma de beber muito presente nesta festa, conhecida como “binge drinking”, uma modalidade de consumo em que o sujeito, mesmo não sendo, ainda, um alcoolista, consome grande quantidade de bebidas alcoólicas em um curto espaço de tempo.

           Acidentes de transito, brigas de rua ou reações violentas e descontroladas estão diretamente ligadas a esse jeito de beber, além disso, há um grande risco do bebedor sofrer um coma alcoólico, inclusive com risco de morte. Basta visitarmos um pronto atendimento em dias de carnaval para concluirmos o quão elevado é o número de jovens atendidos durante esse evento.

            Também é neste período que muitos dependentes em processo de recuperação sofrem as recaídas. Estes precisam de cuidado redobrado para não permitir que um carnaval, cuja duração é de apenas cinco dias, coloque a perder um tratamento de anos. Para estes, talvez a melhor dica seja manterem-se afastados da folia.

O carnaval dura poucos dias e para quem curte não há nenhum mal em participar da festa, mas é preciso se divertir com sabedoria e responsabilidade. A festa acaba, mas as consequências das irresponsabilidades podem permanecer por muito tempo. Portanto, se beber, que seja com moderação. Se for dirigir, que não faça uso algum de bebidas alcoólicas. Se está em processo de recuperação, se afaste. É preciso se cuidar. A alegria não pode terminar quando termina o carnaval e assim, que possamos curtir muitos outros carnavais. Divirtam-se e acreditem: é possível sem alterar sua consciência. Boa festa.

Celso Garrefa

Sertãozinho SP

domingo, 19 de fevereiro de 2017

AS MÁQUINAS DOMINARÃO O MUNDO?

As evoluções tecnológicas invadiram a nossa casa, nosso mundo, nossa vida. Aquilo que no passado víamos em filmes de ficção, hoje já é realidade: homens e máquinas já dividem o mesmo espaço, o mundo real se confunde com o virtual e tudo isso nos lança um questionamento: será que o homem está perdendo sua essência humana e as máquinas dominarão o mundo?

É indiscutível que as novas tecnologias facilitam, em muito, a nossa vida. Um único aparelho celular grava, fotografa, filma, calcula, envia mensagens. Ele é relógio, despertador, rádio, tevê, computador, GPS, etc., e por incrível que pareça, também pode ser usado para fazer ligações telefônicas.

Temos acesso imediato a tudo que acontece no mundo e conversamos com pessoas em qualquer canto do planeta. As tevês pagas colocam a nossa disposição uma infinidade de canais, para todas as preferências e gostos. Pagamos contas e fazemos compras sem precisarmos sair de casa, compramos comida pronta e existem máquinas para quase tudo.

Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que facilitam nossa existência, também trazem desafios, criam impactos na nossa vida, de nossos jovens e de nossas crianças. Ao mesmo tempo em que os avanços tecnológicos aproximam quem está distante, afastam aqueles que estão ao nosso lado. Os tablets são usados para distrair crianças, substituindo o contato com os pais, os jovens vivem com fones nos ouvidos e as redes sociais estão consumindo tempo absurdo das pessoas, criando, inclusive, dependências. Os celulares são companheiros da noite e dormem ao nosso lado, despertando-nos no meio da madrugada com toques de mensagens.

O acesso imediato a informações nos apresentam tragédias e horrores a todo minuto, banalizando e tornando comum aquilo que é trágico, transformando pessoas em números e estatísticas.

Já tenho dúvidas se o ser humano domina as máquinas ou se está sendo dominado por elas. É obvio que elas precisam do humano para entrar em funcionamento, ligar ou desligar e isso pode nos dar a falsa sensação de que possuímos o controle. Será mesmo? Será que conseguimos ouvir o toque de mensagem do celular e não correr até ele? Será que somos capazes de desligá-lo, sem ficarmos ansiosos e inquietos? Será que dá para esquecermos nossas redes sociais, que seja por apenas uma semana? Será que conseguimos desligar a tevê, ao menos nos horários das refeições?

A importância das tecnologias para o mundo atual é indiscutível, e não vamos descartá-las, mas é importante fazermos uso delas com sabedoria e consciência, não  permitindo que o virtual substitua, por completo, o mundo real. 

Quando o ser humano perder por completo sua humanidade e embrutecer, a  ponto de se confundir com as próprias máquinas, estaremos diante de um sinal claro de que começamos a transferir o domínio do mundo para elas e, não duvidem, nos transformaremos em meros escravos tecnológicos. Estamos longe disso?

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

sábado, 11 de fevereiro de 2017

OS PROFESSORES TAMBÉM SÃO GENTE

Os professores também são gente, mas atualmente, eles possuem um desafio quase desumano, que é a tarefa de ensinar alunos que, nem sempre, estão interessados em aprender.

A família é a primeira referência na vida da criança e os pais são os responsáveis pela educação dos filhos. Aos professores cabe a missão de ensinar, porém, a omissão de muitas famílias na condução da educação dos filhos tem despejado em nossas escolas um número elevado de alunos mal educados, sem a mínima noção de regras e limites.

Enfrentar esse problema é um dos grandes desafios dos professores em sala de aula e por mais que eles aleguem que se formaram para ensinar e não para educar, as novas realidades colocam diante deles alunos de comportamentos os mais diversos e variados possíveis.

É quase desumano um professor encarar turmas com trinta, quarenta alunos, onde tudo acontece. Desde os engraçadinhos, que atrapalham todo o andamento da aula a alunos agressivos e violentos, que ameaçam e até agridem os seus mestres. Não bastasse, ainda precisam lidar com os comportamentos desajustados de muitos pais que, ao invés de corrigir o problema, preferem culpar e atacar nossos mestres.

Os professores também são gente e, assim como não existem pais perfeitos, também não existem professores perfeitos. A perfeição é divina e professores não são deuses. A busca pela perfeição, cujo objetivo não está ao seu alcance, geram frustrações. Como gente, os professores também possuem suas limitações, seus medos, suas emoções. Não são super-heróis, nem máquinas. 

Os professores também precisam reconhecer que são humanos, que possuem limitações e não vão conseguir dar aulas de manhã, tarde e noite, sem sofrer as consequências dessa sobrecarga. Como gente possuem sentimentos e emoções e precisam cobrar e exigir respeito. Como gente, não são super-heróis, que conseguem resolver tudo sozinhos. Como gente, não são autossuficientes e também precisam de apoio. 

Enquanto não enxergarmos nossos professores como gente, cada vez mais eles se afastam por ansiedade, estresse ou depressão. Cada vez mais, aumenta o desinteresse em lecionar e corremos o risco de faltar mestres em nossas escolas e sem mestres não há educação, nem formação e um povo que não respeita seus mestres, não respeita a si próprio.



          Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente 
de Sertãozinho SP

sábado, 28 de janeiro de 2017

EDUCAÇÃO PREVENTIVA: FALANDO A MESMA LÍNGUA



         
       A falta de entendimento do casal, em relação à educação dos filhos, é um dos fatores negativos para a construção de uma educação preventiva e assertiva. É de extrema importância que, em se tratando de filhos, os pais aprendam a falar a mesma língua.

            Essa não é tarefa fácil, considerando as diferenças de opinião e as individualidades de cada um. É comum pai e mãe possuírem comportamentos opostos, enquanto um é mais exigente, o outro é permissivo, enquanto um é firme no posicionamento, o outro é facilitador. Enquanto um tenta estabelecer regras, o outro vive quebrando-as. O desafio é buscar um ponto de equilíbrio e essa construção exigirá que o casal aprenda a dialogar.
           
            Na busca da unidade ambos devem opinar, colocar seu ponto de vista e também precisam ceder em alguns pontos, porém, estabelecido o entendimento, é importante que se mantenham firmes nele. É desastroso para a formação da criança, quando um dos pais toma uma decisão e o outro não a respeita. Isso mata a autoridade do companheiro e as crianças se acostumam a buscar pelo facilitador.

          Atualmente, a formação familiar é bastante variada. Muitas crianças são filhas de pais separados e assim, excluindo os casos onde a guarda é compartilhada, a criança convive com um dos pais e passa períodos curtos com o outro. Casais se separam, mas os filhos não deixam de ser seus filhos e em se tratando da educação deles, os pais devem continuar falando a mesma língua.

            Educar as crianças da nossa geração é um grande desafio, cujo sucesso depende muito do envolvimento de ambos os pais, portanto, o casal precisa construir parceria e não divisão. Os pais, ao partilharem do mesmo posicionamento em relação à educação que desejam transmitir aos filhos, contribuem significativamente para a formação de filhos saudáveis, mesmo em um mundo cheio de armadilhas.

            Texto de Celso Garrefa
            Amor-Exigente de Sertãozinho - SP

sábado, 21 de janeiro de 2017

PODER INFANTIL: FILHOS MANDAM, PAIS OBEDECEM

Júnior acabou de fazer cinco anos e, apesar da pouca idade, é ele quem manda na casa. A tevê só fica ligada no canal que ele deseja assistir, é ele que determina o horário que os pais devem dormir e também é ele que escolhe o que a família come. Quando não atendido prontamente em seus desejos, um choro, uma birra e os pais cedem e assim a família passa a ser controlada pelo poder infantil.

Todo esse poder transferido aos pequenos caminha na contramão de uma educação assertiva. São os pais que possuem as atribuições de educadores, de orientadores dos filhos e devem exercer suas responsabilidades ativamente, caso contrário, assistimos a uma inversão de papeis.

Em um passado recente, as crianças não tinham vez, nem voz. Na casa eram como pessoas invisíveis, sem direito a opinar, não eram vistas, nem ouvidas. Nos dias de hoje os pequenos têm participação ativa na família e precisam ser ouvidos, precisam ser respeitados e suas opiniões levadas em consideração, mas, são os pais que devem assumir o comando. Toda instituição, para um bom funcionamento, precisa de uma hierarquia estabelecida, com definições claras dos papeis de cada um. A família também é uma organização social que precisa de um comando. 

As crianças, como sujeitos em formação, precisam de um guia, precisam de referências, precisam de responsáveis que norteiem suas condutas. Elas precisam saber que são pessoas queridas, respeitadas e amadas, mas precisam entender que elas não são as donas da casa, cujos desejos são todos atendidos imediatamente, conquistados através de manhas, birras e escândalos. Precisam saber que a casa é de todos, mas existe um comando e não são elas que possuem esse poder.
         
Celso Garrefa

domingo, 15 de janeiro de 2017

PACIÊNCIA: QUEM NÃO TEM, COME CRU


          
Muitas de nossas meninas se tornam adultas sem nunca haver lavado a própria calcinha; muitos de nossos meninos chegam à maioridade sem nunca aprender colocar roupas sujas no cesto. Não fazem porque alguém faz por eles, geralmente a mãe. Se perguntarmos a essas mães porque fazem, costumam justificar: - “Eu não tenho paciência para esperar que eles façam”.
           
            No exercício de uma educação assertiva, precisamos usar a paciência a nosso favor. Os filhos sabem quando não possuímos paciência para esperar, eles sabem que após pedirmos por duas, três ou quatro vezes, desistimos e fazemos por eles. Assim eles enrolam, enrolam, e nos enrolam. Outras vezes sabem que não temos paciência para suportar pressão e insistem até cedermos. Por vezes, dizer não a um filho é necessário, e precisamos de paciência para suportar a pressão e manter firme nossa posição.

            Quando falamos sobre a paciência não podemos confundi-la com passividade, pois a passividade está ligada a falta de autoridade, a falta de ações e atitudes, exemplo disso, são as mães que precisam pedir por centenas de vezes para que a criança vá tomar banho. Isso é demonstração de ausência de autoridade.

            Dentro do ambiente familiar todos devem assumir responsabilidades, inclusive as crianças, evidentemente, de acordo com a idade e suas possibilidades, pois a casa é de todos e todos devem cooperar para o bem comum. Aquilo que nos cabe, devemos fazer, mas aquilo que é obrigação dos filhos, precisamos permitir que eles façam e por vezes, ter a paciência necessária para esperar que façam. 

            Usar a paciência a nosso favor é possuir a calma e o controle necessários para permitir que o outro faça do jeito dele, no momento dele, porém que faça. Por vezes, desejamos que eles cooperem conosco, mas queremos que façam de forma idêntica a nossa e reclamamos porque não possuímos a paciência necessária para aceitar as diferenças. Podemos ensiná-los e orientá-los a fazer melhor, mas ainda assim, devemos deixá-los que façam.

E quando não fazem aquilo que é obrigação deles? Quando cansamos de esperar que façam? Quando esgotamos nossa paciência? Neste momento entra a ação, a atitude e a criatividade. Nós precisamos deles, mas eles também precisam de nós. Precisam da senha do wi-fi, adoram o i-phone, curtem a internet e as redes sociais, vivem com fones nos ouvidos. Passar uma tarde sem acesso à internet não mata ninguém e algumas horas sem conexão, para a atual geração tecnológica, parecem-lhes uma eternidade.

Usar a paciência a nosso favor não significa cair na passividade e acomodação e esperar para ver o que acontece. A Neste momento entra a ação, a atitude e a criatividade. Nós precisamos deles, mas eles também precisam de nós. Precisam da senha do wi-fi, adoram o i-phone, curtem a internet e as redes sociais, vivem com fones nos ouvidos. Passar uma tarde sem acesso à internet não mata ninguém e algumas horas sem conexão, para a atual geração tecnológica, parecem-lhes uma eternidade.

Usar a paciência a nosso favor não significa cair na passividade e acomodação e esperar para ver o que acontece. A educação assertiva deve ser trabalhada ao longo do tempo e precisamos de paciência para construí-la no dia-a-dia, pois, como diz o ditado, quem não as tem, come cru.Passar uma tarde sem acesso à internet não mata ninguém e algumas horas sem conexão, para a atual geração tecnológica, parecem-lhes uma eternidade.

Usar a paciência a nosso favor não significa cair na passividade e acomodação e esperar para ver o que acontece. A educação assertiva deve ser trabalhada ao longo do tempo e precisamos de paciência para construí-la no dia-a-dia, pois, como diz o ditado, quem não as tem, come cru.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

DA INFÂNCIA PARA A VIDA TODA


Júnior ainda não nasceu. A mãe está nas últimas semanas de gestação e a família se prepara para a chegada do pequeno. O pai, torcedor fanático de um grande clube de futebol, já providenciou os presentinhos. Comprou um lençol com o símbolo do time, uma minúscula camisa com o número dez às costas e não esqueceu do short e da toalhinha de banho, também com a estampa e cores do clube.

Quando vier ao mundo, o pai não medirá esforços para transformá-lo em mais um torcedor do seu time do coração. Assistirá aos jogos na tevê junto com o filho e durante a partida usará todo seu argumento para convencê-lo de que aquela equipe é a melhor, a superior. Quando possível, levará a criança consigo ao estádio de futebol para que ele sinta de perto a vibração da torcida.

            Esse relato nos mostra o quanto nós, pais ou mães, ainda exercemos grande influência sobre a formação dos nossos filhos, principalmente se nos empenharmos e começarmos o mais cedo possível.

            Certa vez, um temido ditador fez a seguinte citação: “Deixe seu filho de zero a quatro anos comigo, depois faça o que você quiser, mas nunca mais ele será seu”. Crianças aprendem aquilo que vivenciam e o que lhes é apresentado nos primeiros anos de existência marcará toda a sua vida. Portanto, não devemos perder a grande oportunidade de plantar, na base de formação dos nossos filhos, valores de integridade moral e ética, princípios que servirão de norte para toda a sua existência.

            É com a mesma vontade, dedicação, empenho e esforço demonstrado pelo pai torcedor, que devemos nos empenhar para fazer dos nossos filhos, pessoas íntegras e de caráter, sem nos esquecermos de que se não o fizermos, futuramente corremos o risco de nos tornarmos as principais vítimas de filhos sem escrúpulos.   

            Na formação da base precisamos ensinar valores como o respeito a si próprio e aos outros, o fortalecimento da autoestima, o desenvolvimento do senso crítico, a valorização da capacidade de fazerem boas escolhas, entre outros, mas dentre todos, não podemos perder a oportunidade de marcar a formação de nossos filhos com a essência de Deus em sua vida.

O pai torcedor, com raríssimas exceções, fará do filho mais um torcedor do clube de sua preferência e ninguém depois o convencerá de mudar de preferência. Fazendo um comparativo,  precisamos marcar a formação dos nossos filhos tão intensivamente, para mais tarde não corrermos o risco de perdê-los para as drogas, para a marginalidade ou para as ruas.


            Texto de Celso Garrefa
            Amor-Exigente de Sertãozinho SP







domingo, 8 de janeiro de 2017

QUEM É VOCÊ?



Raízes culturais é primeiro princípio do Programa Amor-Exigente e não dá para falar sobre ele sem nos perguntarmos quem somos. Será que possuímos uma identidade ou vivemos apenas de personagens exigidos pelos outros, pela moda ou pela mídia?

Muitos pais vivem repetindo, de forma entusiasta, que vivem em função dos seus filhos, mas porque viver em função dos filhos se podemos viver todos? É óbvio que os filhos merecem toda nossa atenção, todo nosso carinho, todo nosso amor, mas não precisamos nos abandonar em função do amor que sentimos por eles. Aqueles que vivem apenas em função do outro, não têm vida.     

Sem uma identidade, não somos vistos, não somos respeitados, nem levados a sério. Tornamo-nos invisíveis. Sem personalidade, apenas ocupamos espaço e não adianta cobrarmos nada do outro se não fizermos a parte que nos cabe.

Se desejamos ser respeitados, precisamos, primeiro, nos conhecer, saber quem somos, quais são nossos gostos, nossos projetos, nossos sonhos. Precisamos aprender a pensar, a questionar, a refletir e assim podemos nos posicionar, caso contrário, serviremos apenas como objeto de manobra, condicionados a pensar em massa e agir como máquinas.

Quantas mães e pais nos queixam que gostariam de maior atenção dos filhos, porém, enquanto os abastecem com roupas e tênis da melhor qualidade, vivem remendando os próprios chinelinhos. Se desejamos ser notados, precisamos nos apresentar e chamar a atenção. Isso não se resume a relação entre pais e filhos, serve também para o casal e para a vida em sociedade. 

Já pensando no próximo princípio do Programa Amor-Exigente, devemos aceitar o óbvio: nós também somos gente e como gente merecemos respeito, mas o respeito, a atenção e o amor do outro só conquistaremos a partir do momento em que aprendermos a nos valorizar, a nos respeitar e a nos amar e assim podemos nos apresentar com coragem e cabeça erguida: nós sabemos quem somos, nós estamos aqui.

            Texto de Celso Garrefa
            Sertãozinho SP

sábado, 17 de dezembro de 2016

SOBRIEDADE COMPORTAMENTAL




Certa vez, nas partilhas de grupo, os pais e mães falavam sobre a dependência dos filhos, quando uma participante, mostrando-se espantada ao ouvir os relatos, agradeceu a Deus o fato do seu filho não usar drogas. Então, um dos participantes perguntou-lhe: Quantos anos têm seu filho? - Vinte e cinco. Ele trabalha? – Não. Ele estuda? – Não. Ele coopera em casa? – Não. Ele respeita os membros da família? - Também não. 

Existem muitos jovens ou adultos que nunca fizeram uso de droga nenhuma, no entanto, apresentam desajustes comportamentais piores do que muitos usuários, e da mesma forma, causam transtornos e por isso precisam ser trabalhados, precisam ser corrigidos.

O Amor-Exigente não é um programa destinado apenas aos dependentes e seus familiares. Seu principal objetivo é o desenvolvimento do equilíbrio comportamental. Nesse sentido, ele destina-se a todos. Ao jovem que faz uso de substâncias ilícitas, aos não usuários, mas cujos comportamentos são uma droga, aos pais, que também não são perfeitos e possuem comportamentos a serem corrigidos, enfim, destina-se a todos aqueles que desejam experimentar a sobriedade comportamental.

Devemos compreender que a falta de sobriedade não está relacionada apenas ao abuso do álcool ou ao consumo de substâncias ilícitas, mas nas atitudes de cada um. Onde está a sobriedade de um político com as cuecas recheadas de dinheiro? E o que falar de autoridades eleitas pelo povo, como seus representantes, e quando assumem o poder afanam o dinheiro público, com voracidade sem limites? O que pensar de tantos desvios, tantas corrupções e favorecimentos ilícitos? Quanta falta de ética. Quantos comportamentos “droga”.

E nós, que nos indignamos com tudo isso, como agimos? E os nossos comportamentos, como vão? Furamos filas? Não cedemos lugar aos idosos? Jogamos entulhos em terrenos baldios? Mentimos para tirar alguma vantagem? Somos grossos e estúpidos? Calamo-nos diante de um troco a mais? Oferecemos ou aceitamos vantagens para fecharmos um contrato? Abusamos dos bens públicos? Espalhamos notícias fakes, sem verificar sua procedência? 

Antes de julgarmos os comportamentos do outro, devemos cuidar dos nossos. Nossas atitudes merecem, de nossa parte, vigilância constante, num trabalho permanente de construção da nossa sobriedade comportamental, pois um comportamento, quando não cuidado, também adoece e, consequentemente, adoece também aqueles que estão a nossa volta. 

            Texto de Celso Garrefa
            Sertãozinho SP

          

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...