domingo, 5 de abril de 2020

CORONAVÍRUS, SEM PÂNICO


A ameaça do Coronavírus chegou para mexer com nossa rotina, encher-nos de preocupações e incertezas, deixando-nos apreensivos, inseguros e com medo, sem saber ao certo o que vem pela frente. É um momento delicado que precisamos, mais do que nunca, buscar o equilíbrio necessário para lidarmos com esse desafio.

Não podemos menosprezar os riscos, diminuindo o potencial de contaminação do vírus, acreditando que estamos isentos do problema, pois todo vez que não enxergamos os perigos não adotamos os cuidados necessários para nossa proteção, da nossa família e da sociedade em geral.

O medo faz parte da vida e na dose certa é um recurso essencial para nossa proteção. Quem tem medo adota as medidas e os cuidados necessários para tentar ao máximo não ser atingido pelo problema. No entanto, o medo não pode atingir níveis extremos, pois ele acima da dose causa pânico e em estado de pânico travamos.

Enquanto a ausência total do medo nos condiciona a ver os riscos de forma minimizada, o medo exagerado maximiza nossa visão do problema. O medo transformado em pânico adoece e adoecidos fragilizamos. O emocional abalado não é receita capaz de diminuir os riscos, pelo contrário, ele agrava uma situação que já é grave.

Pensamentos negativistas não colaboram conosco e mergulharmos todo o nosso tempo no problema também é uma atitude que adoece. Devemos, portanto, acompanhar o que está acontecendo aqui e no mundo, manter-nos informados, mas também precisamos desviar desse foco por alguns instantes, direcionando nossos pensamentos e nossas atitudes para outras atividades e afazeres que não tenham relação com o problema. Abastecer-nos também de boas notícias, que não são poucas.

Por fim, a fé é uma força poderosa que nos permite enfrentarmos um grande desafio, sem desespero e são nos momentos mais difíceis que sentimos com maior intensidade a força que vem do alto. São nos momentos mais tenebrosos que sentimos com maior intensidade a manifestação divina. Busquemo-la. Força e fé para todos nós.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 22 de março de 2020

AMOR-EXIGENTE E O CORONAVÍRUS (Doze princípios do Amor-Exigente adaptados para o enfrentamento do Covid-19)


1-    Raízes Culturais

Somos brasileiros e culturalmente gostamos do contato, de beijos no rosto, de abraços, de aconchegos e carinhos. Mas, nesse momento de enfrentamento da Covid-19 é necessário nos adequarmos a essa realidade, modificando temporariamente nossos hábitos, evitando o contato físico com quem convivem conosco ou com aqueles que nos relacionamos no nosso dia a dia.

2-    Também somos gente

Não somos super-heróis, nem super-humanos, somos tão somente gente e também corremos sérios riscos em relação à Covid-19. Adotar a ideia da imunidade não é medida capaz de nos proteger. Precisamos aceitar que isso também poderá acontecer conosco, e assim adotar todo o autocuidado necessário para a nossa proteção.

3- Os Recursos são limitados

Não podemos esperar o problema atingir níveis alarmantes para começarmos a agir. Precisamos nos antecipar, adotando atitudes de respeito aos limites, inclusive limitando ao máximo nosso contato com as pessoas. Sabemos que nosso sistema de saúde também é limitado e uma explosão de casos poderá levá-lo ao colapso. Nossas ações serão importantes para o achatamento da curva de contaminação.

 4-    Pais e filhos não são iguais
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Este é o momento de retribuirmos o que nossos pais ou avós fizeram por nós. As pessoas acima de 60 anos fazem parte dos grupos de risco. Devemos nos proteger para protegê-los. Por mais que eles desejam sair, precisamos segurá-los em casa e oferecer a eles toda a atenção possível. Somos diferentes: se corremos menos riscos, eles não.

5-    Culpa

Não é hora de procurar culpados, nem arranjarmos desculpas para descumprir as determinações das autoridades de saúde, mas assumir responsabilidades, sem esperar tudo do outro, do sistema, da saúde ou do governo. Cada um deve fazer a sua parte, sem transferir responsabilidades, lembrando que a culpa nos paralisa, enquanto a responsabilidade nos convida a ação.

6-    Comportamento

Mesmo diante desse momento complexo devemos buscar o nosso equilíbrio comportamental. Histeria, desespero, pânico em nada ajudam, pelo contrário, adoecem. É importante adotarmos as medidas recomentadas pelas autoridades de saúde, porém precisamos manter a calma, evitando, inclusive, o sofrimento por antecipação ou a dramatização do problema. 

7-    Tomada de atitude

Não precisamos esperar para ver o que acontece, mas entrar em ação. E a atitude neste momento é de recuo, de confinamento, de autocuidado, de cuidado com os outros. Devemos agir mesmo em confinamento para evitar o estresse e o tédio. Podemos ler um livro que nos tire por alguns momentos das notícias ruins, fazer um curso a distância, aprofundar nossos conhecimentos, etc.

8-    Crise

É evidente que a crise ora instalada mexe conosco, deixando-nos apreensivos, inseguros e com medo, sem saber ao certo o que vem pela frente. Mas essa crise também vai passar e dela também vamos tirar lições positivas, de aprendizado e superação. Após atravessarmos essa turbulência, sairemos mais fortes e certamente aprenderemos grandes lições.

9-    Grupo de apoio

Os grupos de apoio são fantásticos, mas o momento exige distanciamento. Podemos suspender as nossas reuniões de grupo e nem por isso deixarmos de manter contato. Vamos usar a tecnologia para nos manter conectados, trocando experiências, inclusive sobre essa ameaça. Agora é hora de usar nossas redes sociais para compartilhar boas mensagens. Isso vai passar e estaremos mais juntos que nunca.

10- Cooperação

Cada um de nós é único, mas parte de um todo. Não é o momento de sermos egoístas, pensando apenas em nós mesmos, mas de adotar o princípio da cooperação. Devemos evitar o esvaziamento de prateleiras de supermercados para fazer grandes estoques em casa, nem acabar com o álcool gel das farmácias. Nós precisamos, mas o outro também, que sejamos coerentes.

11- Exigência e Disciplina

Mas do que nunca precisamos nos disciplinar para enfrentarmos esse momento. Devemos seguir as regras estabelecidas, obedecendo as recomendações e também exigir disciplina daqueles que convivem conosco.  A situação exige novas posturas, novos hábitos, que devemos adotar e transformar em regras durante este período. A ausência da disciplina gera bagunça e diante da iminente ameaça que nos ronda é a receita certa para o caos.

12- Amor

Lembrando sempre o que diz o Amor-Exigente, amar é fazer aquilo que precisa ser feito, e é por esse amor verdadeiro, em relação aos nossos queridos que fazem parte do grupo de risco, que devemos, por vezes, contrariá-los. Por amor precisamos fechá-los, mantê-los confinados, evitando o contato físico, inclusive com os netinhos, mas ao mesmo tempo, sem desampará-los. Vamos atravessar esse momento e a melhor receita é o amor, mas um amor verdadeiro e exigente, para conosco, para nossos queridos e para com o próximo.

Adaptação de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho

segunda-feira, 16 de março de 2020

LIMITES: SUPERAR OU FREAR?

(Foto da internet)
Limites muitas vezes são vistos como uma barreiras paralisantes, no entanto, dependendo do contexto, devemos analisar nossos limites sob dois pontos de vista. Há momentos em que o objetivo será superá-los, com garra e determinação, e existem situações em que devemos tomar atitudes para interromper um processo antes de atingirmos nossos extremos e a consciência sobre os limites dos nossos recursos é o fator que delimita os momentos em que precisamos frear e os momentos em que é possível superá-los com determinação. 
Em relação a determinadas situações, limites não devem ser vistos como um ponto final, nem utilizados como justificativa para a acomodação, mas sim, como possibilidades de crescimento, de evolução. Essa busca pela superação deve relacionar-se as situações positivas, ou seja, aquelas que são saudáveis e que sua superação tende a nos fazer bem, a nos melhorar.
Como exemplos, podemos ampliar nossa busca por mais conhecimento, melhorar nosso desempenho no trabalho, lutar por melhores condições de vida, encarar situações novas, experimentar novos desafios, abandonar nossa zona de conforto, etc.
Por outro lado, existem momentos que vivenciamos sérios problemas, que exigem ação rápida. Em relação a esses momentos não precisamos esperar atingir nossos extremos para tomarmos atitudes, mas antecipar nossas ações. Empurrar o problema com a barriga, numa crença cega de que as coisas se resolverão por si só apenas faz aumentar nossos dramas e nos expõe a alto grau de risco.
Como exemplo, observemos os dependentes do álcool ou de outras drogas. A cada dia o problema cresce, ganha intensidade, causa danos severos e a resistência em buscar ajuda é enorme. Muitos, somente aderem ao tratamento quando atingem a degradação total, o limite, que alguns preferem chamar de fundo do poço, outros de fundo da fossa. Na família não é diferente. Vivem um drama crescente a cada dia, minam todos os seus recursos e nutrem uma ilusão de que as coisas mudarão por si só. Seguem procrastinando até os limites das suas forças e só buscam ajuda quando não aguentam mais.
Nessas situações, a grande sacada é despertar antes do colapso total, agindo o mais rápido possível para solucionar o problema. Caso seja necessário, podemos buscar ajudar e nos mover, pois esperar até o último segundo para tomarmos uma atitude poderá ser tarde demais. Existem momentos em que precisamos ser sábios, pois, como sugere um velho ditado, sábio é aquele que dá valor ao que tem, antes de perder.
Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

ISSO NÃO VAI ACONTECER COMIGO


Ninguém está imune aos problemas, por isso prevenir é o melhor caminho
(Imagem da internet)
“Isso não vai acontecer comigo”. Essa ideia de imunidade é a justificativa ideal  para continuarmos vivendo perigosamente, expondo-nos a riscos desnecessários, acreditando que os problemas só acontecem na casa dos outros, porém acreditar nessa crença em nada favorece nossa proteção. 

Para ilustrar essa ideia basta observarmos as advertências contidas nos maços de cigarros, cujas fotos apresentam pessoas acometidas pelas consequências do uso do tabaco e mesmo assim muitos iniciam o hábito de fumar, com a falsa crença de que não se tornarão dependentes do produto, e outros tantos continuam fumando excessivamente. Mesmo que alguns assumem possuir a consciência de que estão sujeitos aos problemas, no fundo, ainda preservam a ideia de que serão premiados pela sorte.

O mesmo exemplo do cigarro pode ser estendido a várias áreas da nossa vida, como por exemplo, a pessoa diabética que precisa controlar a alimentação, sabendo das consequências a que está sujeita, mas não se cuida.

E o que dizer do abusador do álcool ou de outras drogas, que mesmo assistindo a destruição que essas substâncias causam nas pessoas, prefere acreditar que isso não vai acontecer-lhe. Ele não consegue se enxergar no dependente que perdeu tudo e que cata latinhas nas ruas para manter o próprio vício. O cidadão que mendiga pelas ruas em busca de algumas migalhas para manter sua dependência, um dia no passado também pensou-se autoimune aos problemas decorrentes do seu hábito.

Adquirir a consciência de que todos nós estamos sujeitos a sofrer as consequências dos maus hábitos é o primeiro passo para nos cuidarmos, revermos nossas atitudes e aceitarmos a ideia de que isso também pode acontecer conosco. Não precisamos pagar para ver, nem errar para aprender, pois isso poderá nos custar um preço alto demais, melhor não arriscar



Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP

domingo, 19 de janeiro de 2020

QUEM EU SOU, ONDE ESTOU, PARA ONDE VOU?


“Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve” (Lewis Carroll)

 Ao refletirmos sobre nossas raízes culturais devemos analisá-las sob dois aspectos. Um deles está relacionado ao passado, ou seja, o que somos hoje é o reflexo do que recebemos durante toda nossa vida, ou seja, nossas relações familiares, as interações com nossos grupos de amizades, as influências recebidas dos diversos tipos de mídias, e das nossas escolhas, em relação ao que nos foram apresentados.

Sob esse ponto de vista olhamos para o meu eu através das nossas raízes culturais herdadas ou adquiridas ao longo da vida para identificarmos o que nos fizeram ser aquilo que hoje somos. É um olhar sobre o passado.

Mas, se o que somos hoje é reflexo da maneira como recebemos, assimilamos e formamos os nossos juízos, valores e princípios, o que seremos amanhã será o reflexo das nossas interações e escolhas de hoje. Sob esse ponto de vista, raízes culturais nos remetem a ideia de futuro. O que queremos ser? Para onde desejamos caminhar? O que precisamos corrigir?

Raízes culturais são, portanto, um processo dinâmico, que interliga passado e futuro. Dos valores, princípios e comportamentos que herdamos do passado, o que vale a pena preservarmos? O que podemos resgatar? O que devemos descartar? E quais deles estamos dispostos a adquirir?

Antoine de Saint-Exupéry citou, certa vez, que “Aqueles que chegam até nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. Se por um lado somos influenciados e fazemos nossas escolhas, de acordo com o juízo que fazemos diante do que nos é apresentado, por outro, também somos influenciadores, e isso nos alerta para nossa responsabilidade em relação as nossas condutas diárias.

Talvez fosse mais cômodo seguir a receita da música cantada pelo Zeca Pagodinho: “Deixa a vida me levar, vida leva eu”. Mas a vida é uma construção que depende das nossas ações. Para isso precisamos saber: Quem eu sou? Onde eu estou? Para onde eu vou? Pois, como uma fala citada no filme Alice no País das Maravilhas, se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

sábado, 28 de setembro de 2019

PROBLEMAS INCOMPATÍVEIS COM NOSSA PROPOSTA DE VIDA


(Imagem da Internet)
O nono princípio ético do Programa Amor-Exigente cita que devemos partilhar no grupo familiar eventuais problemas incompatíveis com a nossa proposta de vida. Para vivenciarmos este princípio na prática diária, em primeiro lugar, devemos agregar a família, pois não dá para partilharmos nada em uma família cujos membros não se relacionam, onde cada um vive a seu modo, em seu canto.

Outro fator que devemos nos atentar é sobre nossa proposta de vida. Como podemos corrigir problemas se não temos uma proposta? Para isso é importante identificarmos com clareza quais são nossos princípios de vida e quais são os valores que estamos dispostos a solidificar nas relações familiares. Nessa preparação, mais uma vez, faz-se fundamental as partilhas do grupo, visando a construção de uma proposta sadia, equilibrada e coerente.

Com uma proposta de vida bem definida, torna-se fácil identificarmos quaisquer problemas não compatíveis com elas, e assim, podemos agir rapidamente, com serenidade, clareza e posicionamento firme, visando sua correção. Não podemos cair na ilusão de que as coisas mudem sem que nada façamos. Como muito bem cita o Programa Amor-Exigente: nada muda se você não mudar.

Um posicionamento firme é fundamental para estabelecermos os limites aceitáveis na relação familiar - Não, isso eu não aceito. Com isso, eu não concordo. Isso eu não admito. Para tanto, atitudes são necessárias. De nada adianta ter claro uma proposta se nos calamos quando assistimos comportamentos incompatíveis com ela.

O medo de criar conflitos é um desastre para solidificarmos nossa proposta de vida. Não devemos fazer dos conflitos uma guerra, mas não podemos temê-los. Uma família feliz e funcional não é uma família sem conflitos, mas sim aquela que sabe administrá-los.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

domingo, 25 de agosto de 2019

COOPERAÇÃO - PRINCÍPIO ÉTICO FAMILIAR

(Imagem extraída da internet)
 Para vivenciarmos o oitavo princípio ético do Amor-Exigente devemos responder a três questões: O que eu posso fazer por você? O que você pode fazer por mim? O que podemos fazer juntos?

A primeira questão nos convida a um olhar sobre nós mesmos para identificarmos como podemos nos envolver, colocando-nos a disposição para apoiar, auxiliar e agir visando o bem do outro. Essa atitude é uma demonstração do quanto nos preocupamos com aqueles que convivem conosco, pois sem isso, tornamo-nos pessoas egoístas e autoritárias, que ditam ordens, cobram, mas nada fazem.

Mas precisamos de cuidado para não nos transformarmos em meros serviçais do outro. Existem coisas que não precisamos fazer, pois eles possuem plenas condições de realizar por si mesmos. Quando carregamos o material escolar dos filhos ou passamos o dia recolhendo tudo o que eles espalham pela casa, enquanto eles vivem espichados no sofá, não estamos cooperando com eles, pelo contrário, além de sofrermos com uma sobrecarga, ainda tiramos deles a oportunidade de crescimento, de independência e de se tornarem futuramente pessoas responsáveis.

A segunda questão nos leva a refletir sobre a aceitação da ideia de também sermos servidos pelo outro. Muitas de nós gostamos de servir, sem aceitar do outro nada em troca.  Dessa forma não valorizamos suas capacidades e menosprezamos a importância do servir como um valor ético. Quando apenas um lado serve, enquanto o outro somente recebe, o relacionamento torna-se frio. 

A terceira questão nos leva a pensar sobre tudo aquilo que podemos fazer juntos para benefício de todos. Essa é a verdadeira essência da cooperação, no entanto, não basta fazermos juntos, precisamos aproveitar o momento para criarmos um ambiente favorável, fazendo das atividades, algo agradável, onde haja um contato sadio e de qualidade.

Os lares funcionais possuem como uma das principais características os fortes vínculos afetivos entre seus membros. A vivência desse princípio ético em sua plenitude é o combustível que alimenta e fortalece esses vínculos, contribuindo para uma convivência familiar agradável, onde a harmonia reina e o respeito mútuo prevalece. E a isso chamamos de família, ou seja, um grupo de pessoas que cooperam entre si. Sem isso, a casa não passa de um amontoado de pessoas e nada mais.


Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

quinta-feira, 25 de julho de 2019

AGIR COM RESPEITO E FRATERNIDADE NO RELACIONAMENTO COM SEUS PARENTES E AFINS

(Imagem da internet)
Cada membro da nossa família é uma pessoa única, com suas características e peculiaridades e para vivenciarmos a prática deste princípio ético é fundamental que respeitemos as diversidades.

Para isso é necessário aceitarmos as pessoas como elas são. Cada um de nós possui pensamentos, comportamentos e visão de mundo que se divergem. Cada pessoa é única, faz suas próprias escolhas e age de acordo com sua personalidade. Desde que as atitudes e os comportamentos do outro não nos prejudique, não há porque querermos que sejam diferentes do que são.

Em relação aos parentes e afins são pessoas próximas de nós, que convivem conosco e essa aproximação não nos dá o direito de sermos grosseiros, estúpidos e mal educados. Muitos tratam pessoas desconhecidas com educação e respeito, no entanto, não adotam a mesma amabilidade quando se trata de pessoas da família e isso não é um comportamento equilibrado.

Agir com respeito e fraternidade exige de nós o reconhecimento de que às vezes também precisamos ceder, aceitar que também erramos, e que não há nenhum mal em reconhecermos uma falha. Reconhecer que erramos não é sinal de fraqueza, pelo contrário, abre a possibilidade da reconciliação.

A proliferação da fofoca é um dos comportamentos que mais desagrega o grupo familiar e devemos evitá-la a todo custo. Há um dito popular que cita que a fofoca morre nos ouvidos da pessoa inteligente, então, que sejamos.

Agregar a família é um bom começo para vivenciarmos esse princípio na prática, porém, um dos grandes problemas de aproximação do grupo familiar é que essa tentativa costuma ser regada a muita bebida alcoólica e assim, ao invés de agregar, gera conflitos e não raro, um momento que seria de alegria e confraternização termina em grandes confusões.

Por fim, devemos ter clareza que respeitar e agir fraternalmente com parentes e afins não significa aceitar ser explorado ou manipulado por estes. Agir com respeito não nos obriga a sermos alvo de parentes cujo único objetivo é agir com má fé e nos sugar. Certa vez o marquês de Vauvenargues citou que “Os tipos infames surpreendem-se quando notam que um homem bom também sabe ser esperto”. Ser bom não significa ser bobo.

Texto de Celso Garrefa
AE Sertãozinho SP

domingo, 23 de junho de 2019

RELACIONAR-SE FRATERNALMENTE E COM RESPEITO (6º Princ. Ético do AE)

(Imagem extraída da internet)

         Atualmente, um dos grandes problemas da família é a falta de interação. Seus membros não se relacionam mais dentro de casa, e cada um vive do seu modo, no seu canto, absorvidos pelas suas redes sociais. Mesmo morando na mesma casa, chegam ao absurdo de se comunicarem via mensagens de celular.

            Até mesmo na hora do jantar esses aparelhos continuam ao lado dos pratos. Os filhos vivem com fones nos ouvido e a família não conversa mais. Essa realidade criou uma nova formação familiar, que costumo chamar de família de desconhecidos, ou seja, pessoas que moram na mesma casa, dormem na mesma casa, comem na mesma casa e nada mais.

            Para vivenciarmos esse princípio ético, primeiro vamos precisar criar momentos de interação na família, pois não é possível nos relacionarmos fraternalmente, se sequer interagimos. Que tal começarmos criando a regra de jantarmos sem tevês ligadas, e sem a presença dos celulares na mesa?

            Em seguida, valorizar cada momento, abandonando a estupidez, a agressividade, a apatia, e aprendermos também o valor do elogio, do diálogo agradável. Ouvir com interesse e atenção, e até nos momentos que precisarmos ser firmes, fazê-lo com educação e respeito.

            Estendendo este princípio ético para além da nossa casa, podemos adotá-lo também nos grupos em que atuamos, visando criar uma relação fraterna com cada um, respeitando as opiniões e pontos de vista do outro, mesmo que não coincidam com os nossos. Não julgar ou fazer qualquer diferença das pessoas em razão da sua religião, da sua orientação sexual ou da sua cor de pele.

            Respeitar as pessoas, independente do cargo que exercem ou da posição social que ocupam, sem bajular ou tratar com luvas de pelica aqueles que ocupam cargos ou funções superiores, nem desprezar aqueles que não tiveram melhores oportunidades na vida. Abandonar o papel de ciclista, que se curva em cima e pisa embaixo.

Vivenciando na prática este princípio valorizamos as pessoas que convivem conosco, alicerçamos as relações e esperamos a reciprocidade, que são comportamentos fundamentais para uma convivência respeitosa e harmônica. Que tenhamos coragem de desligar um pouco nossos celulares.

Texto de Celso Garrefa
Sertãozinho SP

segunda-feira, 20 de maio de 2019

NINGUÉM OFERECE AO OUTRO AQUILO QUE NÃO TEM (5° Princ. Ético do AE - Transmitir Valores e Princípios)

Ninguém é capaz de oferecer ao outro aquilo que não tem, portanto para transmitirmos qualquer valor ou princípio em nosso meio devemos, primeiramente, nos apoderarmos deles, vivenciando-os em nosso dia-a-dia. Isso exige de nós uma busca constante por sermos um modelo de vida, de atitude, de comportamento, capazes de servir de exemplo àqueles que desejamos influenciar positivamente.

A nossa participação e envolvimento nos diversos grupos em que atuamos dobra nossa vigilância sobre nós mesmos, exigindo de cada um de nós um cuidado redobrado. Nosso discurso deve coincidir com nossa prática diária, pois sem isso, perdemos crédito.

Nossa família, de todos os grupos que participamos, é o mais importante deles e não devemos medir esforços para transmitir nossos valores e princípios entre os nossos, sem esquecermos de que devemos valorizar mais o ser que o ter, mais a presença que os presentes, mais as pessoas que as coisas.

Para alcançarmos êxito neste objetivo é importante traçarmos metas para eliminarmos atitudes e comportamentos que podem influenciar negativamente aqueles que convivem conosco, libertando-nos da prepotência, de arrogância, da estupidez, da agressividade, da falta de empatia, da raiva, da mágoa, da tristeza, da instabilidade emocional, da culpa, do autoritarismo, etc.

Ao transmitirmos nossos valores, devemos respeitar as possibilidades de cada um, sabendo que cada pessoa é única. Devemos, ainda, compreender e aceitar as mudanças de mundo para atuarmos sem que fiquemos presos ao passado, em discursos que não se encaixam na nossa atual realidade, mas conscientes de que os verdadeiros valores de vida são imutáveis.

Ao tomarmos consciência dos nossos valores e princípios, e deles nos apoderarmos, vivenciando-os em nosso dia a dia, ganhamos crédito, respeito e autoridade para transmiti-los nos grupos em que participamos e, mais importante ainda, em nosso grupo familiar.


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

sábado, 20 de abril de 2019

RESPEITAR E CUMPRIR AS REGRAS DOS GRUPOS EM QUE VOCÊ VIVE E ATUA

(Imagem da internet)
(4ª PRINCÍPIO ÉTICO DO PROGRAMA AMOR-EXIGENTE)

         Qualquer instituição, sem disciplina, caminha a passos largos rumo ao fracasso, seja ela uma empresa, uma escola, ou um grupo ao qual pertencemos, e uma boa disciplina é construída através de regras claras capazes de nortear as condutas de cada membro pertencente a cada uma dessas organizações.

    O primeiro e principal grupo ao qual pertencemos é o familiar, que também é uma organização social, cujas regras precisam ser respeitadas. O primeiro passo para vivenciarmos este princípio em nossa casa é estabelecermos as regras da casa. Não tem como esperarmos respeito às regras, se elas não existem. Também é fundamental que elas sejam as mais claras possíveis, bem como devemos estabelecer quais as consequências para aqueles que insistem em não respeitá-las. 

As regras a serem construídas precisam ser pensadas, estudadas, e devem conter objetivos a serem atingidos. Certa vez uma pessoa desejando parecer moderna me confidenciou que sua casa continha apenas uma regra: é proibido proibir. Este é um exemplo de regra desastrosa, porque indica uma ausência de regras, e sem regras seus membros caminham sem rumo, cada um do seu jeito, a seu modo.

Por vezes me perguntam quais são as regras que devemos implantar em casa. Não tenho a resposta. Isso depende da peculiaridade e dos objetivos de cada família. Na nossa casa temos nossas regras e proibições: é proibido desrespeitar, é proibido ofender, é proibido gritar com o outro, é proibido consumir substâncias ilícitas, é proibido abusar do álcool, é proibido qualquer tipo de violência, etc. Na nossa casa é permitido o diálogo, é permitido o respeito, é permitido a cooperação, é permitido a afetividade, etc.

A regras a serem estabelecidas devem sempre observar o bem comum, cujo ordenamento das normas visem organizar as relações e a convivência entre seus membros, e isso começa pois aqueles que não respeitam as regras da casa, certamente não respeitarão as normas dos grupos aos quais pertencem, nem as regras de convivência em sociedade. E a vida cobra, mas não com o mesmo amor que cobram os pais. 

                  Texto de Celso Garrefa
                  Sertãozinho SP
                 

sábado, 6 de abril de 2019

COMUM NÃO É SINÔNIMO DE NORMAL

(Imagem da internet)
          Cometemos um grande engano ao tratarmos como normais determinados comportamentos pelo simples fato deles serem  considerados, hoje em dia, como comuns.

Atualmente é comum os jovens fazerem uso da maconha, inclusive dentro da própria casa. É comum crianças desrespeitarem, mandarem e desmandarem em seus pais. Também é preocupantemente comum a corrupção em nosso país. Mas, o fato desses comportamentos serem comuns não os transformam, automaticamente, em normais.

Evidente é que cada um julga aquilo que vivencia de acordo com os seus próprios juízos e sua visão de mundo, mas necessário também é, desenvolvermos um senso crítico diante do que nos é apresentado, pois assim podemos nos posicionar com discernimento.

            Se aceitarmos determinadas atitudes como normais apenas por serem comuns, perdemos em argumentação e abrimos caminho para a aceitação e permissividade. Se aceitamos comportamentos comuns como normais engrossamos a lista de pessoas que adotam hábitos, sem questioná-los, tornando-os cada vez mais comuns.

            Não precisamos transformar em regra, assumir ou aceitar determinadas atitudes apenas sob o ponto de vista de que são comportamentos comuns, pois se assim o fizermos corremos sério risco de nos transformarmos em mera massa de manobra, condicionados a pensar e agir de acordo com interesses, muitas vezes, escusos. Pensar, questionar e refletir são atitudes que nos ajudam a assumir uma personalidade e, consequentemente, a adotarmos um posicionamento diante daquilo que nos é apresentado.

            Também é fundamental possuirmos o devido cuidado para não paralisarmos no tempo. O mundo muda, mudam-se os hábitos e costumes, e precisamos acompanhar essas mudanças. Não dá para ficarmos presos ao passado, lamentando o presente. A vida é hoje, o agora, e o nosso grande desafio é nos adequarmos ao novo tempo, sem, no entanto, assumirmos ou aceitarmos passivamente comportamentos inadequados, sob a desculpa de que são comuns nos dias de hoje.

            Por fim, reforçamos que não é normal aceitarmos como normais situações e comportamentos pelo simples fato de serem comuns. Não podemos confundir: comum não é sinônimo de normal. 

                 Texto de Celso Garrefa
                 Sertãozinho SP





domingo, 31 de março de 2019

PAIS E FILHOS NÃO SÃO IGUAIS


       
Em um passado recente, o autoritarismo era marcante na educação das crianças. Os filhos não eram vistos, nem ouvidos. Não tinham voz, nem vez. Esse tipo de comportamento não se encaixa mais na educação moderna, e precisava ser interrompido. No entanto, no ímpeto da mudança fomos de um extremo a outro. Passamos a nos relacionar com os filhos de igual para igual, tratando-os mais como amiguinhos e esquecemos que, antes de sermos seus amigos, somos pais e precisamos exercer o nosso papel de pais.

Sem isso, invertemos os papéis e quem passam a  mandar na casa, a ditar as regras são os filhos, enquanto os pais apenas obedecem e essa é a receita certa para o colapso familiar. Sem exercermos nossas responsabilidades de pais, na educação das crianças, permitimos que cresçam a mercê de si mesmos, entregues a própria sorte, como filhos órfãos, porém de pais vivos. 

Os pais são guias e orientadores. Devem exercer sua autoridade para nortear a conduta dos filhos, cientes de que esse exercício é facilitado quando, em se tratando da educação das crianças, pai e mãe possuem unidade e falam a mesma língua. 

Um fator essencial para o exercício da autoridade, e que a difere do autoritarismo, é o poder do exemplo. É complicado desejar que os filhos sejam equilibrados se vivemos em estado de loucura. É difícil aconselhá-los em relação ao abuso do álcool se eles assistem nosso consumo abusivo. É tarefa complicada colocar Deus na vida dos pequenos, se não vivemos uma espiritualidade. Sem sermos exemplos deixamos de exercer nossa autoridade, que é legítima, para adotarmos duas outras atitudes nada funcionais: ou nos tornamos autoritários ou caímos na passividade.

É importante, também, compreendermos que autoridade se conquista respeitando e exigindo respeito, com posicionamento firme e claro e não através do uso de agressões ou violências, barulhos ou gritos.

Por fim, e para não restar dúvidas, não há problema em sermos amigos dos nossos filhos, desde que, antes disso exercemos nosso papel de pais com autoridade, equilíbrio, coerência e responsabilidade.

(Celso Garrefa - Sertãozinho SP)

domingo, 24 de março de 2019

CONSTRUINDO UMA PROPOSTA DE VIDA FAMILIAR



“Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve“. Essa frase, citada por Lewis Carroll, no livro “Alice nos País das Maravilhas”, faz-nos refletir sobre a importância de estabelecermos uma proposta de vida para nossa família. 

O primeiro passo nessa construção começa conosco. Precisamos, em primeiro lugar, vivenciar a proposta de vida que estamos dispostos a transmitir no nosso meio familiar.  Quais são os nossos princípios de vida? Que valores vivenciamos em nosso dia-a-dia? Que condutas e atitudes adotamos visando um comportamento equilibrado e coerente? 

A proposta de vida que estamos dispostos a transmitir deve visar o bem comum, o respeito mútuo e o fortalecimento dos vínculos afetivos, que são a essência de uma família equilibrada e funcional. E como estamos falando em respeito, não dá para pensarmos uma proposta de vida familiar, sem ouvirmos e envolvemos os membros que a compõem.

Também é importante sermos fiéis, honestos e verdadeiros na vivência da nossa proposta de vida, transmitindo-a com clareza, e sem acomodação, trazendo à tona e cobrando a correção de quaisquer problemas que não condizem com nossa proposta de vida, sem camuflar a verdade e sem empurrar para debaixo do tapete questões que precisam ser debatidas.

Atitudes e comportamentos equilibrados, coerentes e responsáveis são essências na construção e transmissão da nossa proposta de vida, sem isso, não se organiza ou reorganiza uma família, e sem um norte, cada um dos seus membros vaga perdido, sem saber que rumo tomar. 

Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

PADRE HAROLDO - CEM ANOS SÓ DE AMOR

Hoje, um dia especial. Nosso querido Padre Haroldo está completando CEM anos de vida. Se fôssemos listar suas qualidades não precisaríamos de muito esforço para atingir a marca de CEM atributos que fazem desse jesuíta um ser iluminado.

Dentre suas inúmeras obras e realizações destacamos a criação do Movimento de Liderança Cristã - TLC, a fundação da “Fazendo do Senhor Jesus”, para dependentes do álcool e outras drogas; a criação do Programa Amor-Exigente, hoje presente em todo território nacional e outros países da América do Sul; a co-fundação da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract); a co-fundação da Pastoral da Sobriedade da Igreja Católica; a autoria de mais de vinte livros publicados, etc. (Fonte: http://padreharoldo.org.br/padre-haroldo/)

Para muitos, Haroldo é sinônimo de “amor”; para outros, “coragem”, como ele mesmo cita: “Medo de nada, só amor”. Outros o veem como “salvador” e quantas e tantas vidas resgatadas por suas obras. Há quem o enxergue como “esperança”, inspiração para dias melhores. Também é visto como “luz”, sua presença irradia bondade, sabedoria e, mais uma vez, em suas próprias palavras: “alegrrrrria”.

Costumamos ouvir, com frequência, que o mundo precisa mais de amor, de compreensão, de compaixão, de equilíbrio, de sabedoria, de luz, e podemos resumir tudo isso dizendo que o mundo precisa apenas de mais de “Haroldos”.

Em nome de todos os coordenadores e voluntários do Programa Amor-Exigente de Sertãozinho SP, desejamos, Padre Haroldo, muita luz, muita paz, com a certeza que seu brilho iluminará muitas e muitas gerações, infinitamente. – Feliz aniversário.


Texto Celso Garrefa
Sertãozinho SP

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