sábado, 11 de fevereiro de 2017

OS PROFESSORES TAMBÉM SÃO GENTE

Os professores também são gente, mas atualmente, eles possuem um desafio quase desumano, que é a tarefa de ensinar alunos que, nem sempre, estão interessados em aprender.

A família é a primeira referência na vida da criança e os pais são os responsáveis pela educação dos filhos. Aos professores cabe a missão de ensinar, porém, a omissão de muitas famílias na condução da educação dos filhos tem despejado em nossas escolas um número elevado de alunos mal educados, sem a mínima noção de regras e limites.

Enfrentar esse problema é um dos grandes desafios dos professores em sala de aula e por mais que eles aleguem que se formaram para ensinar e não para educar, as novas realidades colocam diante deles alunos de comportamentos os mais diversos e variados possíveis.

É quase desumano um professor encarar turmas com trinta, quarenta alunos, onde tudo acontece. Desde os engraçadinhos, que atrapalham todo o andamento da aula a alunos agressivos e violentos, que ameaçam e até agridem os seus mestres. Não bastasse, ainda precisam lidar com os comportamentos desajustados de muitos pais que, ao invés de corrigir o problema, preferem culpar e atacar nossos mestres.

Os professores também são gente e, assim como não existem pais perfeitos, também não existem professores perfeitos. A perfeição é divina e professores não são deuses. A busca pela perfeição, cujo objetivo não está ao seu alcance, geram frustrações. Como gente, os professores também possuem suas limitações, seus medos, suas emoções. Não são super-heróis, nem máquinas. 

Os professores também precisam reconhecer que são humanos, que possuem limitações e não vão conseguir dar aulas de manhã, tarde e noite, sem sofrer as consequências dessa sobrecarga. Como gente possuem sentimentos e emoções e precisam cobrar e exigir respeito. Como gente, não são super-heróis, que conseguem resolver tudo sozinhos. Como gente, não são autossuficientes e também precisam de apoio. 

Enquanto não enxergarmos nossos professores como gente, cada vez mais eles se afastam por ansiedade, estresse ou depressão. Cada vez mais, aumenta o desinteresse em lecionar e corremos o risco de faltar mestres em nossas escolas e sem mestres não há educação, nem formação e um povo que não respeita seus mestres, não respeita a si próprio.



          Texto de Celso Garrefa
Programa Amor-Exigente 
de Sertãozinho SP

sábado, 28 de janeiro de 2017

EDUCAÇÃO PREVENTIVA: FALANDO A MESMA LÍNGUA



         
       A falta de entendimento do casal, em relação à educação dos filhos, é um dos fatores negativos para a construção de uma educação preventiva e assertiva. É de extrema importância que, em se tratando de filhos, os pais aprendam a falar a mesma língua.

            Essa não é tarefa fácil, considerando as diferenças de opinião e as individualidades de cada um. É comum pai e mãe possuírem comportamentos opostos, enquanto um é mais exigente, o outro é permissivo, enquanto um é firme no posicionamento, o outro é facilitador. Enquanto um tenta estabelecer regras, o outro vive quebrando-as. O desafio é buscar um ponto de equilíbrio e essa construção exigirá que o casal aprenda a dialogar.
           
            Na busca da unidade ambos devem opinar, colocar seu ponto de vista e também precisam ceder em alguns pontos, porém, estabelecido o entendimento, é importante que se mantenham firmes nele. É desastroso para a formação da criança, quando um dos pais toma uma decisão e o outro não a respeita. Isso mata a autoridade do companheiro e as crianças se acostumam a buscar pelo facilitador.

          Atualmente, a formação familiar é bastante variada. Muitas crianças são filhas de pais separados e assim, excluindo os casos onde a guarda é compartilhada, a criança convive com um dos pais e passa períodos curtos com o outro. Casais se separam, mas os filhos não deixam de ser seus filhos e em se tratando da educação deles, os pais devem continuar falando a mesma língua.

            Educar as crianças da nossa geração é um grande desafio, cujo sucesso depende muito do envolvimento de ambos os pais, portanto, o casal precisa construir parceria e não divisão. Os pais, ao partilharem do mesmo posicionamento em relação à educação que desejam transmitir aos filhos, contribuem significativamente para a formação de filhos saudáveis, mesmo em um mundo cheio de armadilhas.

            Texto de Celso Garrefa
            Amor-Exigente de Sertãozinho - SP

sábado, 21 de janeiro de 2017

PODER INFANTIL: FILHOS MANDAM, PAIS OBEDECEM

Júnior acabou de fazer cinco anos e, apesar da pouca idade, é ele quem manda na casa. A tevê só fica ligada no canal que ele deseja assistir, é ele que determina o horário que os pais devem dormir e também é ele que escolhe o que a família come. Quando não atendido prontamente em seus desejos, um choro, uma birra e os pais cedem e assim a família passa a ser controlada pelo poder infantil.

Todo esse poder transferido aos pequenos caminha na contramão de uma educação assertiva. São os pais que possuem as atribuições de educadores, de orientadores dos filhos e devem exercer suas responsabilidades ativamente, caso contrário, assistimos a uma inversão de papeis.

Em um passado recente, as crianças não tinham vez, nem voz. Na casa eram como pessoas invisíveis, sem direito a opinar, não eram vistas, nem ouvidas. Nos dias de hoje os pequenos têm participação ativa na família e precisam ser ouvidos, precisam ser respeitados e suas opiniões levadas em consideração, mas, são os pais que devem assumir o comando. Toda instituição, para um bom funcionamento, precisa de uma hierarquia estabelecida, com definições claras dos papeis de cada um. A família também é uma organização social que precisa de um comando. 

As crianças, como sujeitos em formação, precisam de um guia, precisam de referências, precisam de responsáveis que norteiem suas condutas. Elas precisam saber que são pessoas queridas, respeitadas e amadas, mas precisam entender que elas não são as donas da casa, cujos desejos são todos atendidos imediatamente, conquistados através de manhas, birras e escândalos. Precisam saber que a casa é de todos, mas existe um comando e não são elas que possuem esse poder.
         
Celso Garrefa

domingo, 15 de janeiro de 2017

PACIÊNCIA: QUEM NÃO TEM, COME CRU


          
Muitas de nossas meninas se tornam adultas sem nunca haver lavado a própria calcinha; muitos de nossos meninos chegam à maioridade sem nunca aprender colocar roupas sujas no cesto. Não fazem porque alguém faz por eles, geralmente a mãe. Se perguntarmos a essas mães porque fazem, costumam justificar: - “Eu não tenho paciência para esperar que eles façam”.
           
            No exercício de uma educação assertiva, precisamos usar a paciência a nosso favor. Os filhos sabem quando não possuímos paciência para esperar, eles sabem que após pedirmos por duas, três ou quatro vezes, desistimos e fazemos por eles. Assim eles enrolam, enrolam, e nos enrolam. Outras vezes sabem que não temos paciência para suportar pressão e insistem até cedermos. Por vezes, dizer não a um filho é necessário, e precisamos de paciência para suportar a pressão e manter firme nossa posição.

            Quando falamos sobre a paciência não podemos confundi-la com passividade, pois a passividade está ligada a falta de autoridade, a falta de ações e atitudes, exemplo disso, são as mães que precisam pedir por centenas de vezes para que a criança vá tomar banho. Isso é demonstração de ausência de autoridade.

            Dentro do ambiente familiar todos devem assumir responsabilidades, inclusive as crianças, evidentemente, de acordo com a idade e suas possibilidades, pois a casa é de todos e todos devem cooperar para o bem comum. Aquilo que nos cabe, devemos fazer, mas aquilo que é obrigação dos filhos, precisamos permitir que eles façam e por vezes, ter a paciência necessária para esperar que façam. 

            Usar a paciência a nosso favor é possuir a calma e o controle necessários para permitir que o outro faça do jeito dele, no momento dele, porém que faça. Por vezes, desejamos que eles cooperem conosco, mas queremos que façam de forma idêntica a nossa e reclamamos porque não possuímos a paciência necessária para aceitar as diferenças. Podemos ensiná-los e orientá-los a fazer melhor, mas ainda assim, devemos deixá-los que façam.

E quando não fazem aquilo que é obrigação deles? Quando cansamos de esperar que façam? Quando esgotamos nossa paciência? Neste momento entra a ação, a atitude e a criatividade. Nós precisamos deles, mas eles também precisam de nós. Precisam da senha do wi-fi, adoram o i-phone, curtem a internet e as redes sociais, vivem com fones nos ouvidos. Passar uma tarde sem acesso à internet não mata ninguém e algumas horas sem conexão, para a atual geração tecnológica, parecem-lhes uma eternidade.

Usar a paciência a nosso favor não significa cair na passividade e acomodação e esperar para ver o que acontece. A Neste momento entra a ação, a atitude e a criatividade. Nós precisamos deles, mas eles também precisam de nós. Precisam da senha do wi-fi, adoram o i-phone, curtem a internet e as redes sociais, vivem com fones nos ouvidos. Passar uma tarde sem acesso à internet não mata ninguém e algumas horas sem conexão, para a atual geração tecnológica, parecem-lhes uma eternidade.

Usar a paciência a nosso favor não significa cair na passividade e acomodação e esperar para ver o que acontece. A educação assertiva deve ser trabalhada ao longo do tempo e precisamos de paciência para construí-la no dia-a-dia, pois, como diz o ditado, quem não as tem, come cru.Passar uma tarde sem acesso à internet não mata ninguém e algumas horas sem conexão, para a atual geração tecnológica, parecem-lhes uma eternidade.

Usar a paciência a nosso favor não significa cair na passividade e acomodação e esperar para ver o que acontece. A educação assertiva deve ser trabalhada ao longo do tempo e precisamos de paciência para construí-la no dia-a-dia, pois, como diz o ditado, quem não as tem, come cru.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

DA INFÂNCIA PARA A VIDA TODA


Júnior ainda não nasceu. A mãe está nas últimas semanas de gestação e a família se prepara para a chegada do pequeno. O pai, torcedor fanático de um grande clube de futebol, já providenciou os presentinhos. Comprou um lençol com o símbolo do time, uma minúscula camisa com o número dez às costas e não esqueceu do short e da toalhinha de banho, também com a estampa e cores do clube.

Quando vier ao mundo, o pai não medirá esforços para transformá-lo em mais um torcedor do seu time do coração. Assistirá aos jogos na tevê junto com o filho e durante a partida usará todo seu argumento para convencê-lo de que aquela equipe é a melhor, a superior. Quando possível, levará a criança consigo ao estádio de futebol para que ele sinta de perto a vibração da torcida.

            Esse relato nos mostra o quanto nós, pais ou mães, ainda exercemos grande influência sobre a formação dos nossos filhos, principalmente se nos empenharmos e começarmos o mais cedo possível.

            Certa vez, um temido ditador fez a seguinte citação: “Deixe seu filho de zero a quatro anos comigo, depois faça o que você quiser, mas nunca mais ele será seu”. Crianças aprendem aquilo que vivenciam e o que lhes é apresentado nos primeiros anos de existência marcará toda a sua vida. Portanto, não devemos perder a grande oportunidade de plantar, na base de formação dos nossos filhos, valores de integridade moral e ética, princípios que servirão de norte para toda a sua existência.

            É com a mesma vontade, dedicação, empenho e esforço demonstrado pelo pai torcedor, que devemos nos empenhar para fazer dos nossos filhos, pessoas íntegras e de caráter, sem nos esquecermos de que se não o fizermos, futuramente corremos o risco de nos tornarmos as principais vítimas de filhos sem escrúpulos.   

            Na formação da base precisamos ensinar valores como o respeito a si próprio e aos outros, o fortalecimento da autoestima, o desenvolvimento do senso crítico, a valorização da capacidade de fazerem boas escolhas, entre outros, mas dentre todos, não podemos perder a oportunidade de marcar a formação de nossos filhos com a essência de Deus em sua vida.

O pai torcedor, com raríssimas exceções, fará do filho mais um torcedor do clube de sua preferência e ninguém depois o convencerá de mudar de preferência. Fazendo um comparativo,  precisamos marcar a formação dos nossos filhos tão intensivamente, para mais tarde não corrermos o risco de perdê-los para as drogas, para a marginalidade ou para as ruas.


            Texto de Celso Garrefa
            Amor-Exigente de Sertãozinho SP







domingo, 8 de janeiro de 2017

QUEM É VOCÊ?



Raízes culturais é primeiro princípio do Programa Amor-Exigente e não dá para falar sobre ele sem nos perguntarmos quem somos. Será que possuímos uma identidade ou vivemos apenas de personagens exigidos pelos outros, pela moda ou pela mídia?

Muitos pais vivem repetindo, de forma entusiasta, que vivem em função dos seus filhos, mas porque viver em função dos filhos se podemos viver todos? É óbvio que os filhos merecem toda nossa atenção, todo nosso carinho, todo nosso amor, mas não precisamos nos abandonar em função do amor que sentimos por eles. Aqueles que vivem apenas em função do outro, não têm vida.     

Sem uma identidade, não somos vistos, não somos respeitados, nem levados a sério. Tornamo-nos invisíveis. Sem personalidade, apenas ocupamos espaço e não adianta cobrarmos nada do outro se não fizermos a parte que nos cabe.

Se desejamos ser respeitados, precisamos, primeiro, nos conhecer, saber quem somos, quais são nossos gostos, nossos projetos, nossos sonhos. Precisamos aprender a pensar, a questionar, a refletir e assim podemos nos posicionar, caso contrário, serviremos apenas como objeto de manobra, condicionados a pensar em massa e agir como máquinas.

Quantas mães e pais nos queixam que gostariam de maior atenção dos filhos, porém, enquanto os abastecem com roupas e tênis da melhor qualidade, vivem remendando os próprios chinelinhos. Se desejamos ser notados, precisamos nos apresentar e chamar a atenção. Isso não se resume a relação entre pais e filhos, serve também para o casal e para a vida em sociedade. 

Já pensando no próximo princípio do Programa Amor-Exigente, devemos aceitar o óbvio: nós também somos gente e como gente merecemos respeito, mas o respeito, a atenção e o amor do outro só conquistaremos a partir do momento em que aprendermos a nos valorizar, a nos respeitar e a nos amar e assim podemos nos apresentar com coragem e cabeça erguida: nós sabemos quem somos, nós estamos aqui.

            Texto de Celso Garrefa
            Sertãozinho SP

sábado, 17 de dezembro de 2016

SOBRIEDADE COMPORTAMENTAL




Certa vez, nas partilhas de grupo, os pais e mães falavam sobre a dependência dos filhos, quando uma participante, mostrando-se espantada ao ouvir os relatos, agradeceu a Deus o fato do seu filho não usar drogas. Então, um dos participantes perguntou-lhe: Quantos anos têm seu filho? - Vinte e cinco. Ele trabalha? – Não. Ele estuda? – Não. Ele coopera em casa? – Não. Ele respeita os membros da família? - Também não. 

Existem muitos jovens ou adultos que nunca fizeram uso de droga nenhuma, no entanto, apresentam desajustes comportamentais piores do que muitos usuários, e da mesma forma, causam transtornos e por isso precisam ser trabalhados, precisam ser corrigidos.

O Amor-Exigente não é um programa destinado apenas aos dependentes e seus familiares. Seu principal objetivo é o desenvolvimento do equilíbrio comportamental. Nesse sentido, ele destina-se a todos. Ao jovem que faz uso de substâncias ilícitas, aos não usuários, mas cujos comportamentos são uma droga, aos pais, que também não são perfeitos e possuem comportamentos a serem corrigidos, enfim, destina-se a todos aqueles que desejam experimentar a sobriedade comportamental.

Devemos compreender que a falta de sobriedade não está relacionada apenas ao abuso do álcool ou ao consumo de substâncias ilícitas, mas nas atitudes de cada um. Onde está a sobriedade de um político com as cuecas recheadas de dinheiro? E o que falar de autoridades eleitas pelo povo, como seus representantes, e quando assumem o poder afanam o dinheiro público, com voracidade sem limites? O que pensar de tantos desvios, tantas corrupções e favorecimentos ilícitos? Quanta falta de ética. Quantos comportamentos “droga”.

E nós, que nos indignamos com tudo isso, como agimos? E os nossos comportamentos, como vão? Furamos filas? Não cedemos lugar aos idosos? Jogamos entulhos em terrenos baldios? Mentimos para tirar alguma vantagem? Somos grossos e estúpidos? Calamo-nos diante de um troco a mais? Oferecemos ou aceitamos vantagens para fecharmos um contrato? Abusamos dos bens públicos? Espalhamos notícias fakes, sem verificar sua procedência? 

Antes de julgarmos os comportamentos do outro, devemos cuidar dos nossos. Nossas atitudes merecem, de nossa parte, vigilância constante, num trabalho permanente de construção da nossa sobriedade comportamental, pois um comportamento, quando não cuidado, também adoece e, consequentemente, adoece também aqueles que estão a nossa volta. 

            Texto de Celso Garrefa
            Sertãozinho SP

          

domingo, 11 de dezembro de 2016

SOBRIEDADE




Certa vez, falando a um grupo de internos em uma comunidade terapêutica, citamos que a recuperação não é para todos e que os melhores resultados não atingem o índice de trinta por cento de sucesso, ou seja, daqueles cinquenta internos do local, pelas estatísticas, apenas quinze conseguirão recuperar-se. Um dos internos levantou as mãos e, mostrando muita determinação, disse: eu serei um destes quinze.

            Lutar contra a dependência do álcool e ou de outras drogas é uma batalha que requer muita força de vontade e determinação do dependente. Mais do que isso, será necessário também estar disposto e aberto às mudanças. 

Aqueles que desejam uma nova vida, mas não são capazes de soltar as amarras que os prendem às drogas, não conseguem fazer a travessia. Lutam, lutam, mas apenas amassam barro. Muitos até conseguem alguns dias livre do consumo, no entanto, sem cortar as raízes que os prendem à dependência, logo voltam ao consumo. Mesmo aqueles que se internam por meses em clinicas ou comunidades terapêuticas, se não buscarem um novo jeito de viver, estão propensos a recaídas.

            O dependente na ativa cria rotinas e padrões de consumo, cada qual a seu modo, em uma sequência de ações, que inclui o envolvimento de grupos de amizade, dias certos de uso (normalmente finais de semana), horários, locais definidos, maneiras de conseguir as drogas. Eventos como baladas, churrascadas, determinadas músicas, também fazem parte da rotina, e cada um cria suas táticas de manipulações, mentiras e disfarces.

Todo esse ritual possui uma ligação íntima com o consumo da substância de uso e manter-se em sobriedade exigirá muito mais do que apenas parar de usar drogas. Será necessárias mudanças profundas para eliminar todos os fatores que impulsionam o uso. Há alguns dias, conversando com um amigo que está em sobriedade a mais de cinco anos, ele me disse que até hoje, quando sai do trabalho e passa em frente à loja de conveniência que frequentava na época da ativa, ele desvia o olhar para o lado oposto.

Uma vida livre das drogas requer atenção aos detalhes, que por mais inofensivos que pareçam, podem colocar tudo a perder. Manter-se afastado do grupo de consumo, desviar caminhos, evitar situações e locais, abandonar a vida louca e ocupar-se com algo novo. Mudar rotinas, buscar apoio e contato com pessoas que podem ajudá-los. Aprender a sossegar-se, desligando-se de tudo que anteriormente estava associado ao consumo, trocando um prazer destrutível por novas fontes de prazer que sejam saudáveis. Prazeres saudáveis são aqueles que nos fazem felizes, sem nos causar sofrimentos e, com determinação e atitudes poderemos redescobrir o quanto é bom viver em sobriedade.

Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho

PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...