(Imagem da internet) |
Não são poucas as famílias que convivem com um dependente do álcool ou de outras drogas
dentro de casa. Em geral, elas tentam ajudá-los a abandonar o vício e a
primeira tentativa que utilizam é a conversa, mas para lidar com um problema tão
complexo como este não bastam apenas palavras. Não se consegue avanços
significativos com um dependente apenas na base do diálogo.
Por vezes, é preciso mais, é preciso
ação e atitude.
No entanto, por
razões diversas, os familiares relutam em entrar em ação e tomar atitudes e assim, o problema vai se arrastando ao longo do tempo. Na base da conversa, o dependente costuma reagir de duas formas:
ou não está a fim de papo, manifestando toda uma reação com certa agressividade, ou ele ouve, promete mudanças, mas suas promessas não se sustentam.
Nesse ritmo, o dependente se acostuma com muito blá, blá, blá e acomoda, sabendo que nada
acontece. Por vezes, promete melhoras e a família dá uma relaxada, no entanto, esta
tranquilidade não dura mais que alguns dias, tornando-se um ciclo repetitivo.
Ele usa, a família reclama; ele promete mudanças, a família acredita; ele para por alguns
dias e de novo volta a usar.
Outra
razão que faz a família demorar a agir é o medo. Medo de tudo. Medo das reações do dependente, medo de que ele possa piorar, medo de que ele saia de casa, medo de perder. Alguns desses medos são justificados, outros são enganos. Uma análise crítica é importante para diferenciarmos os riscos reais dos imaginários e buscarmos apoio para encará-los.
Nem sempre dá para esperarmos o dependente tomar uma atitude. Nem sempre ele está ou tem
condições de fazê-la. Cabe aos familiares entrar em ação,
mover-se. Não precisamos virar a mesa da noite para o dia, mas dentro das nossas capacidades, precisamos abandonar a falação e começar a agir, caso contrário, o problema se perpetua e gera frutos, como citou,
brilhantemente, a Sra. Liane Castrillon, em uma das edições da “RevistAE:
"Não basta pôr uma pedra em cima, deixar
no freezer à espera do tempo para solucionar. Geralmente, o compasso da espera
degringola em problemas filhotes... e aí, o elenco aumenta”.
Para mudarmos os rumos daquilo que não está dando certo é
necessário abandonarmos a falação, que empurra o problema com a barriga e entrarmos em ação. Quando apenas falamos, o outro apenas ouve, quando agimos ele precisa se adaptar e se enquadrar às nossas ações. Este é o segredo.
Texto de Celso Garrefa
Amor-Exigente de Sertãozinho SP