sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O VALOR DA BANANA

Uma banana presa à parede por uma fita adesiva foi arrematada, como obra de arte, em um leilão, por R$ 35,8 milhões e o fato foi comentado e discutido em vários canais de comunicação, fazendo-nos refletir sobre o valor da banana. 

Evidente que valor é diferente de preço. Se pensarmos em preço, é possível comprar uma dúzia delas por alguns reais, mas o valor de um produto ou serviço vai muito além do seu preço e inclui a percepção que a pessoa faz em relação ao mesmo produto ou serviço.

O episódio da banana me vez refletir sobre o seu valor. Tenho repetido em minhas palestras, que na nossa casa acontece um fato interessante: a última banana da fruteira nós jogamos fora. Essa banana dispensada evidentemente não custa milhões de reais, mas para nós o seu valor vai muito além dos poucos reais por ela pago.

Um dos principais valores a ser construído e preservado nas relações familiares são os fortes vínculos afetivos entre os seus membros, e onde existe vínculo, existe respeito, existe interesse e preocupação de uns com os outros. Vínculos afetivos são, portanto, uma via de mão dupla, ou seja, dar e receber na mesma proporção.

Sem o fortalecimento dos vínculos, a relação entre os membros da família é de frieza. Cada um vive a seu modo, no seu egoísmo, sem se preocupar com o bem estar do outro, ou os esforços partem de apenas um dos lados, que está sempre cedendo, permitindo inadequações, diminuindo o seu valor, enquanto o outro não demonstra qualquer empatia ou compaixão. 

Talvez, a essa altura, você esteja se perguntando sobre aquela última banana da fruteira, que jogamos fora e isso acontece exatamente devido aos vínculos afetivos construídos na nossa relação familiar. É comum na nossa casa, quando apenas resta uma banana na fruteira, nenhum de nós comê-la pensando no outro. Por fim, a banana acaba amolecendo e dispensada. 

Acho isso fantástico, pois me transmite a certeza de que na nossa casa existe uma relação de empatia, de cuidado, de preocupação com o outro, onde o bem estar de cada um é uma responsabilidade de todos. Finalizo este texto desejando intensamente que na sua casa, a última banana da fruteira também seja jogada fora.


Celso Garrefa
Pedagogo Social





sábado, 30 de novembro de 2024

NÃO FEZ MAIS DO QUE SUA OBRIGAÇÃO


Certa vez no meu trabalho, ao responder o que havia feito em relação a uma situação, recebi um comentário em tão de afronta: não fez mais do que sua obrigação. E de fato era sim a minha obrigação, era meu dever trabalhar para sanar o problema, mas, seja em meu trabalho, seja nos grupos aos quais pertenço, seja no dia a dia, não me contento em apenas fazer pela obrigação, mas sim, procuro entregar o meu melhor, ou seja, fazer além da obrigação, do dever. 

Fazer apenas pela obrigação significa contentar-se com o mínimo, significa tornar as tarefas árduas, os dias arrastados, transformando nossos deveres em um peso na nossa vida. Significa fazer por fazer, e assim, não exploramos nossas competências e não aproveitamos as oportunidades que a vida oferece.

Também devemos refletir sobre quais são as obrigações nossas do dia a dia. Quais são produzidas pelos outros, ou impostas pela sociedade? Destas, quais são aquelas que de fato precisamos nos responsabilizar e entregar o nosso melhor e quais são impostas por pessoas folgadas e manipuladoras e que não devemos abraçar. 

É fundamental compreendermos que existem responsabilidades que não são nossas e portanto, não devemos assumi-las, conscientes de que todas as vezes que assumimos uma obrigação que ao outro pertence, retiramos dele a oportunidade de se responsabilizar pelos seus atos. 

Existem, ainda, as obrigações que criamos para nós mesmos e essas são as melhores. São as nossas metas, nossos objetivos e as motivações que nos levam a cumpri-las com foco e determinação. Quem não estabelece seus objetivos vive em função dos objetivos dos outros e entregar o nosso melhor não é obrigação, é competência.  



Celso Garrefa
Pedagogo Social 














sábado, 12 de outubro de 2024

CABELOS MALUCOS OU MÃES MALUCAS?

Nesta semana do dia das crianças uma onda se espalhou pelas escolas e muitas imagens de pequeninos com cabelos enfeitados viralizaram nas redes sociais e junto delas a queixa de muitas mães: estes cabelos malucos estão me deixando maluca. 

Vimos de tudo: cabelos coloridos, elaborados com muito capricho, outros pais utilizaram coisas simples e com muita criatividade realizaram grandes feitos, quase uma obra de arte e houve aqueles pais que simplesmente enviaram os filhos aos cabeleireiros para executar o serviço.

Dá trabalho sim e cada um interpreta essa atividade da sua maneira. Há quem critique os professores, julgando que eles vivem inventando coisas e sobra para os pais, outros reclamam a falta de tempo para elaborar os penteados e muitos entram na brincadeira e curtem o momento.

Sim, cuidar das crianças dá trabalho e em uma época onde pais e filhos pouco interagem, ocupados com seus afazeres ou distraídos pelas redes sociais, essa atividade é uma grande oportunidade de contato, de aproximação, de troca. 

Vivemos um tempo em que realizamos as tarefas e cuidados com os filhos quase que mecanicamente. Preparar a mochila, pentear os cabelos, correr com o café da manhã, sair voando para a escola. No retorno das aulas nem sempre perguntamos como seu dia na escola.

Infelizmente, quem terceirizou o serviço, ou quem executou os penteados dos filhos resmungando, reclamando, de mau humor, externalizando uma insatisfação na realização do feito, não aproveitou a oportunidade de estreitar os laços, de fortalecer os vínculos afetivos, de conhecer um pouco mais seus filhos. Quem não aproveitou o retorno das aulas para saber como foi o dia na escola com tantos cabelos malucos, e com tantas coisas que eles têm para transmitir, está perdendo um pouquinho dos filhos que tem. 

Executar um penteado maluco nos filhos é trabalhoso, mas não pode ser motivo para nos deixar malucos. Maluco é não aproveitar a oportunidade para curtir o momento, entrar na brincadeira e fortalecer os laços afetivos entre pais e filhos. 


Celso Garrefa - Pedagogo Social

Autor do livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar"



domingo, 8 de setembro de 2024

FILHOS AGRUPADOS, PAIS ISOLADOS

Desde muito cedo nossos filhos formam seus grupos, seja na escola onde estudam, seja com os colegas do bairro, seja nos projetos que participam e até mesmo em suas redes sociais. Agrupados, fazem uso intensivo dessas redes de apoio, trocando experiências o tempo todo. Na contramão dessa realidade, encontramos pais sozinhos e isolados.

Os grupos aos quais os filhos se juntam são influenciadores, e dependendo da turma, tanto podem exercê-las de forma positiva como negativa. Além de influenciadores, os grupos exercem pressões e isso exige atenção e cuidado. 

A adolescência é a fase da transição. Neste período eles tendem a ouvir menos os pais e mais os grupos de amizade, os influenciadores de internet, os ídolos etc. Em geral, sentem-se imunes e poderosos, e se testam o tempo todo. É, portanto, a fase em que estão mais sujeitos a desviar do caminho.

Nessa etapa da vida eles precisam fazer escolhas o tempo tempo, e sem exceção, em algum momento alguém vai apresentar-lhes o álcool e outras drogas. Caberá a eles fazer a escolha, com um detalhe, no momento da oferta, nós, pais, não vamos estar presentes, ou seja, a decisão caberá somente a eles.

Por tudo isso me convenço cada vez mais da necessidade dos pais buscarem conhecimentos, orientações e apoio. Filhos agrupados e pais isolados, alienados e ausentes em nada colaboram para uma transição segura e sadia da adolescência para a fase adulta.

Em primeiro lugar, devemos abandonar a negação e aceitar a ideia de que todos os nossos filhos estão sujeitos a desviar-se da rota. Podemos aprender com eles e formar os nossos grupos, onde trocamos experiências e nos preparamos para lidar com os desafios que atualmente é educar filhos, pois, como cito no livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar" - Não existem garantias de sucesso, mas sem uma postura educativa é quase certo o fracasso. 



Celso Garrefa 


domingo, 25 de agosto de 2024

VIVER COM PRESSA NOS IMPEDE DE VIVER

Vivemos uma época onde tudo acontece de forma acelerada. Os dias passam voando, o ano mal começou e daqui a pouco já estamos assistindo as propagandas do Natal. Os filhos crescem com uma velocidade absurda e o tempo passa rápido demais. Os encantos tecnológicos, com seus atrativos, prendem-nos diante da tela da televisão ou das redes sociais nos celulares, criando em nós a sensação de que o tempo está encurtando.   

Dormimos tarde, acordamos em cima do horário, comemos alguma coisa com rapidez e voamos para o trabalho. Na pressa facilmente nos irritamos com um carro mais lento à nossa frente, ultrapassamos de forma perigosa, e expomo-nos a situações de risco. Desorganizamos nosso tempo e com isso, não estamos com tempo para mais nada.  

Comunicamo-nos através de mensagens e para não perder tempo, aceleramos a conversa no modo 1,5 ou 2 vezes mais velocidade e daqui a pouco a conversa olho no olho pode soar estranha e desinteressante.  

Com pressa não observamos os detalhes, não acompanhamos o crescimento dos filhos, não valorizamos os contatos, não acalmamos o coração, não silenciamos, nem paramos, e como consequência, vivemos estressados e irritados, reclamando da falta de tempo. 

Desacelerar é preciso. Rever a maneira como fazemos uso do nosso tempo, descartar a perda de tempo por inutilidades e reorganizá-lo visando tirar dele o máximo proveito. Não adiante desejar que os dias tenham mais horas. Somos nós que devemos nos ajustar a quantidade de horas disponíveis em um dia. 

Enfim, estamos vivendo com tanta pressa, que estamos deixando de viver. Vale, neste momento, lembrar daquela música composta por Almir Sater e Renato Teixeira: 

Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais 

     

Celso Garrefa

sábado, 17 de agosto de 2024

CRIANÇAS ADULTAS X ADULTOS CRIANÇAS

Observando os dias atuais percebemos que a presença dos pais na vida dos filhos está cada vez mais reduzida. O estilo de vida acelerado, os compromissos com trabalho e o estresse do dia a dia são, em parte, são responsáveis por este afastamento. 

E não é só isso, o tempo que sobra acaba engolido pelas tecnologias, utilizadas, inclusive, como método de distração dos pequenos, sem regras e sem limites. Nem mesmo na hora das refeições a família se reúne, e mesmo quando fazem a alimentação sentados à mesa, os celulares continuam ao lado dos pratos.  

Não se conversa mais com os filhos, não se incentiva mais a brincadeira fora das redes, e sem o brincar a criança está deixando de ser aquilo que nesta fase da vida ela deveria ser: apenas criança.  

Muitos pais também se renderam às redes sociais e também passam tempo absurdo conectados, e como consequência, assistimos a um distanciamento familiar, e sem essa convivência, não desenvolvemos os vínculos afetivos, fundamentais para uma educação assertiva.   

Não existem mais os ritos de passagem e muitos meninos e meninas estão vivendo esta fase da vida como se fossem adultos, crescendo antes do tempo, acessando conteúdos impróprios para a idade e expostos a uma série de riscos. 

Ironicamente, estas crianças que não foram vistas, nem tratadas como crianças, ao se tornarem adultas, passam a ser tratadas como incapazes, infantilizadas pelos pais, que querem facilitar, querem poupar, querem bancar, querem resolver e fazer por eles aquilo que nesta fase da vida eles próprios deveriam fazer.  

Como consequência, podemos nos deparar com adultos que não conseguem assumir quaisquer responsabilidades, não desejam sair da casa dos pais, demoram para entrarem no mercado de trabalho e assim, assistimos à formação da geração nem-nem, ou seja, nem trabalham, nem estudam. 

Enfim, para formarmos adultos responsáveis, competentes e equilibrados é fundamental respeitarmos a lógica do tempo, ou seja, crianças são crianças, adultos são adultos e não o contrário. 


Celso Garrefa (Autor do livro "Assertividade, um jeito inteligente de educar")



terça-feira, 9 de julho de 2024

TOMADA DE ATITUDE: SEM AÇÃO NÃO EXISTE SOLUÇÃO

A dependência do álcool ou de outras drogas é um problema crescente, que tem afetado muitas famílias. Diante do desafio, muitas delas percebem a necessidade de fazer alguma coisa, tomar alguma atitude, visando a correção da situação incômoda e indesejada.

A primeiro atitude dos familiares é tentar convencer o dependente a mudar de vida, utilizando a tática do convencimento com palavras e conselhos, no entanto, estamos diante de um problema complexo, multifatorial e de difícil solução. Não é nada fácil convencer o dependente a mudar de vida apenas com palavras, se este não está disposto a nos ouvir e quem mais precisa de conselhos são aqueles que menos desejam recebê-los.

A busca da solução para o problema vai além das palavras. Exige ação, atitude. Enquanto apenas falamos a outra parte ouve, ou finge ouvir e nada acontece; quando tomamos algumas atitudes ela precisa se ajustar às nossas mudanças. 

Em primeiro lugar precisamos acabar com as ameaças vazias, que em nada colabora para a solução do problema. Cada ameaça não executada aumenta o descrédito em nossos posicionamentos. Quantas vezes ameaçamos não dar mais dinheiro, e basta uma insistência e cedemos, quantas vezes ameaçamos abandonar tudo e nada fazemos?

O primeiro passo é recuperar o crédito perdido. Podemos começar com atitudes simples, que estejam ao nosso alcance, e que temos condições de mantê-las. Eles devem perceber que a partir de agora aquilo que eu falo, eu faço. Na medida em que vamos recuperando o crédito, na medida em que eles começam a perceber que não estamos mais dispostos a recuar, podemos avançar e ousar nas atitudes tomadas. Mas é de extrema importância estabelecer apenas aquilo que estou disposto a manter. 

Não precisamos pensar em uma atitudes que por si só irá solucionar o problema, mas em um conjunto de ações e perseverar. Se nos sentirmos cansados, podemos até parar, por um instante, para descansar, mas nunca para desistir. O importante é agir, pois, sem ação não existe solução. 


Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP


sábado, 30 de março de 2024

EU PRECISO ME PROTEGER DE MIM

(Celso Garrefa)
Muitas vezes, na vida, nos preocupamos tanto com as pessoas que vivem   ao  nosso redor e não medimos esforços para protegê-las e elevá-las. Esse é   um comportamento fantástico, no entanto, não adotamos o mesmo cuidado   quando se trata da nossa pessoa e não nos protegemos de nós mesmos.

Quantas vezes fazemos uma autocrítica exagerada e negativa em relação ao   nosso eu, diminuindo as nossas capacidades, menosprezando as nossas   qualidades e com isso nos sentimos menores do que realmente somos. Outras vezes não nos julgamos merecedores e aceitamos qualquer coisa e  conformamos com menos do que fazemos jus.

Também é comum nos colocarmos na posição de “coitados”, transmitindo, inclusive verbalmente, que para nós qualquer coisa serve, que para nós tudo está bom, que não ligamos em ser tratados sem consideração e respeito. Por vezes nos diminuímos tanto que sentimos incomodados até mesmo diante de um elogio, como se dele não fôssemos merecedores.

Essas atitudes nos impedem de perceber aquilo que temos de bom, de positivo. Precisamos deixar de ser cruéis em nossa autoanálise e reconhecer, também, nossos valores, enaltecer, sem arrogância, nossas qualidades.

Não adianta nos arrebentarmos, não resolve nos anularmos, não é funcional vivermos apenas em função do outro e esperar o reconhecimento. Não resolve concentrar todas as nossas energias e esforços em relação às pessoas que convivem conosco e esperar o retorno, se vivemos diminuindo a nossa importância enquanto pessoa.

Não somos valorizados por aquilo que fazemos a outras pessoas, nem somos reconhecidos por aquilo que entregamos ao outro. Em geral, as pessoas respeitam aqueles que eles admiram. Isso não significa ser egoísta e deixar de olhar com carinho e cuidado para aqueles que amamos e fazer por eles o nosso melhor, só não podemos esquecer de nós mesmos e nos proteger das autocríticas negativos que traçamos sobre nós. Enfim, eu preciso me proteger de mim, porque se eu não fizer, certamente ninguém o fará.


Celso Garrefa
Assoc. AE de Sertãozinho SP





sábado, 16 de dezembro de 2023

O QUE OS OLHOS NÃO VEEM, O CORAÇÃO NÃO SENTE

É comum os pais de dependentes químicos demorarem a aceitar que estão diante de um grande desafio, mesmo quando seus filhos já apresentam indícios claros do uso. O que os olhos não veem, o coração não sente, mas se recusam a enxergar, como podem corrigir?

Essa negação do problema acontece de forma inconsciente e possui o objetivo de protegê-los de uma realidade dolorosa, na qual eles não desejam e não sabem como lidar. Mas não tem jeito, abandonar a negação é necessário e urgente.

Esse não é um momento fácil, tendo em vista que a aceitação dos fatos aos quais recusam enxergar causa sofrimentos profundos e angustiantes. Para os pais, reconhecer o problema é como receber um choque paralisante, como se nada mais na vida fizesse sentido.

Encarar as verdades, que de maneira inconscientes relutavam para aceitar, é como viver um luto, mas não tem jeito, a família precisa o mais breve possível despertar do transe provocado pela aceitação da realidade e começar a se mover.

Para tanto, precisam abandonar a ideia de que sozinhos iram solucionar um problema de alta complexidade e buscar ajuda, não apenas para o filho, mas também para toda a família, que adoece tanto quanto ou até mais que o próprio dependente.

Precisam abandonar o sentimento de culpa, parar de justificar os fatos e enxergá-los na medida certa, sem minimizá-los, nem os maximizar. Tratar da codependência e trabalhar o desligamento emocional, ou seja, ampliar os seus recursos para preservar uma mente sã e equilibrada, independente dos comportamentos insanos do outro.

Encarar a realidade dos fatos é sem dúvidas o primeiro passo para a busca da solução do problema. Isso é desafiador, mas a família não precisa enfrentar isso sozinha. Podem contar sempre com a ajuda dos grupos de apoio do Programa Amor-Exigente para enxergar, com clareza, que um desafio nunca chega sem estar carregado de oportunidades.



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

PRINCÍPIOS BÁSICOS







Vídeo da palestra sobre os 12 princípios básicos do Programa Amor-Exigente, durante o evento "Amor-Exigente, um programa de amor à vida" - Soltanieh - Mogi Mirim SP, por Celso Garrefa, membro do Conselho Deliberativo da FEAE.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

SEMPRE É TEMPO

Quantas desculpas atribuímos ao tempo de vida para permanecermos na nossa zona de acomodação, e quanto tempo perdemos paralisados no tempo. Não existe o tempo certo, e nunca é tarde para começarmos algo novo.

Sempre é tempo de revermos nossos conceitos, sempre é tempo de mudarmos nossas opiniões e comportamentos, sempre é tempo de aprendermos algo novo, sempre é tempo de começarmos realizar coisas que até então a vida não nos permitiu. Sempre é tempo de reconhecermos nosso valor, de nos cuidarmos.

Sempre é tempo de exigir respeito e de respeitar a nós mesmos. Sempre é tempo de viver a vida, de descobrir coisas novas, de realizar sonhos, de traçar novos planos, sempre é tempo de ser feliz.

É certo que o tempo nos traz algumas limitações, que precisam ser respeitadas, mas não precisamos fazer delas a muleta que nos mantem estagnados. E por falar em limitações, todos possuem as suas, mesmo que diferentes umas das outras.

Mas o mesmo tempo que limita, também capacita, torna-nos melhores, mais experientes, mais sábios. Eis a vida, perdas e ganhos, portanto, valorizemos os ganhos e aceitemos algumas perdas, sem resmungos, elas fazem parte da nossa existência.

A vida é um grande enigma, carregada de surpresas e incertezas. O tempo de vida não se conta apenas pelo tempo percorrido, cinquenta, sessenta, oitenta, mas também pelo tempo que ainda resta pela frente e neste sentido não sabemos quem possui mais vida, se aqueles cujos cabelos já branquearam pela ação do tempo ou o jovem, cuja tenra idade o faz sonhar grande. Sob este ponto de vista somos todos da mesma idade.



Celso Garrefa - Assoc. AE de Sertãozinho SP


P.S.: Conheça a ação “Sempre é Tempo”, do Programa Amor-Exigente

sábado, 2 de setembro de 2023

GRUPOS DE APOIO: PODER TRANSFORMADOR

Uma das piores decisões que tomamos, diante de um grande desafio, é buscar o isolamento. Sozinho nos tornamos frágeis, perdemos forças, adoecemos. Caminhar sozinhos, por vezes, desanima e, como consequência, paramos pela metade. 

Quando estabelecemos parcerias aumentamos os nossos compromissos, inclusive com o outro, e assim, ao mesmo tempo em que encorajamos, incentivamos e animamos, também somos encorajados, animados e incentivados e essa troca permite chegarmos mais longe, encontrarmos novos caminhos.

Nos grupos de apoio encontramos pessoas experientes e dispostas a nos acolher, sem críticas e sem julgamentos. Não demora percebermos o poder transformador contidos nas partilhas e trocas de experiências e como consequência começamos a enxergar novas possibilidades para um desafio que achávamos sem solução.

As trocas de experiências realizadas nos grupos de apoio potencializam a nossa capacidade para enfrentar o desafio, capacitam-nos para lidarmos com um problema de alta complexidade de forma assertiva e orientada, ampliam nossa visão e devolve a esperança de retomarmos os rumos da nossa vida e da nossa família.

E mesmo quando tudo está bem, ainda precisamos do grupo, por duas razões: para preservar o bom momento agora experimentado e retribuir o apoio recebido, apoiando quem agora chega precisando de ajuda. Se sozinhos somos frágeis, em grupo nos tornamos infinitamente mais fortes, portanto, venham participar de um grupo de apoio e descobrir o seu poder transformador, venham entregar o seu melhor e receber o nosso melhor.



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP

domingo, 6 de agosto de 2023

CRISE: OPORTUNIDADE DE MUDANÇA

As crises incomodam e causam desconforto e por essa razão lutamos bravamente para evitá-las. Com isso, acostumamos a ser desrespeitados para não contrariar, calamos para não entrar no embate, permitimos ser invadidos para parecer bonzinhos, minimizamos um problema para não o encarar.

Acontece que quanto mais calamos, mais somos invadidos; quanto mais minimizamos um problema, mais ele se intensifica; quanto mais cedemos, mais somos manipulados e explorados.

Facilmente o outro percebe que não suportamos encarar uma crise e com isso, ele as provoca para continuar obtendo vantagens para si próprio. Para tanto, utiliza de manipulações, chantagens, ameaças e até táticas de terrorismo familiar. Ele cria as crises e as administram para seu benefício.

Para encarar as crises é necessário tomarmos atitudes e nos posicionarmos e isso nos coloca diante de um dilema: Se estamos diante de uma crise, por que tomar atitudes sabendo que elas irão provocar novas crises? Acontece que vivenciamos as crises provocadas pelos comportamentos do outro e, portanto, ele a administra de acordo com o seu interesse, enquanto nós arcamos com as consequências.

A partir do momento em que nós tomamos atitudes em relação aos seus comportamentos, quem vai precisar se ajustar às nossas ações é ele. Porém, devemos ter ciência de que haverá reações. Acostumados com nossa postura de ceder, de permitir e facilitar, quando contrariado, certamente utilizará todas as armas possíveis para recuarmos e assim, continuar sendo beneficiado pela nossa boa fé.

Não é fácil reverter esse processo, mas é necessário encarar as crises e administrá-las com equilíbrio e tranquilidade. Com essa atitude retiramos o comando da nossa vida do outro e trazemos para o nosso domínio.



Celso Garrefa

Assoc. AE de Sertãozinho SP


PREVENÇÃO À RECAÍDA

Um dos maiores desafios no processo de tratamento da dependência química são as frequentes recaídas de uma parte das pessoas que buscam ajud...